quarta-feira, 3 de abril de 2013

Vícios de Linguagem.


BARBARISMO

É o emprego de vocábulos, expressões e constru‡ões alheias ao idioma. Os estrangeirismos que entram no idioma por um processo natural de assimilação de cultura assumem aspecto de sentimento político-patriótico que, aos olhos dos puristas extremados, trazem o selo da subserviência e da degradação do país.
Esquecem-se de que a língua, como produto social, registra, em tais estrangeirismos, os contactos de povos. Este tipo de patriotismo lingüístico (Leo Spitzer lhe dava pejorativamente o nome de "patriotite") é antigo e revela reflexos de antigas dissensões históricas. Bréal lembra que os filólogos gregos que baniam os vocábulos turcos do léxico continuavam, à sua moda, a guerra da independência. Entre nós o repúdio ao francesismo ou galicismo nasceu da repulsa, aliás, justa, dos portugueses aos excessos dos soldados de Juno quando Napoleão ordenou a invasão de Portugal.
O que se deve combater é o excesso de importação de línguas estrangeiras, mormente aquela desnecessária por se encontrarem no vernáculo vocábulos equivalentes.

CACÓFATO

Palavra de origem grega que significa "mau som", RESULTANTE DA aproximação das sílabas finais de uma palavra com as iniciais de outra, formando uma terceira de "som desagradável".

Exemplos:

Durante a Olimpíada de Atlanta, um repórter afirmou com muita ênfase: "Até hoje, o atletismo era o esporte que havia dado mais medalhas para o Brasil."
Na transmissão do jogo Brasil x Coréia, ouviu-se: "Flávio Conceição pediu a bola e Cafu deu."
Cacófatos mais conhecidos:
"Uma prima minha...", "Na boca dela...", "Na vez passada...", "Eu vi ela...", "Teu time nunca ganha", entre outros.
Segundo o gramático e filólogo Napoleão Mendes de Almeida "Só haverá cacofonia quando a palavra produzida for torpe, obscena ou ridícula. É infundado o exagerado escrúpulo de quem diz haver cacófato em 'por cada', 'ela tinha' e 'só linha'." No mesmo caso podemos incluir "uma mão" e "já tinha".
No meio empresarial, corre uma história muito curiosa. Dizem que uma engenheira química, durante visita a uma indústria, recebeu a seguinte pergunta: "Que a senhora faria se este problema ocorresse em sua fábrica?" Ela respondeu secamente: "Eu mandaria um químico meu." A resposta causou constrangimento. Todos disfarçaram e continuaram a reunião. Lá pelas tantas, nova pergunta: "E neste caso?" Nova resposta: "Eu mandaria um outro químico meu." Foram tantos "químico meu" que um diretor mais preocupado perguntou: "Mas...foi a fábrica toda?" Ela deve ter voltado para casa sem saber o porquê de tanto sucesso.

REDUNDÂNCIA

Palavra ou expressão desnecessária, por indicar idéia que já faz parte de outra passagem do texto.

Exemplos:

Você sabe o que significa "elo"? Além de sinônimo de argola, figurativamente elo pode significar "ligação, união". Então "elo de ligação" é outro belíssimo caso de redundância. Basta dizer que alguma coisa funciona como elo, e não que funciona como "elo de ligação".
O mesmo raciocínio se aplica em casos como o de "criar mil novos empregos". Pura redundância. Basta dizer "criar mil empregos".
Se é consenso, é geral. É redundante dizer "Há consenso geral em relação a isso". Basta dizer que há consenso.
Prefiro mais é errado. A força do prefixo (pre) dispensa o advérbio (mais). Diga sempre: prefiro sair sozinha; prefiro comer carne branca. Nada mais!

Outros exemplos de redundância:

"Acabamento final" (O acabamento vem no fim mesmo) "Criar novas teorias" (O que se cria é necessariamente novo) "Derradeira última esperança" (Derradeira é sinônimo de última) "Ele vai escrever a sua própria autobiografia" (Autobiografia é a biografia de si mesmo) "Houve contatos bilaterais entre as duas partes" (Basta: "bilaterais entre as partes") "O nível escolar dos alunos está se degenerando para pior" (É impossível degenerar para melhor) "O concurso foi antecipado para antes da data marcada" (Será que dá para antecipar para depois?) "Ganhe inteiramente grátis" (Se ganhar só pode ser grátis, imagine inteiramente grátis. Parece que alguém pode ganhar alguma coisa parcialmente grátis) "Por decisão unânime de toda a diretoria" (Boa foi a decisão unânime só da metade da diretoria!) "O juiz deferiu favoravelmente" (Se não fosse favoravelmente, o juiz tinha indeferido) "Não perca neste fim de ano, as previsões para o futuro" (Ainda estamos para ver as previsões para o passado!)

SOLECISMO

Colocação inadequada de algum termo, contrariando as regras da norma culta em relação à sintaxe (parte da gramática que trata da disposição das palavras na frase e das frases no período).

