sábado, 22 de novembro de 2014

Horóscopo sábado 23 de novembro de 2014

A mente voa sozinha e enxerga conquistas muito importantes. Nada disso há de ser considerado mera viagem na maionese, há nessas ideações substância suficiente para você acreditar e seguir com fé por esse caminho.
Tudo envolve uma dose bastante generosa de risco, mas, pense bem, se a vida fosse fácil e descomplicada, todo mundo avançaria todos os dias, não é? Há coisas que só se disponibilizam para as almas atrevidas e intrépidas.

Outorgue importância às pessoas que se aproximam de você neste momento, pois, além de elas apreciarem ser apreciadas, essa atitude sentará as bases de uma simpatia que, futuramente, dará resultados interessantes.

: Os avanços foram mais tímidos do que você gostaria, mas na prática houve avanço e, por isso, não dá para só queixar-se da vida, há muito o que agradecer também. Foque sua consciência nesse necessário agradecimento.

Nem todos os desejos merecem ser realizados, mas desafortunadamente a alma humana só reconhece isso na prática, depois de ter se decepcionado profundamente por ter gasto inúmeros recursos em caminhos completamente inúteis.

Agora é importante que você se sinta bem e que compartilhe o bem-estar com as pessoas que compõem a sua vida cotidiana. O ato de compartilhar é muito importante, pois o bem-estar aumenta de tamanho e intensidade.

Há muito assunto para pensar e refletir, tenha certeza. Você percebe a complexidade do panorama que se abriu, mas também percebe que no meio de tudo isso há verdadeiras chances de progredir, e só isso importa realmente.

Por um instante apenas rejeite todos os pensamentos que não forem passíveis de ser levados à prática de imediato. Neste momento prefira ater-se ao que possa ser feito o mais rapidamente possível. Avanço possível.

A tagarelice é expressão de entusiasmo e alegria e não poderia ser reprimida. Porém, na prática há coisas que precisam ainda de maior amadurecimento antes de ser dadas a conhecer. Melhor falar de banalidades então!

Tudo pode ser feito com mais economia. Sua vitalidade é preciosa e, diante das circunstâncias complexas da atualidade, você precisa poupar o máximo possível de energia vital, reservando-a para momentos cruciais.

Ainda que as pessoas tenham decepcionado você e que os avanços tenham sido frustrantes, ainda assim será necessário depositar um voto de confiança nos laços que se formarem a partir de agora. Só a união faz a força.

As perspectivas que se abriram não são ilusões que passarão como tantas outras passaram, estas da atualidade são verdadeiras oportunidades de avançar na direção do enriquecimento material e espiritual.



Oscar Quiroga do CLICRBS / ZERO HORA

Seara condenada por danos morais coletivos. Unidade da Seara em Forquilhinha, no Sul do Estado, é condenada pela Justiça do Trabalho por danos morais coletivos.

Unidade da Seara em Forquilhinha, no Sul do Estado, é condenada pela Justiça do Trabalho por danos morais coletivos.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) condenou a empresa a pagar uma indenização de R$ 10 milhões, que será revertida ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)


A unidade da Seara Alimentos em Forquilhinha, no Sul do Estado, foi condenada pela Justiça do Trabalho por danos morais coletivos por práticas que atentam à dignidade humana de seus empregados, como submetê-los a jornadas exaustivas e temperaturas extremamente baixas, de acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST). 

A Terceira Turma do TST arbitrou o valor da indenização em R$ 10 milhões, que será revertido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
Em maio de 2006, nove empregadas teriam sido demitidas por justa causa ao se recusar a prestar serviços sob temperatura abaixo de 10ºC no setor de corte de frangos. A empresa foi denunciada pelas demissões, que resultaram em ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) da 12ª Região (SC).

Em um procedimento investigatório, o MPT verificou junto ao Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação de Criciúma e Região (SINTIACR) que eram comuns as queixas dos trabalhadores sobre as baixas temperaturas dos ambientes e produtos, além de queixas em relação aos uniformes inadequados para o frio fornecidos pela empresa e a jornada exaustiva de trabalho.

Depoimentos apontam que muitas vezes o intervalo de almoço dos trabalhadores era reduzido para acompanhar o ritmo da máquina de transporte aéreo de aves, que leva cerca de nove mil frangos por hora para a sala de corte.

Para o MPT, um dos fatores agravantes é o fato de a empresa estar entre as líderes de exportação de corte de frango no mercado mundial. Com um lucro líquido de R$ 115 milhões e a receita, livre de impostos, de R$ 1,1 bilhão, no primeiro semestre de 2007, justificariam um valor de indenização de R$ 150 milhões, na avaliação do MPT.
A 4ª Vara do Trabalho de Criciúma condenou a Seara ao pagamento de indenização de R$ 14,6 milhões, determinou o fim das horas extras na área de produção e que a empresa concedesse aos trabalhadores pausas para recuperação térmica (20 minutos a cada 1h40min trabalhadas) sempre que a temperatura no local fosse inferior a 10°C, limite estabelecido no parágrafo 253 da CLT.

O Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região entendeu que o valor fixado não merecia ser reduzido, mas aumentado e arbitrou a indenização em R$ 25 milhões.
No julgamento de recurso da Seara contra a condenação, o relator ministro Alexandre Agra Belmonte assinalou que os valores fixados foram excessivos, pois o grupo tem aproximadamente 90 mil funcionários e a apuração na ação civil pública atingiu apenas os trabalhadores de Forquilhinha. 

Entretanto, para chegar ao valor de R$ 10 milhões aprovado pela Terceira Turma, foram utilizados parâmetros como a extensão do dano imposto à coletividade e a avaliação do grau de culpa em relação ao dano. Agra Belmonte acredita que as condições de trabalho a que a empresa submeteu os funcionários demonstram que não houve apenas descuido e sim intenção deliberada e despreocupação com as consequências.

A adequação do valor da indenização foi a única parte provida do recurso da Seara. A Turma, por unanimidade, manteve a condenação das demais questões.

A reportagem entrou em contato com a unidade da Seara em Forquilhinha. O responsável, que não quis se identificar, informou que a sede no Sul do Estado conduz apenas a produção e que não tem conhecimento sobre o andamento do processo ou permissão para fornecer informações.

Por meio da assessoria da unidade no Sul do Estado, a reportagem solicitou o contato e aguarda pelo retorno da gerência da empresa, mas não havia obtido uma resposta até às19h50min desta sexta-feira.

*Com informações de Carmem Feijó, do Tribunal Superior do Trabalho


DIÁRIO CATARINENSE

Duas pessoas morrem em grave acidente no sul de SC. Uma ultrapassagem em local proibido resultou em duas mortes no trânsito no final da tarde dessa sexta-feira, na SC-443, rodovia que liga Criciúma a Morro da Fumaça, no Bairro Demboski, em Criciúma.

 Foto: Renan Medeiros/Clicatribuna 



Uma ultrapassagem em local proibido resultou em duas mortes no trânsito no final da tarde dessa sexta-feira, na SC-443, rodovia que liga Criciúma a Morro da Fumaça, no Bairro Demboski, em Criciúma.

Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv) de Cocal do Sul, responsável pelo trecho, o condutor da Kawasaki Ninja 1000 placa OKE-1474 de Içara Dinarte Rizzieri de 55 anos seguia sentido Morro da Fumaça/Criciúma quando realizou uma ultrapassagem em uma curva e bateu de frente na Honda CG placa MGB-0629 também de Içara conduzida por Rodrigo Lima de 21 anos que seguia no sentido contrário. Conforme a PMRv o local do acidente é indevido para ultrapassagem.

As vítimas moravam em Içara. Conforme informações, o jovem retornava para casa do trabalho. Rizzieri era proprietário de um restaurante em Içara. Os corpos foram recolhidos por volta das 19h e levados ao Instituto Médico Legal (IML), onde devem ser liberados até a madrugada.

Portal Clicatribuna

Telecom Italia analisará eventual fusão entre TIM e Oi


A Telecom Italia disse nesta sexta-feira que sua direção irá explorar uma possível fusão entre sua unidade brasileira TIM Participações e a Oi.



"Os próximos passos, se houver algum, serão submetidos ao Conselho para aprovação, após a opinião do comitê independente de diretores", disse o grupo em comunicado após reunião do Conselho de Administração.

Nesta sexta-feira, o Conselho da TIM, na qual a Telecom Italia tem fatia de 67%, aprovou a venda de suas torres de telecomunicações para a American Tower por cerca de R$ 3 bilhões.



TERRA

Glícidos são mais nocivos para coração que gorduras animais


Dobrar e até triplicar o consumo de gorduras animais não aumenta no sangue o percentual de certas gorduras saturadas nocivas para o sistema cardiovascular, afirma uma investigação que aponta os glícidos como os novos vilões.

O estudo, publicado nesta sexta-feira pela revista americana PLOS ONE, analisou 16 participantes submetidos a um regime alimentar de quatro meses e meio.

A cada três semanas, os glícidos (pão, massa e etc) foram aumentados progressivamente enquanto se reduzia os alimentos com gorduras animais saturadas (carne, queijo e etc), e o número de calorias e de proteínas se mantinha estável.

Os pesquisadores constataram que a taxa total de gordura saturada que havia no sangue dos participantes não aumentava quando comiam grandes quantidades de carne vermelha e laticínios, e inclusive caía.

Enquanto isto, o percentual no sangue do ácido palmitoleico, um ácido graxo saturado ligado ao metabolismo de glícidos e que parecia contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, aumentava com o crescimento do número de glícidos consumidos.

Um crescimento deste ácido assinala que um aumento da proporção de glícidos se transforma em gordura no lugar de ser queimado pelo organismo, segundo os investigadores.

Deste modo, reduzir a proporção de glícidos e aumentar o de gorduras animais em um regime alimentar bem equilibrado permite ao corpo consumir estas gorduras como combustível e evitar seu acúmulo", destacaram os pesquisadores.

Os participantes observaram uma certa melhoria de seu índice sanguíneo de glicose e de sua tensão arterial, e perderam, em média, cerca de dez quilos durante o estudo.


"Há um entendimento equivocado sobre as gorduras saturadas", disse Jeff Volek, professor da Universidade de Ohio e membro da equipe de investigação, destacando que os estudos com a população "não revelam qualquer relação entre gorduras saturadas e doenças cardiovasculares."


