sábado, 5 de outubro de 2013

Fotos inéditas do VW Golf VII nas lojas...

O novo VW Golf está despertando a curiosidade dos brasileiros, que desde 1999 não se deparam com um Golf inteiramente novo. Agora ele é importado da Alemanha e está na sétima geração (a dinastia começou em 1974; o Golf brasileiro, reestilizado em 2007, pertencia à quarta geração). Assim, o Auto REALIDADE traz imagens e informações do Golf VII. Enquanto em São Paulo (SP) há algumas unidades disponíveis no showroom (registradas por Rafael Susae), em Teresina (PI) todas as unidades já chegam vendidas.

Inicialmente está nas concessionárias apenas a versão Highline TSI, com motor 1.4 movido a gasolina de 140 cavalos e 25,5 kgfm de torque a 1500 rpm (a VW divulga que o novo Golf faz de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos e atinge 212 km/h). Acima, uma unidade previamente adquirida, equipada com teto solar panorâmico elétrico, câmbio DSG de dupla embreagem, sete marchas e função Tiptronic, além de rodas 17'' "Geneve" (à esquerda). Seu design traz personalidade mas não chega a ser tão chamativo quanto o novo Fusca, nem quanto os importados Audi A3, BMW 118i eMercedes-Benz A 200 Urban, em faixas de preço semelhantes.



Já os modelos destas imagens estavam abertos ao público. Ao lado, o estilo das rodas 17'' "Madrid". Custando a partir de R$ 67 990 sem opcionais e R$ 74 990 com câmbio DSG, o modelo das imagens sai por R$ 87 770, e equipado com todos os opcionais, o Golf Highline com Pacote Premium pode chegar à exorbitante quantia de R$ 116 652.




O interior traz exclusividades como console voltado ao motorista, volante com novo design e bancos de couro "Vienna Shetland". De série, o Golf traz ar-condicionado digital de dual-zone, direção eletromecânica, sete airbags (dois frontais, com desativação do lado do passageiro, dois laterais dianteiros, dois de cortina e um para os joelho do motorista), controle de tração (ASR) e controle de estabilidade, freios ABS com distribuição eletrônica de frenagem (EBD) e Multicollision Brake (freia até 10 km/h após ocorrer uma colisão), alerta de perda de pressão dos pneus, bloqueio eletrônico do diferencial (EDS e XDS), ajuste de altura e profundidade da coluna de direção, controlador eletrônico de velocidade, descansa-braço dianteiro e traseiro, display no quadro de instrumentos com computador de bordo, retrovisor interno eletrocrômico, retrovisores externos eletricamente ajustáveis, rebatíveis e com função Tilt Down, faróis de neblina, freio de mão eletrônico com função Auto Hold, lanternas com LED, porta-luvas iluminado, refrigerado e com fechadura, sensores de chuva e crepuscular e de estacionamento (dianteiro e traseiro), alarme com comando remoto, sistema Start-Stop, vidros dianteiros com função um toque, sistema de som com rádio CD Player com tela de 5,8 polegadas sensível ao toque, Bluetooth, entrada para cartão SD e interface para iPod, volante com comandos de rádio, computador de bordo e controlador de velocidade.
Em 2015, o novo Golf passa a ser produzido em São José dos Pinhais (PR), em versões mais acessíveis, ao passo que o antigo Golf deve ter sua produção encerrada.
Fotos | Rafael Susae (Golf's azul/preto/vermelho) e Júlio Max (Golf branco)
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Honda lança Fit CX, com foco no custo-benefício.


A Honda resolveu criar uma nova versão do Fit, com câmbio automático como opcional, mas com menos equipamentos para ser acessível (o monovolume está perdendo em vendas para o Spin, da Chevrolet). O CX incorpora faróis de máscara negra e lanternas translúcidas, as mesmas do Fit Twist. A grade frontal sem pintura e as calotas são as mesmas do Fit DX, a versão mais em conta.



A versão CX conta com direção elétrica, ar-condicionado analógico, vidros elétricos com sistema antiesmagamento, travas elétricas com fechamento após alcançar 15 km/h, sensor de estacionamento traseiro, limpador traseiro, coluna de direção ajustável em altura e profundidade, forração exclusiva dos bancos, computador de bordo com indicação de consumo instantâneo e médio, abertura interna do tanquinho de partida a frio, ajuste elétrico dos retrovisores, banco bipartido com três encostos de cabeça e airbags frontais - mas faltam freios ABS e sistema de som. O porta-malas acomoda 384 litros, e o tanque, 47 L.

