domingo, 16 de junho de 2013

O desenvolvimento sustentável no âmbito histórico.



O desenvolvimento sustentável pode ser considerado o clímax no meio natural, isso porque a sua prática envolve um jogo de renúncias econômico e social que afetam a sociedade (por exemplo: no âmbito conforto) e o capitalismo. Por outro lado, o meio ambiente recebe tal prática com louvores, pois a sustentabilidade reflete a preocupação, respeito e acima de tudo a preservação da natureza que o homem está tendo com o meio. É indispensável retratar desenvolvimento sustentável com meio terrestre, pois o clímax de um traz uma mudança brusca no outro, refletindo diretamente na economia global. Ao longo da história da humanidade o ser humano usou (e usa até hoje) a terra como um meio de fonte de renda, explorando-a de infinitas maneiras e por ser um bem tão precioso, tornou-se um sinônimo de poder. Por esse motivo a sua exploração foi acelerada e ao mesmo tempo prejudicada, chegando a um ponto da inviabilidade entre o desenvolvimento e o meio terrestre.


Depois das duas últimas revoluções industriais, causadores de um verdadeiro genocídio do meio ambiente, a economia mundial atingiu o seu apogeu transformando-se em uma economia multipolar. Essa diversificação de potências econômicas causou um verdadeiro colapso social, tendo como frutos as 1º e a 2º guerras mundiais, e ambientais, como por exemplo, o imperialismo na África que foram responsáveis por devastarem cerca de dois milhões de hectares de florestas por ano, na qual a África possuía quase 11% das florestas mundiais e agora restam 3,4%. Vale se alentar que a Europa, continente onde ocorreram as revoluções econômicas e o berço do capitalismo, está passando por uma crise ambiental seriíssima com poluição do ar, da água e florestas. A Europa detinha mais de 7% das florestas do planeta e hoje tem apenas 0,1%, isso mostra que a expansão demográfica e tecnológica, além de ter massacrado o meio ambiente, não se interligam com a natureza. Outro fator alarmante é o solo, a sua preservação é de suma importância, pois a sua utilidade insere a produção de alimentos, construções e alicerce da maioria de matérias primas crucial para o desenvolvimento econômico. Mais de um terço do solo europeu está em risco de desertificação, erosão e poluição são algumas das principais ameaças que põem em perigo a sobrevivência e qualidade dos recursos europeus. De acordo com o levantamento efetuado por cientistas europeus, são mais de 52 milhões de hectares de terra que estão em risco. Isto representa 16% da Europa dos 15, valor que sobe para 35% se considerar os novos Estados membros de Leste. O Sul da Europa parece particularmente mais afetado pela erosão e perda de matéria orgânica, mas o Norte enfrenta também várias ameaças.
Esses dados são justificados por uma longa exploração econômica, acelerada pelo anseio competitivo do lucro, marcante no mundo pós 2º guerra. O início da pós segunda guerra junto com a guerra fria (1945) assinalaria um novo mundo econômico, no qual a economia mundial tornaria bipolar, com os Estados Unidos agentes capitalistas e a União Soviética influente socialista.

Essa nova era política e econômica se expandiria pelos cinco continentes e com ela o modo de ver, explorar e pensar sobre o meio terrestre. O homem coloca a natureza como um ambiente que tem que se adaptar com o mesmo, modificando e estruturando ao seu modo de ver. A destruição do meio ambiente no tempo da guerra fria teve amplos fatores, porém alguns abrangem um epítome importância no cenário histórico.
Os EUA procuraram na guerra fria, sempre satisfazer as necessidades políticas e acima de tudo econômicas de países chamados 2º e 3° mundo, com intuito de eliminar a influência socialista. Um bom exemplo foi o que ocorreu no Brasil, no qual milhões de dólares foram investidos no país, que resultou no fortalecimento da ditadura militar. O regime que governava o país investiu o dinheiro em grandes infra-estruturas como a ponte rio Niterói, a usina hidrelétrica Itaipu e a rodovia transamazônica. Itaipu foi responsável por alagar uma área de 1,46 milhões de km2 um dos maiores desastres ambiental do século 20 que marcam sua história, na qual houve a destruição do Salto de Sete Quedas, e apesar do nome, o conjunto de cinco quilômetros era composto por 21 cachoeiras e uma fauna e flora bastante ricos. Entre 1945 e 1960, a cada cinco anos, desmatou-se mais do que o que tudo foi desmatado entre 1500 e 1930! E entre 1985 e 1995, a mata atlântica perdeu mais de um milhão de hectares, mais de 11% de seus remanescentes. Dos mais de 1,3 milhões de quilômetros quadrados originais, subsistem apenas cerca de 8%. A Rodovia Transamazônica (BR-230), projetada durante o governo do presidente Emílio Garrastazu Médici (1969 a 1974) sendo uma das chamadas "obras faraônicas" devido às suas proporções gigantescas, realizadas pelo regime militar, é a terceira maior rodovia do Brasil, com 4.000 km de comprimento, cortando os estados brasileiros do Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas e o desmatamento em áreas próximas à rodovia é um sério problema criado por sua construção.
Com a construção da rodovia a exploração sobre a região norte aumentou, tanto no lado positivo como no lado negativo, pois a rodovia facilitou a instalação de madeireiras provocando uma maior extensão de derrubada de árvores. No entanto a sua construção trouxe certo desenvolvimento pra região promovendo o objetivo do governo federal. Apesar da estupidez do governo brasileiro em gastar US$ 1,5 bilhão de dólares para a desflorestação a Amazônia se tornou mais estudada, transformando num dos maiores laboratórios a céu aberto do mundo. Pode-se ver que a guerra fria trouxe estragos ambientais incalculáveis não só aqui no Brasil mais em todo mundo, promovendo um desenvolvimento insustentável para sustentar o seu regime.

