O princípio é exatamente o mesmo da geladeira: uma substância capaz de resfriar dentro do aparelho um conjunto de serpentina - algo como um sistema de mangueiras por onde passa líquido ou gás. No caso do ar-condicionado, essa substância - à base de cloro, fluor e carbono - é chamada R-22. Esse produto deixa o estado líquido e vira gás a uma temperatura bem baixa: apenas 7 ºC, contra, por exemplo, os 100 ºC de que a água precisa para evaporar. A fria R-22 percorre um circuito de serpentinas, condensadores e evaporadores, absorvendo o calor do ar sugado do ambiente interno. O que os mais diversos modelos de ar-condicionado ainda não conseguiram eliminar é um incômodo efeito colateral: o ressecamento do ar. "Em contato com o frio, a umidade do ar se condensa em gotinhas dentro do ar-condicionado, como acontece em uma garrafa de cerveja gelada", diz o engenheiro Maurício Carvalho, que trabalha em uma empresa fabricante de aparelhos de ar-condicionado em São Paulo.
Alquimia da temperatura
Aparelho usa substância especial para resfriar o ar
1. O ar do ambiente é sugado por um ventilador (A) e atravessa um evaporador, passando em volta de uma serpentina cheia de R-22, substância refrigeradora à temperatura de 7 ºC e em estado líquido. Em contato com a serpentina gelada, o ar se resfria e volta para a sala (B).
3. Esse gás entra numa outra serpentina, do lado de fora do aparelho, chamada condensador. Mais quente que o ambiente externo (C), o R-22 se resfria um pouco. Com isso, ele vira líquido de novo mesmo antes de chegar aos 7 ºC, pois está sob alta pressão. Um outro ventilador sopra o ar quente que sobrou para a rua (D).
4. O R-22 (em estado líquido por causa da alta pressão) entra numa válvula de expansão, espécie de orifício onde o líquido perde pressão rapidamente e se resfria até os 7 ºC que o mantêm em estado líquido. A partir daí, o ciclo recomeça todo de novo.
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