AFP / TERRA

Nico desbanca Hamilton e crava a pole para decisão da F-1 em Abu Dhabi. Britânico sai na frente no Q1 e no Q2, mas acaba sendo superado por companheiro de Mercedes na superpole. Bottas tira 3º lugar no grid de Massa nos instantes finais.

Britânico sai na frente no Q1 e no Q2, mas acaba sendo superado por companheiro de Mercedes na superpole. Bottas tira 3º lugar no grid de Massa nos instantes finais.

Nico Rosberg focado em ser campeão faz a pole position para o GP de Abu Dhabi 

(Foto: Getty Images)

O último round antes da decisão do título da temporada 2014 da Fórmula 1 aconteceu neste sábado. E quem levou a melhor no treino classificatório para o GP de Abu Dhabi deste domingo foi Nico Rosberg. Focado em conquistar sua primeira taça, o alemão da Mercedes viu o rival Lewis hamilton iderar o Q1 e o Q2, mas teve frieza para desbancá-lo no Q3 com o tempo de 1m40s480. O britânico teve a chance de dar o troco nos instantes finais, mas anotou 1m40s866 e ficou com o segundo lugar no grid. Confira os melhores momentos no vídeo acima.

A TV Globo abre a transmissão da final da Fórmula 1 às 10h30 (de Brasília) de domingo



Foi a 11ª pole de Nico em 19 etapas no ano. Esta será a 12ª vez que a dupla da Mercedes formará a primeira fila do grid de largada. Uma dobradinha ao fim na corrida, no entanto, não interessa ao alemão. Em caso de vitória, para conquistar seu primeiro título, Rosberg precisará torcer para que Hamilton chegue no máximo em terceiro. Para isso, ele terá que contar com uma “ajudinha” dos pilotos de outras equipes. 


E os principais candidatos são Valtteri Bottas, Felipe Massa e Daniel Ricciardo, que vêm logo a seguir no grid. Com o tempo de 1m41s025, o finlandês superou Massalliams (1m41s119) já com o cronômetro zerado e ficou com a terceira colocação, logo à frente do brasileiro, o quarto. 

Em sua despedida da RBR, Sebastian Vettel largará em sexto, atrás do companheiro e algoz em 2014, Daniel Ricciardo, e a frente de seu sucessor no time, Daniil Kvyat. Outro que dará adeus a sua equipe, no caso a Ferrari, largando atrás do parceiro é Fernando Alonso, décimo no grid, com Kimi Raikkonen à sua frente. Jenson Button, da McLaren, começará em oitavo no que pode ser sua despedida da Fórmula 1.
Lewis Hamilton e Nico Rosberg após o treino classificatório para o GP de Abu Dhabi 

(Foto: AP)


Grid de largada



* Romain Grosjean (Lotus) foi punido com a perda de 20 posições no grid de largada por exceder o limite de componentes de três itens do motor. Como não conseguiu cumprir toda punição no treino, terá que pagar um drive-through durante a corrida.

Q 1 

Logo nos primeiros minutos do Q1, Hamilton e Rosberg voaram baixo, anotaram os melhores tempos e retornaram aos boxes, para poupar pneus para o restante do treino. Na disputa para avançar ao Q2 nos segundos finais, Maldonado, Grosjean, Gutiérrez e Sutil brigavam para não serem eliminados juntamente com a dupla da Caterham, Kobayashi e Stevens. Quem levou a melhor foi o alemão da Sauber, que garantiu o 15º tempo e seguiu vivo no treino.
Com o cronômetro zerado, Massa – já com a vaga garantida – encaixou uma boa volta e quase surpreendeu a dupla das Flechas de Prata. O brasileiro fez a melhor parcial nos dois primeiros setores, mas perdeu tempo no 3º setor e passou para o Q2 com o terceiro tempo. Destaque também para a força mostrada pela McLaren. Magnussen e Button avançaram no top 5.
Classificados: 1) Hamilton, 2) Rosberg, 3) Massa, 4) Magnussen, 5) Button, 6) Ricciardo, 7) Kvyat, 8) Bottas, 9) Vergne, 10) Raikkonen, 11) Hulkenberg, 12) Alonso, 13) Vettel, 14) Pérez 
Eliminados: 15) Sutil, 16) Grosjean, 17) Gutiérrez, 18) Maldonado, 19) Kobayashi, 20) Stevens


Q 2

Hamilton voltou a ser mais rápido no Q2. Rosberg abortou uma de suas voltas por escapar da pista, mas na sequência fez o segundo tempo. Nos instantes finais, no entanto, o alemão foi superado por Massa e Bottas, que ficaram entre ele e o britânico. A McLaren, dessa vez, cometeu um erro primário – não colocou combustível suficiente nos carros – e complicou a vida de Button e Magnussen. O veterano conseguiu se recuperar e avançou em sexto. Já o novato acabou sendo eliminado, na 11ª colocação. Raikkonen ficou com a última vaga para a superpole.
Classificados: 1) Hamilton, 2) Massa, 3) Bottas, 4) Rosberg, 5) Ricciardo, 6) Button, 7) Alonso, 8) Kvyat, 9) Vettel, 10) Raikkonen
Eliminados: 11) Magnussen, 12) Vergne, 13) Pérez, 14) Hulkenberg, 15) Sutil



Q 3

Então chegou a hora de decisão. Bottas foi o primeiro a sair para a pista no Q3, seguido pelos demais pilotos, exceto a dupla da Ferrari. O finlandês anotou 1m41s321, mas foi superado em seguida pelo companheiro Massa, 1m41s119. Rosberg completou a volta a seguir e pulou para a ponta: 1m40s697. Hamilton, por sua vez, não encaixou uma volta limpa, e fez o segundo tempo, 1m41s021.



