sexta-feira, 23 de maio de 2014

HISTÓRIA DAS COPAS - 1962. * A consagração de Garrincha Apenas dois anos após ter sofrido o maior terremoto do século 20, o Chile recebeu a Copa do Mundo em quatro sedes: a capital Santiago, a charmosa Viña Del Mar, além de Rancagua e Arica. O destaque era o Estádio Nacional de Santiago, com as montanhas cobertas de neve da Cordilheira dos Andes ao fundo como cenário.

HISTÓRIA DAS COPAS - 1962
A consagração de Garrincha

Apenas dois anos após ter sofrido o maior terremoto do século 20, o Chile recebeu a Copa do Mundo em quatro sedes: a capital Santiago, a charmosa Viña Del Mar, além de Rancagua e Arica. O destaque era o Estádio Nacional de Santiago, com as montanhas cobertas de neve da Cordilheira dos Andes ao fundo como cenário.

O Brasil entrou em campo para defender o título. Depois de encantar o mundo em 1958, Pelé chegou ao Chile já com status de gênio da bola aos 21 anos de idade. Uma contusão do craque logo na segunda partida, no entanto, obrigou a Seleção Brasileira a procurar outras alternativas. E o Brasil tinha pelo menos dois trunfos para levar o bicampeonato: o intempestivo Garrincha e Amarildo, o Possesso, designado para substituir o camisa 10. 

Aos 25 anos, no auge da carreira, Garrincha fez de tudo nos gramados chilenos, naquele que depois seria reconhecido como o maior momento do Anjo de Pernas Tortas. Ele marcou quatro gols no torneio e foi descrito pelo jornal francês L'Equipe como "o ponta-direita mais extraordinário que o futebol já conheceu."

A base da delegação brasileira era de campeões mundiais em 1958, mas com um novo comandante: o técnico Aymoré Moreira, que assumiu o cargo por causa dos problemas de saúde de Vicente Feola. Irmão de Zezé Moreira, que havia dirigido o Brasil em 1954 na Suíça, Aymoré apostou no esquema tático 4-3-3. No primeiro jogo, vitória de 2 x 0 sobre o México, com gols de Zagallo e Pelé. Mas contra a Tchecoslováquia, Pelé deixou o campo com uma lesão na coxa esquerda.

Diante da Espanha, que contava com o húngaro naturalizado Puskas, o Brasil teve dificuldades: saiu atrás com um gol de Adelardo Rodriguez. Mas foi justamente o substituto de Pelé que salvou a pátria. Amarildo fez dois gols e decretou a vitória por 2 x 1.

O adversário das quartas de final foi a Inglaterra. O jogo teve direito até a um cachorro que invadiu o campo, mas quem brilhou mesmo foi o endiabrado Garrincha. Ele abriu o placar, cobrou a falta que resultou no segundo gol, de Vavá, e fechou a conta com um petardo de fora da área: 3 x 1 Brasil.

Os anfitriões contavam com 80 mil vozes a favor para levá-los à final, mas o que os chilenos viram na semifinal foi mais um show de Garrincha. Ele marcou dois gols e ajudou o Brasil a golear por 4 x 2. Vavá fez os outros tentos brasileiros no jogo. A seleção chilena teria de se contentar com o terceiro lugar.

Na final, de novo a Tchecoslováquia. Os comandados de Rudolf Vytlacil haviam empatado com o Brasil na primeira fase, mas na final eram claramente os azarões. Mesmo assim, foram os tchecos que abriram o marcador, com Josef Masopust, meia que receberia o prêmio Bola de Ouro da revista France Football no final daquele ano.

A alegria durou pouco. Dois minutos depois, Amarildo enganou o goleiro Schroif com um chute quase sem ângulo pelo lado esquerdo. No segundo tempo, Amarildo cruzou para Zito arrematar de cabeça, virando o jogo para os brasileiros. Depois da falha de Schroif em uma bola lançada na área, Vavá selou a vitória por 3 x 1. O mundo era verde e amarelo mais uma vez.




Mais sobre a Copa de 1962 no Portal da Copa:

Série de reportagens com fotos e vídeos apresentada pelo Portal da Copa rende homenagens à conquista do segundo título mundial brasileiro

Os europeus Josef Masopust, Jiří Tichý, Josef Jelínek, Václav Mašek e Jozef Štibrányi se reuniram com os brasileiros Zagallo, Mengálvio, Pepe, Coutinho, Jair da Costa, Djalma Santos e Gilmar

No livro Chile 1962 - 50 anos, Antonio Carlos Napoleão recupera detalhes do torneio que representou o bicampeonato mundial ao Brasil

Rei do futebol fala sobre a Copa de 2014, explica o surgimento da mística da camisa 10, recorda histórias inusitadas da parceria invicta com Garrincha, lista seus principais marcadores, exalta o zagueiro Dedé e reforça crença em Neymar e Lucas

Josef Masopust está em São Paulo para comemoração dos 50 anos do Bi da Seleção Brasileira. Ele conta como os tchecos chegaram desacreditados ao Mundial e se mostra ansioso por rever campeões.

Nenhum comentário:

Postar um comentário