Equipado com motor 1.4 i-VTEC Flex de 100 cavalos com gasolina/101 cv com etanol e 13,0 kgfm de torque a 4800 rpm, o Fit CX custa a partir de R$ 49 900 (o DX parte de R$ 47 930). O câmbio automático, opcional, faz o valor subir para R$ 53 900.
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A TVL irá transmitir ao vivo o desfile. Hoje tem o Tradicional DESFILE da OKTOBERFEST no centro de Blumenau às 16h.

A TVL irá transmitir ao vivo o desfile. 
Hoje tem o Tradicional DESFILE da OKTOBERFEST 2013...
no centro de Blumenau
 às 16h. 
Assista ao vivo o desfile pelo link abaixo:

Os 50 Automóveis mais vendidos de Setembro no Brasil!.

O mercado brasileiro teve mudanças no mês de Setembro. A maior delas, foi ver o Fiat Siena/Grand Siena chegando a 4º posição, atrás apenas de Volkswagen Gol, Fiat Uno e Fiat Palio, mostrando a força do sedan compacto no Brasil! Outro que continuou a ser destaque foi o BMW Série 3, que vendeu mais de 700 unidades (Aquele número ali é apenas da versão 320i da Série 3!), mostrando a força da BMW com o sedan, que vem se tornando um sucesso de vendas. O Gol continua como líder absoluto de vendas, e caminha para o 27º ano consecutivo na liderança do mercado nacional.
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Os 50 Comerciais Leves mais vendidos de Setembro no Brasil!.

Entre os Comerciais Leves, a situação mudou pouco. O que podemos destacar é a encostada do Renault Duster no Ford EcoSport, depois de um bom tempo ambos perto novamente. O modelo da Renault ainda teve seu melhor desempenho de 2013, com 4.842 unidades vendidas, além de um bonito 4º no ranking, graças a Chevrolet S10, que tiveram um mês nada bom. Já a veterana Volkswagen Kombi, teve um bom resultado graças a versão Last Edition, vendeu 2.599 unidades, seu melhor resultado no ano, e um dos melhores dos últimos tempos. Também podemos destacar o BMW X3, pela primeira vez no Top50, mostrando que a BMW vem mandando bem até mesmo nos Comerciais Leves!
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Fusão: Oi e Portugal Telecom.


A Oi e a Portugal Telecom assinaram um memorando de entendimentos para uma futura fusão que deverá criar uma empresa chamada CorpCo e prevê um aumento de capital de pelo menos R$ 13,1 bilhões na operadora brasileira, sendo a parcela em dinheiro no montante mínimo de R$ 7 bilhões.

Segundo as empresas, a fusão irá criar uma operadora multinacional com operações envolvendo uma população de 260 milhões de pessoas e mais de 100 milhões de clientes.

A Oi detém hoje, segundo dados da consultoria Teleco, 41,2% do mercado brasileiro de telefonia fixa, a maior fatia entre as operadoras. Na telefonia celular, a empresa aparece em segundo lugar, com 18,7% do mercado. Na banda larga, a fatia da empresa corresponde a 29,2% do total e, na TV por assinatura, a 5,2%.

O comunicado divulgado ao mercado nesta quarta-feira (2) destaca como um dos objetivos da operação a formação de uma única companhia multinacional do setor de telecomunicações, de grande porte, com sede no Brasil.

O acordo acontece pouco tempo depois de a Oi ter feito grande corte em sua política de dividendos, pressionada por uma dívida líquida de quase R$ 30 bilhões e necessidade de acelerar investimentos no país, destaca a agência Reuters.

Zeinal Bava, que foi CEO da Portugal Telecom de 2008 a 2013 e que assumiu o cargo de diretor-presidente da Oi em junho, será o CEO da CorpCo e suas subsidiárias.

Falando à imprensa após o anúncio, Bava afirmou que o objetivo da operação é criar um operador "que fala português e abrange vários países do mundo".

A união deve criar sinergias operacionais e financeiras de cerca de R$ 5,5 bilhões. "A combinação dos grupos pretende alcançar significativas economias de escala, maximizar sinergias operacionais e criar valor para seus acionistas, clientes e empregados", diz o comunicado.

As companhias afirmaram que os atuais acionistas da TelPart (Telemar Participações) e um veículo de investimento administrado e gerido pelo BTG Pactual, participarão da operação de aumento de capital com subscrição de cerca de R$ 2 bilhões.