Exemplos:

Me esqueci (em lugar de: Esqueci-me).
Não falou-me sobre o assunto (em lugar de: Não me falou sobre o assunto)
Eu lhe abracei (por: Eu o abracei)
A gente vamos (por: A gente vai)
Tu fostes (por: Tu foste)

ALGUMAS MANEIRAS DE FALAR OU ESCREVER ERRADO (TAUTOLOGIA)

A tautologia é um dos vícios de linguagem que consiste em dizer ou escrever a mesma coisa, por formas diversas, meio parecida com pleonasmo ou redundância. O exemplo clássico é o famoso subir para cima ou descer para baixo. Mas há ainda muitos outros.
Observe a lista abaixo. Se vir alguma que já usou, procure não utilizar mais.
- Acabamento final; - Quantia exata; - Nos dias 8, 9 e 10, inclusive; - Superávit positivo; - Todos foram unânimes; - Habitat natural; - Certeza absoluta; - Quantia exata; - Sugiro, conjecturalmente; - Nos dias , e inclusive; - Como prêmio extra; - Juntamente com; - Em caráter esporádico; - Expressamente proibido; - Terminantemente proibido; - Em duas metades iguais; - Destaque excepcional; - Sintomas indicativos; - Há anos atrás; - Vereador da cidade; - Outra alternativa; - Detalhes minuciosos / pequenos detalhes; - A razão é porque; - Interromper de uma vez; - Anexo (a) junto a carta; - De sua livre escolha; - Superávit positivo; - Vandalismo criminoso; - Palavra de honra; - Conviver junto; - Exultar de alegria; - Encarar de frente; - Comprovadamente certo; - Fato real; - Multidão de pessoas; - Amanhecer o dia; - Criar novos empregos; - Retornar de novo; - Freqüentar constantemente; - Empréstimo temporário; - Compartilhar conosco; - Surpresa inesperada; - Completamente vazio; - Colocar algo em seu respectivo lugar; - Escolha opcional; - Continua a permanecer; - Passatempo passageiro; - Atrás da retaguarda; - Planejar antecipadamente; - Repetir outra vez / de novo; - Sentido significativo; - Voltar atrás; - Abertura inaugural; - Pode possivelmente ocorrer; - A partir de agora; - Última versão definitiva; - Obra-prima principal; - Gritar/ Bradar bem alto; - Propriedade característica; - Comparecer em pessoa; - Colaborar com uma ajuda / auxílio; - Matriz cambiante; - Com absoluta correção/ exatidão; - Demasiadamente excessivo; - Individualidade inigualável; - A seu critério pessoal; - Abusar demais; - Preconceito intolerante; - Medidas extremas de último caso; - De comum acordo; - Inovação recente; - Velha tradição; - Beco sem saída; - Discussão tensa; - Imprensa escrita; - Sua autobiografia; - Sorriso nos lábios; - Goteira no teto; - General do Exército; (Só existem generais no Exército) - Brigadeiro da Aeronáutica; (Só existem brigadeiros na Aeronáutica) - Almirante da Marinha; (Só existem almirantes na Marinha) - Manter o mesmo time; - Labaredas de fogo; - Erário público; (Os dicionários ensinam que erário é o tesouro público, por isso, basta dizer somente erário) - Despesas com gastos; - Monopólio exclusivo; - Ganhar grátis; - Países do mundo; - Viúva do falecido; - elo de ligação; - criação nova; - exceder em muito; - Expectativas, planos ou perspectivas para o futuro.
Fonte: intervox.nce.ufrj.br
VÍCIOS DE LINGUAGEM


DEFINIÇÃO

São alterações defeituosas que sofre a língua em sua pronúncia e escrita devidas à ignorância do povo ou ao descaso de alguns escritores. São devidas, em grande parte, à suposta idéia da afinidade de forma ou pensamento.
Os vícios de linguagem são: barbarismo, anfibologia, cacofonia, eco, arcaísmo, vulgarismo, estrangeirismo, solecismo, obscuridade, hiato, colisão, neologismo, preciosismo, pleonasmo.

BARBARISMO

É o vício de linguagem que consiste em usar uma palavra errada quanto à grafia, pronúncia, significação, flexão ou formação. Assim sendo, divide-se em: gráfico, ortoépico, prosódico, semântico, morfológico e mórfico.
Gráficos: hontem, proesa, conssessiva, aza, por: ontem, proeza, concessiva e asa.
Ortoépicos: interesse, carramanchão, subcistir, por: interesse, caramanchão, subsistir.
Prosódicos: pegada, rúbrica, filântropo, por: pegada, rubrica, filantropo.
Semânticos: Tráfico (por tráfego) indígena (como sinônimo de índio, em vez de autóctone).
Morfológicos: cidadões, uma telefonema, proporam, reavi, deteu, por: cidadãos, um telefonema, propuseram, reouve, deteve.
Mórficos: antidiluviano, filmeteca, monolinear, por: antediluviano, filmoteca, unlinear.
OBS.: Diversos autores consideram barbarismo palavras, expressões e construções estrangeiras, mas, nesta apostila, elas serão consideradas "estrangeirismos."

AMBIGÜIDADE OU ANFIBOLOGIA

É o vício de línguagem que consiste em usar diversas palavras na frase de maneira a causar duplo sentido na sua interpretação.
Ex.: Não se convence, enfim, o pai, o filho, amado. O chefe discutiu com o empregado e estragou seu dia. (nos dois casos, não se sabe qual dos dois é autor, ou paciente).

CACOFONIA

Vício de linguagem caracterizado pelo encontro ou repetição de fonemas ou sílabas que produzem efeito desagradável ao ouvido. Constituem cacofonias:

A coli

Ex.: Meu Deus não seja já.

O eco

Ex.: Vicente mente consantemente.

o hia

Ex.: Ela iria à aula hoje, se não chovesse

O cacófato

Ex.: Tem uma mão machucada: A aliteração - Ex.: Pede o Papa paz ao povo. O antônimo é a "eufonia".

