PRIMEIRO IMPERADOR DO BRASIL:
Imperador do Brasil e Rei de Portugal - nasceu em Lisboa no dia 12 de Outubro de 1798. Herdeiro da coroa portuguesa em 1801, era filho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina. Veio para o Brasil quando contava apenas com 9 anos de idade. Isso ocorreu em 1808, quando houve a invasão de Portugal pelos franceses, e a família real veio para o Rio de Janeiro.
Em março de 1816, com a elevação de seu pai a rei de Portugal, recebeu o título de príncipe real e herdeiro do trono em virtude da morte do irmão mais velho, Antônio. No mesmo ano casou-se com Carolina Josefa Leopoldina, arquiduquesa da Áustria.
A família real retornou à Europa em 26 de abril de 1821, ficando D. Pedro como Príncipe Regente do Brasil. A corte de Lisboa despachou então um decreto exigindo que o Príncipe retornasse a Portugal. Essa decisão provocou um grande desagrado popular e D. Pedro resolveu permanecer no Brasil. Isso desagradou às Cortes Portuguesas, que em vingança suspenderam o pagamento de seus rendimentos. Mesmo assim resistiu, naquele que ficou conhecido como o "Dia do Fico" (09/01/1822).
Dom Pedro I Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon ou Dom Pedro I
Com a popularidade cada vez mais em alta, quando ia de Santos para a capital paulista, recebeu uma correspondência de Portugal, comunicando que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado das cortes de Lisboa. Revoltado, ali mesmo,em 7 de setembro de 1822, junto ao riacho do Ipiranga, o herdeiro de D. João VI resolveu romper definitivamente contra a autoridade paterna e declarou a independência do Império do Brasil, rompendo os últimos vínculos entre Brasil e Portugal.
De volta ao Rio de Janeiro, foi proclamado, sagrado e coroado imperador e defensor perpétuo do Brasil. Impulsivo e contraditório, logo abandonou as próprias idéias liberais, dissolveu a Assembléia Constituinte, demitiu José Bonifácio e criou o Conselho de Estado que elaborou a constituição (1824). Em meio a dificuldades financeiras e várias e desgastantes rebeliões localizadas, instalou a Câmara e o Senado vitalício (1826). Porém, um fato provocou desconforto geral e o seu declínio político no Brasil. Com a morte de D. João VI, decidiu contrariar as restrições da constituição brasileira, que ele próprio aprovara, e assumir como herdeiro do trono português, o poder em Lisboa como Pedro IV, 27º rei de Portugal.
Foi a Portugal e, constitucionalmente não podendo ficar com as duas coroas, instalou no trono a filha primogênita, Maria da Glória - então com sete anos - como Maria II, e nomeou regente seu irmão, Dom Miguel. Contudo, sua indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu para minar a popularidade e, somando-se a isto o fracasso militar na Guerra da Cisplatina (1825-1827), os constantes atritos com a assembléia, o seu relacionamento extraconjugal (1822-1829) com Domitila de Castro Canto e Melo - a quem fez viscondessa e depois marquesa de Santos - o constante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete, após quase nove anos como Imperador do Brasil, abdicou do trono em favor de seu filho Pedro (1830) então com cinco anos de idade.
Voltando a Portugal, com o título de duque de Bragança, assumiu a liderança da luta para restituir à filha Maria da Glória o trono português, que havia sido usurpado pelo irmão, Dom Miguel, travando uma guerra civil que durou mais de dois anos. Inicialmente criou uma força expedicionária nos Açores (1832), invadiu Portugal, derrotou o irmão usurpador e restaurou o absolutismo.
No entanto, voltara tuberculoso da campanha e morreu no palácio de Queluz, na mesma sala onde nascera, com apenas 36 anos de idade, em 24 de setembro de 1834. Foi sepultado no panteão de São Vicente de Fora como simples general, e não como rei. No sesquicentenário da Independência do Brasil (1972), seus restos mortais foram trazidos para a cripta do monumento do Ipiranga, em São Paulo.
Curiosidade
O nome de batismo de Dom Pedro I é "Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon".
Fonte: www.unificado.com.br
Dom Pedro I
Nascido em Lisboa em 1798, quarto filho do rei de Portugal, D. João VI, com a imperatriz D. Carlota Joaquina, tornou-se príncipe herdeiro em 1801.Primeiro imperador do Brasil, Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon foi o responsável direto pela independência do nosso país.
Com a mudança da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808, passou sua juventude no Brasil, tendo tornado-se príncipe regente com o retorno de seu pai a Portugal em 1821.
Em setembro de 1822, proclamou a independência do Brasil, sendo aclamado Imperador do Brasil em outubro do mesmo ano.
Fonte: www.senado.gov.br
Nasceu no palácio de Queluz, Portugal, em 12-10-1798. Filho de D. João VI e dona Carlota Joaquina. Veio para o Brasil com toda a Família Real, devido a invasão de Napoleão contra Portugal.
Aos 18 anos casou-se com dona Maria Leopoldina, arquiduquesa d’Áustria, Em 1821 D. João voltou a Portugal deixando D. Pedro regendo o Brasil.
No dia da partida disse a seu filho que tudo fizesse para o bem do Brasil, antes que aventureiros tomassem o seu lugar.
Lembrando-se sempre dos dizeres do pai D. Pedro esforçava-se em unir os brasileiros com os portugueses.
Devido a mudança da Família Real para o Brasil, D. Pedro nunca pôde completar seus estudos, por esse motivo as Côrtes portuguesas chamaram-no à Europa para que os continuasse.
O povo brasileiro receava ficar sem o príncipe regente e como prova da confiança que depositava nele, escreveu-lhe uma carta pedindo-lhe que ficasse no Brasil como perpétuo defensor deste País, carta essa que lhe foi entregue por intermédio de José Clemente Pereira. D. Pedro respondeu à carta com uma frase que mais tarde se tornaria histórica: “Como é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto; diga ao povo que fico”, motivo porque o dia 9-1-1822 passou a ser chamado o dia do “Fico”.
Foi então que começaram as lutas entre aqueles que apoiavam o príncipe regente e os que eram a favor da política portuguesa.
Nesse meio tempo, D. Pedro viajou para São Paulo para verificar as fortificações do Porto de Santos. No dia 7 de setembro de 1822, quando voltava de Santos, encontrou na Colina do lpiranga, mensageiros que traziam-lhe cartas de Portugal e do Rio.
Tomando conhecimento do que dizia D. João VI, D. Leopoldina e José Bonifácio numa das cartas, arrancou a espada e gritou: “Independência ou Morte!”. No dia 12 de outubro de 1822, D. Pedro foi proclamado jmperador do Brasil, sendo a cerimônia de coroação realizada a 1º de dezembro. As tropas portuguesas percebendo sua derrota, retornaram à Lisboa.
Durante seu reinado sucederam-se os seguintes fatos: redigiu uma proclamação ao povo pedindo que os brasileiros se unissem cada vez mais e obrigando aos que fossem contrários, a se retirarem do País; a 3-5-1823, instalou a Assembléia Constituinte, na qual destacaram-se os irmãos Andradas, os quais discordando com os planos de D. Pedro I, tornaram-se oposicionistas, sendo neste mesmo ano dissolvida essa Assembléia e preso e condenado ao exílio José Bonifácio; a 25-3-1824, D. Pedro jurou à 1ª Constituição Brasileira; nesse mesmo ano houve a Revolução Pernambucana.
Queriam a proclamação da República. Esta revolução foi denominada Confederação do Equador e chefiada por Frei Caneca e Paes de Andrade; em 1826, faleceram dona Maria Leopoldina, sua esposa, D. João VI, seu pai, tendo ele por esse motivo abdicado da Coroa Portuguesa em favor de sua filha Maria da Glória, princesa do Grão-Pará. Dois anos depois, deu-se a Independência da Província Cisplatina que passou a ser a República do Uruguai. Aos 31 anos, D. Pedro escolhe dona Amélia de Lauchtemberg para ser sua segunda esposa.
Em 1831, abdicou da Coroa do Brasil, pois estava aborrecido com as lutas entre os partidos políticos brasileiros, passando a Coroa a seu filho D. Pedro de Alcântara, que na época contava 5 anos de idade. De volta à Portugal, D. Pedro reconquistou o trono de que seu irmão D. Miguel havia se apoderado violentamente.
Conquistou novamente os portugueses, derrotando aos que favoreciam D. Miguel. Mas não permaneceu muito tempo com a alegria de tornar-se querido pelos portugueses, tendo sido acometido pela tuberculose, que viria encerrar sua vida, em 24-09-1834 (no mesmo palácio de Queluz, onde havia nascido há 36 anos).