Os pilotos foram para os boxes para colocar novos jogos de pneus, para as últimas tentativas de volta rápida. Bottas fez 1m41s025 e tirou o terceiro lugar de Massa, que não conseguiu melhorar seu tempo. Rosberg, por usa vez, voou ainda mais baixo, 1m40s480, e precisava aguardar Hamilton para saber se havia garantido a pole ou não. O inglês anotou 1m40s866 e não conseguiu desbancar o rival. 


G 1

Mercado orgânico deve crescer 25% em 2014. Segmento deverá movimentar R$ 2,5 bilhões com ofertas diversificadas.

Segmento deverá movimentar R$ 2,5 bilhões com ofertas diversificadas.
Mercado orgânico deve crescer 25% em 2014 


Foto: Ricardo Giusti




O mercado de orgânico deve crescer 25% em 2014 em relação ao ano passado. A expectativa é que o segmento movimente R$ 2,5 bilhões, com oferta diversificada e preço menor. O valor inclui as exportações, que também estão crescendo. Com base em dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que apontam incremento médio anual de 35% de novos produtos nas gôndolas, o coordenador executivo da Organics Brasil, Ning Liu, estima evolução de 20% nos próximos cinco anos, tanto de produção quanto de faturamento.

Coordenador da Comissão de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Rogério Dias revela uma proliferação de feiras pelo país. “Tivemos um salto muito grande na quantidade de feiras, especialmente de 2011 para cá, quando da regulamentação da produção. Só aqui no Distrito Federal são 27 feiras semanais.” 

Apontada por Dias como uma das causas para a multiplicação, a principal contribuição da regulamentação da produção orgânica, em 2011, foram as sanções a produtores da agricultura convencional que tentavam burlar a lei ao vender “gato por lebre”. Entre as sanções previstas estão advertência e suspensão de credenciamento, além de multas de R$ 1 milhão. 

Sobre perspectivas, Dias se mostra otimista ao prever uma produção em escala. Segundo ele, isso irá ocorrer a medida que os produtores convencionais forem convergindo para o orgânico, o que por sua vez só acontecerá quando os mitos forem desmistificados. “E esse é justamente um dos objetivos do Seminário Internacional em Porto Alegre. Atestar, por meio de estudos e depoimentos, que é possível, sim, por exemplo, plantar abóbora e ter boa produtividade sem o uso de defensivos.”




Correio do Povo

Especialistas não veem ameaça concreta de impeachment à Dilma Rousseff. Alemão Christian Hausser acredita que o destino da presidente pode variar conforme as novas descobertas e sua reação a elas.

Alemão Christian Hausser acredita que o destino da presidente pode variar conforme as novas descobertas e sua reação a elas.
Foto: Alvarélio Kurossu / Agencia RBS

Marcelo Gonzatto


Os desdobramentos da Operação Lava-Jato prometem marcar o ano de 2015 e trazer grandes desafios para o governo federal.

Mesmo que ainda não se saiba a identidade de todos os 70 políticos supostamente envolvidos no escândalo da Petrobras, a investigação deverá produzir manchetes e inflamar o embate entre o Palácio do Planalto e a oposição. Especialistas ainda não veem no horizonte uma ameaça mais concreta à figura da presidente Dilma Rousseff.


Para o ex-embaixador brasileiro em Washington e consultor de negócios Rubens Barbosa, a revelação do caso é “uma das coisas mais sérias que ocorreu no Brasil moderno”.

— Esse assunto vai dominar o noticiário em 2015. A repercussão está limitada porque o caso ainda está em fase inicial e não se conhece o nome de todos os envolvidos — avalia Barbosa, que colaborou na campanha de Aécio Neves.


Uma das consequências disso, segundo o diplomata, deverá ser uma dificuldade redobrada do governo de Dilma Rousseff para negociar com um Congresso em ebulição:

— Deveremos ver muitas repercussões do caso no Congresso, dificultando a aprovação de medidas de interesse do governo, onde haverá uma oposição mais forte e organizada.



Saída para a presidente seria dar resposta firme

O cientista político Alexandre Gouveia avalia que o escândalo da Petrobras tem mais chance de atingir a presidente Dilma do que o mensalão, por razões como o fato de ter ocupado cargo no conselho da estatal no momento da polêmica aquisição da refinaria de Pasadena, nos EUA. A oposição, estimulada pelo bom desempenho de Aécio Neves na eleição, também deverá se esforçar para desgastar a imagem da presidente.

