quinta-feira, 9 de maio de 2013

Carreta tomba na BR 470 no trevo de acesso a Indaial - Timbó no começo da tarde de hoje, confira:




No começo da tarde de hoje, o Misturebas flagrou uma Carreta tombada no
sentido Rio do Sul/ Blumenau.
As imagens mostram o acidente, e até o fim dessa matéria, não obtivemos resposta sobre a causa do acidente.

Fotos: Carlos Filastro.










FONTE
jornalismo@plantaopolicialsc.com.br
FOTOS ILUSTRATIVAS

PROCON orienta consumidores sobre danos causados em estacionamentos...


O Procon de Indaial orienta consumidores sobre a responsabilidade por danos nos estacionamentos comerciais, veja;

 O Procon de Indaial, através de seu coordenador, Dr. Aetius Timar Hennings, orienta consumidores sobre a responsabilidade por danos causados nos estacionamentos de estabelecimentos comerciais.
A grande maioria de fornecedores (em geral supermercados, lojas de grandes redes e casas de diversão e entretenimento) expõem cartazes ou placas informando que não se responsabilizam pelos danos eventualmente ocorridos no seu veículo.
Muitas empresas se utilizam do argumento de não cobrarem pelo serviço e por conta disso ficariam afastadas de qualquer responsabilidade dos fatos que venham a ocorrer. Esclarecendo melhor, para que se configure uma relação de consumo um dos requisitos essenciais é a onerosidade (pagamento), pois se não houver ganhos diretos ou indiretos não teríamos como aplicar a lei do consumidor. Desta forma a empresa quando oferta o serviço de estacionamento, mesmo que não cobre, está induzindo o consumidor a adquirir os produtos na mesma e enquanto isso seu veículo estará seguro, configurando assim a conhecida “Teoria do risco”.
Assim sendo, as placas e cartazes anteriormente citados, não possuem qualquer validade jurídica, se tratando de uma cláusula contratual nula de pleno direito. O Código do Consumidor foi bem claro quanto à responsabilidade dos prestadores de serviço pela reparação de danos causados aos consumidores, por defeitos relativos à prestação de serviço, exceto quando comprovado que o vício não existiu.
Quando o estabelecimento disponibilizar um serviço de estacionamento, seja pago ou como cortesia, o consumidor o procura pela comodidade e, principalmente pela “segurança”. O consumidor para se assegurar deverá no momento em que sofreu o dano, entrar em contato com a empresa e de imediato fazer o boletim de ocorrência, para que sejam tomadas as devidas providências. O poder judiciário do nosso país, já possui esse entendimento. Se não houver composição entre as partes, o consumidor que se sentir prejudicado poderá procurar o judiciário através de Advogado de sua confiança para tomar as medicas cabíveis afim de que os danos sejam reparados por quem de direito.


Morgana H. Linhares
Jornalista

A BALAIADA.


BALAIADA



 (1838 - 1841)
No ano de 1838 surgiu um movimento popular no Maranhão. Este era contrário ao poder e aos aristocratas rurais que, até então, dominavam aquela região.
Em dezembro de 1838, Raimundo Gomes (líder do movimento), com objetivo de libertar seu irmão que se encontrava preso em vila Manga, invadiu a prisão libertando não só seu irmão, mas também todos os outros que se encontravam presos.
Após algumas conquistas dos balaios, como a tomada de Caxias e a organização de uma Junta Provisória, o governo uniu tropas de diferentes províncias para atacá-los. Contudo, Os balaios venceram alguns combates.
Outros líderes, como, por exemplo, o coronel Luís Alves de Lima e Silva também entrou em combate com os revoltosos. Entretanto, o comandante dos balaios, Raimundo Gomes, rendeu-se.
Após a morte de Balaio, Cosme (ex-escravo e um dos principais chefes dos balaios) assumiu a liderança do movimento e partiu em fuga para o sertão. Daí em diante, a força dos balaios começou a diminuir, até que, em 1840, um grande número de balaios rendeu-se diante da concessão da anistia. Pouco tempo depois, todos os outros igualmente se renderam. Com a completa queda dos balaios, Cosme foi enforcado.
Fonte: www.historiadobrasil.net
BALAIADA

(1838 - 1841)


Rebelião popular ocorrida no Maranhão e em parte do Ceará e do Piauí durante a Regência, entre 1838 e 1841. Nasce das lutas partidárias e da pobreza no interior da província maranhense. A rivalidade entre grupos da elite local resulta em uma revolta que exige a intervenção das autoridades imperiais. É chamada Balaiada porque um dos líderes, Manuel Francisco dos Anjos Ferreira, era apelidado de Balaio.
A partir de 1830, a província do Maranhão é sacudida pelas disputas entre o conservadorismo dos grandes proprietários de terra (cabanos), no governo, e os liberais (bem-te-vis), na oposição. Para reduzir o poder dos conservadores, os bem-te-vis lançam uma campanha contra o controle das eleições dos prefeitos por parte do Executivo provincial. A campanha acirra as disputas locais, envolvendo também as camadas populares.
As incertezas da organização política, as dificuldades da vida cotidiana e a agitação de lideranças democráticas radicais acabam reunindo vaqueiros, lavradores, camponeses, artesãos, negros, índios e mestiços, que, armados, iniciam uma revolta no interior da província.

Lutas nas ruas

O estopim do conflito é o motim na cadeia da Vila da Manga do Iguará (MA), em 13 de dezembro de 1838. O vaqueiro e ex-escravoRaimundo Gomes Vieira Jutahy, capataz de um líder liberal, invade a prisão para libertar o irmão, preso a mando dos conservadores. A rebelião conta com o reforço de Balaio, que teve a filha violentada por um capitão de polícia. A luta generaliza-se com a agitação promovida pelos liberais e a adesão do negro Cosme Bento das Chagas, chefe de um quilombo com 3 mil escravos fugidos. Em outubro de 1839, 2 mil sertanejos tomam Caxias, a segunda maior cidade da província, e a transformam em sede de um governo provisório. Entre suas proclamações escritas constam vivas à religião católica, à Constituição, a Dom Pedro II e à " "Santa causa da liberdade".

Atuação militar

No início de 1840 chega ao Maranhão o novo presidente e chefe militar da província, coronel Luís Alves de Lima e Silva (futuro duque de Caxias), nomeado pela Regência para conter o movimento. Ele reorganiza as tropas oficiais em três colunas volantes e passa a combater os insurgentes, forçando-os a abandonar as áreas conquistadas. Depois de algumas batalhas – em uma das quais morre o líder Balaio –, as tropas retomam Caxias. Começa a caça aos rebeldes, com grande baixa entre eles. Em maio de 1840, em um confronto nas matas de Curumatá, a coluna de Raimundo Gomes perde 500 homens. Meses depois, dom Pedro II oferece anistia aos revoltosos, em comemoração a sua maioridade antecipada, condicionada à reescravização dos negros rebeldes. Mais de 2 mil balaios se rendem. O conflito termina em janeiro de 1841, com a prisão de Gomes na Vila de Miritiba, divisa com o Piauí. O negro Cosme Bento também é preso e morre enforcado em setembro de 1842.
Fonte: br.geocities.com
BALAIADA

(1838 - 1841)

