domingo, 18 de janeiro de 2015

QUAL O CONCEITO DE CONTO E ALGUNS CONTOS PARA VOCÊ TRABALHAR EM SALA DE AULA - DO 5º AO 8º ANO.

 QUAL O CONCEITO DE CONTO E ALGUNS CONTOS PARA VOCÊ TRABALHAR EM SALA DE AULA - DO 5º AO 8º ANO.


SÃO HISTÓRIAS INVENTADAS POR ALGUÉM.
EXISTEM TAMBÉM OS CONTOS TRADICIONAIS QUE SÃO AQUELAS HISTÓRIAS QUE NINGUÉM SABE AO CERTO QUEM INVENTOU E QUE SÃO TRANSMITIDAS DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO E MUITAS VEZES FICAM CONHECIDAS POR ALGUM AUTOR QUE CRIOU A SUA VERSÃO DA HISTÓRIA E A REINVENTOU.
JÁ O CONTO, UNIVERSALMENTE ADMIRADO, VERSA SOBRE OS MAIS VARIADOS ASSUNTOS, DE TAL FORMA QUE, TECNICAMENTE, OS CONTOS SÃO CLASSIFICADOS POR TIPO:
"CONTOS POLICIAIS", "CONTOS DE FADAS", "CONTOS ERÓTICOS", "FICÇÃO", "CONTOS INFANTIS", ETC.
CONTO É A DESIGNAÇÃO QUE DAMOS À FORMA NARRATIVA DE MENOR EXTENSÃO E QUE SE DIFERENCIA DO ROMANCE E DA NOVELA NÃO SÓ PELO SEU TAMANHO, MAS TAMBÉM POR POSSUIR CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS PRÓPRIAS.
POSSUI OS MESMOS COMPONENTES DO ROMANCE, MAS EVITA ANÁLISES, COMPLICAÇÕES DO ENREDO, E O TEMPO E O ESPAÇO SÃO MUITO BEM DELIMITADOS. O CONTO É UM SÓ DRAMA, UM SÓ CONFLITO, UMA ÚNICA AÇÃO. TUDO GIRA EM TORNO DO CONFLITO DRAMÁTICO. A MONTAGEM DO CONTO ESTÁ EM VOLTA DE UMA SÓ IDÉIA, UMA IMAGEM OU VIDA, DESPREZANDO-SE OS ACESSÓRIOS. “O CONTO É UMA NARRATIVA LINEAR, QUE NÃO SE APROFUNDA NO ESTUDO DA PSICOLOGIA DAS PERSONAGENS NEM NAS MOTIVAÇÕES DE SUAS AÇÕES. AO CONTRÁRIO, PROCURA EXPLICAR AQUELA PSICOLOGIA E ESSAS MOTIVAÇÕES PELA CONDUTA DAS PRÓPRIAS PERSONAGENS” (R. MAGALHÃES JÚNIOR). “O CONTO É UMA NARRATIVA BREVE; DESENROLANDO UM SÓ INCIDENTE PREDOMINANTE E UM SÓ PERSONAGEM PRINCIPAL, CONTÉM UM SÓ ASSUNTO CUJOS DETALHES SÃO TÃO COMPRIMIDOS E O CONJUNTO DO TRATAMENTO TÃO ORGANIZADO, QUE PRODUZEM UMA SÓ IMPRESSÃO”. (J. BERG ESENWEIN CITADO POR NÁDIA BATTELLA GOTLIB).
MAS SERÁ ISSO MESMO? OU TAIS NORMAS SÃO FLEXÍVEIS? BERNARDO ÉLIS, POR EXEMPLO, ÀS VEZES É MUITO DESCRITIVO; ALÉM DISSO, CONTA OUTRAS HISTÓRIAS DENTRO DO MESMO CONTO, DIVIDINDO-O EM MAIS DE UM NÚCLEO, USA FLASHBACK ETC. OUTRO “PECADO” SEU É NARRAR UM CONTO COMO SE FOSSE UM ROMANCE (LEIA-SE “O PADRE E UM SUJEITINHO METIDO A RABEQUISTA” IN VERANICO DE JANEIRO). MESMO “CONSPIRANDO” CONTRA TAIS NORMAS, BERNARDO ÉLIS NÃO DEIXA DE SER UM CLÁSSICO, MUITO PELO CONTRÁRIO.
“O ROMANCE PROCURA REPRESENTAR O MUNDO COMO UM TODO: PERSEGUE A ESPINHA DORSAL E O CONJUNTO DA SOCIEDADE. O CONTO É A REPRESENTAÇÃO DE UMA PEQUENA PARTE DESSE CONJUNTO. MAS NÃO DE QUALQUER PARTE, E SIM AQUELA ESPECIAL DE QUE SE PODE TIRAR ALGUM SENTIDO (ALGUMA LIÇÃO, SE PREFERIR), SEJA ELE POSITIVO OU NEGATIVO, NÃO IMPORTA.” (“MURMÚRIOS NO ESPELHO”, FLÁVIO AGUIAR IN CONTOS, MACHADO DE ASSIS). PARODIANDO MACHADO DE ASSIS: O CONTO É TUDO ISSO, SEM SER BEM ISSO.
("WIKIPEDIA" EM PORTUGUÊS -