Seu nome completo é: PEDRO DE ALCÂNTARA FRANCISCO ANTÔNIO JOÃO CARLOS XAVIER DE PAULA MIGUEL RAFAEL JOAQUIM JOSÉ GONZAGA PASCOAL CIPRIANO SERAFIM DE BRAGANÇA E BOURBON
Fonte: www.cursodehistoria.webnode.com
Dom Pedro I
Enquanto a Europa vivia dramáticas transformações, com a ascensão do liberalismo e o início da revolução industrial, o príncipe D. Pedro, herdeiro da coroa portuguesa, desafiou a corte de Lisboa ao proclamar a independência do Brasil e tornar-se seu primeiro monarca. Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon nasceu em 12 de outubro de 1798 na sala D. Quixote do palácio de Queluz, próximo a Lisboa. Era filho do futuro rei de Portugal, D. João VI, então príncipe regente, e da infanta Carlota Joaquina, filha de Carlos IV da Espanha. Seus primeiros mestres foram o Dr. José Monteiro da Rocha, ex-jesuíta, e frei Antônio de Nossa Senhora da Salete. Depois da mudança da família real para o Brasil, em 1807, frei Antônio de Arrábida tornou-se seu principal preceptor.
O príncipe, entretanto, jamais se prendeu aos estudos e preferia a vida solta no paço de São Cristóvão e na fazenda de Santa Cruz. Em março de 1816, com a elevação de seu pai a rei de Portugal, recebeu o título de príncipe real e herdeiro do trono (o irmão mais velho, Antônio, falecera em 1801). No mesmo ano casou-se com Carolina Josefa Leopoldina, arquiduquesa da Áustria.
Ao irromper a revolução constitucionalista de 1820, no Porto, identificou-se abertamente com a causa liberal. Após a volta do rei a Portugal, em abril de 1821, Pedro foi nomeado regente do Reino do Brasil. No ano seguinte, foi pressionado pelas cortes de Lisboa a também regressar, mas resistiu. Em 9 de janeiro de 1822 pronunciou a frase histórica: "Como é para bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico!"
Em abril, a popularidade do príncipe foi comprovada durante uma viagem a Minas Gerais. De lá, seguiu para São Paulo, a fim de pacificar rebeliões na província. Em 7 de setembro*, quando ia de Santos para a capital paulista, recebeu notícias de Portugal por cartas da esposa e de seu ministro José Bonifácio. Assim tomou conhecimento de que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado das cortes de Lisboa.
Dom Pedro I
Ali mesmo, junto ao riacho do Ipiranga, o herdeiro de D. João VI proferiu o grito de "independência ou morte" e rompeu os últimos vínculos entre Brasil e Portugal. De volta ao Rio de Janeiro, em 12 de outubro foi proclamado imperador e "defensor perpétuo do Brasil". Em 1º de dezembro foi sagrado e coroado. Impulsivo e contraditório, D. Pedro I logo abandonou as próprias idéias liberais. Sua intervenção na vida política tornou-se ostensiva com a dissolução da Assembléia Constituinte e a demissão de José Bonifácio e seus irmãos. Foi criado então um Conselho de Estado que, com o imperador à frente, elaborou a constituição outorgada em 24 de fevereiro de 1824.
Um dos pontos mais importantes da carta era a instituição do poder moderador, que fortalecia ainda mais o monarca. Em 1826 foram instalados a Câmara e o Senado, este de caráter vitalício. O equilíbrio político, no entanto, permanecia instável, face a dificuldades financeiras e divergências entre nativistas e "marinheiros" ou "marotos" (portugueses residentes no Brasil).
No mesmo ano, o jovem imperador se viu diante de mais um impasse com a morte de D. João VI. Herdeiro do trono português, D. Pedro I decidiu contrariar as restrições da constituição brasileira, que ele próprio aprovara, e assumir o poder em Lisboa como Pedro IV, 27º rei de Portugal. Forçado a abdicar em favor de sua filha primogênita, Maria da Glória, de sete anos, nomeou regente seu irmão, D. Miguel. A indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu para minar a popularidade e o prestígio de D. Pedro I. Ao mesmo tempo, no plano interno, fracassavam as forças brasileiras na guerra cisplatina (1825-1827). O imperador chegou a ir ao Rio Grande do Sul, a fim de participar pessoalmente da campanha, no final de 1826. A notícia da morte da imperatriz Leopoldina obrigou-o a mudar os planos e retornar ao Rio de Janeiro. Além do malogro militar e dos constantes atritos com a assembléia, a vida privada do imperador também contribuía para o desgaste de sua imagem. Era notório seu relacionamento com Domitila de Castro Canto e Melo, a quem fez viscondessa e depois marquesa de Santos. O romance teve início em 1822 e durou até o segundo casamento de D. Pedro I, em 1829, com Amélia de Beauharnais, duquesa de Leuchtenberg.
O marquês de Barbacena, encarregado de encontrar uma noiva para o imperador que atendesse às exigências de nobreza, formosura, virtude e educação, enfrentara humilhantes recusas por parte de várias casas reais européias. O constante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete levou o imperador a abdicar em favor do filho Pedro, em 7 de abril de 1831, e a retornar à Europa. Com o título de duque de Bragança, D. Pedro assumiu a liderança da luta para restituir à filha Maria da Glória o trono português, usurpado por D. Miguel.
Em 1832, nos Açores, criou uma força expedicionária para invadir Portugal e iniciou uma campanha que só obteve a vitória ao fim de três anos. Apesar de ter reconquistado o trono português para sua filha, Dom Pedro voltou tuberculoso da campanha e morreu em 24 de setembro de 1834 no palácio de Queluz, na mesma sala onde nascera 36 anos antes. Foi sepultado no panteão de São Vicente de Fora como simples general, e não como rei. Seu coração, legado ao Porto, é ali conservado, como relíquia, na capela-mor da igreja da Lapa. D. Pedro teve ao todo 18 filhos. Do primeiro casamento, nasceram Maria da Glória (a futura Maria II de Portugal), Miguel (falecido logo após o nascimento), João Carlos, Januária, Paula, Francisca e Pedro.
De sua união com a imperatriz Amélia, nasceu apenas Maria Amélia. Com a marquesa de Santos teve um menino natimorto, Isabel Maria Alcântara Brasileira, Pedro, Maria Isabel Alcântara Brasileira, duquesa do Ceará (que morreu com um ano de idade), e Maria Isabel Alcântara Brasileira, que se tornaria condessa de Iguaçu pelo casamento com Pedro Caldeira Brant. Com a francesa Noémi Thierry teve o menino Pedro, falecido antes de completar um ano; com Maria Benedita Bonfim, futura baronesa de Sorocaba e irmã da marquesa de Santos, teve Rodrigo Delfim Pereira; com a uruguaia María del Carmen García teve uma criança natimorta; com a francesa Clémence Saisset teve Pedro de Alcântara Brasileiro; e com a monja portuguesa Ana Augusta teve outro menino de nome Pedro.
Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br
Primeiro imperador brasileiro nascido na sala D. Quixote do palácio de Queluz, próximo a Lisboa, herdeiro da coroa portuguesa que desafiou a corte de Lisboa ao proclamar a independência do Brasil e tornar-se seu primeiro monarca. Era o quarto filho de dom João VI, então príncipe regente, e da infanta Carlota Joaquina, filha de Carlos IV da Espanha. Segundo na linha sucessória, tornou-se herdeiro do trono e o título de príncipe da Beira (1801), com a morte do irmão mais velho.
Educado por preceptores religiosos (seus primeiros mestres foram o Dr. José Monteiro da Rocha, ex-jesuíta, e frei Antônio de Nossa Senhora da Salete), dedicava-se mais à equitação e atividades físicas do que aos estudos. Depois da mudança da família real para o Brasil (1807), frei Antônio de Arrábida tornou-se seu principal preceptor, porém o príncipe, continuou avesso aos estudos e preferia a vida solta no paço de São Cristóvão e na fazenda de Santa Cruz. Em março (1816), com a elevação de seu pai a rei de Portugal, recebeu o título de príncipe real e herdeiro do trono em virtude da morte do irmão mais velho, Antônio (1801). No mesmo ano casou-se com Carolina Josefa Leopoldina, arquiduquesa da Áustria.
Com fama de aventureiro e boêmio, teve 13 filhos reconhecidos e mais cinco naturais: sete com a primeira esposa, a arquiduquesa Leopoldina, da qual enviuvou (1826); uma filha com a segunda esposa, a duquesa alemã Amélia Augusta; cinco com a amante brasileira Domitila de Castro, a marquesa de Santos; e mais cinco com diferentes mulheres, inclusive com uma irmã de Domitila, Maria Benedita Bonfim, baronesa de Sorocaba (1), com uma uruguaia María del Carmen García (1), com duas francesas Noémi Thierry (1) e Clémence Saisset (1) e com uma monja portuguesa Ana Augusta (1).
Príncipe do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, após a volta do rei a Portugal (1821), foi nomeado príncipe-regente do Reino do Brasil. Ao irromper a revolução constitucionalista (1820), no Porto, identificou-se abertamente com a causa liberal. No ano seguinte, foi pressionado pelas cortes de Lisboa a também regressar, mas resistiu, criando o famoso Dia do Fico (09/01/1822).