ECO:

Espécie de cacofonia que consiste na seqüência de sons vocálicos, idênticos, ou na proximidade de palavras que têm a mesma terminação. Também se chama assonância.
Ex.: É possível a aprovação da transação sem concisão e sem associação.
Na poesia, a "rima" é uma forma normal de eco. São expressivas as repetições vocálicas a curto intervalo que visam à musicalidade ou à imitação de sons da natureza (harmonia imitativa); "Tíbios flautins finíssimos gritavam" (Bilac).

ARCAÍSMO:

Palavras, expressões, construções ou maneira de dizer que deixaram de ser usadas ou passaram a ter emprego diverso.
Na língua viva contemporânea: asinha (por depressa), assi (por assim) entonces (por então), vosmecê (por você), geolho (por joelho), arreio (o qual perdeu a significação antiga de enfeite), catar (perdeu a significação antiga de olhar), faria-te um favor (não se coloca mais o pronome pessoal átono depois de forma verbal do futuro do indicativo), etc.

VULGARISMO:

É o uso lingüístico popular em contraposição às doutrinas da linguagem culta da mesma região.
O vulgarismo pode ser fonético, morfológico e sintático.

Fonético:

A queda dos erres finais: anda, comê, etc. A vocalização do "L" final nas sílabas.
Ex.: mel = meu , sal = saú etc.
A monotongação dos ditongos.
Ex.: estoura = estóra, roubar = robar.
A intercalação de uma vogal para desfazer um grupo consonantal.
Ex.: advogado = adevogado, rítmo = rítimo, psicologia = pissicologia.

Morfológico e sintático:

Temos a simplificação das flexões nominais e verbais. Ex.: Os aluno, dois quilo, os homê brigou.
Também o emprego dos pronomes pessoais do caso reto em lugar do oblíquo. Ex.: vi ela, olha eu, ó gente, etc.

ESTRANGEIRISMO:

Todo e qualquer emprego de palavras, expressões e construções estrangeiras em nosso idioma recebe denominação de estrangeirismo. Classificam-se em: francesismo, italianismo, espanholismo, anglicismo (inglês), germanismo (alemão), eslavismo (russo, polaço, etc.), arabismo, hebraísmo, grecismo, latinismo, tupinismo (tupi-guarani), americanismo (línguas da América) etc...
O estrangeirismo pode ser morfológico ou sintático.
Estrangeirismos morfológicos: Francesismo: abajur, chefe, carnê, matinê etc...
Italianismos: ravioli, pizza, cicerone, minestra, madona etc...
Espanholismos: camarilha, guitarra, quadrilha etc...
Anglicanismos: futebol, telex, bofe, ringue, sanduíche breque.
Germanismos: chope, cerveja, gás, touca etc...
Eslavismos: gravata, estepe etc...
Arabismos: alface, tarimba, açougue, bazar etc...
Hebraísmos: amém, sábado etc...
Grecismos: batismo, farmácia, o limpo, bispo etc...
Latinismos: index, bis, memorandum, quo vadis etc...
Tupinismos: mirim, pipoca, peteca, caipira etc...
Americanismos: canoa, chocolate, mate, mandioca etc...
Orientalismos: chá, xícara, pagode, kamikaze etc...
Africanismos: macumba, fuxicar, cochilar, samba etc...
Estrangeirismos Sintáticos:

Exemplos:

Saltar aos olhos (francesismo);
Pedro é mais velho de mim. (italianismo);
O jogo resultou admirável. (espanholismo);
Porcentagem (anglicanismo), guerra fria (anglicanismo) etc...

SOLECISMOS:

São os erros que atentam contra as normas de concordância, de regência ou de colocação.

Exemplos:

Solecimos de regência:
Ontem assistimos o filme (por: Ontem assistimos ao filme).
Cheguei no Brasil em 1923 (por: Cheguei ao Brasil em 1923).
Pedro visava o posto de chefe (correto: Pedro visava ao posto de chefe).
Solecismo de concordância:
Haviam muitas pessoas na festa (correto: Havia muitas pessoas na festa)
O pessoal já saíram? (correto: O pessoal já saiu?).
Solecismo de colocação:
Foi João quem avisou-me (correto: Foi João quem me avisou).
Me empresta o lápis (Correto: Empresta-me o lápis).

OBSCURIDADE:

Vício de linguagem que consiste em construir a frase de tal modo que o sentido se torne obscuro, embaraçado, ininteligível. Em um texto, as principais causas da obscuridade são: o abuso do arcaísmo e o neologismo, o provincianismo, o estrangeirismo, a elipse, a sínquise (hipérbato vicioso), o parêntese extenso, o acúmulo de orações intercaladas (ou incidentes) as circunlocuções, a extensão exagerada da frase, as palavras rebuscadas, as construções intrincadas e a má pontuação.
Ex.: Foi evitada uma efusão de sangue inútil (Em vez de efusão inútil de sangue).

NEOLOGISMO:

Palavra, expressão ou construção recentemente criadas ou introduzidas na língua. Costumam-se classificar os neologismos em:
Extrínsecos: que compreendem os estrangeirismos.
Intrínsecos: (ou vernáculos), que são formados com os recursos da própria língua. Podem ser de origem culta ou popular. Os neologismos de origem culta subdividem-se em:
Científicos ou técnicos: aeromoça, penicilina, telespectador, taxímetro (redução: táxi), fonemática, televisão, comunista, etc...
Literários ou artísticos: olhicerúleo, sesquiorelhal, paredro (= pessoa importante, prócer), vesperal, festival, recital, concretismo, modernismo etc...
OBS.: Os neologismos populares são constituídos pelos termos de gíria. "Manjar" (entender, saber do assunto), "a pampa", legal (excelente), Zico, biruta, transa, psicodélico etc...