AQUI ESTÃO ALGUNS CONTOS:



O morto.
Jacinto trabalhava até tarde da noite. Seu turno, na fábrica, terminava por volta das vinte e três horas. Era cansativo. Às vezes tinha vontade de faltar ao trabalho, dormir um pouco mais. Não podia. Tinha mulher e cinco filhos para sustentar e qualquer centavo descontado do seu salário era um desfalque e tanto...
De manhã tomava o ônibus para ir trabalhar. Quando o dinheiro terminava Jacinto ia e voltava do trabalho a pé por uma estrada pouco movimentada e de iluminação precária que ligava seu bairro ao local onde estava instalada a fábrica.
Nessa estrada ficava o cemitério e mato de um lado e de outro, onde os marginais se escondiam para assaltar as pessoas que por ali passassem. Eram comuns os casos de assaltos, mortes, estupros. A polícia sempre dava umas incertas no local para assustar a marginalidade.
Quando precisava utilizar a estrada, Jacinto caminhava com o coração na mão. Algumas vezes tinha a companhia de um colega que morava no mesmo bairro, mesmo assim rezava para todos os santos, pedia proteção, lembrava da mulher, dos cinco filhos e da mãezinha velhinha. Rezava, rezava muito.
Naquele dia um colega de Jacinto, que fazia o mesmo turno, chegou com a notícia:
- Sabem, ontem uma dona foi assaltada e morta, bem em frente do cemitério...
O coração de Jacinto bateu forte, ele ouvira falar do acontecido quando fora à padaria. Logo hoje que está chovendo e, ele sem dinheiro, teria de ir a pé pela estrada... Tremeu só em pensar ...
Nesse momento entrou o chefe da seção anunciando que o turno se estenderia até a zero hora e que não queria saber reclamações pois eram ordens da Diretoria.
As horas corriam e o momento da saída se aproximava. Tocou o sinal. Jacinto olhou o relógio:
- Zero hora...
Os operários estavam indo embora. Jacinto, na porta da fábrica, coração apertado, orava silenciosamente para enfrentar a jornada até a sua casa.
O último colega lhe deu “até logo mais” e Jacinto perguntou:
- Vai pela estrada?
- Não – disse o amigo – hoje vou de ônibus, além da hora, a chuva vai apertar.”
- É, fazer o quê... – pensou.
Vestiu a capa preta, capuz na cabeça e, com o pensamento no Filho de Deus, pôs o pé na estrada. Seriam, mais ou menos, uns quarenta minutos de caminhada solitária...
Quando estava quase perto do cemitério, saiu do mato um homem alto e forte com um gorro enterrado até as orelhas. O coração de Jacinto acelerou.
- Boa noite amigo! Moras por aqui?
Jacinto, gaguejando, respondeu:
- Sim...sim senhor...
A essa altura da conversa eles já estavam quase emparelhados com o portão do cemitério, quando o estranho perguntou:
- E não tens medo de andar por essa estrada? Numa inspiração celestial, Jacinto respondeu:
- Quando eu era vivo tinha...
O estranho saiu em desabalada carreira entrando na primeira trilha do mato que encontrou.
No dia seguinte correu, pelo bairro, a notícia de que polícia havia capturado o autor do crime, ocorrido em frente ao cemitério, escondido no mato, muito assustado e dizendo aos policiais que havia falado com um morto... jurava...um morto vestido de preto...
autor desconhecido