Para Gouveia, a estratégia política de Dilma será decisiva:

— No período de Fernando Collor, por exemplo, o impeachment ocorreu muito mais pela falta de habilidade dele em administrar a crise do que pelo caso em si. Ele nunca se preocupou em ter uma relação mais próxima com os blocos políticos.

A melhor saída para a presidente, segundo o cientista político, seria dar uma responsa firme ao escândalo por meio de mais transparência e novas medidas de combate à corrupção.

O brasilianista alemão Christian Hausser, doutor em História Latino-americana, acredita que o destino da presidente brasileira pode variar conforme as novas descobertas e sua
reação a elas.
— Ela pode até sair mais forte se conseguir se projetar como a líder de um processo de renovação. Mas, mesmo nesse caso, vai enfrentar problemas pelo fato de seu partido estar envolvido no caso — comenta.

Zero Hora

Criança e a audição

Criança que ouve direito...

…não sofre para se socializar e tem um melhor desempenho na escola. Detectar distúrbios de audição precocemente — de preferência, ainda na maternidade — é a chave para contornar a surdez e ajudar a meninada a se desenvolver numa boa

Vale desconfiar de problema auditivo quando a criança...

...demora a falar 
...não reage bem a sons muito altos, como o barulho de uma porta batendo 
...tem dificuldade para entender o que os outros falam 
...não consegue se comunicar direito ao telefone 
...aumenta frequentemente o volume do rádio e da televisão 
...fala muito alto 
...faz trocas ou comete muitos erros ao escrever 
...tem problemas de compreensão 
...é hiperativa 
...é distraída e necessita que as ordens sejam repetidas 

A história começa com as ondas de som de uma palavra penetrando no ouvido da criança. Orelha adentro, elas se transformam em impulsos elétricos que trafegam velozmente, de neurônio em neurônio, até alcançar uma área do cérebro chamada córtex auditivo. Lá, tudo é decodificado e essa complexa viagem se traduz, finalmente, na voz carinhosa da mãe ou na explicação da professora. Mas, quando algo dá errado durante o trajeto, uma porta de contato com o mundo exterior se fecha. O pior de tudo é que, sem ouvir, o pequeno tampouco aprende a falar direito. Mesmo assim, a surdez pode passar anos despercebida — aí, o silêncio só costuma ser quebrado com um susto diante do rendimento escolar. 

Uma pesquisa realizada pela fonoaudióloga Ana Cláudia Frizzo, da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, no interior do estado, avaliou 25 crianças, entre 8 e 14 anos, com dificuldades na escola e constatou que todas elas apresentavam alguma deficiência de audição. É mais uma prova da conexão entre a capacidade de ouvir bem, o desenvolvimento da linguagem e a performance na sala de aula. “A aquisição da leitura e da escrita é baseada na correspondência do som com a letra”, justifica Ana Cláudia. 

Não restam dúvidas de que a perda auditiva, ou surdez, atrapalha o aprendizado e a socialização dos pequenos. Eles podem vir ao mundo com o problema ou, então, adquiri-lo em alguma fase do seu crescimento. “Hoje, felizmente, há menos casos de bebês que nascem surdos porque a mãe teve, durante a gravidez, doenças que comprometem o sistema auditivo da criança, como rubéola e toxoplasmose”, conta o otorrinolaringologista Lauro Alcântara, do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. Mas o sofrimento durante o parto e infecções contraídas na maternidade também podem provocar a deficiência.
Mais de 90% dos episódios de surdez na infância são consequência de uma lesão na cóclea, a estrutura que transforma o som em impulso elétrico. “Aí, além do tratamento com o fonoaudiólogo, são indicados aparelhos auditivos ou o implante coclear”, diz Sirley Carvalho, professora de fonoaudiologia da Universidade Federal de Minas Gerais. “Dessa forma, as vias auditivas da criança são estimuladas a se desenvolver e ela terá um aprendizado praticamente normal.” 

Até os 3 anos de idade, o sistema auditivo é maleável e carece de estímulos para amadurecer. Portanto, quanto mais cedo for detectado algo de errado nele, maior a chance de reverter as falhas e evitar os prejuízos. Os especialistas defendem que o ideal seria o diagnóstico ser feito até os 3 meses de idade e a intervenção terapêutica, até os 6. “Detectar logo o problema nos ajuda a estimular quanto antes o tronco auditivo e o córtex cerebral”, diz Lauro Alcântara. 

Nessa busca, um grande avanço é a triagem auditiva neonatal, que possibilita flagrar a deficiência no recém-nascido. O método acaba de ser instituído em todo o país por uma lei federal sancionada pelo presidente Lula. Ele fará a diferença porque, no primeiro ano de vida, a observação do pediatra e dos pais é insuficiente (veja O Teste da Orelhinha). E, quanto mais tempo a criança ficar sem ouvir, mais complicado será o tratamento. 

Foi justamente para correr atrás do prejuízo que o pequeno paulista Theodoro Frisene Pimenta, de 2 anos, começou a usar um aparelho auditivo assim que sua surdez foi revelada. “Até os 6 meses nunca desconfiamos de nada”, recorda a mãe, a professora Laura Frisene Pimenta, que suspeitou de algo estranho quando seu filho estava no oitavo mês. “Quando passávamos atrás dele e falávamos alguma coisa, ele não respondia”, conta. O problema na cóclea foi identificado depois dos exames com o otorrino. Theo adotou, então, um aparelhinho e, há seis meses, recebeu o implante coclear — um dispositivo eletrônico instalado em uma cirurgia e que faz as vezes da estrutura do ouvido interno. “Como ele tem surdez severa, se não passasse por isso, também ficaria mudo”, diz Laura.