Balaiada foi uma rebelião da massa maranhense desprotegida, composta por escravos, camponeses e vaqueiros, que não tinham a menor possibilidade de melhorar sua condição de vida miserável.
Esses grupos sociais, que formavam a grande maioria da população pobre da província, encontravam, naquele momento, sérias dificuldades de sobrevivência devido à grave crise econômica e aos latifúndios improdutivos.
A crise econômica havia sido causada pela queda da produção do algodão - base da economia da província - que sofria a concorrência norte-americana.
Assim como havia ocorrido com os cabanos do Grão-Pará, essa massa de negros e sertanejos, cansada de ser usada pela classe dominante, terminou se envolvendo numa luta contra a escravidão, a fome, a marginalização e os abusos das autoridades e militares.
Os líderes do movimento foram o vaqueiro Raimundo Gomes, o fabricante de Balaios (daí o nome Balaiada) Manuel Francisco dos Anjos Ferreira e o negro Cosme, chefe de um quilombo e que organizou quase três mil negros sob sua liderança.
Os rebeldes chegaram a conquistar Caxias, a segunda cidade mais importante do Maranhão. Porém, a desorganização e a falta de união dos líderes, as divergências entre os líderes e a divisão desordenada dos grupos , onde cada chefe agia isoladamente, facilitaram a vitória das forças militares comandadas pelo coronel Luís Alves de Lima e Silva, enviadas pelo governo para reprimir o movimento.
Por ter vencido os rebeldes em Caxias, Luís Alves de Lima e Silva recebeu o seu primeiro título de nobreza: Barão de Caxias. Mais tarde, ele recebeu outros títulos, inclusive o de Duque de Caxias, pelo qual é mais conhecido.
Fonte: www.brasilcultura.com.br
BALAIADA

(1838 - 1841)

Ato Adicional de 21 de agosto de 1834, que proporcionou maior autonomia às províncias provocou intensa disputa política local, conduzindo à lutas violentas pelo poder entre os partidos provinciais.
No Maranhão, destacavam-se dois partidos. De um lado os conservadores, integrados por portugueses chamados bentevis, contrários à situação em poder do partido liberal, ou "cabano", que os bentevis comparavam aos cabanos do Pará, Pernambuco e Alagoas .
O nome bentevi derivava do jornal da oposição, o Bentevi.
A revolução no Maranhão tomou o nome de Balaiada derivando do apelido Balaio de um de seus maiores líderes, Francisco dos Anjos Ferreira. Este, fabricante de balaios, tipo bem acabado de sertanejo nordestino típico, alto, robusto, fora vítima de violência de parte de autoridade policial, que violentou duas filhas suas. Violência impune. O absolutismo das autoridades do Maranhão e a ausência de justiça tornou-o um vingador sanguinário e feroz, que encheu de terror as cidades do interior maranhense, matando, violentando e devastando. A ele se juntaram homens do mesmo padrão.
Segundo Paulo Matos Peixoto em "Caxias nume tutelar", no Maranhão o grupo dominante do poder assim atuava:
"Os desmandos do poder eram a norma de todos os dias. Prisões sem justificativa, humillhação aos bentevis de destaque social, que eram forçados a realizar trabalho braçal em público, violências de toda a ordem, abuso do poder, homicídios, extorsões através do fisco, recrutamento militar dirigido, como arma de coação, arbitrariedades, tudo era usado contra os adversários liberais - os bentevis."

DESENVOLVIMENTO DA BALAIADA

Em dezembro 1838, em Vila Manga, distante 10 léguas de São Luiz, ocorreram desordens sem grandes repercussões. Mas, exploradas politicamente pelos bentevis em seu jornal, serviriam de estopim à eclosão da Balaiada, iniciada por cabras sertanejos ligados à causa bentevi.
Raimundo Gomes, empregado de fazendeiro bentevi, ao passar por Vila Manga, teve companheiros seus presos injustamente pelo subprefeito José do Egito do partido "cabano" local, entre eles um irmão seu acusado de homicídio. Tentou em vão Raimundo Gomeslibertar seus amigos e irmão. E retirou-se !
Em 13 dezembro de 1838, retornou à Vila Manga com nove outros cabras. Arrombou a prisão e conseguiu aliciar para seu grupo, reforçado com os prisioneiros soltos, além dos 22 soldados encarregados da segurança policial da vila. E como este feito repercutisse nos meios maranhenses, revoltados com as arbitrariedades dos donos do poder, Raimundo foi recebendo adesões crescentes, inclusive de outros líderes inescrupulosos como Lívio Pedro Moura, Mulungueta e Manuel Francisco - o Balaio, que daria o nome de Balaiada a essa revolta.
Raimundo Gomes, líder dos revoltosos, sem lei e sem rei, e sem outros objetivos agora que não o saque e vantagens pessoais, tornou-se com seu bando uma ameaça à segurança, à ordem e à tranqüilidade públicas no interior maranhense .
Reunidos, decidiram investir a cidade de Caxias. Foram precedidos da má fama de que em ações isoladas vinham destruindo e saqueando fazendas e vilas que encontravam no caminho.
Em Caxias, sob a liderança civil de João Paulo Dias, líder naquela comarca e a militar do capitão Ricardo Leão Sabino - que participara da Guerra na Península Ibérica para libertar Portugal do jugo napoleônico -, foi organizada uma força denominada Corpo de Exército. Força essa que atingiu um efetivo de cerca de 1000 homens, mobilizado na população caxiense. Foi constituído de 8 companhias dispondo cada uma delas de 1 capitão, 16 tenentes e 32 alferes, nomeados por João Paulo, líder civil da resistência.
O capitão Sabino organizou, sob seu comando direto, uma bateria de Artilharia e um esquadrão de Cavalaria.
E com esta organização popular, protegida por trincheiras então construídas e contando com o concurso de mulheres, preparando munições de boca e de guerra, os caxienses resistiram 46 dias ao sítio do bando de Raimundo Gomes.
Quando a defesa de Caxias tornou-se crítica, o experimentado capitão Sabino usou um ardil. Este consistiu em simular haver aderido à revolta, pedindo que os rebeldes se aproximassem, com ele, capitão Sabino, tocando numa flauta o Hino Nacional. Após haver provocado a aproximação balaia, fez disparar um canhão, cujo estrondo enorme provocou pânico e desordem entre os rebeldes que, correndo, deixaram o local na certeza de que outros disparos seriam feitos.
Esta confusão foi a oportunidade para a evacuação de Caxias. Esta vitória animou o partido Bentevi. Os balaios chegaram a enviar a São Luiz emissários propondo, ao presidente do Maranhão, rendição sem resistência.
O líderes balaios não possuíam unidade de comando, esta impossível, face às vaidades e ambições de cada líder. O própio Balaio, numa incursão em fazenda, foi atingido por bala disparada por um integrante de seu bando e veio a falecer de gangrena.
Depois que esgotaram e saquearam os recursos de sua sustentação em Caxias, os balaios a evacuaram e partiram à procura de outras vilas e cidades mais rentáveis para pilharem. E espalharam-se os bandos pelo Maranhão levando o medo, a insegurança e a desordem por onde passavam, chegando mais uma vez a ameaçar São Luiz.
E foi nesta altura que a Regência decidiu enviar ao Maranhão, como seu Presidente e Comandante das Armas, o Coronel Luis Alves de Lima e Silva - o futuro Duque de Caxias, para pacificar a província .
Seu talento aliado a boa estrela militar que havia revelado na Guerra da Independência da Bahia, na Guerra da Cisplatina em 1825-1828, no subcomando do Batalhão Sagrado e na organização e comando por cerca de 9 anos do que se constitui hoje na Policia Militar do Rio de Janeiro, com a qual superou ameaças ao Poder Central e a população carioca, por certo influíram na sua escolha pela Regência.
Ao futuro Caxias foi dada a missão de pacificar o Maranhão, ficando a ele subordinadas todas as tropas em operações do Maranhão e mais as do Piauí e Ceará .
Em 7 de fevereiro de 1840, Caxias assumiu suas funções e dirigiu sua primeira proclamação aos maranhenses dizendo-lhes a que vinha:
"(...) Maranhenses, venho partilhar de vossas fadigas e concorrer quanto em mim couber para a inteira e completa pacificação desta bela parte do Império. Um punhado de facciosos, ávidos de pilhagem, conseguiu encher de consternação, de luto e de sangue, vossas cidades e vilas! O terror que necessariamente deviam infundir-vos esses bandidos, concorreu para que eles tivessem engrossadas suas hordas. Contudo, graças à Providência, as vitórias até hoje por eles alcançadas, começam a diminuir diante de vossas armas. Mais um esforço e a desejada paz virá curar os males da guerra civil (...) Maranhenses, mais militar do que político, quero até ignorar os nomes dos partidos que por desgraça entre vós existam. Deveis conhecer a necessidade e as vantagens da riqueza e da prosperidade dos povos. E confiando na Divina Providência que por tantas vezes nos tem salvado, espero encontrar em vós maranhenses, tudo o que for necessário para o triunfo de nossa causa (...)"
Esta proclamação, espalhada e meditada em todos os recantos do Maranhão, terminou resultando na aceitação de Caxias pelos partidos e pelo povo maranhense.
Como era de seu feitio, Caxias passou a organizar suas forças sem descurar da estrutura de apoio logístico as mesmas. Colocou o pagamento da tropa em dia e a instruiu.
E assim Caxias encontrou as tropas postas a sua disposição, segundo Vilhena de Moraes:
"As companhias inteiras vinham só com calças rotas ou de camisas e com o correame de couro cru sobre a pele. Uns só com espadas e outros com armas de caça. E a disciplina que apresentavam condizia com o grotesco de seus uniformes."
Criou então a Divisão Pacificadora dividida em três colunas operacionais:
A 1a coluna ocupou as comarcas de Caxias e Pastos Bons, ao comando do tenente coronel Sérgio de Oliveira. A 2a coluna, sob comando do tenente coronel João Thomaz Henrique, atuaria nas regiões de Vargem Grande e Brejo e, a 3a coluna, ao comando do coronel Souza Pinto Magalhães, atuou ocupando a vila Icatu e margens do rio Mearim.
Os revoltosos maranhenses ligados aos bentevis eram estimados em 2.000 na comarca de Brejo e cerca de igual efetivo na comarca de Pastos Bons, além de grupos esparsos em torno da cidade de Caxias.
Os revoltosos não possuíam bases fixas. Sua estratégia era de guerrilha rural. Atacavam só pontos fracos das defesas do governo. A resposta a esta estratégia foi manter suficientemente guarnecidas as vilas e cidades mais importantes para os revoltosos. E foi a partir desses pontos fortes criados que Caxias passou a combater a Balaiada, usando com freqüência o cerco de contigentes rebeldes localizados.
Colocando o governo do Maranhão a funcionar a contento, com freqüência Caxias deixou São Luis para dirigir pessoalmente as operações.
Usou como Posto de Comando o edificio da Câmara e Cadeia e a Casa da Pólvora. Prédios até hoje existentes e tombados pelo Patrimônio Histórico .
Com esta estratégia de sempre ser mais forte em todas as partes estratégicas para os balaios, aos poucos ele foi minando suas forças.
Engrossaram as hordas balaias escravos quem, as centenas, fugiram de fazendas do vale do Itapicurú. Estes inicialmente se aquilombaram e depois passaram a atuar sob a liderança do negro Cosme Bento das Chagas, em número estimado de 3.000 escravos.
Caxias, com apoio do futuro Almirante Tamandaré, chefe das forças navais, reprimiram em Itapicuru - Mirim um levante da guarnição local por atraso de soldos. Foi um confronto sangrento, mas terminou por restaurar a disciplina e punir e afastar os responsáveis.
Em 23 ago 1840, ao ser conhecida no Maranhão a Maioridade de D.Pedro II, Caxias achou o momento ideal para espalhar na Província a seguinte proclamação antológica, de que se reproduz aqui o seu cerne:
"Maranhenses! Uma nova época abriu-se aos destinos da grande família brasileira. Sua majestade o Imperador empunhou o cetro da governança e assumiu os direitos que pela Constituição do Estado do Brasil lhe competem.
Declarado maior, ei-lo enfim como símbolo da paz, de união e de justiça colocado à frente da nação que o reclamava.
No interior da Província no meio dos bravos que defendem vossos bens e vidas, encontrou-me tão lisonjeira novidade. E se deixei aqueles bravos, pois por eles daqui me havia ausentado, é para confirmar o que sabeis, para participar do geral regozijo geral e aumentá-lo, se for possível, com a notícia da quase extinção da guerra civil. Restando apenas da terrível tempestade uma nuvem negra, que apesar de carrancuda breve será dissipada.
Maranhenses! Um sublime pensamento deve agora inflamar o coração brasileiro. Aspérrima foi a longa experiência. Aproveitai-a. Amor ao Imperador, respeito às leis e esquecimento das vergonhosas intrigas que só tem servido para enfraquecer. Um só partido enfim, o do Imperador. E no vosso entusiasmo repitam mil vezes. Viva sua Majestade o Senhor D. Pedro II, Imperador constitucional e defensor perpétuo do Brasil. Viva a nossa Santa Religião. Viva a Constituição do Governo.
Fonte: www.exercito.gov.br
BALAIADA