Com a popularidade cada vez mais em alta, quando ia de Santos para a capital paulista, recebeu uma correspondência de Portugal, comunicando que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado das cortes de Lisboa. Revoltado, ali mesmo, junto ao riacho do Ipiranga, o herdeiro de D. João VI, resolveu romper definitivamente contra a autoridade paterna e declarou a independência do Império do Brasil, proferindo o grito de independência ou morte, rompendo os últimos vínculos entre Brasil e Portugal.
De volta ao Rio de Janeiro, foi proclamado, sagrado e coroado imperador e defensor perpétuo do Brasil. Impulsivo e contraditório, logo abandonou as próprias idéias liberais, dissolveu da Assembléia Constituinte, demitiu José Bonifácio e criou o Conselho de Estado que elaborou a constituição (1824).
Em meio a dificuldades financeiras e várias e desgastantes rebeliões localizadas, instalou a Câmara e o Senado vitalício (1826), porém um fato provocou desconforto geral e o seu declínio político no Brasil.
Com a morte de D. João VI, decidiu contrariar as restrições da constituição brasileira, que ele próprio aprovara, e assumir, como herdeiro do trono português, o poder em Lisboa como Pedro IV, 27º rei de Portugal.
Foi a Portugal e, constitucionalmente não podendo ficar coma as duas coroas, instalou no trono a filha primogênita, Maria da Glória, como Maria II, de sete anos, e nomeou regente seu irmão, Dom Miguel.
Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon ou Dom Pedro I
Porém sua indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu para minar a popularidade e, somando-se a isto o fracasso militar na guerra cisplatina (1825-1827), os constantes atritos com a assembléia, o seu relacionamento extraconjugal (1822-1829) com Domitila de Castro Canto e Melo, a quem fez viscondessa e depois marquesa de Santos, o constante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete, após quase nove anos como Imperador do Brasil, abdicou do trono em favor de seu filho Pedro (1830) então com cinco anos de idade. Voltando a Portugal, com o título de duque de Bragança, assumiu a liderança da luta para restituir à filha Maria da Glória o trono português, que havia sido usurpado pelo irmão, Dom Miguel, travando uma guerra civil que durou mais de dois anos. Inicialmente criou uma força expedicionária nos Açores (1832), invadiu Portugal, derrotou o irmão usurpador e restaurou o absolutismo.
Porém voltara tuberculoso da campanha e morreu no palácio de Queluz, na mesma sala onde nascera, com apenas 36 anos de idade, e foi sepultado no panteão de São Vicente de Fora como simples general, e não como rei.
No sesquicentenário da independência do Brasil (1972), seus restos mortais foram trazidos para a cripta do monumento do Ipiranga, em São Paulo. Sabe-se, ainda, que o Imperador teve formação musical bastante esmerada, tendo sido aluno de mestres como o Padre José Maurício Nunes Garcia, Marcos Portugal e Sigismund Neukomm. Tocava clarineta, fagote e violoncelo.
Dele se conhece uma Abertura, executada no Teatro Italiano de Paris (1832), um Credo, um Te Deum, o Hino da Carta, adotado posteriormente como Hino Nacional Português (até 1910), e o Hino da Independência do Brasil.
É possível que sua produção tenha sido mais vasta. É o Patrono da Cadeira n. 8 da Academia Brasileira de Música.
Fonte: www.sobiografias.hpg.ig.com.br
Dom Pedro I
Dom Pedro I (Paço Real de Queluz Portugal 1798 - idem 1834). Chegou ao Brasil em 1808, com a Família Real, que fugia do cerco do exército de Napoleão a Portugal. Aqui, foi aluno do Cônego Renato Boiret e do Padre Guilherme Tilbury. Quando D. João VI retornou a Portugal, em 1821, permaneceu no Brasil como Príncipe Regente.
Em 1822, proclamou a Independência do Brasil e tornou-se o primeiro Imperador do país. No mesmo ano, compôs a música do Hino à Independência do Brasil, com letra de Evaristo da Veiga.
Em 1824 outorgou a primeira Constituição brasileira; entretanto, seu governo não levava em conta o Parlamento, autoritarismo que lhe causou desgaste político.
Em 1831 abdicou da coroa em favor do filho, D. Pedro II, e voltou para Portugal. No ano seguinte assumiu a coroa portuguesa como D. Pedro IV.
Em 1896 ocorreu a publicação póstuma de Cartas do Imperador D. Pedro a Domitilla de Castro, Marquesa de Santos. Sua poesia é de estética árcade.
Fonte: www.itaucultural.org.br
ABDICAÇÃO DE Dom Pedro I
Nos primeiros dias de abril as ruas viviam momentos de grande inquietação: grupos exaltados passaram a defender a necessidade de um Governo republicano. A imprensa pregava "o dever sagrado da resistência à tirania". A pressão continuava e no dia 5 de abril D. Pedro I constituiu um novo ministério - o Ministério dos Marqueses - no dizer do historiador Werneck Sodré, (...) "todos notáveis pela sua impopularidade". No dia 6, desde o amanhecer, numerosos grupos concentraram-se no Campo da Aclamação - local onde D. Pedro fora feito Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil - onde circulavam boatos de represálias do imperador à oposição. Exigia-se o retorno do gabinete formado por liberais brasileiros. O monarca teria respondido então: "Tudo farei para o povo, mas nada pelo povo." Às 23 horas, à população ali reunida, vieram juntar-se os corpos de tropa sob o comando do brigadeiro Francisco de Lima e Silva.
Na madrugada do dia 7 de abril de 1831, não conseguindo contornar a crise, D. Pedro I apresentou o ato de abdicação ao trono. Naquela mesma madrugada deixou o palácio sem se despedir do filho de cinco anos, seu herdeiro, mas enviando-lhe posteriormente uma correspondência na qual assinalava que (...) "me retiro para a Europa (...) para que o Brasil sossegue, o que Deus permita, e possa para o futuro chegar àquele grau de prosperidade de que é capaz. Adeus, meu amado filho, receba a bênção de seu pai, que se retira saudoso e sem mais esperança de o ver."
Entre a data da abdicação e a da partida para Portugal, D. Pedro I enviou algumas outras correspondências como, por exemplo, a José Bonifácio, nomeado tutor do príncipe D. Pedro de Alcântara, em que dizia: (...) "eu delego em tão patriótico cidadão a Tutoria do meu querido filho, e espero que educando-o naqueles sentimentos de honra e de patriotismo com que devem ser educados todos os soberanos (...), ele venha um dia a fazer a fortuna do Brasil de quem me retiro saudoso."
D Pedro Entregando o Ato de Renúncia
No dia 8, de abril, D. Pedro I envia uma mensagem à Assembléia em que comunica ter nomeado como tutor de seu filho - segundo a Constituição, capítulo V, art. 130 - José Bonifácio de Andrada e Silva e pede (...) "à Augusta Assembléia Geral que se digne confirmar esta minha nomeação. Eu assim o espero, confiado nos serviços que de todo o meu coração fiz ao Brasil, e em que a Augusta Assembléia Geral não deixará de querer aliviar-me desta maneira um pouco as saudades, que me atormentam, motivadas pela separação de meus caros filhos e da Pátria, que adoro".
Enquanto isto pelo Rio de Janeiro segundo o historiador Pedro Calmon, circulavam estes versos, "em clima tão ao sabor da Independência":
"Passa fora pé de chumbo
Vai-te do nosso Brasil
Que o Brasil é brasileiro
Depois do 7 de Abril".
A oposição contra a política autoritária de D. Pedro I não cessara desde a Confederação do Equador. Os críticos questionavam, por exemplo, a opressão representada pelo Poder Moderador - instituído pela Constituição outorgada de 1824 - e o predomínio do Partido Português junto ao imperador, situação que contrariava muitos interesses.
Somavam-se ainda problemas econômicos e financeiros. Alguns remontavam aos primeiros momentos do recém-criado Estado, como o reconhecimento no exterior da emancipação política e a instalação do aparelho estatal necessário em todo o território. A guerra contra as Províncias Unidas do rio da Prata também aguçara a crise com gastos militares significativos, sustentados por novos empréstimos externos.
Neste período de dificuldades, segundo o economista Celso Furtado, (...) "num país sem técnica própria", internamente a situação da agricultura era pouco promissora. Embora ao longo dos anos 20 do século XIX a empresa cafeeira "em gestação", no dizer de Celso Furtado, tenha aumentado suas exportações, o mesmo não aconteceu com produtos tradicionais como o açúcar, o algodão e também com o fumo, os couros, o arroz e o cacau.
A baixa de preços no mercado internacional - que nos anos trinta e quarenta alcançaria o próprio café - ocorria devido às possibilidades de abastecimento, dos mercados externos, em outras regiões produtoras. A Comissão de Fazenda, em parecer, alertava, preocupada, para o fato de a agricultura estar (...) "ameaçada de repentina privação de forças". Em um país de economia primário-exportadora a terra deveria ser fator de produção abundante.
