Ela pagou fiança, mas não cumpriu a medida cautelar de se apresentar à Justiça
O Ministério Público Estadual encaminhou à Justiça um pedido de prisão preventiva da mulher do advogado Mauricio Dal Agnol, suspeito de dar golpe em 30 mil clientes e lucrar R$ 100 milhões de forma indevida. Márcia Fátima da Silva Dal Agnol foi denunciada pelo MP por coordenar em conjunto com o marido a administração dos valores apropriados dos clientes.
O órgão já havia pedido à Justiça a prisão preventiva do casal e de outros três envolvidos no esquema no mês passado. Na decisão judicial, apenas a prisão de Dal Agnol, apontado como articulador da fraude, foi decretada. Aos outros envolvidos, o juiz determinou o pagamento de fiança e a apresentação em juízo às segundas e sextas-feiras, com objetivo de informar suas atividades e atualizar dados para contato. Todos também estão proibidos de deixar o país.
Márcia Dal Agnol pagou fiança de R$ 724 mil, mas não cumpriu a medida cautelar de se apresentar no Fórum de Passo Fundo. Por isso, o MP pediu novamente a prisão preventiva da mulher. O pedido ainda não foi analisado pela Justiça. Conforme o MP, os outros integrantes da quadrilha — que também pagaram fiança — estão cumprindo as medidas alternativas.
Recurso pediu a prisão de todos os envolvidos
Paralelo ao novo pedido de prisão preventiva de Márcia Dal Agnol, o MP já havia ingressado com um recurso pedindo a prisão da mulher e dos outros três envolvidos na quadrilha. O recurso foi enviado à Justiça depois que o órgão recebeu a intimação oficial da decisão que determinou apenas a prisão de Dal Agnol, no final de fevereiro.
— Não concordamos com a decisão que determinou a fiança e as medidas alternativas para os outros envolvidos — afirma o promotor Álvaro Luiz Poglia.
O recurso também aguarda a apreciação da Justiça.
O golpe
No final da década de 90, Dal Agnol passou a captar clientes de todo o Estado visando propor ações judiciais contra a empresa e ganhou fama em Passo Fundo. Os processos buscavam ressarcir clientes que teriam sido lesados pela companhia. Com a vitória das ações, segundo a denúncia do Ministério Público, o advogado teria se apropriado de algumas indenizações, não informando aos clientes o real valor que deveriam receber da empresa. A prática criminosa, conforme o MP, teria se tornado corriqueira.
ZERO HORA - RS
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