(1838 - 1841)

BALAIADA
Balaiada (1838-41), também chamada de a luta dos desinformados, foi uma revolta de fundo social ocorrida no interior da então Província do Maranhão, no Brasil.

Antecedentes

Durante o período regencial (1831-40) o Maranhão, região exportadora de algodão, passava por uma grave crise econômica, devido à concorrência com o gênero norte-americano. Em paralelo, a atividade pecuária absorvia importante contingente de mão-de-obra livre nessa região. Esses fatores explicam o envolvimento de elementos escravos e de homens livres de baixa renda no movimento.
No campo político, ocorria uma disputa no seio da classe dominante pelo poder, que se refletia no Maranhão opondo, por um lado, os liberais (bem-te-vis) e os conservadores (cabanos). À época da Regência de Araújo Lima, provocando o chamado regresso conservador, os cabanos maranhenses aproveitaram a oportunidade para alijar do poder os bem-te-vis, tentando, ao mesmo tempo, debilitar ainda mais estes últimos pela contratação dos serviços de vaqueiros, tradicional apoio dos bem-te-vis.

O movimento

O evento que deu início à revolta, foi a detenção do irmão do vaqueiro Raimundo Gomes, da fazenda do padre Inácio Mendes (bem-te-vi), por determinação do sub-Prefeito da povoação de Manga, José Egito (cabano). Contestando a detenção do irmão, Raimundo Gomes com o apoio de um contingente da Guarda Nacional, invadiu o edifício da cadeia pública da povoação e libertou-o, em dezembro de 1838. Em seguida, Raimundo Gomes, com o apoio de Cosme Bento, ex-escravo à frente de três mil africanos evadidos, e de Manuel Francisco dos Anjos Ferreira (o balaio, pois fazer balaios era ofício que exercia), espalharam a revolta pelo interior do Maranhão, conquistando a segunda cidade mais importante da Província, Caxias, de onde se passam para o Piauí.
Diagrama da campanha de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, contra a Balaiada. Apesar das tentativas de manipulação por parte dos bem-te-vis, o movimento adquiriu feição própria, saindo de controle. Diante da proporção alcançada, envolvendo as camadas populares, as elites locais se aproximaram em busca de estratégias para derrotar os revoltosos. Diante desse esforço, o governo regencial enviou tropas sob o comando do então Coronel Luís Alves de Lima e Silva, nomeado Presidente da Província. Conjugando a pacificação política com uma bem sucedida ofensiva militar, em uma sucessão de confrontos vitoriosos obtida pela concessão de anistia aos chefes revoltosos que auxiliassem a repressão aos rebelados, obteve a pacificação da Província em 1841.
Os líderes balaios ou foram mortos em batalha ou capturados. Destes últimos, alguns foram julgados e executados, como o africano Cosme, por enforcamento. Pela sua atuação na Província do Maranhão, Lima e Silva recebeu o título de Barão de Caxias.
Fonte: pt.wikipedia.org




FONTE
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http://pedagogiccos.blogspot.com.br/
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MUNDO ESTRANHO
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www.superinteressante.com/
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DIÁRIO CATARINENSE
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www.r7.com/
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O QUE REPRESENTA AGENDA 21.


CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO

Capítulo 1

PREÂMBULO

1.1. A humanidade se encontra em um momento de definição histórica. Defrontamos-nos com a perpetuação das disparidades existentes entre as nações e no interior delas, o agravamento da pobreza, da fome, das doenças e do analfabetismo, e com a deterioração contínua dos ecossistemas de que depende nosso bem-estar. Não obstante, caso se integrem as preocupações relativas a meio ambiente e desenvolvimento e a elas se dedique mais atenção, será possível satisfazer às necessidades básicas, elevar o nível da vida de todos, obter ecossistemas melhor protegidos e gerenciados e construir um futuro mais próspero e seguro. São metas que nação alguma pode atingir sozinha; juntos, porém, podemos -- em uma associação mundial em prol do desenvolvimento sustentável.
1.2. Essa associação mundial deve partir das premissas da resolução 44/228 da Assembléia Geral de 22 de dezembro de 1989, adotada quando as nações do mundo convocaram a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, e da aceitação da necessidade de se adotar uma abordagem equilibrada e integrada das questões relativas a meio ambiente e desenvolvimento.
1.3. A Agenda 21 está voltada para os problemas prementes de hoje e tem o objetivo, ainda, de preparar o mundo para os desafios do próximo século. Reflete um consenso mundial e um compromisso político no nível mais alto no que diz respeito a desenvolvimento e cooperação ambiental. O êxito de sua execução é responsabilidade, antes de mais nada, dos Governos. Para concretizá-la, são cruciais as estratégias, os planos, as políticas e os processos nacionais. A cooperação internacional deverá apoiar e complementar tais esforços nacionais. Nesse contexto, o sistema das Nações Unidas tem um papel fundamental a desempenhar. Outras organizações internacionais, regionais e subregionais também são convidadas a contribuir para tal esforço. A mais ampla participação pública e o envolvimento ativo das organizações não-governamentais e de outros grupos também devem ser estimulados.
1.4. O cumprimento dos objetivos da Agenda 21 acerca de desenvolvimento e meio ambiente exigirá um fluxo substancial de recursos financeiros novos e adicionais para os países em desenvolvimento, destinados a cobrir os custos incrementais necessários às ações que esses países deverão empreender para fazer frente aos problemas ambientais mundiais e acelerar o desenvolvimento sustentável. Além disso, o fortalecimento da capacidade das instituições internacionais para a implementação da Agenda 21 também exige recursos financeiros. Cada uma das áreas do programa inclui uma estimativa indicadora da ordem de grandeza dos custos. Essa estimativa deverá ser examinada e aperfeiçoada pelas agências e organizações implementadoras.
1.5. Na implementação das áreas pertinentes de programas identificadas na Agenda 21, especial atenção deverá ser dedicada às circunstâncias específicas com que se defrontam as economias em transição. É necessário reconhecer, ainda, que tais países enfrentam dificuldades sem precedentes na transformação de suas economias, em alguns casos em meio a considerável tensão social e política.
1.6. As áreas de programas que constituem a Agenda 21 são descritas em termos de bases para a ação, objetivos, atividades e meios de implementação. A Agenda 21 é um programa dinâmico. Ela será levada a cabo pelos diversos atores segundo as diferentes situações, capacidades e prioridades dos países e regiões e com plena observância de todos os princípios contidos na Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Com o correr do tempo e a alteração de necessidades e circunstâncias, é possível que a Agenda 21 venha a evoluir. Esse processo assinala o início de uma nova associação mundial em prol do desenvolvimento sustentável.
SEÇÃO I. DIMENSÕES SOCIAIS E ECONÔMICAS
Capítulo 2
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL PARA ACELERAR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO E POLÍTICAS INTERNAS CORRELATAS
INTRODUÇÃO
2.1. Para fazer frente aos desafios dos meio ambiente e do desenvolvimento, os Estados decidiram estabelecer uma nova parceria mundial. Essa parceria compromete todos os Estados a estabelecer um diálogo permanente e construtivo, inspirado na necessidade de atingir uma economia em nível mundial mais eficiente e eqüitativa, sem perder de vista a interdependência crescente da comunidade das nações e o fato de que o desenvolvimento sustentável deve tornar-se um item prioritário na agenda da comunidade internacional. Reconhece-se que, para que essa nova parceria tenha êxito, é importante superar os confrontos e promover um clima de cooperação e solidariedade genuínos. É igualmente importante fortalecer as políticas nacionais e internacionais, bem como a cooperação multinacional, para acomodar-se às novas circunstâncias.
2.2. Tanto as políticas econômicas dos países individuais como as relações econômicas internacionais têm grande relevância para o desenvolvimento sustentável. A reativação e a aceleração do desenvolvimento exigem um ambiente econômico e internacional ao mesmo tempo dinâmico e propício, juntamente com políticas firmes no plano nacional. A ausência de qualquer dessas exigências determinará o fracasso do desenvolvimento sustentável. A existência de um ambiente econômico externo propício é fundamental. O processo de desenvolvimento não adquirirá impulso caso a economia mundial careça de dinamismo e estabilidade e esteja cercada de incertezas. Tampouco haverá impulso com os países em desenvolvimento sobrecarregados pelo endividamento externo, com financiamento insuficiente para o desenvolvimento, com obstáculos a restringir o acesso aos mercados e com a permanência dos preços dos produtos básicos e dos prazos comerciais dos países em desenvolvimento em depressão. A década de 1980 registrou números essencialmente negativos para todos esses tópicos, fato que é preciso inverter. As políticas e medidas necessárias para criar um ambiente internacional marcadamente propício aos esforços de desenvolvimento nacional são, conseqüentemente, vitais. A cooperação internacional nessa área deve ser concebida para complementar e apoiar -- e não para diminuir ou subordinar -- políticas econômicas internas saudáveis, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento, para que possa haver um avanço mundial no sentido do desenvolvimento sustentável.
2.3. Cabe à economia internacional oferecer um clima internacional propício à realização das metas relativas a meio ambiente e desenvolvimento, das seguintes maneiras:
(a) Promoção do desenvolvimento sustentável por meio da liberalização do comércio;
(b) Estabelecimento de um apoio recíproco entre comércio e meio ambiente;
(c) Oferta de recursos financeiros suficientes aos países em desenvolvimento e iniciativas concretas diante do problema da dívida internacional;
(d) Estímulo a políticas macroeconômicas favoráveis ao meio ambiente e ao desenvolvimento.
2.4. Os Governos reconhecem a existência de novos esforços mundiais para relacionar os elementos do sistema econômico internacional à necessidade que tem a humanidade de desfrutar de um meio ambiente natural seguro e estável. Em decorrência, é intenção dos Governos empreender a construção de consenso na interseção das áreas ambiental e de comércio e desenvolvimento, tanto nos foros internacionais existentes como nas políticas internas de cada país.
Áreas de programas
A. Promoção do desenvolvimento sustentável por meio do comércio
Base para a ação
2.5. Um sistema de comércio multilateral aberto, eqüitativo, seguro, não-discriminatório e previsível, compatível com os objetivos do desenvolvimento sustentável e que resulte na distribuição ótima da produção mundial, sobre a base da vantagem comparativa, trará benefícios a todos os parceiros comerciais. Além disso, a ampliação do acesso aos mercados das exportações dos países em desenvolvimento, associada a políticas macroeconômicas e ambientais saudáveis, terá um impacto positivo sobre o meio ambiente e conseqüentemente será uma importante contribuição para o desenvolvimento sustentável.
2.6. A experiência demonstrou que o desenvolvimento sustentável exige comprometimento com políticas econômicas saudáveis e um gerenciamento igualmente saudável; uma administração pública eficaz e previsível; integração das preocupações ambientais ao processo de tomada de decisões; e avanço para um Governo democrático, à luz das situações específicas dos países, com a plena participação de todos os grupos envolvidos. Esses atributos são essenciais para a realização das orientações e objetivos políticos relacionados abaixo.