Neste contexto, a principal fonte de arrecadação seriam as tarifas alfandegárias sobre produtos importados. Entretanto, a Inglaterra impôs, em agosto de 1827, um acordo comercial que limitava a cobrança destas tarifas ao máximo de 15%, conforme o valor do produto. Isto era muito pouco ante as grandes despesas que o Governo imperial enfrentava.
Para contornar a crise econômico-financeira buscou-se obter empréstimos externos, o que desagradou Martim Francisco de Andrada que entendia ser esta atitude (...) "um abismo, em que mais cedo ou tarde deviam ser precipitadas todas as nações; que os governos nunca adotariam, senão para oprimir mais facilmente os povos".
Fonte: www.multirio.rj.gov.br
D. Pedro I (1798-1834)
D. Pedro IImperador do Brasil e Rei de Portugal, nasceu em Lisboa no dia 12 de Outubro de 1798, e faleceu no dia 24 de setembro de 1834. Herdeiro da coroa portuguesa em 1801, era filho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina. Possuidor de notável inteligência e acentuados pendores artísticos, foi-lhe ministrada, entretanto, uma educação média. Veio para o Brasil quando contava apenas com 9 anos de idade. Em 1807 sucedeu a invasão de Portugal pelos franceses e a família real veio para o Rio de Janeiro. Pedro era uma menino rebelde e fugia do castelo para brincar com os garotos pobres do porto. Aos 17 anos, parecia tudo menos um príncipe. Independente, chegava em casa ao amanhecer, gostava da boemia e vivia se metendo em brigas. Educado por preceptores religiosos (seus primeiros mestres foram o Dr. José Monteiro da Rocha, ex-jesuíta, e frei Antônio de Nossa Senhora da Salete), dedicava-se mais à equitação e atividades físicas do que aos estudos.
Depois da mudança da família real para o Brasil (1807), frei Antônio de Arrábida tornou-se seu principal preceptor, porém o príncipe, continuou avesso aos estudos e preferia a vida solta no paço de São Cristóvão e na fazenda de Santa Cruz. Em março de 1816, com a elevação de seu pai a rei de Portugal, recebeu o título de príncipe real e herdeiro do trono em virtude da morte do irmão mais velho, Antônio. No mesmo ano casou-se com Carolina Josefa Leopoldina, arquiduquesa da Áustria.
Com fama de aventureiro e boêmio, teve 13 filhos reconhecidos e mais cinco naturais: sete com a primeira esposa, a arquiduquesa Leopoldina, da qual enviuvou (1826); uma filha com a segunda esposa, a duquesa alemã Amélia Augusta; cinco com a amante brasileira Domitila de Castro, a marquesa de Santos; e mais cinco com diferentes mulheres, inclusive com uma irmã de Domitila, Maria Benedita Bonfim, baronesa de Sorocaba (1), com uma uruguaia María del Carmen García (1), com duas francesas Noémi Thierry (1) e Clémence Saisset (1) e com uma monja portuguesa Ana Augusta (1). A família real retornou à Europa em 26 de abril de 1821, ficando D. Pedro como Príncipe Regente do Brasil.
A corte de Lisboa despachou então um decreto exigindo que o Príncipe retornasse a Portugal. Essa decisão provocou um grande desagrado popular e D. Pedro resolveu permanecer no Brasil. Desagradou às Cortes Portuguesas, que em vingança suspenderam o pagamento de seus rendimentos, mas resistiu, criando o famoso Dia do Fico (09/01/1822).
Com a popularidade cada vez mais em alta, quando ia de Santos para a capital paulista, recebeu uma correspondência de Portugal, comunicando que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado das cortes de Lisboa. Revoltado, ali mesmo,em 7 de setembro de 1822, junto ao riacho do Ipiranga, o herdeiro de D. João VI, resolveu romper definitivamente contra a autoridade paterna e declarou a independência do Império do Brasil, proferindo o grito de independência ou morte, rompendo os últimos vínculos entre Brasil e Portugal. De volta ao Rio de Janeiro, foi proclamado, sagrado e coroado imperador e defensor perpétuo do Brasil. Impulsivo e contraditório, logo abandonou as próprias idéias liberais, dissolveu da Assembléia Constituinte, demitiu José Bonifácio e criou o Conselho de Estado que elaborou a constituição (1824).
Em meio a dificuldades financeiras e várias e desgastantes rebeliões localizadas, instalou a Câmara e o Senado vitalício (1826), porém um fato provocou desconforto geral e o seu declínio político no Brasil. Com a morte de D. João VI, decidiu contrariar as restrições da constituição brasileira, que ele próprio aprovara, e assumir, como herdeiro do trono português, o poder em Lisboa como Pedro IV, 27º rei de Portugal. Foi a Portugal e, constitucionalmente não podendo ficar com as duas coroas, instalou no trono a filha primogênita, Maria da Glória, como Maria II, de sete anos, e nomeou regente seu irmão, Dom Miguel.
Porém sua indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu para minar a popularidade e, somando-se a isto o fracasso militar na guerra cisplatina (1825-1827), os constantes atritos com a assembléia, o seu relacionamento extraconjugal (1822-1829) com Domitila de Castro Canto e Melo, a quem fez viscondessa e depois marquesa de Santos, o constante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete, após quase nove anos como Imperador do Brasil, abdicou do trono em favor de seu filho Pedro (1830) então com cinco anos de idade.
Voltando a Portugal, com o título de duque de Bragança, assumiu a liderança da luta para restituir à filha Maria da Glória o trono português, que havia sido usurpado pelo irmão, Dom Miguel, travando uma guerra civil que durou mais de dois anos. Inicialmente criou uma força expedicionária nos Açores (1832), invadiu Portugal, derrotou o irmão usurpador e restaurou o absolutismo.
Porém voltara tuberculoso da campanha e morreu no palácio de Queluz, na mesma sala onde nascera, com apenas 36 anos de idade, e foi sepultado no panteão de São Vicente de Fora como simples general, e não como rei. No sesquicentenário da independência do Brasil (1972), seus restos mortais foram trazidos para a cripta do monumento do Ipiranga, em São Paulo. Sabe-se, ainda, que o Imperador teve formação musical bastante esmerada, tendo sido aluno de mestres como o Padre José Maurício Nunes Garcia, Marcos Portugal e Sigismund Neukomm. Tocava clarineta, fagote e violoncelo.
Dele se conhece uma Abertura, executada no Teatro Italiano de Paris (1832), um Credo, um Te Deum, o Hino da Carta, adotado posteriormente como Hino Nacional Português (até 1910), e o Hino da Independência do Brasil. Seu nome de batismo é Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon .
Fonte: www.juraemprosaeverso.com.br
S.M.I e F, o Senhor Dom Pedro I (de Bragança e Bourbon) (*1798 +1834)
Infante de Portugal
Príncipe da Beira (1801-1816)
Príncipe Titular do Brasil (1816-1822)
Principe Real do Reino Unido de Portugal Brasil e Algarves(1817-1822)
Príncipe Regente do Brasil (1821-1822)
Dom Pedro I Imperador do Brasil (1822 [1825]-abd.1831)
Dom Pedro IV Rei de Portugal (1826-abd.1826)
Há cento e cinquenta anos (24 de setembro de 1834) morreu no Palácio de Queluz, por coincidência, no quarto em cujas paredes se vêem as grotescas cenas do Quixote, de Cervantes - D. Pedro de Alcântara, primeiro do nome no Império do Brasil, quarto Pedro dos reis portugueses.
Contando-lhe a vida, faz meio século, num livro de juventude, considerei-o um herói precoce, que galgou a imortalidade cavalgando as grandes crises do século, por isso, justamente, "O Rei Cavaleiro". As crises foram da liberdade contra o absolutismo, na América e na Europa. Aqui, rompeu com a tradição, aceitando a aclamação nacional. Lá, desligou-se do passado, tomando a causa da Constituiçao. Vem dai o fato, único no mundo, de ser o estadista (à frente das multidões que, ufano chefe das revoluções permanentes, tem o seu monumento nas duas margens do Atlântico, no Rio de Janeiro a cavalo - na Praça Tiradentes e, em Lisboa, no Rossio, ereto sobre a coluna coríntia.
Ninguém o igualou no culto dos povos desentendidos em 1822, na língua comum. Aqui, promovendo a Independência, acolá, impondo a Lei; com a circunstância de pôr no trono os filhos, D. Pedro II no Brasil, D. Maria II em Portugal. Juntou à previsão o entusiasmo. Selou com a vitória o destino. Soube comandar de espada na mão a independência dos brasileiros e a transformação dos patrícios, soldado impetuoso, quer na colina do Ipiranga, quer no cerco do Porto, em ambas as conjunturas ungido pela sorte, que é a ordenança do valor. De um lado (eis o seu legado!) consolidou a unidade brasileira, de um outro, impeliu Portugal para diante, rasgando na antiga colônia e na metrópole decadente, os diplomas de antanho, em nome das luzes da Civilização.