PRECIOSISMO:

Expressão rebuscada. Usa-se com prejuízo da naturalidade do estilo. É o que o povo chama de "falar difícil", "estar gastando".
Ex.: "O fulvo e voluptoso Rajá celeste derramará além os fugitivos esplendores da sua magnificência astral e rendilhara d’alto e de leve as nuvens da delicadeza, arquitetural, decorativa, dos estilos manuelinos."
OBS.: O preciosismo também pode ser chamado de PROLEXIDADE.

PLEONASMO:

Emprego inconsciente ou voluntário de palavras ou expressões involuntárias, desnecessárias, por já estar sua significação contida em outras da mesma frase.
O pleonasmo, como vício de linguagem, contém uma repetição inútil e desnecessária dos elementos.

Exemplos:

Voltou a estudar novamente.
Ele reincidiu na mesma falta de novo.
Primeiro subiu para cima, depois em seguida entrou nas nuvens.
O navio naufragou e foi ao fundo. Neste caso, também se chama perissologia ou tautologia.
Fonte: www.rainhadapaz.g12.br

Vocativo.


Vocativo



É a palavra ou conjunto de palavras, de caráter nominal, que empregamos para expressar uma invocação ou chamado.
O vocativo é um elemento que, embora colocado pelos gramáticos dentre os termos da oração, isola-se dela. Isto é, o vocativo não se integra sintaticamente aos termos essenciais da oração (sujeito e predicado) e pode, sozinho, constituir-se uma frase. Essa propriedade advém do fato de que o vocativo insere, na oração, o interlocutor discursivo, ou seja, aquele a quem o falante se dirige na situação comunicativa.

Exemplos:

Por Deus, Amélia, vamos encerrar essa discussão!
Posso me retirar agora, senhor?
Meninos!
...[vocativo constituindo uma frase]
A entonação melódica da língua falada costuma acentuar os vocativos. Essa forma de expressão é reproduzida, na língua escrita, por meio de sinais de pontuação. Assim, o vocativo é obrigatoriamente acompanhado de uma pausa: curta, através do recurso da vírgula; longa, através do recurso da exclamação ou das reticências. Não há posição definida para o vocativo na sentença, porém, quando se apresenta no interior da oração, deve ser colocado entre vírgulas.
Além disso, é bastante comum encontrarmos o vocativo associado a alguma forma de ênfase. Se não através da pontuação, o recurso mais popular é vê-lo associado a uma interjeição.

Exemplos:

Ah, mãe! Deixe-me ir ao jogo hoje!
Ó, céus, para quê tanto espetáculo em dias tão desastrosos?
Há de atentarmos para uma distinção entre o vocativo e frases constituídas por um único substantivo. Nestas não se verifica qualquer invocação ao interlocutor do discurso, mas, antes, se dirigem a alguém expressando um aviso, um pedido ou um conselho. No vocativo, porém, o interlocutor é chamado a integrar o discurso do falante.

Exemplos:

Perigo!
...[frase constituída por um substantivo]
Rebeca!
...[vocativo]
Fonte: www.nilc.icmc.usp.br

Acupuntura - parte V:


Acupuntura

Pontos de acupuntura ( Dinastia Ming )

Acupuntura ou Acupunctura é um ramo da Medicina tradicional chinesa e um método de tratamento chamado complementar de acordo com a nova terminologia da OMS - Organização Mundial da Saúde.
Acupuntura consiste na aplicação de agulhas, em pontos definidos do corpo, chamados de "Pontos de Acupuntura", para obter efeito terapêutico em diversas condições.
Atribui-se o nome Acupuntura, a um jesuíta europeu que retornando da China , no século XVII, adaptou os termos chineses Zhen Jiu, juntando as palavras latinas Acum (que significa agulha) e Punctum (picada ou punção).
A tradução literal do termo chinês, no entanto, é bem diferente. O correto seria Zhen (agulha) e Jiu ( moxa ).
A tradução causa a impressão de que o terapeuta só trabalha com agulhas. Os pontos e meridianos também podem ser estimulados por outros tipos de técnicas.
É porque, na verdade, os pontos de Acupuntura podem ser estimulados por agulhas ou pelo aquecimento promovido por moxa , um bastão de artemísia em brasa, que é aproximado da pele para aquecer o ponto de acupuntura. Há, também, o método de estimulação por laser , ainda em estudos.

História da acupuntura

A história da acupuntura confunde-se com a história da medicina na China. Seus primórdios remontam à pré-história chinesa. A linguagem escrita milenar permitiu a continuidade do conhecimento. Posteriormente, outros países orientais contribuíram para o desenvolvimento das técnicas de acupuntura. As notícias sobre acupuntura no ocidente chegaram com os primeiros exploradores europeus que visitaram o império Chinês, ainda na idade média .