2.7. O setor dos produtos básicos domina as economias de muitos países em desenvolvimento em termos de produção, emprego e ganhos com a exportação. Uma característica importante da economia mundial dos produtos básicos durante a década de 1980 foi o predomínio de preços reais muito baixos e em declínio para a maioria dos produtos básicos nos mercados internacionais, com a decorrente contração substancial dos ganhos com a exportação de produtos básicos em muitos países produtores. É possível que a capacidade desses países de mobilizar, por meio do comércio internacional, os recuros necessários para financiar os investimentos exigidos pelo desenvolvimento sustentável, se veja prejudicada por esse fator e por impedimentos tarifários e não-tarifários -- inclusive escalas tarifárias -- que limitem seu acesso aos mercados de exportação. É indispensável eliminar as atuais distorções do comércio internacional. A concretização desse objetivo exige, em especial, uma redução substancial e progressiva do apoio e dos subsídios ao setor agrícola -- sistemas internos, acesso ao mercado e subsídios para a exportação --, bem como à indústria e a outros setores, para evitar que os produtores mais eficientes sofram perdas consideráveis, especialmente nos países em desenvolvimento. Em decorrência, na agricultura, na indústria e em outros setores há espaço para iniciativas voltadas para a liberalização do comércio e políticas que tornem a produção mais sensível às necessidades do meio ambiente e do desenvolvimento. Em decorrência, a liberalização do comércio deve ser perseguida em escala mundial em todos os setores da economia, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável.
2.8. O ambiente do comércio internacional viu-se afetado por diversos fatores que criaram novos desafios e oportunidades e tornaram a cooperação econômica multilateral ainda mais importante. Nos últimos anos o comércio mundial continuou crescendo mais depressa que a produção mundial. Não obstante, a expansão do comércio mundial ocorreu de forma muito desigual; apenas um número limitado de países em desenvolvimento teve condições de atingir um crescimento apreciável em suas exportações. Pressões protecionistas e ações políticas unilaterais continuam ameaçando o funcionamento de um sistema comercial multilateral aberto, o que afeta, em especial, os interesses dos países em desenvolvimento na área da exportação. Nestes últimos anos intensificaram-se os processos de integração econômica; é previsível que eles venham a conferir dinamismo ao comércio mundial e intensificar as possibilidades de progresso e comércio dos países em desenvolvimento. Nos últimos anos muitos outros países em desenvolvimento adotaram reformas políticas corajosas que envolviam uma ambiciosa liberalização unilateral de seu comércio, ao passo que os países da Europa central e do leste realizam reformas de amplo alcance e profundos processos de reestruturação, que hão de abrir caminho para sua integração à economia mundial e ao sistema comercial internacional. Atenção crescente vem sendo dedicada ao fortalecimento do papel das empresas e à promoção de mercados competitivos por meio da adoção de políticas competitivas. O SGP mostrou-se um instrumento útil na política de comércio exterior -- embora seus objetivos ainda não tenham sido atingidos; ao mesmo tempo, as estratégias de facilitação do comércio relacionadas ao intercâmbio eletrônico de dados (IED) contribuíram eficazmente para melhorar a eficiência comercial dos setores público e privado. As interações entre as políticas ambientais e as questões comerciais são inúmeras e ainda não foram totalmente avaliadas. Caso se consiga concluir rapidamente a Rodada Uruguai de negociações comerciais e multilaterais com resultados equilibrados, abrangentes e positivos, será possível liberalizar e expandir ainda mais o comércio mundial, reforçar o comércio e as possibilidades de desenvolvimento dos países em desenvolvimento e oferecer maior segurança e previsibilidade ao sistema comercial internacional.
Objetivos
2.9. Nos anos vindouros e levando em consideração os resultados da Rodada Uruguai de negociações comerciais multilaterais, os Governos devem continuar a empenhar-se para alcançar os seguintes objetivos:
(a) Promover um sistema comercial aberto, não-discriminatório e eqüitativo que possibilite a todos os países, em especial aos países em desenvolvimento, aperfeiçoar suas estruturas econômicas e aperfeiçoar o nível de vida de suas populações por meio do desenvolvimento econômico sustentado.
(b) Aperfeiçoar o acesso aos mercados das exportações dos países em desenvolvimento;
(c) Aperfeiçoar o funcionamento dos mercados de produtos básicos e adotar políticas saudáveis, compatíveis e coerentes, nos planos nacional e internacional, com vistas a otimizar a contribuição do setor dos produtos básicos ao desenvolvimento sustentável, levando em conta considerações ambientais;
(d) Promover e apoiar políticas internas e internacionais que façam o crescimento econômico e a proteção ambiental apoiarem-se mutuamente.
Atividades
(a) Cooperação e coordenação internacional e regional Promoção de um sistema de comércio internacional que leve em consideração as necessidades dos países em desenvolvimento
2.10. Por conseguinte, a comunidade internacional deve:
(a) Interromper e fazer retroceder o protecionismo, a fim de ocasionar uma maior liberalização e expansão do comércio mundial, em benefício de todos os países, em especial dos países em desenvolvimento;
(b) Providenciar um sistema de comércio internacional eqüitativo, seguro, não-discriminatório e previsível;
(c) Facilitar, de forma oportuna, a integração de todos os países à economia mundial e ao sistema de comércio internacional;
(d) Velar para que as políticas ambientais e as políticas comerciais sejam de apoio mútuo, com vistas a concretizar o desenvolvimento sustentável;
(e) Fortalecer o sistema de políticas comerciais internacionais procurando atingir, tão depressa quanto possível, resultados equilibrados, abrangentes e positivos na Rodada Uruguai de negociações comerciais multilaterais.
2.11. A comunidade internacional deve dedicar-se a encontrar formas e meios para estabelecer um melhor funcionamento e uma maior transparência dos mercados de produtos básicos, uma maior diversificação do setor dos produtos básicos nas economias em desenvolvimento -- dentro de um quadro macroeconômico que leve em consideração a estrutura econômica de um país, seus recursos naturais e suas oportunidades comerciais --, e um melhor manejo dos recursos naturais, que leve em conta as necessidades do desenvolvimento sustentável.
2.12. Em decorrência, todos os países devem cumprir os compromissos já assumidos no sentido de interromper e fazer retroceder o protecionismo e expandir o acesso aos mercados, especialmente nos setores que interessam aos países em desenvolvimento. Nos países desenvolvidos, esse acesso mais fácil aos mercados decorrerá de um ajuste estrutural adequado. Os países em desenvolvimento devem prosseguir com as reformas de suas políticas comerciais e o ajuste estrutural empreendido. Portanto, é urgente obter um aperfeiçoamento das condições de acesso dos produtos básicos aos mercados, em especial por meio da remoção progressiva dos obstáculos que restringem a importação de produtos básicos primários e manufaturados, bem como da redução substancial e progressiva dos tipos de apoio que induzem a produção não-competitiva, tal como os subsídios para a produção e a exportação.
(b) Atividades relacionadas a manejo
Desenvolvimento de políticas internas que maximizem os benefícios da liberalização do comércio para o desenvolvimento sustentável
2.13. Para beneficiarem-se da liberalização dos sistemas comerciais, os países em desenvolvimento devem implementar as seguintes políticas, conforme adequado:
(a) Criação de um ambiente interno favorável a um equilíbrio ótimo entre a produção para o mercado interno e a produção para o mercado de exportação, e eliminar tendências contrárias à exportação, bem como desestimular a substituição ineficiente das importações;
(b) Promoção da estrutura política e da infra-estructura necessárias ao aperfeiçoamento da eficiência do comércio de exportação e importação e ao funcionamento dos mercados internos.
2.14. As seguintes políticas devem ser adotadas pelos países em desenvolvimento com respeito a produtos básicos compatíveis com eficiência de mercado:y
