Confira os benefícios e os malefícios do companheiro mais lembrado no ambiente de trabalho
Cafeína atua no sistema nervoso central, aumentando a influência da dopamina, um neurotransmissor que ajuda o cérebro a trabalhar mais rápido
Todo mundo já tomou café com o objetivo de se manter acordado. Muitos estudantes costumam abusar disso para estudar para provas ou terminar trabalhos durante a madrugada, enquanto outras pessoas acreditam que ajuda na recuperação após uma noite de exageros. Muitos apelidam o café como “a bebida do sistema capitalista”, graças a sua fama de melhorar o rendimento e a produtividade. Mas será que ele realmente serve para manter você acordado ou é apenas mais uma daquelas histórias populares sem fundamento?
Por ter a fama de despertar e estimular as pessoas, cientistas ao redor do mundo estudaram e pesquisaram os efeitos desse grão sobre o corpo humano. Esses estudos levaram a vários resultados que apontam prós e contras em relação ao café.
Benefícios e malefícios do café
Uma pesquisa realizada na Unidade de Pesquisa Café e Coração do InCor (Instituto do Coração) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP comprovou que o consumo moderado de café, o que equivale a três ou quatro xícaras por dia, ajuda na prevenção de várias doenças como o Mal de Parkinson, Diabetes e o Câncer de cólon. Segundo Luiz Antônio Machado, médico, pesquisador e diretor da Unidade de Coronariopatias Crônicas do InCor, encontram-se propriedades antioxidantes, que ajudam a combater os radicais livres (elétrons desemparelhados que danificam as células sadias do corpo), aumentando a disposição para a prática de atividades físicas. Deve ser levado em conta que esse estudo foi feito com café puro, pois a adição de outros produtos, como leite e açúcar, além de alterar o sabor, muda também as propriedades naturais da bebida.
Contudo, como qualquer outro produto natural, o café pode causar sérios problemas ao corpo humano quando consumido em quantidades excessivas. Entre alguns efeitos, estão a redução na taxa de oxigenação dos neurônios, a perda de vitaminas e sais minerais do corpo e as irritações nas mucosas intestinais (principalmente em pessoas que sofrem com gastrite e problemas de pele como verrugas e psoríase).
Afinal, o café realmente acorda?
Sim, consumir café realmente ajuda no despertar e manter acordado e atento por um período maior que o normal. Isso só acontece graças a uma substância chamada cafeína, presente na composição do café. Ela é um tipo de composto químico classificado como alcalóide, que pode ser encontrado em alguns tipos de plantas, principalmente nos grãos de café. A cafeína atua no sistema nervoso central aumentando a influência da dopamina, um neurotransmissor que ajuda o cérebro a trabalhar mais rápido. Como ela é absorvida pelo corpo rapidamente, chegando as células em média 20 minutos após a ingestão da bebida, o efeito de “despertar” é sentido quase que imediatamente. Vale ressaltar que café descafeinado é livre de cafeína logo não cumpre a função de manter o consumidor desperto.
Mesmo apresentando o benefício de animar, beber café acima do recomendado pode fazer com que o organismo se acostume com a presença daquelas substâncias e crie uma espécie de resistência. Assim, o resultado esperado, de ficar mais esperto e ligado, não é atingido. Por isso, os pesquisadores da USP também recomendam o consumo moderado, para que não seja atingido esse estágio, em que o corpo está tão impregnado dos ativos que não consegue responder mais de forma satisfatória. Além disso, a falta de controle da bebida pode atrapalhar quem sofre com doenças como a gastrite ou têm algum tipo de sensibilidade no trato intestinal.
Os benefícios devem ser entendidos de modo a serem aproveitados de forma saudável, lembrando que podem ocorrer outras consequências desagradáveis, como a degradação do esmalte e o escurecimento dos dentes, ansiedade, tremores musculares e, mesmo que não interfira no tempo de sono, pode prejudicar sua qualidade.
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