A CorpCo terá ações listadas no segmento Novo Mercado da BM&FBovespa, na bolsa de Nova York e na NYSE Euronext Lisbon. A Oi será uma subsidiária integral da CorpCo, que vai incorporar a Portugal Telecom.

De acordo com as empresas, apesar da fusão, serão mantidas as marcas comerciais das operações da Oi e da Portugal Telecom nas suas respectivas regiões de atuação, "observado o controle e gestão única e comum pela CorpCo".

O memorando de entendimentos anunciado nesta quarta destaca que a futura fusão tem o objetivo de consolidar a aliança industrial entre a Oi e a Portugal Telecom, iniciada em 2010. A empresa portuguesa adquiriu em 2010 uma participação de 22,4% do capital da Oi, num negócio estimado em R$ 8,4 bilhões.

Em 2008, a Oi (antiga Telemar), uniu-se à Brasil Telecom, de telefonia fixa. Para que a operação, que criou a “supertele” brasileira, fosse realizada, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) precisou alterar o Plano Geral de Outorgas de Serviços de Telecomunicações (PGO).

O anúncio desta quarta-feira ocorre cerca de uma semana após o grupo espanhol Telefónica, que controla a Vivo no Brasil, comunicar que o aumento de sua participação na Telecom Italia, que no Brasil controla a TIM.
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Segurança na rede: papo sério com a turma...

Comportamentos de risco de crianças e adolescentes, posturas das famílias e o que se espera da escola nesse aspecto da educação.
Texto Décio Trujilo | Fotos Rafael Frazão
A popularização de celulares e tablets entre crianças, adolescentes e jovens traz um novo ingrediente à discussão sobre segurança na internet. Os dispositivos móveis oferecem conexão ilimitada para um público
ainda imaturo e seduzido pela possibilidade de fazer amigos, conhecer gente diferente e participar de quantos grupos de afinidade quiser. Em um momento em que a internet ocupa cada dia mais espaço na vida das pessoas, desde muito cedo, e não é possível pensar em viver fora do mundo virtual, uma das formas de proteger os mais jovens é refletir sobre os comportamentos que podem produzir danos e buscar meios de evitá-los.
Com esse propósito, a SaferNet, organização criada para combater crimes e violações dos direitos humanos na rede e desenvolver ações para a navegação segura, em parceria com a operadora de telefonia GVT GlobalCom, realizou uma pesquisa que abordou temas como privacidade, bullying, erotismo e assédio digital. Entre novembro de 2012 e junho de 2013, foram ouvidos usuários de 9 a 23 anos, pais e educadores.
A primeira conclusão do levantamento é que os jovens estão mais soltos na rede. Os dispositivos móveis já são o segundo meio mais utilizado por eles para navegação – chegam a 38% dos casos, contra 5% em 2009, quando a SaferNet realizou a última pesquisa no gênero. Os móveis perdem apenas para o computador instalado no próprio quarto (47%). A pesquisa apurou também que 62% acessam a internet todos os dias e que 80% estão ligados a alguma rede social. Esses números apontam para uma navegação mais individualizada, intensa e aberta a todas as oportunidades que a rede mundial oferece. Ao mesmo tempo, porém, sugerem uma ameaça à segurança dos jovens e suas famílias, uma vez que não há como avaliar quem e como usará as informações disponíveis no universo virtual.
As facilidades da tecnologia em uma sociedade onde cresce o culto à exposição pública preocupam pais e educadores – uma foto feita com celular pode ser imediatamente postada na rede, de onde poderá nunca mais ser retirada. Segundo a pesquisa, apesar de o maior medo dos jovens ser a captura de seus dados por estranhos, 38% contam que informam o sobrenome em seus perfis, 28% indicam em que escola estudam e 10% publicam o número do celular (16% entre os jovens de 18 a 23 anos e 14% para os de 16). Apenas essas informações já bastam para identificar quem está navegando. Mas também dados dispersos podem ser agrupados para traçar um perfil bem detalhado por quem tiver intenções perigosas: fotos de fachadas e interior de casas, nomes e fotos de parentes e amigos, hábitos regulares, horários, locais e outros detalhes da rotina da pessoa.

Apesar de uma boa parte dos respondentes (48%) admitir ter bloqueado de seus perfis postagens indesejadas – controle de acesso de desconhecidos chega a 70% entre os jovens de 18 a 23 anos – é alto o número de crianças de 10 a 12 anos (35%) que disseram não se importar que pessoas estranhas vejam o conteúdo do que publicam.


