Nova patente será obrigatória para todos os veículos novos. Esquema de placas coloridas será modificado
Por Marcelo Moura // Fotos: Argentina Autoblog e Divulgação
Há pouco mais de duas semanas o Mercosul (Mercado Comum do Sul) apresentou em Buenos Aires a nova placa de identificação para os veículos de Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. A definição do “layout” da placa é o avanço mais importante desde que o projeto de padronização foi anunciado pelos países do bloco, em dezembro de 2010.
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Com várias mudanças em relação ao projeto original, a “Placa Mercosul” conta com sete caracteres, entre letras e números, além de uma identificação do país de origem, com nome e bandeira. Feita em tamanho único, a chapa também traz o símbolo do bloco comercial e medidas de segurança para evitar clonagem.
Logo após o anúncio do novo desenho, centenas de dúvidas surgiram pela internet. Para tirar a limpo todas as questões, fomos conferir com o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) como será o processo de padronização no Brasil. Confira:
Quando a padronização entra em vigor?
De acordo com a Decisão nº52/2012/MERCOSUL/CMC, a nova placa aprovada pelo Mercosul será obrigatória para TODOS os veículos novos dos países membros (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) a partir do dia 1º de Janeiro de 2016.
A informação vai na contramão da ideia inicial formulada em 2010 e veiculada por boa parte da imprensa nas últimas duas semanas: de que o novo sistema entraria em vigor em 2016 apenas para veículos de transporte de mercadoria e passageiros, sendo obrigatório para carros de passeio apenas a partir de 2018.
Como é o sistema alfanumérico da “Placa Mercosul”?
São sete caracteres, sempre dispostos da seguinte forma: duas letras, três números e duas letras. Segundo o próprio Mercosul, a combinação visa evitar a formação de palavras. Com certeza,Jeremy Clarkson e a turma do Top Gear não curtiram isso.
Como será a padronização no Brasil?
No Brasil, somente os veículos novos registrados a partir de 2016 deverão ser emplacados com a nova patente. Os carros já emplacados não serão obrigados a trocar suas placas.
Qual será o custo para emplacar a nova patente?
O valor será o mesmo do atual emplacamento para veículos novos: taxa mínima de R$ 181,37. O processo também segue o mesmo.
E o atual sistema de cores diferentes de acordo com o tipo de uso para que o veículo está registrado. Será mantido?
Não. Atualmente, placas e caracteres podem adotar outras cores. Segundo o Denatran, o futuro padrão poderá ter apenas letras e números com cores diferentes de acordo com o tipo de uso do veículo. Serão eles:
Particular – Preta: É o modelo mais comum de placa e, caso você não seja colecionador ou taxista, é o que tem na sua garagem.
Comercial – Vermelha: Usada no transporte público e veículos de aluguel (ônibus fretado, caminhões e táxis, que prestam serviços a terceiros).
Oficial – Azul: Presente em veículos de propriedade da União, Estados e municípios. Ou seja, carros do governo, viaturas policiais e carros do Corpo de Bombeiros.
Diplomático/Consular – Dourada: Uso exclusivo de Embaixadas e Consulados.
Especial – Verde: Usada em carros com características particulares, como veículos que ainda estão em fase de testes pelas fabricantes.
Coleção – Cinza prata: Presente em carros com mais de 30 anos de fabricação, com excelente estado de conservação e certificado de originalidade.
O tradicional esquema com sigla do Estado e nome da cidade permanecerá?
Esqueça as piadas bairristas, a placa brasileira perderá uma de suas características mais singelas e exclusivas. A nova padronização vai abolir a presença da sigla do Estado e nome da cidade na parte superior da placa. Em seu lugar haverá apenas o nome do País, com o símbolo do Mercosul posicionado do lado esquerdo e a bandeira do lado direito.
Qual o tamanho da nova placa?
As dimensões são as mesmas da atual placa brasileira: 400 milímetros de comprimento por 130 milímetros de altura. As patentes de motocicletas também seguirão o padrão atual: 170 mm por 200 mm.
Quantas combinações o novo sistema permite?
O sistema de sete caracteres permite até 450 milhões de combinações. O número é muito superior à atual frota dos cinco países: 110 milhões de veículos – apenas como comparação, em todo o Mercosul são cerca de 280 milhões de pessoas.
A implantação da medida é um alívio para o Departamento de trânsito argentino: a configuração de três letras e três números utilizada no país vizinho conta com menos de dois milhões de combinações disponíveis.
No Brasil, segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), até o fim de 2013 foram utilizadas 81.600.729 das 175.742.424 combinações possíveis. Ou seja, ainda há mais de 94 milhões placas disponíveis, o suficiente para cerca de 15 anos.
Em termos práticos, quais são os principais benefícios da padronização?
Segundo o Denatran, a nova patente padronizada facilitará a troca de informações entre os países e ajudará no combate de clonagem e roubo de carga, além do controle de infrações. Junto com a placa, os países apresentaram um novo sistema de consulta regional para trocar informações sobre os seguintes dados: proprietário do veículo, número da placa, marca, modelo, tipo de veículo, número de chassi, ano de fabricação e histórico de roubo e furto.
http://caranddriverbrasil.uol.com.br/carros/especial/novas-placas-chegam-em-2016-saiba-tudo/8952
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