(a) Expansão da elaboração e da distribuição e aperfeiçoamento das práticas de mercado e da competitividade do setor dos produtos básicos;
(b) Diversificação, com vistas a reduzir a dependência das exportações de produtos básicos;
(c) Aplicação do uso eficiente e sustentável dos fatores da produção na determinação dos preços dos produtos básicos, inclusive com a aplicação dos custos ambientais, sociais e de recursos.
(c) Dados e informações
Fomento à coleta de dados e à pesquisa
2.15. O GATT, a UNCTAD e outras instituições competentes devem continuar coletando dados e informações pertinentes sobre comércio. Pede-se ao Secretário-Geral das Nações Unidas que fortaleça o sistema de informações sobre medidas de controle do comércio gerenciado pela UNCTAD.
Aperfeiçoamento da cooperação internacional para o comércio dos produtos básicos e a diversificação do setor
2.16. Com respeito ao comércio de produtos básicos, os Governos devem, diretamente ou por meio das organizações internacionais pertinentes, quando apropriado:
(a) Buscar um funcionamento ótimo dos mercados de produtos básicos, inter alia por meio de uma maior transparência do mercado que envolva intercâmbio de pontos de vista e informações sobre planos de investimento, perspectivas e mercados para os diferentes produtos básicos. Devem-se buscar negociações substantivas entre os produtores e os consumidores com vistas à concretização de acordos internacionais viáveis e mais eficientes que levem em conta as tendências -- ou arranjos -- do mercado; ao mesmo tempo, devem ser criados grupos de estudo. Nesse aspecto, atenção especial deve ser dedicada aos acordos relativos a cacau, café, açúcar e madeiras tropicais. Destaca-se a importância dos acordos e arranjos internacionais sobre produtos de base. Questões relativas a saúde e segurança do trabalho, transferência de tecnologia e serviços relacionados à produção, comercialização e promoção dos produtos de base, bem como considerações ambientais, devem ser tomadas em conta;
(b) Continuar a aplicar mecanismos de compensação dos déficits dos rendimentos com a exportação de produtos de base dos países em desenvolvimento, com vistas a estimular os esforços em prol da diversificação;
(c) Sempre que solicitado, prestar assistência aos países em desenvolvimento na elaboração e implementação de políticas para os produtos de base e na coleta e utilização de informações a respeito dos mercados de produtos de base;
(d) Apoiar as atividades dos países em desenvolvimento para promover o estabelecimento da estrutura política e da infra-estrutura necessárias para aperfeiçoar a eficiência do comércio de exportação e importação;
(e) Apoiar, nos planos nacional, regional e internacional, as iniciativas dos países em desenvolvimento voltadas para a diversificação.
Meios de implementação
(a) Financiamento e estimativa de custos
2.17. O Secretariado da Conferência estimou o custo total anual médio (1993-2000) da implementação das atividades desta área de programas em cerca de $8,8 bilhões de dólares, a serem providos pela comunidade internacional em termos concessionais ou de doações. Estas são estimativas apenas indicativas e aproximadas, não revisadas pelos Governos. Os custos reais e os termos financeiros, inclusive os não concessionais, dependerão, inter alia, das estratégias e programas específicos que os Governos decidam adotar para a implementação.
(b) Fortalecimento institucional
2.18. As atividades de cooperação técnica mencionadas acima têm por objetivo fortalecer as capacitações nacionais para a elaboração e aplicação de uma política para os produtos básicos, o uso e o manejo dos recursos nacionais e a utilização de informação sobre os mercados de produtos básicos.
B. Estabelecimento de um apoio recíproco entre comércio e meio ambiente
Base para a ação
2.19. As políticas sobre meio ambiente e as políticas sobre comércio devem reforçar-se reciprocamente. Um sistema comercial aberto e multilateral possibilita maior eficiência na alocação e uso dos recursos, contribuindo assim para o aumento da produção e dos lucros e para a diminuição das pressões sobre o meio ambiente. Dessa forma, proporciona recursos adicionais necessários para o crescimento econômico e o desenvolvimento e para uma melhor proteção ambiental. Um meio ambiente saudável, por outro lado, proporciona os recursos ecológicos e de outros tipos necessários à manutenção do crescimento e ao apoio à expansão constante do comércio. Um sistema comercial aberto, multilateral, que se apóie na adoção de políticas ambientais saudáveis, teria um impacto positivo sobre o meio ambiente, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.
2.20. A cooperação internacional na área do meio ambiente está crescendo; em diversos casos, verificou-se que as disposições sobre comércio dos acordos multilaterais sobre o meio ambiente desempenharam um papel nos esforços para fazer frente aos problemas ambientais mundiais. Conseqüentemente, sempre que considerado necessário, aplicaram-se medidas comerciais em determinadas instâncias específicas para aumentar a eficácia da regulamentação ambiental destinada à proteção do meio ambiente. Essa regulamentação deve estar voltada para as causas básicas da degradação ambiental, de modo a evitar a imposição de restrições injustificadas ao comércio. O desafio consiste em assegurar que as políticas comerciais e as políticas sobre o meio ambiente sejam compatíveis, reforçando, ao mesmo tempo, o processo de desenvolvimento sustentável. Não obstante, será preciso levar em conta o fato de que os parâmetros ambientais válidos para os países desenvolvidos podem significar custos sociais e econômicos inaceitáveis para os países em desenvolvimento.
Objetivos
2.21. Os Governos devem esforçar-se para atingir os seguintes objetivos, por meio de foros multilaterais pertinentes, como o GATT, a UNCTAD e outras organizações internacionais:
(a) Fazer com que as políticas de comércio internacional e as políticas sobre meio ambiente passem a reforçar-se reciprocamente, favorecendo o desenvolvimento sustentável;
(b) Esclarecer o papel do GATT, da UNCTAD e de outras organizações internacionais no que diz respeito às questões relacionadas a comércio e meio ambiente, inclusive, quando pertinente, procedimentos de conciliação e ajuste de disputas;
(c) Estimular a produtividade e a competitividade internacionais e estimular um papel construtivo por parte da indústria ao lidar com questões relativas a meio ambiente e desenvolvimento.
Atividades
Elaboração de uma agenda sobre o meio ambiente/comércio e desenvolvimento
2.22. Os Governos devem estimular o GATT, a UNCTAD e outras instituições econômicas internacionais e regionais pertinentes a examinar, em conformidade com seus respectivos mandatos e esferas de competência, os seguintes princípios e propostas:
(a) Elaborar estudos adequados para uma melhor compreensão da relação entre comércio e meio ambiente para a promoção do desenvolvimento sustentável;
(b) Promover um diálogo entre os círculos atuantes nas áreas do comércio, do desenvolvimento e do meio ambiente;
(c) Nos casos em que se utilizem medidas comerciais relacionadas a meio ambiente, garantir sua transparência e compatibilidade com as obrigações internacionais;
(d) Atentar para as causas básicas dos problemas relativos a meio ambiente e desenvolvimento, de modo a evitar a adoção de medidas ambientais que resultem em restrições injustificadas ao comércio;
(e) Evitar o uso de restrições ou distorções que incidam sobre o comércio como forma de compensar as diferenças de custo decorrentes das diferenças quanto a normas e regulamentações ambientais, visto que sua aplicação poderia conduzir a distorções comerciais e aumentar as tendências protecionistas;
(f) Garantir que as regulamentações e normas relacionadas a meio ambiente, inclusive as que dizem respeito a saúde e segurança, não constituam uma forma de discriminação arbitrária ou injustificável ou uma restrição disfarçada ao comércio;
(g) Garantir que os fatores especiais que afetam as políticas sobre meio ambiente e comércio nos países em desenvolvimento não sejam esquecidos quando da aplicação das normas ambientais ou de quaisquer medidas comerciais. Convém notar que as normas válidas na maioria dos países desenvolvidos podem ser inadequadas e ter custos sociais inaceitáveis para os países em desenvolvimento;
(h) Estimular os países em desenvolvimento a participar dos acordos multilaterais por meio de mecanismos como normas especiais de transição;