“Temos de trabalhar para fortalecer uma cultura de uso crítico da internet, baseada no autocuidado”, avalia Rogério Nejm, psicólogo e diretor de Prevenção da SaferNet. Não há forma mais segura de evitar danos, aponta ele, do que educar, apoiar e informar os jovens sobre os riscos, de forma que eles próprios sejam capazes de identificá-los e se proteger. “É um processo permanente, que deve começar já na fase em que a criança começa a usar o computador. E tem de envolver a família, a escola e os meios de comunicação”, explica Nejm.
A opinião é reforçada por Tatiana Weinheber, gerente do Comunicação Corporativa da GVT, para quem só a conscientização pode garantir o uso seguro da internet: “Não adianta criar regras e proibições, o caminho é estabelecer relações de confiança para que os jovens sintam-se à vontade para discutir e pedir ajuda à família ou na escola”.
A privacidade na internet é um dos temas mais caros na Escola Municipal Henrique Felipe Costa, o Henricão, que abriga alunos da 1ª à 8ª séries do ensino básico. Situada na Vila Curuçá, zona Leste de São Paulo, a instituição realiza, desde 2010, o projeto De Olho nas Telas, com ações associadas ao currículo e atividades extraclasse. Os próprios alunos produziram uma série de vídeos em que falam diretamente para os colegas sobre como utilizar a internet com segurança. Após três anos, é possível perceber as influências do trabalho no padrão de conscientização dos estudantes.

As crianças estão atentas às questões de segurança, sabem na ponta da língua que medidas devem tomar para evitar problemas e como agir em caso de risco. Ainda assim, os orientadores foram surpreendidos pela pesquisa ao saber que a maioria de seus alunos não dá a importância que imaginavam para a configuração dos perfis nas redes sociais. Para o professor Elton de Andrade, um dos criadores do projeto, os resultados da pesquisa comprovam que não bastam ações sazonais ou específicas e confirmam a necessidade de um trabalho permanente e intenso. “Temos de ir além de mostrar o que é uma rede social e quais são seus riscos, mas também debater com eles o por que a rede existe, que benefícios podemos tirar e de que forma a rede é usada pelas pessoas”, afirma.

Uma das explicações para o descuido pode estar no fato de que 23% dos entrevistados contaram se sentir mais confiantes e descontraídos enquanto navegam (24% disseram não saber). Um passo adiante: 24% já namoraram ao menos uma vez pela internet e 20% receberam imagens de amigos sem roupa ou exibindo partes íntimas do corpo. Em 2009, esse índice era de 12%.