Visão tradicional chinesa

Ciclo de geração dos cinco elementos : Fogo gera Terra, Terra gera Metal, Metal gera Água, Água gera Madeira, Madeira gera Fogo...
A visão tradicional da medicina chinesa está profundamente ligada a teorias baseadas no Taoísmo , sobre a dualidade Yin/Yang , sobre meridianos e outros conceitos bastante "exóticos" para a ciência médica ocidental. Contudo, contribuições da Antropologia, mais especificamente da Antropologia Médica, vem facilitando o entendimento destes conceitos à luz da interpretação lógica das explicações mítico-religiosas compreendidas como sistemas etnomédicos capazes de dar respostas às demandas por cuidados de saúde de uma determinada população.
O Yin e o Yang são aspectos opostos de todo movimento no universo. É um conceito hoje considerado quântico que os médicos chineses antigos conseguiram adaptar para a medicina.No corpo do homem existe um equilíbrio que pode ser alterado por diversos tipos de influências, como alimentar, comportamental e muitas outras.
Existem muitas formas de diagnóstico na medicina tradicional chinesa. Algumas delas são a pulsação, a observação e aspectos da língua, a cor e aspectos da pele. Um médico chinês costuma dizer que não se deve olhar apenas o paciente, mas escutá-lo, tocá-lo, cheirá-lo, provar sua urina e conhecer as suas fezes.
Uma consulta baseada no modelo tradicional chinês pode levar de vários minutos a algumas horas. O terapeuta questiona vários aspectos da vida incluindo a infância, expressão das emoções, a alimentação, hábitos e costumes.
A natureza das explicações tradicionais da medicina chinesa não tornam essa prática essencialmente distinta de outros sistemas etno - médicos, exceto porém por sua notável semelhança com a medicina hipocrática - a quem se atribui a origem da moderna medicina cosmopolita. O estudo de sua história revela seu rompimento com algumas tradições "mágicas" e incorporação do conhecimento empírico proveniente de cuidadosas observações, consolidado no que vem sendo chamado do paradigma do Yin - Yang e dos 5 movimentos descrito nos livros clássicos para os orientais ou documentos etnológicos brutos para a antropologia estrutural. Entre os livros clássicos o mais conhecido é, sem dúvida o " Livro do Imperador Amarelo " cujo exemplar mais antigo foi encontrado em um túmulo da dinastia Han (Fu Weikang).

Mecanismos de ação da Acupuntura

Aplicação de agulhas de acupuntura.
Dentro do conhecimento atual de fisiologia , a Acupuntura é um método de estimulação neurológica em receptores específicos, com efeitos de modulação da atividade neurológica em três níveis – local, espinhal ou segmentar, e supra-espinhal ou suprasegmentar.
Já em 1921, Goulden concluiu sobre a participação do Sistema nervoso autônomo na Acupuntura, através dos nervos simpáticos , observando também que os pontos de Acupuntura possuem impedância menor entre si que os pontos próximos ou circunjacentes
Chiang e Cols, em 1973, demonstraram que o efeito da Acupuntura é conduzido através dos nervos, ao constatarem que o estímulo acupuntural não surtia efeito quando aplicado em área bloqueada por anestésico local..
Chan, 1984 , concluiu que muitos dos pontos de Acupuntura correspondem a locais de penetração das fibras nervosas na fáscia muscular, 309 pontos estão localizados sobre terminações nervosas e 286 pontos localizados sobre os principais vasos sanguíneos, rodeados pelos Nervi vasorum , a inervação própria dos vasos sanguíneos. Alguns pontos de Acupuntura correspondem aos pontos gatilhos (Trigger points, em inglês), que são pontos localizados na musculatura, sensíveis ao toque e que condicionam o surgimento de sintomas à distância, como dores de cabeça, por exemplo.
Em 1985, foi descoberto que a aplicação de agulhas de Acupuntura estimulava fibras nervosas específicas e que as sensações produzidas pelo estímulo por acupuntura correspondem àquelas experimentadas pelo estímulo das fibras nervosas do tipo A delta (A d), como choque, sensação de peso ou parestesia .
A Acupuntura aplicada em áreas de pele acometidas por Neuralgia pós-herpética não se mostrou eficaz (Embora o efeito analgésico possa ser obtido puncionando-se outras áreas) . [6] E foi demonstrado que, na Neuralgia pós-herpética , a sensação típica da estimulação de fibras A d está ausente.

Ação segmentar da Acupuntura

Ação segmentar da Acupuntura é o conjunto de mecanismos fisiológicos que ocorrem do local do estímulo com agulha até a medula espinhal. O estímulo de fibras nervosas "A d" por agulhas de Acupuntura ativa o interneurônio inibitório , ou célula pedunculada, na lâmina II do corno posterior da medula espinhal. A célula pedunculada, com a liberação de metencefalina , bloqueia, na área conhecida como Substância Gelatinosa, a transmissão do sinal da dor conduzido pelas fibras tipo "C" para os tratos ascendentes da medula. Por outra via ascendente, o Trato espino talâmico , o estímulo da fibra "A d" é conduzido ao Córtex cerebral , onde são interpretadas, ou "percebidas" as sensações de peso, distensão, calor ou parestesia que ocorrem durante o estímulo por acupuntura.

Ação supra-segmentar da Acupuntura

O estímulo das fibras A d prossegue através do Trato espino talâmico até o córtex cerebral, onde é percebido conscientemente e à medida que segue neste trajeto, há colaterais para os diversos níveis da medula espinhal, com liberação de Beta-endorfina, um dos tipos de Morfina do próprio organismo, e afetando vias neurológicas descendentes que terminam por reforçar a estimulação da célula pedunculada, com efeito analgésico sobre o estímulo das fibras tipo C, e que usam o neurotransmissor Serotonina , o chamado "Hormônio do bem-estar", o que explica bem os efeitos da Acupuntura não só no tratamento da dor, como também da Depressão e dos estados de Ansiedade .