A menina e a boneca.
Olhos grudados na vitrine da loja, uma pequena menina olhava uma boneca luxuosa, vestida de cetim, cabelos louros e grandes olhos azuis. Dedinho na boca, a pequena remoia o desejo de pegar aquele lindo brinquedo e sair mostrando para suas amiguinhas. Elas morreriam de inveja. - Que boneca rica...! - diria uma. Outra, despeitada, repetiria: - Vou ganhar uma igualzinha... Estava tão embevecida que tomou um susto quando o homem da loja disse: - Cai fora malandrinha!
Só então voltou à realidade de sua vida. Olhou suas roupas rasgadas, pés descalços e sujos, sentiu o estômago "gritar" de fome, lembrou-se das noites de frio, da solidão, dos abusos. Sua pequena cabeça não entendia porque ela não era como aquelas meninas que via passeando pelas ruas, acompanhadas dos pais, sorvete na mão e recebendo cuidados da mãe. 
Afastou-se da vitrine com lágrimas nos olhos, mas ainda lançou um olhar na direção do rico brinquedo que ficou lá, olhando para ela como a desafiá-la. Foi juntar-se as outras crianças, como ela, sem esperanças. Chorou muito, lembrando do brinquedo e de como o homem a expulsara de lá. Ela não fizera nada, só estava olhando, pensava a coitadinha. Na sua inocência pediu a Deus que lhe desse uma boneca como aquela, no Natal, e uma mãe.
Dormiu na sarjeta. No dia seguinte, ela não lembrava como acontecera, acordou num lugar que sua cabecinha identificou como um hospital. Uma mulher bonita e sorridente cuidava dela. Olhou em volta procurando as amiguinhas de infortúnio. Não viu nenhuma. Queria perguntar, saber como fora parar ali e onde estava a "Neguinha" que ela considerava uma irmã mais velha. Sua voz não saia. Olhou para si admirada. Estava limpa, roupa nova, cama quente. - Cama! - pensou. Desde que se conhecera como gente dormia pelas calçadas. Não conhecia pai nem mãe, não tinha uma casa. Agora estava ali, cuidada e sem sentir fome.
Neste momento entra uma moça radiante, parecia estar envolta em uma luz branca, trazendo nas mãos um pacote. Aproximou-se dela e, sorrindo, disse:
- É seu. Vamos, abra!
Quando abriu o embrulho, os olhinhos arregalaram-se.
- Meu Deus, que coisa maravilhosa! Exclamou. - É pra mim...?
- Sim! - respondeu a moça. – Seu pedido foi atendido. É a sua boneca... Gostou?
- É linda - disse a menina com os olhinhos marejados - é a mais bonita que já vi...
A felicidade envolveu a pequenina que sorrindo abraçou a mulher em sinal de gratidão e, finalmente, perguntou - Onde estou? Como vim parar neste hospital?
Sorrindo, a moça lhe respondeu:
- Aqui não é um hospital, é o Céu! Esta - apontou para a mulher sorridente - é sua mãe..