(i) Evitar medidas unilaterais para fazer frente aos problemas ambientais que fujam à jurisdição do país importador. As medidas ambientais voltadas para problemas transfronteiriços ou mundiais devem, sempre que possível, basear-se em um consenso internacional. As medidas internas voltadas para a realização de certos objetivos ambientais podem necessitar medidas comerciais que as tornem mais eficazes. Caso se considere necessário adotar medidas comerciais para garantir a observância da política ambiental, determinados princípios e regras devem ser aplicados. Entre eles, por exemplo, podem estar o princípio da não-discriminação; o princípio de que a medida comercial escolhida deva ser tão pouco restritiva ao comércio quanto permita a consecução dos objetivos; o compromisso de garantir transparência no uso das medidas comerciais relacionadas ao meio ambiente e de oferecer notificação adequada das regulamentações nacionais; e a necessidade de levar em conta as condições especiais e as exigências de progresso dos países em desenvolvimento em seu avanço para objetivos ambientais internacionalmente acordados;
(j) Desenvolver maior precisão, quando necessário, e esclarecer o relacionamento entre os dispositivos do GATT e algumas das medidas multilaterais adotadas na esfera do meio ambiente;
(k) Velar pela participação pública na formulação, negociação e implementação de políticas comerciais enquanto meio de originar maior transparência, à luz das condições específicas de cada país;
(l) Garantir que as políticas ambientais proporcionem um quadro jurídico-institucional adequado ao atendimento das novas necessidades de proteção do meio ambiente que possam decorrer de alterações no sistema de produção e da especialização comercial.
C. Oferta de recursos financeiros suficientes aos países em desenvolvimento
Base para a ação
2.23. O investimento é fundamental para que os países em desenvolvimento tenham condições de atingir o crescimento econômico necessário a uma melhora do bem-estar de suas populações e ao atendimento de suas necessidades básicas de maneira sustentável, sem deteriorar ou prejudicar a base de recursos que escora o desenvolvimento. O desenvolvimento sustentável exige um reforço dos investimentos e isso exige recursos financeiros internos e externos. O investimento privado externo e o retorno de capital de giro, que dependem de um clima saudável de investimentos, são uma fonte importante de recursos financeiros. Muitos países em desenvolvimento experimentaram, durante até uma década, uma situação de transferência líquida negativa de recursos financeiros, durante a qual suas receitas financeiras eram excedidas pelos pagamentos que eram obrigados a fazer, particularmente com o serviço da dívida. Como resultado, recursos mobilizados internamente tiveram que ser transferidos para o exterior, em lugar de serem investidos localmente na promoção do desenvolvimento econômico sustentável.
2.24. Para muitos países em desenvolvimento, a retomada do desenvolvimento só poderá ter lugar a partir de uma solução durável para os problemas do endividamento externo, levando-se em conta que, para muitos países em desenvolvimento, os encargos da dívida externa são um problema considerável. Nesses países o encargo dos pagamentos dos juros da dívida impôs graves restrições a sua capacidade de acelerar o crescimento e erradicar a pobreza e ocasionou uma retração das importações, dos investimentos e do consumo. O endividamento externo emergiu como fator preponderante na estagnação econômica dos países em desenvolvimento. A implementação permanente e vigorosa da estratégia internacional da dívida, em constante evolução, tem o objetivo de restaurar a viabilidade financeira externa dos países devedores; a retomada de seu crescimento e desenvolvimento contribuiria para a obtenção de crescimento e desenvolvimento sustentáveis. Nesse contexto, é indispensável contar-se com recursos financeiros adicionais em favor dos países em desenvolvimento e utilizarem-se esses recursos de forma eficiente.
Objetivo
2.25. As exigências específicas para a implementação dos programas setoriais e intersetoriais incluídos na Agenda 21 são examinadas nas áreas de programas correspondentes e no Capítulo 33, intitulado "Recursos e Mecanismos de Financiamento".
Atividades
(a) Cumprimento das metas internacionais do financiamento oficial para o desenvolvimento
2.26. Como discutido no Capítulo 33, devem ser oferecidos recursos novos e adicionais em apoio aos programas da Agenda 21.
(b) Análise da questão da dívida
2.27. No que diz respeito à dívida externa assumida junto a bancos comerciais, reconhecem-se os progressos que vêm sendo feitos graças à nova estratégia da dívida e estimula-se uma implementação mais rápida dessa estratégia. Alguns países já se beneficiaram da combinação de políticas saudáveis de ajuste à redução da dívida contraída junto aos bancos comerciais, ou medidas equivalentes. A comunidade internacional estimula:
(a) Outros países com dívidas onerosas junto a bancos a negociar com seus credores medidas análogas de redução de sua dívida junto aos bancos comerciais;
(b) As partes envolvidas nessa negociação a não deixarem de atribuir a devida importância à redução da dívida a médio prazo e às novas exigências de recursos do país devedor;
(c) As instituições multilaterais ativamente envolvidas na nova estratégia internacional da dívida a manter seu apoio aos conjuntos de medidas de redução da dívida relacionados a dívidas contraídas junto a bancos comerciais, com vistas a garantir que a magnitude de tais financiamentos esteja de acordo com o desdobramento da estratégia da dívida;
(d) Os bancos credores a participar da redução da dívida e dos juros da dívida;
(e) Políticas reforçadas destinadas a atrair o investimento direto, a evitar níveis insustentáveis de endividamento e a promover a volta do capital de giro.
2.28. Com relação à dívida contraída junto aos credores oficiais bilaterais, são bem-vindas as medidas recentemente adotadas pelo Clube de Paris, relativamente a condições mais generosas de desafogo para com os países mais pobres e mais endividados. São bem-vindos, igualmente, os esforços atualmente envidados para implementar essas medidas, advindas das "condições de Trinidad", de modo compatível com a possibilidade de pagamento desses países e de forma a dar apoio adicional a seus esforços de reforma econômica. É especialmente bem-vinda, ademais, a redução substancial da dívida bilateral, empreendida por alguns países credores; outros países que tenham condições de fazer o mesmo são estimulados a adotar ação similar.
2.29. São dignas de elogios as ações dos países de baixa renda com encargos substanciais da dívida que continuam, com grande dificuldade, a pagar os juros de suas dívidas e a salvaguardar sua credibilidade enquanto devedores. Atenção especial deve ser dedicada a suas necessidades de recursos. Outros países em desenvolvimento afligidos pela dívida e que envidam grandes esforços para não deixar de pagar os juros de suas dívidas e honrar suas obrigações financeiras externas também merecem a devida atenção.
2.30. Em relação à dívida multilateral, insiste-se que deve ser dedicada séria atenção à continuidade do trabalho em prol de soluções voltadas para o crescimento no que diz respeito aos problemas dos países em desenvolvimento com graves dificuldades para o pagamento dos juros da dívida, inclusive aqueles cuja dívida foi contraída basicamente junto a credores oficiais ou instituições financeiras multilaterais. Particularmente no caso de países de baixa renda em processo de reforma econômica, são bem-vindos o apoio das instituições financeiras multilaterais sob a forma de novos desembolsos, bem como o uso de seus fundos em condições favoráveis. Devem-se continuar utilizando grupos de apoio na provisão de recursos para saldar os atrasos no pagamento de países que venham encetando vigorosos programas de reforma econômica apoiados pelo FMI e pelo Banco Mundial. As medidas adotadas pelas instituições financeiras multilaterais, como o refinanciamento dos juros sobre os empréstimos cedidos em condições comerciais com reembolsos à AID -- a chamada "quinta dimensão" --, são muito bem-vindos.
Meios de implementação
Financiamento e estimativa de custos*
* Ver Capítulo 33 ("Recursos e mecanismos financeiros").
D. Estímulo a políticas econômicas favoráveis ao desenvolvimento sustentável
Base para a ação
