Leite materno previne doenças e pode deixar bebê mais inteligente - Estudo comprova que, quanto mais duradouro o período de amamentação na infância, maiores os níveis de inteligência
Foto: Genaro Joner / Agencia RBS
Gabriela Perufo
O bebê nasceu, e, junto com ele, um novo mundo de sentimentos e desafios. Entre os mais marcantes, a amamentação. O leite materno é tudo que o bebê precisa para matar a sede e a fome, crescer e ficar protegido contra muitas doenças, nos primeiros meses de vida. E as vantagens não são apenas para os pequenos. A amamentação pode ter resultados benéficos para o corpo da mãe, após a gestação. Sem falar que o aleitameto estreita o laço entre a mulher e seu bebê.
Até aqui, nada de muito novo. Novidade, mesmo foi trazida por um estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), publicado na revista científica The Lancet, no último dia 18. Uma pesquisa conduzida desde 1982, com mais de 3,5 mil recém-nascidos, concluiu que os efeitos benéficos do aleitamento podem ser sentidos na vida adulta, especialmente no nível intelectual.
O estudo comprova que, quanto mais duradouro o período de amamentação na infância, maiores os níveis de inteligência e renda média na vida adulta até os 30 anos. Segundo a pesquisa, as crianças que foram amamentadas até 1 ano de idade têm quociente de inteligência (QI) mais elevado _ 0,9 a mais que as que não receberam leite materno. E não é só isso. Quem mamou no peito também ganha mais: o salário é cerca de R$ 341 mais alto dos que não foram amamentados até o primeiro ano de vida. Isso porque, segundo os especialistas, o leite materno tem uma composição única e, graças aos ácidos graxos de cadeia longa, são fundamentais no desenvolvimento do cérebro.
Outra descoberta do trabalho diz respeito à prática da amamentação entre as classes sociais. No Brasil, mulheres com maior renda e escolaridade amamentam os filhos por menos tempo.
Levantamento do Ministério da Saúde realizado em todas as capitais, no Distrito Federal e em outros 239 municípios brasileiros, somando informações de aproximadamente 118 mil crianças, mostra que o tempo médio do período de Aleitamento Materno no país cresceu um mês e meio. Passou de 296 dias, em 1999, para 342 dias, em 2008. O estudo também revelou um aumento do percentual de mulheres que realizam o Aleitamento Materno Exclusivo em crianças menores de quatro meses. Em 1999, era de 35%, passando para 51% em 2008. Outro resultado importante está relacionado com o aumento, em média, de um mês na duração do Aleitamento Materno Exclusivo (AME) nas capitais e Distrito Federal. Em 1999, a duração do AME era de 24 dias e, em 2008, passou a ser de 54 dias - ou seja, mais que dobrou.
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