Ação Central da Acupuntura

O estímulo da agulha de Acupuntura atinge áreas do encéfalo mais elevadas, como o Hipotálamo e a Hipófise , promovendo o equilíbrio do funcionamento destes centros. Como a Hipófise é uma Glândula , ocasionalmente chamada de Glândula Mãe, que coordena a função de diversas outras glândulas do corpo, o efeito da Acupuntura sobre este órgão afeta o funcionamento das Glândulas supra renais , da Tireóide , dos ovários , dos testículos , e assim tem ação terapêutica sobre a Hipertensão arterial , Dismenorréia , Tensão pré-menstrual , disfunções da Libido , e outras patologias.

Neurotransmissores na Acupuntura

Até o presente momento, sabe-se que a Acupuntura afeta a expressão e ou liberação de serotonina , e dos peptídeos opióides beta-endorfina , meta- encefalina , e dinorfina . A colecistocinina , peptídeo envolvido no processo digestivo, é antagonista da acupuntura [8] . Considerando que a colecistocinina é estimulante da secreção ácida do estômago , temos daí a compreensão do efeito benéfico da acupuntura sobre as gastrites , úlceras e na Doença de refluxo gastroesofágico . A Naloxona , inibidor da ação de opióides, muito utilizada em Medicina antagoniza os efeitos da Acupuntura [9] . Em dado momento, postulou-se que a ação da Acupuntura seria fruto apenas da liberação de endorfinas , entretanto, a rápida instalação da analgesia e sua duração maior que o tempo de aumento da quantidade de opióides pela Acupuntura liberados demonstra que outros mecanismos estão envolvidos.
Fonte: www.vilaboadegoias.com.br
Acupuntura