Na guerra fria, as devastações das florestas ficaram muito concentradas em pólos estratégicos para os países envolvidos diretamente e indiretamente no conflito ideológico. O chamado milagre econômico, ocorrido nas mesmas circunstâncias das obras faraônicas, trouxe para o país uma intensa industrialização provocando um crescimento das cidades (por exemplo: São Paulo) e conseqüente um aumento da poluição terrestre e atmosférica. Pra podermos chegar nesse aspecto, analisaremos o século 18 no qual nasce o ciclo de desmatamento no país. A cultura cafeeira começou a ser o motor da economia Brasileira imperial apartir de 1840 se intensificando na região sudeste do país, os solos adequados da região (sobretudo a terra roxa) e a falta de necessidade de mão-de-obra qualificada colaborou para a instalação das primeiras lavouras, onde foi à gênese da destruição da mata atlântica. O começo veio da exploração da coroa portuguesa sobre o pau Brasil em que se calcula que 70 milhões de árvores foram levados para a Europa. Com o plantio do café, essa derrubada se avivou junto com o crescimento econômico que o país estava vivendo na época.
O café exigia grandes áreas de terras devido à falta de cuidados no campo, pois não existia a preocupação e a tecnologia necessária aos cuidados com a terra. Sendo assim, o cultivo do café se tornou uma cultura itinerante que se completava com a exaustão dos solos, seguido de novas derrubadas de matas e novos plantios de café, surgindo dai a expressão utilizada por Monteiro Lobato: “a marcha do café”, que invadia os solos paulistas e cariocas. Implantaram o que chamavam de “Moderna Agricultura” em oposição à “Agricultura Tradicional”, a derrubada e queimada de largos espaços florestados para o cultivo econômico, também chamado de coivara. Depois do café veio Getúlio Vargas com sua política de industrialização e exploração que resultaram na criação das duas maiores companhias do país, Petrobrás e a Companhia Vale do Rio Doce, responsáveis pela modernização do país.
Progredindo sem para, o Brasil conheceu o nascimento de várias grandes cidades, intensificando-se na era JK. Apartir daí começaram a promover o desenvolvimento insustentável, com a vinda de multinacionais que ocasionaram um crescimento econômico e por conta disso a devastação ambiental ganhou grandes proporções. Com o nascimento das grandes cidades o meio terrestre conhecia a sua nova inimiga: a erosão provocada pelo homem. A industrialização ocasionou mudanças bruscas no relacionamento homem e solo. Pavimentação, asfaltos, aumento da população e construções são resultados dessa industrialização e causadores da erosão antrópica, fato este que dar-se em toda a história nacional até o século 21.
Em varias cidades brasileiras os processos erosivos urbanos têm atingido proporções catastróficas, com terríveis conseqüências econômicas e sociais, aí inclusos os dramas familiares, a destruição de patrimônios, os fantásticos prejuízos econômicos aos cidadãos, à administração pública e às atividades privadas.

Os danos causados pela erosão urbana atingem a sociedade tanto no local de origem do fenômeno, como nos locais de destino do material erodido. No ponto de origem, ou seja, nos locais onde a erosão acontece com a destruição de moradias e da infra-estrutura urbana. Nos locais de destino do material erodido, com o intenso assoreamento/entulhamento dos sistemas de drenagem para onde os sedimentos são levados pelas águas de superfície; o que, por sua vez, constitui hoje uma das principais causas das enchentes urbanas.


a expansão urbana de nossas cidades vem se processando, via-de-regra, através de intensas e extensas terraplenagens que retiram a capa protetora de solos superficiais mais argilosos (e portanto mais resistentes à erosão) implicando em exposições cada vez maiores e mais prolongadas dos solos de alteração (mais profundos, menos argilosos, mais erodíveis) aos processos erosivos, em uma prática nociva e nada criativa do ponto de vista técnico, pela qual persistentemente se privilegia a adaptação dos terrenos aos projetos (produção de áreas planas) ao invés de adequar os projetos às características naturais dos terrenos.


Nesse cenário, os loteamentos habitacionais, sejam públicos ou privados, sejam legais ou irregulares, têm se constituído no principal fator responsável pela extensão e intensidade dos processos erosivos nas frentes de expansão urbana, justamente por ter incorporado desde há muito a perniciosa “cultura” da terraplenagem extensiva.


No entanto, é plenamente possível fazer-se esses loteamentos de uma forma técnica mais inteligente, criativa e econômica, de sorte a reduzir a necessidade de terraplenagens intensas, assim evitando a ação dos processos erosivos. Obviamente, a redução cabal da erosão urbana exigirá um conjunto de ações combinadas, de ordem legal, de ordem técnica e de ordem informativo-educativa. Porém, a decisão de loteadores e autoridades municipais em alterar a forma técnica com que vem sendo implantada os loteamentos habitacionais certamente poderá já resolver em grande parte esse tão grave problema, e ser adotada independentemente de qualquer outra ação.
Pode-se concluir que uma sociedade capitalista e altamente consumista, não se interliga com o desenvolvimento sustentável, pois pra atingi-lo tem que haver muitas renúncias e o retrocesso histórico mostra.

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