Fundando o Império, guiado peia sabedoria de José Bonifácio de Andrada e Silva, traçou entre a era morta e os novos tempos, a ponte da concórdia em vez de abrir como alhures os abismos da divisão é da guerra. Sem a solução monárquica de 1822, proclamado D. Pedro I Imperador, retalhar-se-ia o Pais em Estados soberanos, num desafio à posteridade, que dificilmente o reuniria, se pudesse fazê-lo um dia, na imagem integra da Pátria. Do mesmo modo, abdicando em 1831 a coroa americana, arrasou no Reino os arsenais da Idade Média, implantando, semelhantes às liberdades que outorgara ao Brasil (Carta de 1 824), as liberdades que vigoraram em Portugal (Carta de 1826).
Não importam os erros políticos que acabaram encurtando o seu governo, tão popular no começo - em que aderiu à Nação adotiva - e tão hostilizado no fim quando parecia ter renegado a democracia que anunciara. Sobre os desacertos e os infortúnios, agiganta-se o gênio de condutor das massas,o fulgor da estrela cívica, que lhe iluminou a jornada, em ambos os continentes.
Fundando o Império, guiado peia sabedoria de José Bonifácio de Andrada e Silva, traçou entre a era morta e os novos tempos, a ponte da concórdia em vez de abrir como alhures os abismos da divisão é da guerra. Sem a solução monárquica de 1822, proclamado D. Pedro I Imperador, retalhar-se-ia o Pais em Estados soberanos, num desafio à posteridade, que dificilmente o reuniria, se pudesse fazê-lo um dia, na imagem integra da Pátria. Do mesmo modo, abdicando em 1831 a coroa americana, arrasou no Reino os arsenais da Idade Média, implantando, semelhantes às liberdades que outorgara ao Brasil (Carta de 1 824), as liberdades que vigoraram em Portugal (Carta de 1826).
O Grito da Independência
Não importam os erros políticos que acabaram encurtando o seu governo, tão popular no começo - em que aderiu à Nação adotiva - e tão hostilizado no fim quando parecia ter renegado a democracia que anunciara. Sobre os desacertos e os infortúnios, agiganta-se o gênio de condutor das massas,o fulgor da estrela cívica, que lhe iluminou a jornada, em ambos os continentes.
Por mais que o discutissem após sua morte, as suas qualidades sobrepujaram os seus defeitos. Foi formidavelmente providencial, quase adolescente (nascera em 1798) e ainda moço (faleceu aos 36 anos) aquém e alem-mar. É o Bolivar dos brasileiros é o Condestável dos portugueses. São comparações razoáveis, nas perspectivas da Historia, em que o ideal ismo e a bravura se al iam à oportunidade - de gera r o tempo o indivíduo que deu corpo e alma à coletividade.
Os monumentos que à beira do Oceano, no Brasil e na Europa, celebrizam o "Rei Cavaleiro", equivalem a mensagens imperecíveis recordando-lhe as lutas, as opções, o poder e a glória.
E continua lembrado e o reverenciamos em todos os 7 de setembro como se continuasse vivo, a cavalo, no punho triunfante a Suprema Lei, irradiando a majestade do patrono da Independência.
PEDRO CALMON Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Fonte: www.monarquia.org.br
Dom Pedro I
Imperador do Brasil
12/10/1798, Lisboa - 24/09/1834, Lisboa
Principal responsável pela Independência do Brasil, D. Pedro foi o primeiro imperador do país e 27° rei de Portugal, com o título de Pedro 4°. Filho do então monarca D. João 6°, que na época governava Portugal, Brasil e Algarves, e da rainha Carlota Joaquina de Bourbon, Pedro viveu em Portugal até os 9 anos, quando teve que vir juntamente com a família real para o Brasil por ocasião da invasão dos franceses a Portugal, em 1807.
Educado por religiosos, gostava de praticar esportes, como a equitação, e tinha especial prazer pela música, sendo o compositor do Hino Nacional de Portugal até 1920 e do Hino à Independência do Brasil. Dois anos depois de tornar-se herdeiro da Coroa, com a ascensão de D. João a rei de Portugal, D. Pedro 1° casou-se, em 1818, com Maria Leopoldina Josefa Carolina de Habsburgo, arquiduquesa da Áustria.
Independência do Brasil
Com o retorno de seu pai para assumir o trono de Portugal, após a Revolução do Porto, Pedro foi nomeado Príncipe Regente do Brasil em 22 de abril de 1821. Pouco tempo depois, ao perceber que já começava no Brasil uma insatisfação contra o regime colonial, a corte portuguesa despachou um decreto ordenando que ele retornasse para a sua terra natal. O pedido provocou uma enorme comoção nacional e D. Pedro resolveu permanecer no Brasil, criando o famoso "Dia do Fico", ocorrido no dia 9 de janeiro de 1822. "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico", disse o então príncipe.
A decisão enfureceu a corte portuguesa que, pouco tempo depois, enviou uma carta com uma série de retaliações caso este fato se consumasse. Assim que recebeu a mensagem, durante uma viagem entre Santos e a capital paulista, D. Pedro 1º, às margens do Riacho do Ipiranga, proferiu o famoso grito de "Independência ou Morte!", proclamando a Independência Política do Brasil, em 7 de setembro de 1822, rompendo definitivamente as relações do Brasil com Portugal. Quando retornou ao Rio de Janeiro, foi consagrado imperador e defensor perpétuo do Brasil.
Apesar de possuir idéias liberais, seus primeiros atos como imperador foram contraditórios: demitiu um dos maiores articuladores da proclamação da independência, José Bonifácio de Andrade e Silva, e dissolveu a Assembléia Constituinte. A nova Constituição foi elaborada em 1824 por um Conselho de Estado indicado pelo novo imperador.
Abdicação do trono
Após a morte de D. João 6°, D. Pedro 1°, contrariando a Constituição que aprovara, foi para Lisboa assumir o trono de seu pai, tornando-se D. Pedro 4°, o 27° rei de Portugal. Como não podia acumular as duas coroas, em 29 de abril de 1826, abdicou do trono de Portugal em favor de sua filha, Maria da Glória, e escolheu a Infanta Isabel Maria para regente do cargo. Casou-se novamente três anos depois com Amélia Augusta Eugênia Napoleão de Leuchtemberg.
A sua popularidade entre os brasileiros começou a cair quando D. Pedro 1° demonstrou indecisão entre escolher o Brasil e Portugal para governar. Além disso, os constantes atritos com as forças políticas do Brasil fizeram com que o imperador abdicasse do trono em 7 de abril de 1831 em nome do filho, Pedro de Alcântara, que se tornou D. Pedro 2°.
Retorno para Potugal
Após a renúncia, D Pedro 1° retornou para Portugal, onde lutou para restituir sua filha ao trono, que havia sido tomado pelo irmão Miguel. Com a reconquista do trono e a decretação da maioridade de sua filha, coroada como Maria 2ª, D. Pedro 1° contraiu uma tuberculose e morreu no palácio de Queluz, com 36 anos. Apesar de comandar duas nações, seu corpo foi enterrado apenas com as honras de um general, no pavilhão de São Vicente de Fora. Somente em 1972, durante as comemorações dos 150 anos da Independência do Brasil, os seus restos mortais foram transladados para o Monumento do Ipiranga, em São Paulo.
O primeiro imperador do Brasil teve vários filhos. De seu primeiro casamento nasceram Maria da Glória, Miguel, João Carlos, Januária, Paula, Francisca e Pedro de Alcântara. Do segundo casamento teve a princesa Maria Amélia.
Já do seu relacionamento extraconjugal com Domitila de Castro Canto e Melo, a quem ele deu o título de Marquesa de Santos, nasceram cinco filhos: um menino natimorto, Isabel Maria de Alcântara Brasileira, Pedro de Alcântara Brasileiro, morto antes de completar um ano, Maria Isabel de Alcântara Brasileira, que morreu com nove meses e Maria Isabel 2ª de Alcântara Brasileira.
Seu nome completo era Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.
Fonte: www.netsaber.com.br
Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon (Queluz, 12 de outubro de 1798 — Queluz, 24 de setembro de 1834) foi o primeiro Imperador do Brasil, como D. Pedro I, de 12 de outubro de 1822 a 7 de abril de 1831, e ainda 29.º Rei de Portugal (título herdado de seu pai, D. João VI), durante um período de sete dias (entre 26 de abril e 2 de maio de 1826), como D. Pedro IV.
Em Portugal, é conhecido como O Rei-Soldado, uma vez que andou combatendo o irmão D. Miguel na Guerra Civil de 1832-34 ou O Rei-Imperador. É também conhecido, de ambos os lados do Atlântico, como O Libertador — Libertador do Brasil do domínio português; Libertador de Portugal do governo absolutista.
Pedro abdicou de ambas as suas coroas: da de Portugal para a filha Maria da Glória e da do Brasil para o filho Pedro II. Pedro era o 4° filho (2° do sexo masculino) do rei João VI de Portugal e de sua mulher, Carlota Joaquina de Bourbon, princesa de Espanha primogênita do rei espanhol Carlos IV. Tornou-se herdeiro depois da morte do seu irmão mais velho, Francisco (1795-1801).