A HISTÓRIA DA ACUPUNTURA

A Acupuntura é baseada na teoria de medicina chinesa e é praticada mediante a introdução de agulhas com diâmetros de 0,18 mm a 0,25 mm em determinados pontos da superfície do corpo com o objetivo de prevenir e/ou tratar as doenças. São 365 pontos oficiais que estão localizados nos meridianos pelos quais corre a energia vital denominada "chi ".
Esta prática medicinal é um dos legados mais antigos e populares da cultura chinesa devido à sua eficácia no combate das enfermidades, à facilidade de seu uso, à economicidade da sua prática e à sua segurança. Até hoje é um dos métodos mais praticados na China e em toda a Ásia, sendo cada vez mais expandido no ocidente. Essa expansão se evidencia pelas numerosas Faculdades em que se estuda a acupuntura, tanto nos Estados Unidos como na União Européia. Por exemplo, as universidades de Harvard e São Francisco oferecem pós-graduação em Acupuntura.
O desenvolvimento de Acupuntura vem acompanhando a longa história da China. Como essa história é muito antiga, temos hoje dificuldade de precisar com exatidão a época em que a Acupuntura surgiu. É possível, entretanto, rastrear e deduzir a sua origem por intermédio dos escritos existentes, das peças arqueológicas descobertas e do desenvolvimento da estrutura da sociedade chinesa, o que nos leva à constatação de que a Acupuntura já existia antes mesmo da existência da escrita chinesa.
No primeiro capítulo da obra LIN SHU , encontramos a pergunta feita pelo Imperador Amarelo a Chi Bow : "Gostaria de ouvir a sua opinião: Eu amo o meu povo como se fossem meus filhos, e preciso sustentar os meus oficiais, e preciso arrecadar impostos. Ao mesmo tempo, tenho compaixão pelo povo que mal se sustenta e está constantemente atormentado por doenças. Não querendo usar drogas , nem Bien Shi , eu gostaria de usar agulhas finas para desobstruir os meridianos, tonificar o "chi "e o "xue ", tendo em vista os percursos de início e término de cada um desses meridianos, atingindo assim o perfeito equilíbrio do organismo. Para tanto, pretendo determinar a estrutura e as regras que regem cada meridiano e o tratamento da síndromes, como se fosse em uma legislação que seja fácil de ser memorizada e utilizada nos casos de tratamento das doenças. E para evitar que estes conhecimentos da Acupuntura caiam no esquecimento com o curso do tempo, pretendo publicá-los, eternizando-os." Pelo texto acima citado podemos, de pronto, deduzir que a utilização das agulhas de Acupuntura foi posterior ao tratamento denominado Bien Shi.
Em SHUO WEN JIE ZHI encontramos a explicação do caractere chinês representativo de "Bien, que é um tipo específico de pedra trabalhado para ficar em um formato coniforme, cuja função é pressionar os pontos existentes nos meridianos com o objetivo de tratamento das doenças. Na obra SHAN HAI JIN encontramos a seguinte referência: "Nas montanhas de Kau existem muitas jazidas de jade e abaixo delas existem jazidas de Bien Shi". Ao comentar este texto, Kou Bu Zhu explicou que o Bien Shi era usado para o tratamento de furúnculos, infecções, edemas e semelhantes.'
Mas a Acupuntura é muito mais antiga do que a época do Imperador Amarelo. No ano 1963 em uma cidade de Mongólia foi descoberta uma agulha feita de pedra na Idade neolítica. De acordo com análise cientifica, esta peça arqueológica poderia ser uma das primeiras "agulhas" de Acupuntura feitas de pedra. Com base nesta descoberta podemos deduzir que a origem da Acupuntura poderá ter ocorrido de quatro a dez mil anos atrás, na Idade Neolítica, ou até mesmo antes desta época.
Com a descoberta da utilização dos metais pelo homem, as agulhas de Acupuntura também seguiram o desenvolvimento da época, melhorando a sua qualidade . Antes da época em que foi escrito o livro "IMPERADOR AMARELO" as agulhas eram feitas de pedras, ossos de animais e bambu. Foram, a partir de então, sendo aperfeiçoadas passando a ser confeccionadas com metais, de acordo com as épocas em que estes foram descobertos, como: de bronze, de ferro, de ouro e de prata. O Bien Shi foi sendo substituído.
Em 1978, foi descoberta uma agulha feita de bronze numa floresta da cidade Dalatechi, na Mongólia. No ano de 1968, na Tumba de Liu Shen da Dinastia de Han Oeste (206 a.c. a 23 d.c.) foram descobertas peças arqueológicas raras: nove tipos de agulhas de tamanhos e formas diferentes feitas de ouro e prata trabalhadas com muita precisão. Com isso também ficou demonstrado que as técnicas da fabricação das agulhas foram desenvolvidas juntamente com a evolução das tecnologias das diferentes épocas.
O estudo da Acupuntura acompanhou a longa caminhada da história chinesa. Em 1973, foram descobertas peças arqueológicas na Tumba Nº III de Ma Wang, da Dinastia Han (206 a.c a 220 d.c.) na cidade de Changsa da Província de Hu Nan. Entre elas estavam dois livros manuscritos, feitos de seda, cujos nomes são de AS TEORIAS DOS ONZE PERCURSOS DOS BRAÇOS E DAS PERNAS DE MOXABUSTÃO e AS REGRAS DOS ONZE PERCURSOS DO YIN E DO YANG. O conteúdo desses livros era a distribuição dos onze percursos, descrição de quadros clínicos e de tratamentos através de moxabustão. De acordo com análises científicas, estas obras foram escritas antes de o "Imperador Amarelo". Podemos, a partir daí, ter uma visão das possíveis primeiras origens da história da Acupuntura.
Na obra O IMPERADOR AMARELO já existiam teorias e descrições detalhadas sobre o percurso da energia nos meridianos, sobre as localizações dos pontos, sobre as técnicas de manuseio das agulhas e sobre os diferentes quadros clínicos, bem como indicações e proibições relativas à aplicação da Acupuntura. Descreveram-se com riqueza as estruturas teóricas no livro "Lin Shu". Daí podemos concluir que desde aquela época já era bastante praticada a técnica de Acupuntura e observar como foi sendo estabelecida a estrutura e a teoria de Acupuntura na China desde 1500 a.c.
Atualmente, depois da referida obra O IMPERADOR AMARELO, o segundo livro mais antigo sobre a Acupuntura que ainda nos resta é o ZHEN JIO JIA YI JIEN, cujo autor foi Huan Pu Yi, da dinastia Jing (265 a 420 d.c.). Com relação ao período intercorrente entre esses dois livros não foi preservada nenhuma outra obra sobre a Acupuntura. Nesta obra, o autor analisou o IMPERADOR AMARELO e MING TANG KON SHE ZHI YIAO e descreveu com precisão as localizações dos pontos de Acupuntura nas regiões da cabeça, do rosto, do tórax, do abdômen e das costas, de acordo com as teorias Zhang-Fu . Descreveu também os meridianos de que trata a Acupuntura. Com base no referido livro O IMPERADOR AMARELO, ele desenvolveu e definiu as localizações de 349 pontos, indicações clínicas, técnicas de manipulação das agulhas, indicações e contra-indicações de Acupuntura e de Moxabustão. Seu livro é uma obra importante sobre a Acupuntura/ Medicina Chinesa posterior ao IMPERADOR AMARELO. É fundamental para o estudo da história da acupuntura e da evolução da prática clinica.