O Sonho de Criança
Era eu criança sonhava
Com mouras encantadas
Suas fortunas mágicas enterradas
Beleza, impossível, e magia
Este sonho de fadas
Dava luz e amor a meu dia
Pobre; cresci na grande pobreza
Assim, nunca deixei de sonhar
De encontrar um dia o tesouro
Na água dos rios, no ar dos montes
Talvez para alem do mar
Tesouro, magia e mouras, encontra
Com as lendas eu sonhava
Com diamantes no rio
Tornando-se em esplendor de luz
Água, que enorme poderio
Gerava corrente
As noites frias sem sol as aqueciam
Vi que as lendas eram verdades

Que em criança eu sonhava

Tesouros vinham das minas

Em queda a água transformava

Em luz que a escuridão aclarava

Realidade, meus sonhos aclarava


Finquei meus olhos nos livros
Me ensinaram, abriram meu pensar
E a chave de muitos sonhos
Fizeram em mim transformar
Por certos esses tesouros
Minha mente acabava de encontrar
Não acredito em fadas e mouras
Acredito em tesouros na água e ar
Tanta riqueza enterrada à espera
Não acredito em bruxas ou rezar
Acredito no nada, é minha a terra
Acredito num ser supremo a governar

SOPA DE PEDRA

ERA UMA VEZ UM VIAJANTE QUE ANDAVA DE PAÍS EM PAÍS, DE TERRA EM TERRA. UM DIA QUANDO ESTAVA DE PASSAGEM POR UMA PEQUENA ALDEIA REPAROU QUE A SUA COMIDA TINHA ACABADO, E JÁ ESTAVA FICANDO COM MUITA FOME.
FOI ANDANDO DE UM LADO PARA O OUTRO A PENSAR NUMA FORMA DE ARRANJAR COMIDA. TINHA MUITA VERGONHA DE PEDIR, MAS PARECIA QUE DAQUELA VEZ NÃO TINHA OUTRO JEITO.
ENQUANTO IA ANDANDO, DEU UM PONTAPÉ NUMA PEQUENA PEDRA QUE ESTAVA NO CHÃO; ERA UMA PEDRA MUITO LISA E BONITA, FOI ENTÃO QUE TEVE UMA IDÉIA PARA CONSEGUIR ALMOÇAR SEM SENTIR TANTA VERGONHA.
BATEU À PORTA DE UMA CASA, QUE PARECIA SER DE UM GRANDE AGRICULTOR DA REGIÃO.
QUANDO O DONO DA CASA ABRIU A PORTA O VIAJANTE DISSE-LHE:
– BOM DIA SENHOR, EU SOU VIAJANTE E TRAGO COMIGO UMA PEDRA MÁGICA CAPAZ DE FAZER A MELHOR SOPA DO MUNDO, QUER PROVAR?
AO DIZER ISTO, RETIROU DO BOLSO UMA PEDRA MUITO LISA E REDONDA. ERA PARECIDA COM OUTRAS QUE O AGRICULTOR CONHECIA MAS, COMO GOSTAVA MUITO DE SOPA, DECIDIU PROVAR A TAL MELHOR SOPA DO MUNDO.
A VIAJANTE ENTROU E PEDIU UMA PANELA GRANDE COM ÁGUA E UM POUCO DE SAL; COLOCARAM A PANELA NO FOGO E A PEDRA LÁ DENTRO. QUANDO A ÁGUA COMEÇOU A FERVER O VIAJANTE PROVOU E DISSE:
