Uma semana com a pequena street da Yamaha foi o suficiente para eu questionar ser proprietário de um scooter. Diversos motivos me levaram a optar por esse tipo de moto: praticidade, câmbio automático, não estragar o sapato esquerdo, proteger o corpo de intempéries, ter um razoável bagageiro, desfrutar talvez de uma maior simpatia por parte dos motoristas de automóvel, nos fazer andar mais devagar e ainda ter menor índice de roubo. Bem, talvez esses argumentos me façam permanecer com meu scooter, mas a Fazer 150 mostrou tantas qualidades que confesso que fiquei em dúvida…
Vamos lá: a aceleração nas saídas de semáforo são excelentes mesmo com garupa; num instante, levando o motor a 8 mil rpm, me vi a 78 Km/h ao passar de 3ª para 4º marcha. Entre 4 mil e 6 mil rpm (na faixa de torque máximo, 1,28 Kgfm a 5500 rpm), ela se coloca muito bem no trânsito. Além disso, a posição de condução é bastante confortável, com a coluna ereta e o guidão ligeiramente elevado. Os comandos são ergonômicos e de fácil acionamento. Destaque também para belo painel com conta-giros analógico, velocímetro digital e um utilíssimo indicador de marchas que, a meu ver, deveria estar presente em todas as motos.
A suspensão da Fazer 150 é feijão com arroz, mas muito bem calibrada, com cursos de 120 mm na dianteira e 92 mm na traseira. Impressiona a capacidade de absorção de impactos. Passei com garupa a uns 40 Km/h nas depressões entre ruas que ainda não foram niveladas, e não houve trancos nos ocupantes e nem final de curso. Também fiz o teste, agora sozinho, superando algumas lombadas a cerca de 40 km/h e encontrei o mesmo bom resultado.
A primeira impressão positiva me levou a desfrutar um pouco mais da pequena Yamaha. Resolvi então fazer um bate-e-volta da capital paulista até o litoral, descendo até Santos. É o tipo de percurso que muita gente faz com motos pequenas nos fins-de-semana. Será que a Fazer se sairia bem? No trecho de 120 Km/h da rodovia Imigrantes, não precisei me preocupar com os radares, pois tinha o vento contra e a máxima que consegui ficou em torno de 115 Km/h.
Optei por descer pela Anchieta. Agora sim tive de me preocupar com os radares, mas também fui curtindo o traçado sinuoso com a boa estabilidade e leveza da Fazer para deitar nas curvas. Chegando a Santos, notei que a motinho se sente em casa na cidade litorânea, pois o que não falta lá são parceiras de categoria no trânsito à beira-mar. No retorno, também pela Anchieta, aproveitei as curvas com plena segurança e sem balanços, enquanto mantive a 4º marcha “cheia” para extrair por completo os 12,2 cv de potência (disponíveis a 7.500 rpm). E não é que ela encarou bem a serra? Brinquei de acompanhar o ritmo de um Ford Fusion que seguia à frente, mantendo a velocidade entre 90 km/h e 100 km/h.
Também gostei bastante do câmbio. Os engates são macios e precisos, sendo fácil de encontrar o ponto morto mesmo parando em 2ª marcha. Bem casado com o motor, ele facilita a condução, mas uma sexta marcha aumentaria o conforto acústico na estrada. Um senão fica para o freio dianteiro, que poderia ter o acionamento mais leve. Já o consumo total, lembrando que fui de “cabo enrolado” na viagem, ficou em 27,9 Km/l usando etanol.
Após os rolês urbanos e a descida para Santos, concluo que a Fazer é uma bela motinho. O conjunto é atual, estiloso, harmônico e funcional. Entre os detalhes que fazem diferença, destaco a alça soldada ao descanso lateral, que facilita seu acionamento, e a bela lanterna traseira dividida. No fim, a street da Yamaha me deixou no mínimo mais exigente para a escolha da minha próxima motinho.
http://carplace.virgula.uol.com.br/garagem-moto3-fazer-150-vai-a-praia-e-conquista-dono-de-scooter/
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