ZHOU HOU BEI JI FANG do autor Jin Ke Hong, da Dinastia Tong Jing (265 a 316 d.c.), contém o registro de 109 formulações de acupuntura, sendo que 99 são de moxabustão. Isto demonstra também a importância que era atribuída à moxabustão naquela época e o encaminhamento de um desenvolvimento por igual tanto da Acupuntura quanto da Moxabustão.
QIAN JING FANG do autor "Sun Si Miao", na Dinastia Tang (618 a 907 d.c.), esclareceu a localização e indicação dos pontos "A She ", Também fez um mapa colorido de Acupuntura. O Mapa de "Ming Tang" utiliza várias cores e desenhos dos 12 meridianos e de mais 8 meridianos extras, na parte frontal do corpo, na lateral e nas costas. Especialmente alertou no livro sobre a prevenção das doenças através da Acupuntura e da moxabustão. Este livro é considerando uma das obras mais importantes na área da Medicina Chinesa.
WAI TAI MI YIAO, do autor Wang Tau, da Dinastia Tang (618 a 907 d.c.), introduziu amplamente a técnica de moxabustão nos tratamentos das doenças. Durante essa mesma dinastia foi criado um departamento de saúde "Tai Yi Shu" com a função educacional específica de formar profissionais nas áreas de Acupuntura como uma especialidade médica, com as doutrinas da época. Já então eram usados títulos tais como "doutor", "mestre", "professor" e "assistente" para aqueles que exerciam a função de lecionar. Com isso demonstramos o quanto a acupuntura era importante na visão dos governantes, tanto na área da educação, quanto na área da saúde.
Na Dinastia de Song Norte (960 a 1127 d.c.) , "Wang Wei Yi" desenhou o MAPA DE ACUPUNTURA TONG REN. Nele , constavam os percursos dos meridianos e também as definições dos 354 pontos de Acupuntura. O livro inteiro foi esculpido em placas de pedras na cidade de Kai Fong, que hoje é a capital de He Nan. Essas placas de pedra eram utilizadas como matrizes para reprodução das cópias deste livro, assim facilitando a divulgação da obra e a aprendizagem dessa área de saúde. No ano seguinte ele fez duas estatuas de bronze do tamanho normal das pessoas com todos os pontos e meridianos da Acupuntura para efeito de aprendizagem .Foram os primeiros modelos de Acupuntura.
A PLENITUDE DOS QUATORZE MERIDIANOS, do autor Huan Pó Ren da Dinastia Yuan (1279 a 1368 d.c.), descreveu sistematicamente o início e término de cada percurso dos meridianos e os pontos existentes em cada um deles; destacou os meridianos "Du Mai" e "Ren Mai" como dois meridianos extras e assim estabeleceu fundamentos, facilitando os estudos e pesquisas de gerações posteriores.
Acupuntura
Acupuntura
Na Dinastia Ming (1644 a 1911 d.c.) houve um desenvolvimento brilhante da história de acupuntura. O ZHEN JIU DA CHEN foi a obra mais importante dessa época. Seu autor Yang Ji Zhou baseou-se no livro OS SEGREDOS DA ACUPUNTURA e também em outras obras de diferentes épocas, bem como em suas próprias experiências clínicas.
Pela riqueza de seu conteúdo esta foi uma grande obra médica posterior ao IMPERADOR AMARELO e a JIA YI JING. Nessa mesma época surgiram outras obras importantes, tais como o SHEN YIN JIN do autor Cheng Hui; a ENCICLOPÉDIA DE ACUPUNTURA do autor Xiu Fong; ZHEN JIU JU YIN FA HUE, do autor Kou Wu; QUESTIONÁRIOS DE ACUPUNTURA do autor Wang Ji e PESQUISA DOS OITO MERIDIANOS EXTRAS de Li Shi zhen. Cada um deles desenvolveu sua metodologia própria e assim foram formadas várias escolas com práticas diferenciadas. Foi uma das épocas em que a acupuntura mais se desenvolveu e brilhou na história chinesa.
Na última dinastia chinesa - a Dinastia Ming - apenas alguns livros foram publicados como YI ZHONG JIN JIEN do autor Wu Quian e ZHEN JIU CHEN do autor Liao Ren Hong. Não ocorreram novas teorias e inovações importantes.
No século VI a acupuntura foi introduzida na Coréia com o livro escolhido como didático de JIA YI JIN.
No ano 562 d.c. Wu Ren Zhi Chong levou para o Japão alguns livros de Acupuntura, tais como, o ZHEN JIU JIA YI JIN e MING TANG KON SHE ZHI YIAO. No ano 701 d.c. foi estabelecido no Japão um Departamento de Acupuntura para tratar as enfermidades da população e até hoje lá existem várias escolas de Acupuntura.
No final de séc. XVII a acupuntura foi divulgada na Europa.No Brasil a história da Acupuntura iniciou-se desde 1850 com a chegada dos primeiros imigrantes chineses.
Em 1977, o Ministério do Trabalho, em convênio com a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), definiu a profissão de acupunturista sob o código número 0-79.15, na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) através do Projeto BRA/70/550. A CBO foi reconfirmada no Diário Oficial do dia 11/02/94, Seção 1.
Em 1979, a Organização Mundial de Saúde, órgão da ONU para a área, já reconhecia o uso da acupuntura como terapêutica eficaz para mais de 40 doenças (WHO, "Viewpoint on Acupuncture").Atualmente no Brasil já existe legislação específica sobre a Acupuntura :
A resolução Nº 1455 de 11 de agosto de 1995, do Conselho Federal de Medicina reconheceu a Acupuntura como uma especialidade médica. Em 2002, a Acupuntura foi regulamentada pela comissão mista composta pela AMB - Associação Médica Brasileira, CNRM - Conselho Nacional de Residência Médica e CFM - Conselho Federal de Medicina, como uma das 50 especialidades médicas. Inclusive, em 2003, foi incluída pelo CNRM como uma das especialidades com acesso direto para realizar Residência Médica. Existem hoje Faculdades de Medicina com cursos de pós-graduação em Acupuntura.
Visão panorâmica da BEIJING UNIVERSITY OF CHINESES MEDICINE construída em 1958
Bibliografia:
1. Zhen Jio Xue ( Acupuntura e Moxabustão) escrito por Qiu Mao Ling e Chang Han Zhen. - Editora de Ciência e Tecnologia de Changai, 1982
2. Zhen Jio Xue (Acupuntura e Moxabustão) escrito por Heu Xu Huai - Editora Chong Yi Ku JI, 1985.
3. Mapa de Acupuntura - de Teng Lian Yue - Editora Chong Kuo, 1990
4. Lin Shu Jing Xiao Shi (parte do Imperador Amarelo) Editora Ren Ming Wei Shen, 1980.
5. Wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal.
6. New York Times de 28 de setembro de 2004 "Acupuncture Moves Toward The Mainstream"artigo de Anahad O' Connor.
Fonte: www.institutobeijing.com