Com projetos modernos, os modelos são boas opções para quem procura um SUV.
Seja pelo aspecto robusto, a posição elevada que oferece aos ocupantes ou o bom espaço interno, os utilitários esportivos são modelos muito bem sucedidos no Brasil e no resto do mundo.
Na faixa de R$ 100.000, Chevrolet Captiva, Hyundai ix35, Honda CR-V, Kia Sportage, dentre outros, surgem como algumas opções para quem quer um modelo de porte médio nessa classe.
Porém, após o ótimo retrospecto de vendas que o Ford EcoSport conquistou desde a primeira geração, a indústria demorou, mas passou a olhar com mais atenção o segmento dos utilitários/crossovers compactos. Nesse ponto é inegável que o EcoSport tem seu mérito.
Em um cenário de leis de emissões mais rígidas e a demanda por modelos mais econômicos e compactos para o uso urbano, a tendência é facilmente entendida.
E agora, pelo menos na linha Chevrolet, nós temos uma situação bem interessante. O Captiva Ecotec, com motor 2.4 a gasolina, é tabelado em R$ 99.190. Já o recém-chegado Tracker, menor em tamanho e com propulsor 1.8 flex, parte de R$ 72.190 com câmbio automático de 6 marchas como o Captiva (a versão manual do Tracker acaba de estrear).
Ambos têm projetos modernos e, se porta-malas e espaço interno não são decisivos para você, naturalmente a dúvida vai surgir: qual deles é a melhor compra? Eu preciso gastar R$ 27.000 a mais pelo Captiva?
Vamos começar nossa análise pelo desempenho. O Captiva, com 40 cv a mais que o Tracker, deve levar fácil esse quesito, certo? Na prática não é bem assim. Apesar do motor maior ele é 387 kg mais pesado do que o Tracker, o que acaba por anular o benefício de contar com um 2.4 ao invés do 1.8 sob o capô.
Em nossos testes, por exemplo, a dupla praticamente empatou no 0 a 100 km/h, com 11s2 para o Tracker e 11s4 para o Captiva. O mesmo ocorreu nas demais avaliações de aceleração. Já nas retomadas, a maior diferença ocorreu no 80 a 120 km/h com pequena vantagem para o Captiva ao registrar 7s9 frente aos 8s6 do Tracker.
No consumo de combustível as médias PECO (55% de uso urbano e 45% rodoviário) foram apenas razoáveis. O Captiva atingiu 8,2 km/l – um número nada bom considerando que ele é movido somente a gasolina – e o Tracker alcançou 7,5 km/l quando abastecido com etanol.
Apesar dos 4,57 m de comprimento e 1,85 m de largura do Captiva (o Tracker possui, respectivamente, 4,24 m e 1,77 m), a diferença em termos de capacidade do porta-malas não é gritante. O Captiva pode abrigar 383 litros contra 306 do Tracker considerando, como manda a legislação, o volume até o encosto do banco traseiro.
O ponto no qual o Captiva se destaca é o espaço interno. Na soma de nossas medidas internas, o modelo contabiliza 6,54 m contra 6,25 m do Tracker. Para quem sai do Tracker e se acomoda no Captiva a maior sensação de espaço é nítida. Mesmo assim, o caçula da dupla não faz feio na hora de levar quatro adultos, porém, se você tem família grande e precisa de espaço, não terá como fugir do Captiva. Para um solteiro (a) ou um casal recém-casado, o Tracker supre muito bem as necessidades.
Pelos R$ 72.190 que a Chevrolet cobra no Tracker automático básico, sua grande falha em termos de equipamentos é dever os importantes controles de estabilidade e tração (recursos presentes no Ford EcoSport SE 2.0 PowerShift de R$ 66.750). Fora isso, ele conta com bancos de couro, central multimídia, trio elétrico, ar-condicionado, direção hidráulica, rodas de liga leve aro 18” e chave keyless. Teto solar e airbags laterais estão disponíveis por mais R$ 3.500.
O Captiva, como era de se esperar pelo preço superior, oferece mais recursos. Além dos controles de estabilidade e tração, ela traz de série 6 airbags, sistema de monitoramento da pressão dos equipamentos, Remote Start (acionamento do motor e ar-condicionado a distância) além dos ajustes do banco do motorista e acionamento do freio de mão elétricos.
Como você conferiu nas análises, tamanho à parte, o Captiva só justifica o investimento extra se você precisa do máximo em espaço interno. Caso contrário, o Tracker oferece um porta-malas próximo em capacidade, tem desempenho equivalente e a vantagem do motor bicombustível. Ele só deve mesmo os controles de estabilidade e tração, fora isso é um modelo que conquista especialmente pela dinâmica bem acertada, a boa ergonomia e o acabamento bem executado.
Nossas medições:
Chevrolet Tracker LTZ
Aceleração 0-100 km/h: 11s2
Retomada 60-120 km/h em D: 11s3
Frenagem 80 a 0 km/h (m): 26,0
Consumo cidade (km/l): 5,9 km/l
Consumo estrada (km/l): 9,5 km/l
Ruído a 120 km/h em D (dB): 65,3 dB
Chevrolet Captiva Ecotec 2.4
Aceleração 0-100 km/h: 11s4
Retomada 60-120 km/h em D: 10s5
Frenagem 80 a 0 km/h (m): 27,7 m
Consumo cidade (km/l): 7,4 km/l (gasolina)
Consumo estrada (km/l): 11,4 km/l (gasolina)
Ruído a 120 km/h em D (dB): 66,1 dB
Ficha técnica
Chevrolet Tracker LTZ
Motor 4 cilindros, dianteiro, transversal, flex; Cilindrada 1.796 cm3; Cabeçote 4 válvulas por cilindro;Potência (E) 144 cv a 6.300 rpm; Torque (E) 18,9 mkgf a 3.800 rpm; Câmbio automático, 6 marchas;Tração dianteira; Rodas liga leve, aro 18”; Suspensão dianteira McPherson; Suspensão traseira eixo de torção; Comprimento 4,24 m; Largura 1,77 m; Altura 1,67 m; Entre-eixos 2,55 m; Porta-malas 306 litros; Peso 1.390 kg
Chevrolet Captiva Ecotec 2.4
Motor 4 cilindros, dianteiro, transversal; Cilindrada n/d; Cabeçote 4 válvulas por cilindro; Potência (G)185 cv a 6.700 rpm; Torque (G) 23,3 mkgf a 4.900 rpm; Câmbio automático, 6 marchas; Traçãodianteira; Rodas liga leve, aro 17”; Suspensão dianteira McPherson; Suspensão traseira multibraço;Comprimento 4,57 m; Largura 1,85 m; Altura 1,70 m; Entre-eixos 2,70 m; Porta-malas 383 litros;Peso 1.742 kg.
Texto: César Tizo / Fotos: Divulgação / Fonte: Carro Online