No bairro Riviera, na zona Sul de São Paulo, funciona o Centro de Formação e Recreação São José, organização social que oferece atividades de cultura, lazer, esporte e capacitação para um público dos seis aos vinte anos. Entre as atividades está a educação para o uso seguro da internet. As adolescentes que integram o projeto contam histórias próprias ou de amigos sobre trocas de fotos e vídeos com conteúdo sensual. “Estava na casa de uma colega e um menino pediu que ela vestisse uma roupa curta, colocasse uma música e dançasse para ele diante da câmera”, conta Ariane, 15 anos. “Eu tenho fotos íntimas e quando tem um cara legal eu mando, mas bloqueadas”, admite uma das adolescentes. “Conheço meninos que me mandam fotos de short e sem camisa perguntando se ficaram boas”, diz Ariane.
Carlos Alberto de Souza, educador social do centro, associa esse comportamento a uma projeção das atitudes dos ídolos. “Se eles veem uma foto de um ator ou atriz em situação erótica na internet, acham que não há problema algum em imitar”, diz. Nas conversas sobre navegação segura que promove, ele percebe esse padrão, especialmente entre as crianças: “No entendimento deles, se aquilo não é motivo de embaraço para o artista, muito ao contrário, por que seria para eles?”. Segundo Nejm, a exposição erótica hoje é vista como positiva e as crianças a reproduzem. A tecnologia torna fácil se expor e há um estímulo a isso. “As crianças estão muito vulneráveis nesse momento, é a fase da descoberta da sexualidade”, alerta o psicólogo.
As adolescentes do São José concordam. “Hoje as pessoas acham que exposição é normal, é uma moda, e todo mundo quer estar nessa moda”, afirma Júlia, 16 anos. “Só quando acontece algo é que a gente cai na real”, completa. Apesar de afirmar que não aceitam convites na rede social de quem não possam identificar, elas admitem que há uma disputa para ver quem tem mais amigos virtuais. “As pessoas fazem isso para se enturmar, para os outros gostarem delas”, diz Ingryd, 16 anos. Ariane conta que por um tempo aceitava todos os convites que recebia, mas mudou de atitude quando começou a enfrentar inconvenientes: “Tenho colegas que não se cuidam, conversam abertamente com pessoas que não se identificam direito, não põem fotos nem informações no perfil. Acho isso uma atitude insegura”. As meninas reconhecem que o adolescente gosta de aventura. “Nós, jovens, achamos que não vai acontecer com a gente, quem se preocupa com essas coisas são nossos pais”, relata Ingryd.
Os pais, ou familiares, são a principal referência de segurança para os jovens. Apesar de praticamente metade (48%) dos entrevistados não ter qualquer tipo de acompanhamento em casa, quando agredidos ou diante de uma situação de perigo, 34% pedem ajuda aos adultos da família, índice maior entre as crianças de 9 a 10 anos (46%). Ao mesmo tempo, 52% dos pais revelam que os filhos comentam com eles suas experiências na rede. Talvez isso explique a tolerância diante da vigilância. Dos que são regularmente acompanhados, 43% não se aborrecem e entendem que é bom para sua proteção, enquanto outros 32%, apesar de não gostar, aceitam naturalmente. Apenas 15% consideram que a mediação é falta de confiança. Em comum, sentem-se seguros por saber que alguém se preocupa com eles. “Em parte é bom ser vigiado, ter alguém que alerte a gente mas, por outro lado, isso tira a privacidade”, pondera Flaviane, 14 anos. Para Júlia, ficar totalmente livre não é bom: “É importante saber que tem alguém cuidando da gente”. “A gente tem que conseguir conquistar a confiança deles”, acredita Kennedy, 11 anos.
Entre os pais que declaram vigiar os filhos, o maior grupo é o dos que acompanham esporadicamente sem impor limites de tempo de navegação (30% para os meninos e 38% para as meninas). Com ou sem acompanhamento, 29% dos entrevistados dizem que seus pais instalaram filtros e controles de navegação nos computadores. “A pesquisa mostra que a mediação parental é pequena, por isso o papel da escola é fundamental”, diz Fernando Solano, orientador de informática educativa do Henricão. Nejm, da SaferNet, alerta para o que chama de “mito da lacuna geracional”, segundo o qual os pais têm dificuldade para monitorar os filhos por ter menos habilidade no uso de equipamentos eletrônicos – possível justificativa para a omissão de parte das famílias no acompanhamento dos jovens. De acordo com Nejm, mesmo que o pai ou a mãe não saibam mexer em um computador, eles devem tomar a iniciativa de estimular o diálogo com os filhos sobre os perigos da vida que se reproduzem na internet, pois as crianças e adolescentes têm intimidade técnica com os dispositivos, mas são imaturos para compreender todos os processos que envolvem o mundo virtual e relacioná-los completamente com a realidade. “É esse o papel dos adultos, ajudar os jovens a usar a internet no processo de construção da cidadania”, observa.
Nesse caminho, pais e alunos avaliam a função da escola como fundamental. Pela pesquisa, 38% dos estudantes consideram a escola como principal fonte de informação sobre navegação segura; e entre os familiares esse índice é de 71%. Em seguida aparece a imprensa (sites, jornais e revistas), com 33% para os jovens e 64% para as famílias. Mas 31% dos entrevistados nunca procuraram qualquer tipo de informação sobre segurança na rede e o índice é menor entre as crianças de 9 a 11 anos. “A escola leva o debate para dentro de casa. O filho conta o que viu aqui, fala do filme que assistiu, das atividades de que participou. Isso estimula a família a acompanhá-lo”, explica Solano. “Temos notado também uma mudança de atitude do poder público. Antes, era tudo proibido, não podíamos acessar as redes sociais, que é principal contato dos jovens com o mundo virtual. Isso dificultava o próprio processo de informação”, lembra Jane Cristina de Souza, orientadora de informática educativa da escola Henricão.
O conjunto de agentes formado por poder público, imprensa, família e escola, atuando permanentemente, pode levar
ao processo de construção da cultura coletiva de autocuidado de que fala Nejm. “Só a sociedade em conjunto pode formar cidadãos conscientes da necessidade da navegação segura de forma a tirar proveito dos benefícios que a internet oferece. As crianças, adolescentes e jovens não querem proibições, querem navegar com segurança. E ninguém consegue vigiar o tempo todo um adolescente com um celular”, lembra o psicólogo da Safernet. “Eu tenho celular, minha mãe trabalha o dia todo, então não tem como ela me controlar”, confirma Fernanda, 16, do Centro São José. 