Mesmo a surdez leve ou a moderada emperram, mais tarde, o desenvolvimento da meninada, que demora para falar e fica com o vocabulário reduzido. “Às vezes, porém, o ouvido em si é saudável, mas há um problema no cérebro que dificulta a interpretação dos sons”, observa a fonoaudióloga Ana Cláudia. Nesse caso, não basta um aparelho ou um implante — é preciso fazer um treinamento auditivo para estabelecer associações entre as letras e os sons. 

Na turma que vai mal na escola, no entanto, a perda auditiva é geralmente reparada com um aparelho acomodado na orelha. “As maiores causas de desatenção na sala de aula são distúrbios auditivos e visuais”, afirma o otorrinolaringologista Pedro Albernaz, que, no final dos anos 1990, coordenou uma campanha nacional contra a surdez. “Fizemos exames de audiometria em alunos da primeira série do ensino fundamental da rede pública em cidades com mais de 50 mil habitantes e verificamos que entre 12 e 14% deles tinham dificuldades de audição”, conta o médico, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. A audiometria é, de fato, uma avaliação simples e crucial, que oferece a oportunidade de consertar o transtorno e permitir que a criança cresça com uma nova forma de ouvir o mundo. A mudança se reflete até no boletim. 

OS TIPOS DE SURDEZ

›› Congênita genética: um defeito nos genes faz com que a criança nasça com um problema auditivo. 
›› Congênita adquirida: a mãe tem infecções como rubéola ou toxoplasmose durante a gravidez, que repercutem no desenvolvimento do aparelho auditivo do feto. 
›› Perinatal: um problema durante o parto causa a perda auditiva. 
›› De transmissão: uma otite, a inflamação do ouvido, ou corpos estranhos provocam uma surdez temporária e reversível. 
›› Pré-lingual: a deficiência aparece quando a criança ainda não sabe falar ou ler. 
›› Perilingual: o problema se manifesta após o pequeno aprender a falar, mas antes de começar a ler. 
›› Pós-lingual: a surdez dá as caras depois que se aprende a falar e a ler.

A DESCOBERTA DO SOM

Acompanhe nossa linha do tempo e veja o que acontece ao longo da maturação do sistema auditivo da criança 

De 0 a 3 meses
O bebê se assusta, chora ou acorda com barulhos intensos e acalma-se diante dos sons mais brandos e das vozes familiares. 

De 3 a 6 meses
Mexe a cabeça para a direita e para a esquerda à procura de sons, faz contato visual, emite ruídos sem significado e reconhece o próprio nome. 

9 meses
O pequeno localiza os sons de acordo com a sua origem — procura embaixo, pelos lados e começa a olhar também para cima. Além disso, entende palavras simples e aumenta o balbucio. 

1 ano
A criança entende algumas ordens, como dar tchau e mandar beijos, e reconhece rapidamente de onde vêm os sons. Também pronuncia as primeiras palavras. 

2 anos
Localiza os sons provenientes de todas as direções de forma rápida, compreende bem a linguagem, combina as palavras e usa a fala para se comunicar. 

O TESTE DA ORELHINHA

Realizado no recém-nascido, ainda no berçário, esse exame simples e rápido não requer anestesia nem exige que o bebê esteja dormindo. Em menos de cinco minutos, o médico examina os dois ouvidos da criança com um aparelho que emite sons puros. As ondas viajam até a cóclea, estrutura no ouvido interno, e retornam, fornecendo um gráfico da audição. O teste, usado na triagem auditiva neonatal, é importante. Afinal, nove entre dez casos de surdez na infância são ocasionados por um destrambelho na cóclea. Além dele, há outro exame, mais completo, conhecido pela sigla Peate, capaz de escanear todos os segmentos do trajeto da audição — só que a criança precisa tomar um sonífero antes de se submeter a essa avaliação mais minuciosa.
O teste da orelhinha é um exame singelo e indolor que identifica distúrbios auditivos em recém-nascidos. O método aponta o problema em uma fase da vida da criança em que os sinais comportamentais não são suficientes para acusá-lo.

A criança muda não fala porque não é capaz de escutar. Quando exposta aos sons desde cedo, por meio de aparelhos auditivos e de terapia com o fonoaudiólogo, seu sistema auditivo tende a se desenvolver. E a linguagem também.

Fonte: Revista Saúde - Por Camila Carvas

Por favor me toque


Se sou bebê, por favor me toque.
Preciso de seu afeto de uma maneira que talvez nunca saiba.
Não se limite a me banhar, trocar minha fralda e me alimentar.
Embale-me, beije o meu rosto e acaricie meu corpo.
Seu carinho gentil, confortador, transmite segurança e amor. 

Se sou criança, por favor, me toque.
Ainda que eu resista e até rejeite,insista, descubra um jeito de atender minha necessidade.
Seu abraço de boa noite ajuda a adoçar meus sonhos.
Seu carinho de dia me diz o que você sente de verdade. 

