domingo, 12 de outubro de 2014

Toyota Corolla XEi 2.0 – Preço não é tudo. Versão de R$ 82 mil, está longe do melhor custo-benefício, mas vende bem


Versão de R$ 82 mil, está longe do melhor custo-benefício, mas vende bem

Nos pouco mais vinte anos que tem de Brasil, o Toyota Corolla construiu sua imagem de carro confiável, confortável, econômico… apático, chato e associado a pessoas de mais idade. Foram estes últimos pontos que a Toyota buscou mudar nesta nova geração. E não há ninguém melhor do que o Corolla XEi, versão mais vendida do modelo, para provar se as metas foram cumpridas.

As boas notícias aparecem já na ficha técnica: o câmbio automático de quatro marchas deu adeus, o que significa que após quatro anos o motor 2.0 ganhou liberdade para mostrar ao que veio. Com sistema Dual VVT (com comandos de admissão e escape com abertura variável), gera 143cv de potência a 5.600rpm, quando abastecido com gasolina, e 154cv de potência a 5.800 giros, com etanol. O torque máximo nesta configuração é de 19,4kgfm a 4.000rpm (com gasolina) e 20,3kgfm a 4.800rpm (com etanol).

O novo câmbio Multitronic, um CVT que simula sete marchas até mesmo em modo Drive, não desperdiça a força do motor como o sistema antigo. Sua simulação de trocas de marchas é fajuta, a queda nas rotações do motor são discretas e o barulho do motor pouco muda. A 100km/h o motor trabalha a excelentes 2000rpm e o silêncio predomina.



Se assim tudo ficar muito chato, basta apertar o botão “Sport” no console – que faz o motor trabalhar a giros elevados e aumenta o peso da direção elétrica - e jogar a alavanca no modo sequencial: faça as trocas na alavanca ou pelas borboletas atrás do volante e seja feliz. As marchas avançam rápidas e notáveis, e mesmo assim a premissa da economia permanece, com consumo médio de 9,8km/l na cidade com gasolina, enquanto na estrada passa dos 14km/l numa tocada mais suave. 
E sim, o modo “Sport” convence. A suspensão não parece tão mole quanto antes graças a uma nova carga de molas e amortecedores, mas ainda livra os ocupantes das imperfeições e solavancos. A direção elétrica, muito mais direta que a antiga hidráulica, ainda se esforça para ficar mais pesadinha conforme a velocidade aumenta, reforçando a sensação de segurança.

O novo formato do painel também ajuda. Mais vertical, convida o motorista a se sentar numa posição mais baixa e ainda se volta em sua direção. Nada remete ao velho painel que parecia com a estante da sala de casa, mas o reloginho no topo do painel parece ter saído de um Monza ou Del Rëy. Este XEi tem padrão bicolor no interior e os revestimentos tentam mostrar algum capricho e uma dose de requinte, que passava longe na antiga geração. Mesmo assim, onde não há plásticos emborrachados há plásticos duros e pobres, como o do console que se mostram flexíveis ao ser pressionado pelo joelho do motorista. 
O motorista tem a sua disposição regulagem para o banco em altura, e para o volante em altura e profundidade. Não importa a posição encontrada, ela sempre será muito diferente do antigo Corolla. A sua frente está o quadro de instrumentos sóbrio, com cor azul que não cansa e fácil de ler e uma tela com projeção das informações em 3D, e ao lado, no console, estão os comandos do ar-condicionado automático digital igual ao antigo, que não é dual-zone e logo acima a central multimídia completa com tela de 6,1”, com câmera de ré e até mesmo TV digital e DVD – que só mostram imagem com o carro parado –, pena que sua operação seja um tanto complexa. Até a nova central do Etios Platinum é melhor!

No para-sol do motorista não há espelho, que ficou restrito ao Corolla Altis. É uma notícia que não agradará as mulheres…

O motor agora trabalha livre e o comportamento do carro está convincente, mas você só perceberá isso dirigindo o Corolla. Como fazer quem está do lado de fora notar isso? Após consultas com o geriatra e com o psicanalista, este Toyota descobriu que o design é seu cartão de visitas e resolveu mudar. As linhas estão mais agressivas, com faróis recortados (com LEDs na versão mais cara) e integrados à grade, e aos para-choques com extremidades salientes. As novas linhas dão a impressão de que ele está menor, sendo que, na verdade, cresceu, principalmente no entre-eixos – ainda bem! 
São 4,62m de comprimento e 2,70m de entre-eixos. O interior está organizado de uma forma que o ganho de 10cm no entre-eixos foi convertido em mais espaço para os passageiros do banco de trás e o motorista tem mais espaço para os ombros. O porta-malas é que está um tanto contido: seus 470L de capacidade são bons, mas não impressionam ninguém. 
No fim das contas o Toyota Corolla XEi se mostra evoluído, mais esperto e confortável. Tem tudo para agradar os donos do Corolla antigo, mas clientes que não são fieis ao modelo podem se sentir atraídos pela concorrência, e com razão. Esta versão intermediária custa, por tabela, R$ 82.050. Chega a superar bastante os preços de versões topo de linha de alguns concorrentes, como Nissan Sentra, Renault Fluence e equivalente ao Citroën C4 Lounge Exclusive com motor 1.6 turbo.

Mesmo longe de ter o melhor custo-benefício o Toyota Corolla é líder do segmento. Culpa da Senhora dos Absurdos



Equipamentos de série: O ar-condicionado é automático digital, o computador de bordo exibe a velocidade instantânea em formato digital e o acionamento dos vidros elétricos por um toque está disponível nas quatro portas. Além de itens como bancos traseiros bipartidos (60/40), com descanso de braço central e porta-copos, controle de velocidade de cruzeiro e retrovisor interno eletrocrômico, rodas aro 16”. Também está disponível novo sistema Multimídia, com tela de 6.1 polegadas, com todas as funções do áudio, dispositivo de navegação, câmera de ré, conexões USB para iPod® e similares e dispositivo Bluetooth®. O aparelho traz como novidade um sistema que reproduz DVD e capta sinal de TV Digital.

Pontos positivos:
Comportamento dinâmico
Motor e transmissão
Espaço interno

Pontos negativos:
Preço
Operação da central multimídia
Falta de controles de estabilidade e tração
Ficha técnica — Toyota Corolla XEi 2.0 CVT

Preço: R$ 82.050

Motor: flex, quatro cilindros, 16v, comando variável, 1.986cm³, potência de 143cv (a 5.600rpm) ou 154cv (a 5.800rpm) e torque de 19,4kgfm (a 4.000rpm) ou 20,3kgfm (a 4.000rpm)

Transmissão: do tipo CVT. Tração dianteira

Suspensões: McPherson na frente e eixo de torção atrás

Freios: a disco nas quatro rodas, com ABS e EBD

Pneus: 205/55 R16

Dimensões e peso: 4,62 metros de comprimento, 1,77 m de largura, 1,47 m de altura e 2,70 m de entre-eixos.1.280kg

Desempenho: não informado

Consumo: na cidade, 10,6km/l (g) e 7,2km/l (a); na estrada, 12,6km/l (g) e 8,7km/l (a) — Inmetro
http://novidadesautomotivas.blogspot.com/

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