D. Pedro I
Em Portugal
D. Pedro I nasceu em 12 de outubro de 1798 na sala D. Quixote do palácio de Queluz, próximo a Lisboa. Era filho do futuro Rei de Portugal, D. João VI, então Príncipe Regente, e da infanta Carlota Joaquina, filha de Carlos IV da Espanha. Seus primeiros mestres foram o Dr. José Monteiro da Rocha, ex-jesuíta, e frei Antônio de Nossa Senhora da Salete.
No Brasil
Embarque para o Brasil do Príncipe Regente de Portugal, D. João VI, e de toda a família real, no Porto de Belém, em 27 de novembro de 1807. Gravura feita por Francisco Bartolozzi (1725 - 1815) a partir de óleo de Nicolas Delariva
Fugindo das tropas de Napoleão, na sequência da primeira invasão francesa, Dom Pedro embarcou com a restante família real para o Brasil em 1807, chegando em Março ao Rio de Janeiro, cidade que se tornaria a verdadeira capital do império. É no Brasil que D. Pedro passa uma parte da sua infância e juventude. É reconhecida, mesmo pelos seus contemporâneos, a superficialidade da sua instrução, à qual acrescia um espírito impetuoso e enérgico; em última análise, estes são alguns dos fatores que explicam a sua posição na independência do Brasil.
Casamentos
Em 1818, quando tinha 19 anos, casa-se com a Arquiduquesa Dona Leopoldina, filha do Imperador Francisco I da Áustria, e de sua segunda esposa, Maria Teresa de Bourbon, Princesa das Duas Sicílias, de um ramo dos Bourbons franceses.
A cerimônia foi realizada na Igreja de Santa Ifigênia, na Rua da Alfândega, tendo o cortejo nupcial desfilado pelo que é hoje a Rua Primeiro de Março. Nela, dizem os historiadores que se dançou pelas ruas o Catupé, variedade de Congo, antigamente ligado a festejos religiosos e, depois, ao Carnaval. Do enlace nasceram, entre outros filhos, D. Maria da Glória (1819), Rainha de Portugal como Dona Maria II, e D. Pedro de Alcântara (1825), sucessor do pai como Imperador do Brasil com o título de D. Pedro II.
Viúvo desde 11 de dezembro de 1826, em agosto de 1829 contrai segundas núpcias por procuração com Amélia de Beauharnais, Princesa da Baviera, Duquesa de Leuchtenberg, neta da Imperatriz Josefina da França, esposa repudiada de Napoleão Bonaparte.
A Revolução no Porto e o retorno da família real
Em março de 1816, com a morte de Dona Maria I, a Louca e a elevação de seu pai a Rei de Portugal, recebeu o título de Príncipe Real e Herdeiro do Trono (o irmão mais velho, Antônio Príncipe da Beira, falecera em 1801). Irrompe então a revolução constitucionalista de 1820, exigindo a restituição do Pacto Colonial e o retorno da Família Real ao reino. D. João VI a ignora, mas devido à pressão popular do clero, da nobreza e da burguesia portuguesa, em 1821 decide retornar à metrópole depois de cerca de treze anos no Rio de Janeiro. Em Portugal, as Cortes Constituintes já iniciavam a elaboração da Constituição do reino. Mas esta decisão régia foi mal recebida no Brasil.
Ao voltar à Portugal, D. João VI deixa seu filho D. Pedro I como Príncipe Regente do Brasil. Os direitos concedidos ao Brasil, entretanto, foram sendo rescindidos pelas cortes. D. Pedro I então alinha-se ao descontentamento brasileiro provocado pelas medidas portuguesas.
Segundas núpcias do Imperador, com dona Amélia de Leuchtenberg (de Jean-Baptiste Debret)
O Dia do Fico
Preocupada com a evolução do Brasil, a elite política portuguesa pressionava as cortes que redigiam a Constituição Portuguesa a rebaixar novamente à categoria de colônia o Brasil (que tinha sido elevado à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves). Pressionado por essas cortes, D. João VI assinou um documento que tornava inefetivo o título de príncipe regente no Brasil concedido a D. Pedro I. Uma ordem judicial exigiu a volta imediata do príncipe a Portugal.
Foi enviada uma frota ao Rio de Janeiro, destinada a repatriá-lo. Após ter recebido um abaixo-assinado com centenas de assinaturas (conhecido como Petição do Fico), que pedia que ele permanecesse no Brasil, o regente recusou-se a embarcar para a Europa e, em 9 de janeiro de 1822, pronunciou, em um episódio que ficou conhecido como Dia do Fico, a frase histórica: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto, diga ao povo que fico!", declarando também que nenhuma ordem das cortes portuguesas seria cumprida no Brasil sem a sua autorização.
Proclamação da Independência
Em abril a popularidade do príncipe foi comprovada durante uma viagem a Minas Gerais. De lá seguiu para São Paulo, a fim de pacificar rebeliões na província. Em 7 de setembro, quando ia de Santos para a capital paulista, recebeu notícias de Portugal por cartas da esposa e de seu ministro José Bonifácio. Assim tomou conhecimento de que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado das cortes de Lisboa. Ali mesmo, junto ao riacho do Ipiranga (São Paulo), o herdeiro de D. João VI, ao receber a última ordem do pai para regressar em vergonha ao país, proferiu o famoso grito do Ipiranga: "Independência ou Morte!".
D. Pedro I contou, naturalmente, com o apoio do "povo" e, de volta ao Rio de Janeiro, em 12 de outubro, foi proclamado imperador e "defensor perpétuo do Brasil". Em 1 de dezembro foi sagrado e coroado. Em 1821 há a convocação da Assembléia Nacional Consituinte, feita pelo Partido Brasileiro. Em 1823 é apresentado um anteprojeto constitucional, apelidado de "Constituição da Mandioca", com caráter elitista e liberal, submetendo o poder do Imperador ao controle Legislativo, através da Tripartição de poderes (Teoria de Montesquieu) - em especial, os deputados cogitam incluir um artigo que permitirá, à morte do príncipe reinante, que o Parlamento reveja os seus atos. D. Pedro não a aceita e dissolve a Assembléia acusando os brasileiros de infiéis.
Em 24 de fevereiro de 1824 ele promulga e outorga (impõe) uma Constituição redigida por ele mesmo com auxílio de um Conselho de Estado. Apesar da forma autoritária, o Brasil torna-se uma monarquia constitucional. A Constituição de 1824 possuia 4 poderes: Legislativo, Executivo, Judiciário e o Moderador (exclusivo do Imperador), concebido pelo pensador e político francês de origem suíça Benjamin Constant. A divisão do Brasil era em Províncias, o poder era centralizado, a religião oficial era a católica apostólica e romana, garantindo o direito livre de culto, e a escravidão era preservada. Tem início o Primeiro Reinado, que se estendeu da independência até a abdicação de D. Pedro I, em 1831.
A Independência do Brasil foi contestada em território brasileiro por tropas do Exército Português, especialmente nas regiões onde, por razoes estratégicas, elas se concentravam, a saber, nas então Províncias Cisplatina, da Bahia, do Piauí, do Maranhão e do Grão-Pará (Guerra da Independência do Brasil). A Independência foi oficialmente reconhecida por Portugal e pelo Reino Unido somente em 1825.
Pedro I sendo aclamado pela população após a proclamação da independência - Óleo sobre tela de François-René Moreau. (Museu Imperial, Petrópolis)
Atuação política
No entanto, a imagem de D. Pedro I, em poucos anos passa de "Defensor Perpétuo" do Brasil para a de traidor da Nação. O seu primeiro ato político importante foi a convocação, em 1822, da Assembléia Constituinte. Entretanto, as divergências entre os deputados brasileiros e o soberano, que exigia um poder pessoal superior ao do Legislativo e do Judiciário, levaram à sua dissolução em 13 de outubro de 1823. D. Pedro I demitiu o Ministério Andrada e deportou para a Europa em Portugal os seis deputados que se mostraram mais exaltados, inclusive o próprio José Bonifácio de Andrada e Silva e seus irmãos (novembro de 1823). Foi criado então um Conselho de Estado que, com o Imperador à frente, elaborou a Constituição, outorgada em 25 de março de 1824.
A razão da discórdia com os deputados constituintes girava em torno da limitação aos poderes do imperador, o qual, segundo os deputados, deveria ser restringido pela Câmara. D. Pedro I, por sua vez, não abria mão do direito de poder dissolver a Câmara quando lhe aprouvesse, colocando sua autoridade acima de tudo. O resultado foi a dissolução da Assembléia Constituinte e a instauração do Poder Moderador através da nova Carta, o que fortalecia ainda mais o monarca. Contra a Constituição do Império se rebelaram algumas províncias do nordeste, lideradas por Pernambuco. A revolta conhecida como Confederação do Equador foi severamente reprimida pelas autoridades da época.