Se sou adolescente, por favor me toque.
Não pense que eu, por estar quase crescido, já não preciso saber que você ainda se importa comigo.
Necessito de seus braços carinhosos, preciso de sua voz terna.
Quando a vida fica difícil, a criança em mim volta a precisar. 

Se sou seu amigo ou amiga, por favor me toque.
Nada como um abraço afetuoso, para eu saber que você se importa comigo.
Um gesto de carinho, quando estou deprimido, me garante que sou amado e me reafirma que não estou só.
Seu gesto de conforto talvez seja o único que eu consiga.

Se sou seu namorado ou namorada ou seu cônjuge, por favor me toque.
Talvez você pense que sua paixão basta.
Mas só teus braços detêm meus temores.
Preciso do seu toque terno e confortador, para me lembrar de que sou amado, apenas porque eu sou eu.

Se sou seu filho adulto, por favor me toque.
Embora eu possa até ter minha própria família para abraçar.
Ainda preciso dos braços de minha mãe e de meu pai, quando me machuco.
Como pai, a visão é diferente e eu os estimo mais.

Se sou seu pai idoso ou sua mãe idosa, por favor me toque.
Do jeito que me tocaram quando eu era bem pequeno.
Segure minha mão, sente-se perto de mim, dê-me sua força e aqueça meu corpo cansado com sua proximidade.
Minha pele, ainda que muito enrugada, adora ser afagada.

Não tenha medo.

