sábado, 27 de dezembro de 2014

Uso de termelétricas deixa conta de luz dos catarinenses mais alta em janeiro. Consumidores pagarão tarifas diferenciadas a cada mês. Sistema de bandeiras da Aneel começa a funcionar em quase todo o país a partir de 2015.

Consumidores pagarão tarifas diferenciadas a cada mês. Sistema de bandeiras da Aneel começa a funcionar em quase todo o país a partir de 2015

Gabriel Rosa
A implantação do sistema de bandeiras tarifárias pelaAgência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em todo o país e a utilização das usinas termelétricas por conta da crise hídrica, especialmente no Sudeste, deixarão as contas de luz dos catarinenses mais altas em janeiro. 

Tabelas divulgadas nesta sexta-feira, referentes à primeira fatura dentro do novo sistema, enquadram a região Sul na faixa vermelha, que acrescentará R$ 3 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos no próximo mês. O sistema entra em funcionamento no primeiro dia de 2015, menos no Amazonas, Amapá e Roraima. 

A mudança feita pelo órgão nacional cria taxas regionais de cobrança, que variam mês a mês de acordo com as condições de geração de eletricidade. Para janeiro, a Aneel enquadrou todas as regiões do país na bandeira vermelha. A região Sul teria recebido 10 bandeiras vermelhas nos últimos 12 meses, caso o sistema já estivesse em funcionamento.

Pelo sistema novo, uma residência cujo consumo é de 300 kwh, por exemplo, terá um aumento de R$ 9 se sua região estiver na bandeira vermelha naquele mês. Sob a bandeira amarela, o aumento seria de R$ 4,50; na bandeira verde, não haveria acréscimo. 

A Celesc explica que a mudança não impede um novo reajuste anual – que é sempre autorizado pela Aneel em agosto –, mas as próximas alterações devem ser menores. Como os gastos extra principalmente a aquisição de energia termelétrica já serão pagos pela população mês a mês, o reajuste deve ser feito para cobrir os custos da manutenção, investimentos e outros gastos previstos para os 12 meses seguintes.

Atualmente, as residências comuns em Santa Catarina pagam cerca de R$ 35 por 100 kWh. Na bandeira amarela, a mesma quantia custaria R$ 36,50 (ou 4,2% a mais). Um consumidor cujas contas giravam em torno de R$ 70 por mês, por exemplo, passará a pagar R$ 76 em meses de bandeira vermelha – um aumento de aproximadamente 8,5%. 

Medida permite acompanhamento mensal dos consumidores 

O modelo vem sendo testado desde 2013 e as faixas em que cada região ligada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) se enquadraria são publicadas mensalmente, como teste, no site da Aneel. Neste ano, nenhuma região do país recebeu uma única bandeira verde, que representaria zero de aumento na conta de luz. 
Por outro lado, todas as regiões tiveram um ano de praticamente só bandeiras vermelhas. O Sul recebeu bandeiras amarelas em somente dois meses (janeiro e julho), e vermelhas no restante do ano. As demais regiões tiveram um único mês de 2014 na faixa amarela. 

Em 2013, o cenário foi praticamente igual. A região Sul teria tido nove meses de cobrança sob a bandeira vermelha, dois sob a amarela e somente um na verde, caso o sistema já estivesse em funciomanento. As demais regiões do país, nenhum mês na verde e 10 na vermelha. 

Segundo a Aneel, isso acontece por conta da crise hídrica nacional e a maior dependência das usinas termelétricas, que encarecem bastante o serviço. A agência afirma que este aumento já é normalmente repassado à população, mas somente no ano seguinte, quando é feito o reajuste das tarifas. 

A Aneel ainda ressalta que o sistema permite ummonitoramento mais preciso ao consumidor, que poderá identificar a bandeira do mês e fazer um uso mais inteligente da energia elétrica, evitando desperdício nas épocas mais em que a energia custa mais caro. 

As tarifas do mês serão divulgadas no site da Aneel e também devem estar impressos nas contas de luz. 
Entenda a mudança 
• Diferente da conta de luz, que aplica tarifas diferentes para cada faixa de consumo, o sistema de bandeiras é aplicado sobre o total consumido, e não é proporcional. 

• Segundo a Aneel, são três bandeiras, de acordo com as condições de produção de energia: verde, amarela e vermelha. A primeira significa nenhum aumento; a segunda, de R$ 1,50 para cada kWh; e a terceira, R$ 3 para cada 100 kWh. 

• Por conta da crise hídrica, a maior parte dos Estados tem apelado às usinas termelétricas, fazendo com que todos tenham tido apenas bandeiras amarelas e vermelhas nos simulados de 2013 e 2014. Santa Catarina, por exemplo, teria tido um único mês dentro da faixa verde no ano passado. 
De olho nas bandeiras 
VERDE - Condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sobe nenhum acréscimo 

AMARELA - Condições menos favoráveis de geração. A tarifa sobe R$ 1,50 para cada 100 kWh consumidos 

VERMELHA - Condições desforáveis e mais custos de geração. Tarifa sobe R$ 3 para cada 100 kWh consumidos

Fonte: Aneel

DIÁRIO CATARINENSE

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