Em 1826 foram instalados a Câmara e o Senado, este de caráter vitalício. O equilíbrio político, no entanto, permanecia instável, face a dificuldades financeiras e divergências entre nativistas e "marinheiros" ou "marotos" (portugueses residentes no Brasil).
De Portugal, D. João VI tentou sem sucesso reaver o Brasil. A única solução encontrada para reunir Portugal e Brasil foi a de nomear D. Pedro I seu sucessor em Portugal, apesar de este ter sido deserdado em consequência dos acontecimentos de 1822. Em maio de 1826, após a morte de D. João VI, Dona Isabel Maria de Bragança assume a regência do reino e designa D. Pedro I Rei de Portugal sob o título de Pedro IV de Tremembé, 28º Rei de Portugal.
O jovem Imperador decide contrariar as restrições da constituição imperial brasileira, que ele próprio aprovara, e assumir o poder em Lisboa. D. Pedro I começa por idealizar a junção das duas Coroas, mas depressa muda de idéias, outorgando aos portugueses a Carta Constitucional (1826) e abdicando, no mês seguinte, em favor de sua filha primogênita, Dona Maria da Glória, de sete anos, mediante duas condições: o casamento da Rainha com o seu tio D. Miguel, entretanto nomeado regente, e o juramento da Carta Constitucional escrita em Taubaté.
Após a doação da Carta portuguesa, a situação torna-se complicada nos dois reinos. Em Portugal, D. Miguel torna-se senhor de um trono absolutista (1827), faltando ao compromisso assumido com seu irmão, e, no Brasil, D. Pedro I tornou-se cada vez mais impopular por seu absolutismo — ironicamente, visto sua posição nos acontecimentos a seguir em Portugal.
Cerimônia de coroação como imperador do Brasil - detalhe do Óleo sobre tela de Jean-Baptiste Debret
Declínio no Brasil
A indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu para minar a popularidade e o prestígio de D. Pedro I. Os problemas do Imperador agravaram-se a partir de 1825, quando, no plano interno, fracassavam as forças brasileiras na Campanha Cisplatina (1825 - 1827). O Imperador chegou a ir ao Rio Grande do Sul, a fim de participar pessoalmente da campanha, no final de 1826. A notícia da morte da Imperatriz Leopoldina obrigou-o a mudar os planos e retornar ao Rio de Janeiro.
Além do malogro militar, da perda da província da Cisplatina (em 1828), e dos constantes atritos com a Assembléia, a vida privada do Imperador também contribuía para o desgaste de sua imagem. Era notório seu relacionamento com Domitila de Castro Canto e Melo, a quem fez viscondessa e depois marquesa de Santos. O romance teve início em 1822 e durou até o segundo casamento de D. Pedro I, em 1829, com Amélia de Beauharnais, duquesa de Leuchtenberg. O marquês de Barbacena, encarregado de encontrar uma noiva para o Imperador que atendesse às exigências de nobreza, formosura, virtude e educação, enfrentara humilhantes recusas por parte de várias casas reais européias que viam com horror o relacionamento do Imperador com a Marquesa de Santos,e o sofrimento que este causara na Imperatriz Leopoldina.
Tudo isso, ao lado das dificuldades financeiras, provocaram o protesto das elites brasileiras. Apesar da renúncia, sua relação com os assuntos internos de Portugal o tornaram cada vez mais impopular no Brasil. O constante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete, em 1830, fez o Imperador sofrer oposição liberal e reação popular, levando-o a abdicar em favor do filho D. Pedro II (com apenas seis anos) em 7 de abril de 1831.
D. Pedro I e a coroa imperial do Brasil
Triunfo em Portugal
D. Pedro I retorna à Europa e assume a liderança da luta para restaurar os direitos da filha, usurpados por D. Miguel. Em Portugal se viviam as Guerras Liberais entre os miguelistas, partidários do absolutismo defendido por Miguel, que usurpara a Coroa de D. Maria II, Rainha em título, e os liberais, defensores do constitucionalismo. Após conseguir os apoios financeiros necessários e organizar os liberais imigrados, chega aos Açores em 1832, onde assume a regência na qualidade de Duque de Bragança, nomeia um Ministério composto por Mouzinho da Silveira, Marquês de Palmela e Agostinho José Freire (do qual se destaca o primeiro pela legislação que vai promulgando, que viria a alterar a estrutura jurídica e social do país), e prepara força expedicionária para invadir Portugal e colocar a sua filha no trono.
Em junho a expedição militar parte para o norte do país, vindo a desembarcar no Pampelido em 8 de julho e seguindo depois para o Porto. As tropas chegam à cidade no dia seguinte e, ao contrário do que tinham inicialmente previsto, sofrem um longo e penoso cerco, dando-se início a uma guerra civil. Em 24 de julho de 1834, depois da batalha de Lisboa, ganha pelo marechal-duque da Terceira, os liberais derrotam os miguelistas.
As cortes de agosto de 1834 confirmam a regência de D. Pedro I, que repõe a filha no trono português. Apesar de ter reconquistado o trono português para sua filha, D. Pedro I voltou tuberculoso da campanha e morreu em 24 de setembro de 1834, pouco depois da Convenção de Évora Monte (que selara a vitória da causa liberal, de que se fizera paladino), no palácio de Queluz, na mesma sala onde nascera 36 anos antes.
Foi sepultado no Panteão dos Braganças, na Igreja de São Vicente de Fora, como simples general, e não como rei. O seu coração foi doado, por decisão testamentária, à Igreja da Lapa, no Porto, onde se encontra conservado, como relíquia, num mausoléu na capela-mor da igreja, ao lado do Evangelho. Em 1972, no sesquicentenário da Independência, seus despojos foram trasladados do panteão de São Vicente de Fora para a cripta do monumento do Ipiranga, em São Paulo, no Brasil, ao lado da primeira esposa, a Imperatriz Leopoldina e da segunda esposa, Imperatriz Amélia.
Linha cronológica
1798 - D. Pedro I nasce, no dia 12 de outubro, no Palácio Real de Queluz
1801 - D. Antônio, primogênito de D. João VI, morre
1807 - D. Pedro I parte para o Brasil com a Corte Portuguesa
1808 - Chegada da Família Real Portuguesa ao Rio de Janeiro, no dia 7 de março
1816 - D. João VI é elevado a Rei de Portugal e D. Pedro I recebe o título de Príncipe Real e herdeiro do trono português
1818 - D. Pedro I se casa com a arquiduquesa D. Leopoldina, filha do Imperador Francisco I da Áustria, e de sua segunda esposa, Maria Teresa de Bourbon, princesa do Reino das Duas Sicílias
1820 - Inicia a Revolução Liberal do Porto
1821 - A Família Real Portuguesa, pressionada pelos revoltosos, regressa a Portugal
1822 - Dia do Fico, em 9 de janeiro
1822 - Independência do Brasil, no dia 7 de setembro, às margens do Rio Ipiranga
1822 - Regresso de D. Pedro I ao Rio de Janeiro, no dia 12 de outubro
1822 - Coroação de D. Pedro I como Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil
1823 - A Assembléia Constituinte é dissolvida por D. Pedro I
1824 - Uma Constituição é outorgada por D. Pedro I no dia 25 de março
1826 - Morre a Imperatriz Leopoldina, no dia 11 de dezembro
1826 - Morre D. João VI, e D. Pedro I assume o título de Dom Pedro IV de Portugal, contrariando a Constituição
1826 - D. Pedro I decide abdicar o trono português em favor de sua filha, D. Maria da Glória, de sete anos, mediante duas condições: o casamento da rainha com o seu tio D. Miguel I, entretanto nomeado regente, e o juramento da Carta Constitucional
1827 - D. Miguel I contraria seu irmão, D. Pedro I, e instalada uma monarquia absolutista em Portugal
1827 - D. Pedro I passa a ser visto como impopular e traidor da nação, pelas suas ações autoritaristas
1827 - Os brasileiros não obtém sucesso na Campanha Cisplatina, perdendo então seu território ao sul
1829 - D. Pedro I contrai segundas núpcias, por procuração, com Amélia de Beauharnais, princesa da Baviera, duquesa de Leuchtenberg, neta da Imperatriz Josefina da França, esposa repudiada de Napoleão Bonaparte
1830 - O gabinete é dissolvido
1831 - Ocorre a abdicação em favor do filho D. Pedro II (com apenas seis anos) em 7 de abril de 1831
1831 - D. Pedro I regressa a Portugal e assume a liderança da luta para restaurar os direitos da filha, usurpados por D. Miguel I. Em Portugal se viviam as Guerras Liberais entre os miguelistas,partidários do absolutismo defendido por D. Miguel I, e os liberais, defensores do constitucionalismo
1832 - D. Pedro I chega aos Açores, onde assume a regência na qualidade de duque de Bragança, nomeia um ministério composto por Mouzinho da Silveira, Marquês de Palmela e Agostinho José Freire
1834 - Em 24 de julho, depois da batalha de Lisboa, os liberais derrotam os miguelistas
1834 - As cortes confirmam a regência de D. Pedro I no mês de agosto
1834 - Ao voltar para Lisboa, D. Pedro I é atacado pela tuberculose. No dia 24 de setembro, D. Pedro I morre no Palácio de Queluz.