– ESTÁ QUASE PRONTA, MAS FICARÁ AINDA MELHOR SE LHE PUSERMOS UMAS BATATAS.
– OH HOMEM! NÃO SEJA POR ISSO, EU SOU UM GRANDE AGRICULTOR DESTA REGIÃO, BATATAS É COISA QUE NÃO ME FALTA.
– OBRIGADO, ASSIM A SOPA VAI FICAR MUITO MELHOR.
PASSADO MAIS ALGUM TEMPO VOLTOU A PROVAR.
– ESTÁ QUASE..., MAS FICAVA AINDA MELHOR SE LHE PUSERMOS UMAS CENOURAS.
O AGRICULTOR LÁ FOI BUSCAR AS MELHORES CENOURAS QUE TINHA EM CASA.
APÓS PROVAR VÁRIAS VEZES O VIAJANTE FOI PEDINDO OUTROS VEGETAIS, COMO COUVE, CEBOLA, FEIJÃO, ENTRE OUTROS. QUANDO A SOPA JÁ ESTAVA RICA EM VEGETAIS, O VIAJANTE DISSE:
– CARO AMIGO, A SOPA ESTÁ FICANDO UMA DELÍCIA!
O AGRICULTOR MAL PODIA ESPERAR PARA PROVAR A SOPA - COISA QUE ELE ADORA.
O VIAJANTE APÓS PROVAR MAIS UMA VEZ PEDIU:
– OH AMIGO ESTA SOPA FICAVA AINDA MELHOR SE LHE PUSERMOS UM POUCO DE CARNE DE PORCO, TEM AI ALGUMA COISA? CHOURIÇO, POR EXEMPLO.
– JÁ LHE DISSE QUE SOU AGRICULTOR, COISAS DESSAS NÃO FALTAM CÁ EM CASA.
MAIS UMA VEZ FORAM COLOCANDO ALGUMAS CARNES NA SOPA.
PROVOU MAIS UMA VEZ E DISSE COM UM GRANDE SORRISO:
– ESTÁ PRONTA!!!
– JÁ NÃO ERA SEM TEMPO, VAMOS LÁ PROVAR ESSA SOPA
O VIAJANTE SERVIU A SOPA PARA OS DOIS. DEPOIS DE A PROVAR, O AGRICULTOR EXCLAMOU:
– TINHA RAZÃO, É MESMO A MELHOR SOPA QUE JÁ COMI ATÉ HOJE, ESSA SUA PEDRA É REALMENTE MÁGICA. NÃO QUER VENDÊ-LA?
– NÃO ESTÁ À VENDA, É MUITO VALIOSA PARA MIM, FOI-ME OFERECIDA POR UM MAGO DE UM PAÍS DISTANTE.
– MUITO BEM, OBRIGADO DO MESMO JEITO POR ME TER DEIXADO PROVAR ESTA SOPA.
– OBRIGADO EU.



DESPEDIRAM-SE. O VIAJANTE CONTINUOU A SUA VIAGEM POR OUTRAS TERRAS, UTILIZOU VÁRIAS VEZES A SUA PEDRA MÁGICA E ASSIM CONSEGUIU COMER SEM TER VERGONHA DE PEDIR E FOI DESTA FORMA QUE A RECEITA DA SOPA DE PEDRA FOI PASSANDO DE TERRA EM TERRA E HOJE AINDA A PODEMOS PROVAR EM VÁRIOS LOCAIS, COM DIFERENTES RECEITAS.
DO FOLCLORE MUNDIAL -





Minha chupeta virou estrela
Eu me chamo Pedro e tenho 7 anos. Eu tenho uma estrela, sabe?
Uma estrelona, linda, que está lá no céu, brilhando, todos os dias.
Quando eu tinha 3 anos, para salvar meu dente da frente que ficou mole
porque eu caí de boca brincando na gangorra da escola, minha dentista me disse
que... EU TERIA QUE PARAR DE USAR A MINHA QUERIDA CHUPETAVERDE!

– A chupeta ou o dente! – ela me mandou escolher.

