24/08/2011
Os registros de casos de leptospirose, hantavirose e raiva, principalmente no Meio e Extremo Oeste de Santa Catarina colocou a Secretaria de Estado da Saúde em alerta. Nessa semana a Diretoria da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde – Dive/SES repassou para as secretarias municipais informações básicas sobre leptospirose, hantavirose e raiva.
Segundo informações repassadas pelo diretor da Dive/SES, Luis Antonio Silva, as secretarias de Saúde dos municípios devem ficar em alerta para a ocorrência de um desses casos em suas áreas de atuação, e buscar junto a Dive as informações necessárias para o atendimento, procedimento e tratamento dos casos.
Raiva
A raiva é uma doença provocada por vírus, caracterizada por sintomatologia nervosa que acomete animais e seres humanos. Transmitida por cão, gato, rato, bovino, eqüino, suíno, macaco, morcego e animais silvestres, através da mordedura ou lambedura da mucosa ou pele lesionada por animais raivosos. Os animais silvestres são reservatório primário para a raiva na maior parte do mundo, mas os animais domésticos de estimação são as principais fontes de transmissão para os seres humanos.
Santa Catarina é considerada área controlada para raiva animal no ciclo urbano, sendo que os últimos casos registrados (2 cães e 1 gato) ocorreram em 2006 nos municípios de Xanxerê e Itajaí. Porém, o registro de infecção em animais de produção demonstra que o vírus continua em circulação. Alguns municípios catarinenses apresentaram um histórico de raiva no ciclo rural durante a última década, enquanto outros apresentaram os primeiros casos no ano corrente.
Leptospirose
Já a Leptospirose é considerada uma zoonose de grande importância social e econômica por apresentar elevados coeficientes de incidência e letalidade, alto custo hospitalar, perdas de dias de trabalho e óbitos em pessoas normalmente em idade produtiva.
De acordo com o diretor da Dive, devido a ocorrência de enchentes em alguns municípios no mês de janeiro de 2011 e que registrou um incremento de 48% no número de casos de Leptospirose durante o 1º semestre, se comparado com o mesmo período de 2010; em especial em área rural no Estado de Santa Catarina, alerta-se a comunidade para o risco de adoecer e morrer por leptospirose. Contaminação por leptospirose geralmente é causada pela exposição à água contaminada com urina de animais infectados. Muitos tipos diferentes de animais carregam a bactéria e podem algumas vezes não apresentar sintomas. A bactéria da leptospirose já foi encontrada em porcos, gado, cavalos, cães, roedores e animais selvagens. Os humanos são infectados através do contato com água, alimentos ou solo contendo urina de animais com leptospirose. Isso pode acontecer ao ingerir água ou comida infectada e através do contato da pele (especialmente nas superfícies mucosas com olhos e nariz, ou nas feridas). A leptospirose não é conhecida por se espalhar de pessoa para pessoa.
Em humanos a leptospirose causa uma vasta gama de sintomas, sendo que algumas pessoas infectadas podem não ter sintoma algum. Os sintomas da leptospirose incluem febre alta, dor de cabeça forte, calafrio, dor muscular e vômito. A doença também pode causar os seguintes sintomas: olhos e pele amarelada, olhos vermelhos, dor abdominal, diarréia e erupções na pele. Se a leptospirose não for tratada, o paciente pode sofrer danos nos rins, meningite (inflamação na membrana ao redor do cérebro e cordão espinhal), falha nos rins e problemas respiratórios. E raras ocasiões a leptospirose pode ser fatal. Muitos desses sintomas podem ser confundidos com outras doenças, de modo que a leptospirose é confirmada através de testes laboratoriais de sangue ou urina.
Apesar de registro de casos em todo o Estado, é importante salientar que existem diferenças regionais e municipais, expressas nas taxas de incidência e tipo de exposição, e que o acompanhamento e a análise dos dados devem ser feitos o mais próximo de onde o fato ocorre, ou seja, no município, auxiliando na definição das prioridades para as ações de prevenção e controle.
Um dos principais alertas está relacionado com o diagnóstico e tratamento precoce da doença, melhorando o prognóstico e reduzindo a letalidade, conforme conduta disponível no site da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (http://www.dive.sc.gov.br).
Hantavirose
A hantavirose é uma doença que vem crescendo no Estado e apresenta uma das maiores incidências do país. Nos primeiros anos de registro de casos no estado, verificava-se maior ocorrência entre os meses de outubro e janeiro, atingindo principalmente os municípios das regiões Oeste e Meio Oeste. Mais recentemente os casos vêm ocorrendo de forma não sazonal com registros durante todo o ano e nas mais diversas regiões. Esses fatos caracterizam uma mudança de perfil da doença, apontando para necessidade de adequação das ações de prevenção e controle.
No primeiro semestre de 2010, a letalidade foi de 25%. No mesmo período de 2011, a letalidade aumentou para 62,5%, representando um incremento de 60%.
Frente aos dados apresentados e à importância do diagnóstico precoce para um bom prognóstico, é fundamental a urgente sensibilização da população, da rede de atendimento e dos profissionais de saúde para a suspeita diagnóstica precoce e as medidas de prevenção e controle da doença.
A Hantavirose tem um período de incubação médio de duas semanas (com variação de 4 a 60 dias) e caracteriza-se por acometer o trato respiratório, com comprometimento cardíaco importante.
Inicia-se, porém, com sinais e sintomas inespecíficos como febre, cefaléia e mialgia. A evolução para um quadro grave pode ocorrer em 72 horas. O prognóstico da doença (que apresenta uma letalidade em torno de 50%) está diretamente relacionado com a rapidez do encaminhamento para unidade que possa prestar atendimento adequado.
Em virtude da crescente ocorrência de casos suspeitos de Hantavirose sem notificação, verificada através da entrada de amostras no LACEN, reforçamos a orientação de que esta é doença de notificação imediata, em 24 horas, devendo ser iniciada sua investigação pelo município, em conjunto com os técnicos das Gerências de Saúde, informando em seguida à Gerência de Controle de Zoonoses/DIVE, por telefone, sobre a situação encontrada. Casos suspeitos de leptospirose provenientes de área rural, também devem ser notificados e investigados para hantavirose.
FONTE
Secretaria da Saúde - PMI
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