2.31. Devido ao clima internacional desfavorável que afeta os países em desenvolvimento, a mobilização de recursos internos e a alocação e utilização eficazes dos recursos mobilizados internamente tornam-se especialmente importantes no fomento ao desenvolvimento sustentável. Em diversos países são necessárias políticas voltadas para a correção da má orientação dos gastos públicos, dos marcados déficits orçamentários e outros desequilíbrios macroeconômicos, das políticas restritivas e distorções nas áreas das taxas de câmbio, investimentos e financiamento, bem como dos obstáculos à atividade empresarial. Nos países desenvolvidos as reformas e ajustes constantes das políticas, inclusive com taxas adequadas de poupança, podem contribuir para gerar recursos que apóiem a transição para o desenvolvimento sustentável, tanto nesses países como nos países em desenvolvimento.
2.32. Um bom gerenciamento, que favoreça a associação entre uma administração pública eficaz, eficiente, honesta, eqüitativa e confiável e os direitos e oportunidades individuais, é elemento fundamental para um desenvolvimento sustentável, com base ampla e um desempenho econômico saudável em todos os planos do desenvolvimento. Todos os países devem redobrar seus esforços para erradicar o gerenciamento inadequado dos negócios públicos e privados, inclusive a corrupção, levando em conta os fatores responsáveis por esse fenômeno e os agentes nele envolvidos.
2.33. Muitos países em desenvolvimento endividados estão passando por programas de ajuste estrutural relacionados ao reescalonamento da dívida ou a novos empréstimos. Embora tais programas sejam necessários para melhorar o equilíbrio entre os orçamentos fiscais e as contas da balança de pagamentos, em alguns casos eles produziram efeitos sociais e ambientais adversos, como cortes nas verbas destinadas aos setores da saúde, do ensino e da proteção ambiental. É importante velar para que os programas de ajuste estrutural não tenham impactos negativos sobre o meio ambiente e o desenvolvimento social, para que tais programas sejam mais compatíveis com os objetivos do desenvolvimento sustentável.
Objetivo
2.34. É necessário estabelecer, à luz das condições específicas de cada país, reformas das políticas econômicas que promovam o planejamento e a utilização eficientes dos recursos para o desenvolvimento sustentável por meio de políticas econômicas e sociais saudáveis; que fomentem a atividade empresarial e a incorporação dos custos sociais e ambientais à determinação do preço dos recursos; e que eliminem as fontes de distorção na esfera do comércio e dos investimentos.
Atividades
(a) Atividades relacionadas a gerenciamento
Promoção de políticas econômicas saudáveis
2.35. Os países industrializados e outros países em posição de fazê-lo devem intensificar seus esforços para:
(a) Estimular um ambiente econômico internacional estável e previsível, especialmente no que diz respeito a estabilidade monetária, taxas reais de interesse e flutuação das taxas de câmbio fundamentais;
(b) Estimular a poupança e reduzir os déficits fiscais;
(c) Assegurar que nos processos de coordenação de políticas sejam levados em conta os interesses e preocupações dos países em desenvolvimento, inclusive a necessidade de promover medidas positivas para apoiar os esforços dos países de menor desenvolvimento relativo para pôr fim a sua marginalização na economia mundial;
(d) Dar início a políticas nacionais macroeconômicas e estruturais adequadas à promoção de um crescimento não inflacionário, reduzir seus principais desequilíbrios externos e aumentar a capacidade de ajuste de suas economias.
2.36. Os países em desenvolvimento devem considerar a possibilidade de intensificar seus esforços para implementar políticas econômicas saudáveis, com o objetivo de:
(a) Manter a disciplina monetária e fiscal necessária à promoção da estabilidade dos preços e do equilíbrio externo;
(b) Garantir taxas de câmbio realistas;
(c) Aumentar a poupança e o investimento internos e ao mesmo tempo melhorar a rentabilidade dos investimentos.
2.37. Mais especificamente, todos os países devem desenvolver políticas que aumentem a eficiência na alocação de recursos e aproveitem plenamente as oportunidades oferecidas pelas mudanças no ambiente econômico mundial. Em especial, sempre que adequado e levando em conta as estratégias e objetivos nacionais, os países devem:
(a) Eliminar as barreiras ao progresso decorrentes de ineficiências burocráticas, os freios administrativos, os controles desnecessários e o descuido das condições de mercado;
(b) Promover a transparência na administração e na tomada de decisões;
(c) Estimular o setor privado e fomentar a atividade empresarial eliminando os obstáculos institucionais à criação de empresas e à entrada no mercado. O objetivo essencial seria simplificar ou eliminar as restrições, regulamentações e formalidades que tornam mais complicado, oneroso e lento criar empresas e colocá-las em funcionamento em vários países em desenvolvimento;
(d) Promover e apoiar os investimentos e a infra-estrutura necessários ao crescimento econômico e à diversificação sustentáveis sobre uma base ambientalmente saudável e sustentável;
(e) Abrir espaço para a atuação de instrumentos econômicos adequados, inclusive mecanismos de mercado, em conformidade com os objetivos do desenvolvimento sustentável e da satisfação das necessidades básicas;
(f) Promover o funcionamento de sistemas fiscais e setores financeiros eficazes;
(g) Criar oportunidades para que as empresas de pequeno porte, tanto agrícolas como de outros tipos, bem como os populações indígenas e as comunidades locais, possam contribuir plenamente para a conquista do desenvolvimento sustentável;
(h) Eliminar as atitudes contrárias às exportações e favoráveis à substituição ineficiente de importações e estabelecer políticas que permitam um pleno aproveitamento dos fluxos de investimento externo, no quadro dos objetivos nacionais sociais, econômicos e do desenvolvimento;
(i) Promover a criação de um ambiente econômico interno favorável a um equilíbrio ótimo entre a produção para o mercado interno e a produção para a exportação.
(b) Cooperação e coordenação internacionais e regionais
2.38. Os Governos dos países desenvolvidos e os Governos de outros países em condições de fazê-lo, diretamente ou por meio das organizações internacionais e regionais adequadas e das instituições financeiras internacionais, devem aumentar seus esforços para oferecer aos países em desenvolvimento uma maior assistência técnica no seguinte:
(a) Fortalecimento institucional e técnica no que diz respeito a elaboração e implementação de políticas econômicas, quando solicitado;
(b) Elaboração e operação de sistemas fiscais, sistemas contábeis e setores financeiros eficientes;
(c) Promoção da atividade empresarial.
2.39. As instituições financeiras e de desenvolvimento internacionais devem analisar mais detidamente seus programas e políticas, à luz do objetivo do desenvolvimento sustentável.
2.40. Há muito aceitou-se uma cooperação econômica mais intensa entre os países em desenvolvimento, considerando-se ser esse um fator importante nos esforços voltados para a promoção do crescimento econômico e das capacidades tecnológicas, bem como para a aceleração do desenvolvimento no mundo em desenvolvimento. Em decorrência, a comunidade internacional deve reforçar e continuar apoiando os esforços dos países em desenvolvimento para promover, entre si, a cooperação econômica.
Meios de implementação
(a) Financiamento e estimativa de custos
2.41. O Secretariado da Conferência estimou o custo total anual médio (1993-2000) da implementação das atividades desta área de programas em cerca de $50 milhões de dólares, a serem providos pela comunidade internacional em termos concessionais ou de doações. Estas são estimativas apenas indicativas e aproximadas, não revisadas pelos Governos. Os custos reais e os termos financeiros, inclusive os não concessionais, dependerão, inter alia, das estratégias e programas específicos que os Governos decidam adotar para a implementação.
Fortalecimento institucional
2.42. As alterações de políticas nos países em desenvolvimento mencionadas acima envolvem consideráveis esforços nacionais de fortalecimento institucional e técnica nas áreas da administração pública, do sistema bancário central, da administração fiscal, das instituições de poupança e dos mercados financeiros.
2.43. Os esforços especiais que venham a ser envidados em prol da implementação das quatro áreas de programas identificadas neste capítulo justificam-se, tendo em vista a especial gravidade dos problemas ambientais e do desenvolvimento nos países de menor desenvolvimento relativo.


FONTE
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www.r7.com/
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