APENAS ME TOQUE

Autor desconhecido

Na era digital, estudantes se apegam aos livros de papel



Eles mandam mensagens de texto para seus amigos todos os dias. À noite, pesquisam para os trabalhos de conclusão de curso em seus laptops e conversam com seus pais no Skype. Mas enquanto seguem seu caminho no Hamilton College, uma faculdade de artes exemplar e liberal nessa cidade ao norte do Estado de Nova York, os alunos ainda carregam pelo campus pesados e antigos livros didáticos – e adoram isso.
“A tela não apaga”, diz Faton Begolli, estudante do segundo ano de Boston. “Não tem vírus. Não seria o mesmo sem livros. Eles definiram a 'academia' por mil anos.”
Embora o mundo impresso esteja diminuindo diante de uma onda de livros digitais, blogs e outros sites, uma geração de estudantes universitários influenciada pela tecnologia parece continuar aderindo aos livros tradicionais. A lealdade tem um preço. Os livros são caros – para um ano inteiro, podem custar de US$ 700 a US$ 900 (R$ 1.187 a R$ 1.526) – e as frustrações dos estudantes com a despesa, assim como o surgimento de novas tecnologias, produziram uma variedade confusa de alternativas para obtê-los.
Lojas na internet como a Amazon e Textbooks.com vendem livros novos e usados. Surgiram vários outros serviços na internet que alugam livros para estudantes por semestre. Cerca de 1.500 livrarias universitárias também oferecem aluguel neste semestre, 300 a mais do que no ano passado. Em Hamilton, os alunos este ano têm uma nova forma para evitar os intermediários: um site sem fins lucrativos, criado pelo Clube de Empreendedores da faculdade, que permite que eles vendam livros usados uns para os outros.
A explosão de lojas e formatos – incluindo livros digitais, que estão rapidamente se tornando mais sofisticados – deixaram alguns estudantes confusos. Depois de passar pela difícil seleção de curso, eles são obrigados a avaliar a relação entre o custo e a conveniência, analisar seus próprios hábitos de estudo e imaginar quais textos eles desejarão ter durante anos e quais não farão falta.
“Depende da matéria”, diz Victoria Adesoba, aluna do curso preparatório para medicina na Universidade de Nova York, que estava do lado de fora da livraria da escola, com uma bolsa azul clara cheia de livros pendurada no ombro. “No último semestre, aluguei livros de psicologia, e foi barato. Mas para matérias como química orgânica, preciso ter o livro. Os livros na internet são bons, mas é tentador entrar no Facebook, e isso pode cansar a vista.”
Apesar de tudo o que é dito sobre sua geração ser a mais adepta à tecnologia da história, os livros de papel não parecem destinados ao esquecimento tão cedo.
De acordo com a Associação Nacional de Livrarias Universitárias, os livros digitais representam apenas 3% das vendas de livros didáticos, embora a associação espere que este número aumente para 10% a 15% em 2012 à medida que mais títulos se tornam disponíveis em formato digital.
Em dois estudos recentes – um feito pela associação e outro por Grupos de Pesquisas de Interesse Público Estudantil – três quartos dos alunos entrevistados disseram que ainda preferem um livro de papel à versão digital.
Muitos estudantes relutam em abrir mão da possibilidade de folhear rapidamente entre os capítulos, escrever nas margens e grifar passagens, embora novos aplicativos permitam que os alunos usem os livros digitais dessa forma.
“Os estudantes cresceram com livros impressos”, diz Nicole Allen, diretora da campanha de livros didáticos para os grupos de pesquisa, “então, à medida que passam para o ensino superior, não surpreende que levem consigo uma preferência pelo formato com o qual estão mais acostumados.”
De fato, muitos alunos de Hamilton falaram de forma apaixonada sobre os pesados tomos que ainda carregam do quarto para a sala de leituras e para a biblioteca, mesmo enquanto checam compulsivamente mensagens de texto e e-mails em seus smart phones.
“Acredito que o codex é uma das melhores invenções da humanidade”, diz Jonathan Piskor, aluno do segundo ano na Carolina do Norte, usando o termo latino para livro.
Essa paixão pode ser a razão pela qual as Livrarias Universitárias da Barnes & Noble estejam trabalhando duro para divulgar seu novo aplicativo, o NOOKstudy, que permite que os alunos naveguem em livros digitais em Macs e Pcs. A companhia, que opera 636 livrarias em campi universitários do país, incluindo uma em Hamilton, ofereceu inscrições gratuitas no verão passado na esperança de persuadir mais estudantes a comprarem seus livros eletrônicos.
“O verdadeiro obstáculo é fazer com que eles experimentem”, diz Tracey Weber, vice-presidente executiva da companhia para livros didáticos e educação digital.
A companhia está oferecendo gratuitamente “Kits de Introdução Universitários” para alunos que baixarem o NOOKstudy neste semestre, com receitas de macarrão instantâneo e uma dúzia de livros eletrônicos clássicos como “The Canterbury Tales” e “The Scarlet Letter”. O CourseSmart, um consórcio de grandes editoras de livros didáticos, permite que os estudantes experimentem qualquer livro didático eletrônico gratuitamente por duas semanas.
Mas nem todo livro didático está disponível em formato digital ou para alugar. Em Hamilton, por exemplo, cerca de apenas um quinto dos títulos são vendidos no formato eletrônico neste semestre. Uma caminhada pela loja do campus revelou a diferença de preço. Um livro sobre legislação constitucional, por exemplo, custava US$ 189,85 (R$ 321) novo, US$ 142,40 (R$ 241,51) usado, e US$ 85,45 (R$ 144,9) para alugar. (Normalmente, um livro eletrônico é mais barato do que um livro usado, embora mais caro do que um para aluguel.)
O gasto com livros didáticos universitários, que estima-se tenha aumentado quatro vezes mais que o valor da inflação nos últimos anos, tornou-se uma preocupação e uma causa para alguns políticos. No mês passado, o senador Charles E. Schumer de Nova York pediu que mais livrarias universitárias alugassem livros, depois que uma pesquisa realizada em 38 livrarias de campi da Cidade de Nova York e Long Island por seu gabinete descobriu que 16 delas não ofereciam esta opção.
Na quinta-feira, os alunos de mais de 40 faculdades de todo o país estão planejando um dia de ação em prol de livros didáticos mais acessíveis, organizado pelos Grupos de Pesquisa de Interesse Público Estudantil, para encorajar membros das faculdades a indicarem textos mais baratos, ou que sejam oferecidos gratuitamente online.
Por enquanto, comprar livros da forma antiga – novos ou usados – ainda é o mais comum. Charles Schmidt, porta-voz da Associação Nacional de Livrarias Universitárias, disse que se uma livraria de um campus vende um livro novo por US$ 100, ela normalmente compra o livro de volta por US$ 50 no final do semestre e o vende para o próximo aluno por US$ 75.
O preço que as livrarias pagam costuma cair, entretanto, se o professor retira o livro (ou a edição) do programa ou se a livraria comprou livros suficientes para atender à demanda. Quando Louis Boguchwal, um calouro de Hamilton que está se especializando em economia e matemática, tentou vender um livro de álgebra linear de US$ 100 para a livraria da faculdade, recebeu uma oferta de US$ 15.
“Foi um insulto”, disse ele. “Eles não pagam praticamente nada.”
Então Hamilton criou um site sem fins lucrativos chamado getmytexbooks.org [algo como “fique com meus livros”]. Até agora, as visitas não foram muitas: apenas 70 livros foram vendidos nesse semestre. Mas Jason Mariasis, presidente do Clube de Empreendedores, disse que espera que as vendas aumentem à medida que o site ficar mais conhecido. O site também lista centenas de outras faculdades.
Begolli, um membro do clube, vendeu recentemente três romances alemães por US$ 17 (R$ 28,8) no site. “Se eu tivesse vendido para a livraria, eu teria recebido US$ 7 ou US$ 8 (R$ 11,8 ou R$ 13,5)”, diz ele. “A livraria reina no que diz respeito às vendas de livros didáticos. Nós achamos que deveria haver uma coisa para os estudantes, feita pelos estudantes.”
Mas alguns estudantes precisam se virar. Rosemary Rocha, 26, aluna de hotelaria e turismo na NYU, somou o preço de suas leituras obrigatórias para o semestre: US$ 600 (R$ 1.017). “É pesado”, diz ela. “Estou recebendo seguro desemprego, então não é possível.”
Em vez disso, ela espera para emprestar as poucas cópias que os professores deixam reservadas na biblioteca, ou depende da gentileza de seus colegas de classe. “Meus amigos me emprestam seus livros em troca de um café ou um pedaço de pizza”, diz. “Raramente compro livros, mas sempre fico meio perdida.”

The New York Times - Lisa W. Foderaro
Tradução: Eloise De Vylder
Fonte: UOL