Criminosos se aproveitam de falta de cuidado
O assédio e a pedofilia estão entre os maiores riscos para crianças e adolescentes ao navegar. O perigo é potencializado pela falta de cuidado ao postar fotos inocentes do dia a dia, mas que servem de informação para a prática de chantagens. O problema se potencializa porque, em geral, o agressor é um adulto que se aproveita da imaturidade e insegurança do outro para praticar a sedução ou a ameaça.
No Centro São José, duas histórias correm de boca e boca. Uma aconteceu em 2011, quando o diretor de uma escola do bairro distribuiu câmeras de vídeo para algumas alunas. Depois, ajudado por uma mulher que se fez passar por modelo, conseguiu fotos sensuais das meninas. Em seguida, começou a pressioná-las a fazer vídeos eróticos. O crime tornou-se público e ele foi afastado. Outro caso bastante conhecido é o de um homem que invade perfis e faz comentários em inglês sobre as fotos publicadas. Ao traduzir os textos, os adolescentes descobrem que têm referências pornográficas.
A pesquisa aponta que 15% dos entrevistados já se encontraram com pessoas que conheceram na rede. Destes, 12% avaliam que o encontro foi bom. São histórias de pessoas que viraram amigas e até namorados. Mas 3% relatam experiências ruins. As situações mais comuns citadas pelos jovens são de gente que simula ser da mesma idade da vítima e estabelece uma relação de confiança, mas em algum momento se revela como outra pessoa. “Uma amiga fez amizade com uma menina desconhecida, as duas trocaram informações íntimas e um dia, usando a câmara, ela descobriu que era um homem”, conta Arthur, do São José.
Fernando, do Henricão, fala de uma colega de 15 anos que iniciou um relacionamento virtual com um menino e chegou a enviar fotos sem roupa para ele. Quando, enfim, aceitou marcar um encontro real, descobriu que se tratava de um homem maduro. Tuanne, da mesma escola, lembra de uma vizinha adolescente que marcou encontro com um amigo virtual e desapareceu. Kennedy tem um colega que acreditou em um anúncio de prêmio e saiu de casa para buscar um celular em endereço desconhecido. Foi alcançado em tempo pelo pai, que desconfiou da história.

Anonimato e distância favorecem o ciberbullying
Na pesquisa realizada pela SaferNet, 35% dos entrevistados afirmaram que algum amigo contou ter sido humilhado, agredido ou chantageado pela rede social e 12% afirmaram ter eles próprios passado pela experiência. Quase metade (49%) dos jovens diz que o ciberbullying é seu maior medo na navegação, atrás apenas do temor de ter os dados roubados. “Ontem mesmo uma menina entrou na minha página e começou a me xingar sem motivo”, conta Derony, do Henricão.
Por isso, há grande rejeição aos perfis falsos e blogs apócrifos cada vez mais comuns nas escolas, criados por grupos de alunos para satirizar os colegas por meio de piadas, apelidos, fofocas e edição de fotos. Apenas 10% dos entrevistados consideram só uma brincadeira, enquanto 69% dizem não ver graça nessas postagens. Entre as meninas, 77% acreditam que a prática pode magoar as pessoas, mas entre os meninos o índice também é alto, 59%. “Essas coisas machucam as pessoas por dentro, e elas acabam se afastando dos outros”, afirma Derony. “Os números expressam uma maior consciência sobre os limites entre brincadeiras e ofensas na rede”, diz Rogério Nejm, da SaferNet. Para os estudantes, o que estimula a prática de bullying é o fato de parte dos adolescentes acharem as provocações engraçadas. “Assim, quem faz se sente mais à vontade para continuar fazendo”, avalia Flaviane.
No âmbito escolar, as formas mais comuns de ciberbullying são a exploração de características físicas, condição social, comportamentos e disputas amorosas. “Meu amigo tem uma deficiência e tem gente que pede amizade dele na rede social apenas para humilhá-lo”, relata Tuanne. “O bullying da vida real passa para a internet”, completa. “Aqui na escola, por exemplo, quem pratica bullying não gosta das atividades sobre internet segura”, revela Derony.
De desconhecidos, os entrevistados alegam ser vítimas de chantagem em troca de benefícios materiais ou de assédio sexual. “Tem pessoas que entram no Facebook só para agredir e ameaçar a gente. Eu já desfiz minha página e fiz outra por causa disso”, conta Kennedy.
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