Descendência
D. Pedro teve ao todo 18 filhos. De sua esposa em primeiras núpcias, a Imperatriz Leopoldina, Arquiduquesa da Áustria, nasceram:
D. Maria II, rainha de Portugal (1819-1853), casada por procuração com seu tio, D. Miguel I, rei de Portugal, em primeiras núpcias com Augusto de Beauharnais, duque de Leuchtenberg, e em segundas núpcias com o príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, rei consorte de Portugal
Infante D. Miguel de Bragança (1820), príncipe da Beira
Infante D. João Carlos de Bragança (1821-1822), príncipe da Beira
D. Januária Maria (1822-1901), princesa imperial do Brasil, casada com o príncipe Luís de Bourbon e Duas Sicílias, conde de Áquila
D. Paula Mariana (1823-1833)
D. Francisca (1824-1898), princesa do Brasil, casada com o Francisco Fernando d'Orléans, príncipe de Joinville
D. Pedro II (1825-1891), imperador do Brasil, casado com D. Teresa Cristina de Bourbon e Duas Sicílias, princesa de Duas Sicílias.
D. Pedro II do Brasil quando bebê.De sua esposa em segundas núpcias, Dona Amélia de Leuchtenberg, imperatriz do Brasil (1829 - 1831), duquesa de Leuchtenberg e de Bragança:
D. Maria Amélia de Bragança (1831-1853), princesa do Brasil.
De sua amante, Domitília de Castro e Canto Melo, marquesa de Santos:
rapaz (1823), menino natimorto
D. Isabel Maria de Alcântara Brasileira (1824-1898), duquesa de Goiás, casada com Ernesto José João Fischler von Treuberg, conde de Treuberg
D. Pedro de Alcântara Brasileiro (1825–1826)
D. Maria Isabel de Alcântara Brasileira (1827–1828), duquesa do Ceará
D. Maria Isabel II Alcântara Brasileira (1830–1896), que se casou com Pedro Caldeira Brant, conde de Iguaçu.
Com a francesa Noémi Thierry teve:
D. Pedro, falecido antes de completar um ano
Menina, falecida antes de completar um ano.
Com Maria Benedita de Castro Canto e Melo, baronesa de Sorocaba e irmã da marquesa de Santos, teve:
D. Rodrigo Delfim Pereira.
Com a uruguaia María del Carmen García teve uma criança natimorta.
De sua amante francesa Clémence Saisset teve:
D. Pedro de Alcântara Brasileiro[1]
Com a monja portuguesa Ana Augusta teve outro menino de nome D. Pedro.
Apesar das possíveis aparências, muitos biógrafos consideram D. Pedro um pai zeloso pelo menos com a maior parte de sua prole, fosse ela legítima ou não. Procurou, na medida do possível, cuidar pessoalmente da educação de todos, chegando inclusive a se indispor com D. Leopoldina quando exigiu que a duquesa de Goiás fosse educada juntamente com as Princesas Imperiais. Ainda sobre a duquesa, já exilado em Paris, fez com que viesse a viver juntamente com D. Maria da Glória e Amélia de Leuchtenberg - que finalmente a aceitara após uma primeira rejeição, ainda no Brasil.
De acordo com Isabel Lustosa, D. Pedro costumava brincar com os filhos e lhes ministrar pessoalmente remédios e outros cuidados médicos. Otávio Tarqüinio relata como o ex-imperador ficara consternado com a morte de cada um de seus filhos. O corpo da menina que tivera com Noémi Thierry foi, a seu mando, embalsamado e trasladado para a Quinta da Boa Vista, onde ali permaneceria velado pelo regente até sua partida do Brasil. Maior tristeza lhe abateu quando da morte do Príncipe da Beira, D. João Carlos de Bragança, a quem, em seu leito de morte, deu-lhe o "último beijo" e a "derradeira benção paterna". Mesmo no exílio, manteve constante comunicação com D. Pedro de Alcântara, futuro Pedro II do Brasil, por cartas enviadas mesmo durante as Guerras Liberais.
Linha cronológica
1798 - D. Pedro I nasce, no dia 12 de outubro, no Palácio Real de Queluz
1801 - D. Antônio, primogênito de D. João VI, morre
1807 - D. Pedro I parte para o Brasil com a Corte Portuguesa
1808 - Chegada da Família Real Portuguesa ao Rio de Janeiro, no dia 7 de março
1816 - D. João VI é elevado a Rei de Portugal e D. Pedro I recebe o título de Príncipe Real de Portugal e herdeiro do trono português
1818 - D. Pedro I se casa com a arquiduquesa D. Leopoldina, filha do Imperador Francisco I da Áustria, e de sua segunda esposa, Maria Teresa da Sicília, princesa do Reino das Duas Sicílias
1821 - A Família Real Portuguesa, pressionada pelos revoltosos, regressa a Portugal
Quadro Independência ou Morte mais conhecido com "O Grito do Ipiranga" de Pedro Américo (óleo sobre tela - 1888).1822 - Dia do Fico, em 9 de janeiro
1822 - Independência do Brasil, no dia 7 de setembro, às margens do Rio Ipiranga
1822 - Regresso de D. Pedro I ao Rio de Janeiro, no dia 12 de outubro
1822 - Coroação de D. Pedro I como Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil
1823 - A Assembléia Constituinte é dissolvida por D. Pedro I
1824 - Uma Constituição é outorgada por D. Pedro I no dia 25 de março
1826 - Morre a Imperatriz Leopoldina, no dia 11 de dezembro
1826 - Morre D. João VI, e D. Pedro I assume o título de Dom Pedro IV de Portugal, contrariando a Constituição
1826 - D. Pedro I decide abdicar o trono português em favor de sua filha, D. Maria da Glória, de sete anos, mediante duas condições: o casamento da rainha com o seu tio D. Miguel I, entretanto nomeado regente, e o juramento da Carta Constitucional
1827 - D. Miguel I contraria seu irmão, D. Pedro I, e instalada uma monarquia absolutista em Portugal
1827 - D. Pedro I passa a ser visto como impopular e traidor da nação, pelas suas ações autoritaristas
1827 - Os brasileiros não obtém sucesso na Campanha Cisplatina, perdendo seu território ao sul
1829 - D. Pedro I contrai segundas núpcias, por procuração, com Amélia de Beauharnais, princesa da Baviera, duquesa de Leuchtenberg, neta da Imperatriz Josefina da França, esposa repudiada de Napoleão Bonaparte
1830 - O gabinete é dissolvido
1831 - Ocorre a abdicação em favor do filho D. Pedro II (com apenas seis anos) em 7 de abril de 1831
1831 - D. Pedro I regressa a Portugal e assume a liderança da luta para restaurar os direitos da filha, usurpados por D. Miguel I. Em Portugal se viviam as Guerras Liberais entre os miguelistas, partidários do absolutismo defendido por D. Miguel I, e os liberais, defensores do constitucionalismo
Estandarte imperial de D. Pedro IV.1832 - D. Pedro I chega aos Açores, onde assume a regência na qualidade de duque de Bragança, nomeia um ministério composto por Mouzinho da Silveira, Marquês de Palmela e Agostinho José Freire
1834 - Em 24 de julho, depois da batalha de Lisboa, os liberais derrotam os miguelistas
1834 - As cortes confirmam a regência de D. Pedro I no mês de agosto
1834 - Ao voltar para Lisboa, D. Pedro I é atacado pela tuberculose. No dia 24 de setembro, D. Pedro I morre no Palácio Real de Queluz
Representações na cultura
D. Pedro I já foi retratado como personagem no cinema e na televisão, interpretado por:
Achiles Lambertini no filme "O Grito do Ipiranga" (1917)
Tarcísio Meira e seu filho Tarcísio Filho no filme "Independência ou Morte" (1972)
Tarcísio Meira na novela "Saramandaia" (1976) (aparição especial)
Gracindo Júnior na minissérie "Marquesa de Santos" (1984)
Tarcísio Filho na novela "Dona Beija" (1986)
Marcos Palmeira no filme "Carlota Joaquina - Princesa do Brazil" (1995)
Pedro Palli na minissérie "Entre o Amor e a Espada" (2001)
Marcos Pasquim na minissérie "O Quinto dos Infernos" (2002).
Pedro contou, naturalmente, com o apoio dos brasileiros e foi proclamado imperador e defensor perpétuo do Brasil a 12 de outubro e coroado a 1 de dezembro. A 24 de fevereiro de 1824, o Brasil torna-se, sob a sua influência, uma monarquia constitucional. Tem início o primeiro reinado que se estendeu da independência até a abdicação de Dom Pedro I, em 1831.
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