Bom, eu nem quis ouvir direito essa proposta tão maluca! A doutora Virgínia e a minha mãe tentaram conversar comigo, explicar por que era importante eu não perder um dente tão cedo e... nada. Eu só olhava com o olho mais comprido do mundo para a chupeta verde, minha companheira do sono mais gostoso do mundo! Como dormir sem ela?

Na primeira noite em que fiquei sem a minha querida chupeta, só lembro de sentir o cheiro da minha mãe, que me carregou no colo enquanto papai dirigia nosso carro, passeando em frente ao meu parque preferido pra ver se eu enfim conseguia pegar no sono...

No dia seguinte fui com minha mãe e meu irmão ao parque e levei pão para dar aos patos que moram num lago bem bonito que tem lá. Um pato maior e mais cinza que os outros me chamou a atenção. Ele veio várias vezes comer pão na minha mão e eu gostei dele. Parecia o patinho feio da história que meu pai sempre contava antes de eu dormir.

Mamãe chegou perto de nós e disse que aquele era mesmo um pato especial. Ele costumava tomar conta das chupetas de alguns meninos. E fazia isso muito bem: ele transformava todas em estrelas! Superlegal!

Pus o nome naquele pato de Pato Pão. Eu não queria perder nem o meu dente nem a minha chupeta... Talvez o Pato Pão fosse a solução para o meu problema!

Então... resolvi dar a minha chupeta verde para ele. Ele pegou minha chupetaverde com o bico e atirou longe, no lago. Eu fiquei olhando para ela boiando, boiando... até desaparecer... Na hora de entregar a minha chupeta verde, mesmo para um pato tão especial como o Pato Pão, eu segurei bem forte a mão da minha mãe e a do meu irmão!

Enquanto a minha chupeta verde ia embora no lago, pensei que naquela noite ela não ia estar embaixo do meu travesseiro. Eu teria que ir até a janela se quisesse dar uma espiada nela.

Quando a noite apareceu, meu pai chegou do trabalho e se deitou na cama comigo, olhando pro céu, procurando a minha estrela-chupeta verde. Eu vi primeiro e nós dois batemos palmas pra ela! Aí eu só me lembro de adormecer com aquele brilho de estrela no meu olho e a sensação do abraço enorme do meu pai.

Todas as vezes em que penso na minha chupeta, olho pro céu, procurando a estrela-chupeta verde. Agora, a saudade, em vez de crescer como eu, fica menor a cada noite. Deve ser porque meninos grandes gostam mais de estrelas no céu do que de chupetas, eu acho. 

Conto de Januária Alves 
Ilustrado por Ionit Zilberman





Conta a lenda que na antiga Pérsia o Rei Shariar descobre que foi traído pela esposa, que tinha um servo por amante, o Rei despeitado e enfurecido matou os dois. Depois, toma uma terrível decisão: todas as noites, casar-se-ía com uma nova mulher e, na manhã seguinte, ordenaria a sua execução, para nunca mais ser traído. Assim procede ao longo de três anos, causando medo e lamentações em todo o Reino.
Um dia, a filha mais velha do primeiro-ministro, a bela e astuta Sherazade, diz ao pai que tem umplano para acabar com a barbaridade do Rei. Todavia, para aplicá-lo, necessita casar-se com ele. Horrorizado, o pai tenta convencer a filha a desistir da ideia, mas Sherazade estava decidida a acabar de vez com a maldição que aterrorizava a cidade.
E assim acontece, Sherazade casa-se com o Rei.
Terminada a breve cerimônia nupcial, o rei conduziu a esposa a seus aposentos, mas, antes de trancar a porta, ouviu uma ruidosa choradeira. “Oh, Majestade, deve ser minha irmãzinha, Duniazade”, explicou a noiva. “Ela está chorando porque quer que eu lhe conte uma história, como faço todas as noites. Já que amanhã estarei morta, peço-lhe, por favor, que a deixe entrar para que eu a entretenha pela última vez!”
Sem esperar resposta, a jovem abriu a porta, levou a irmã para dentro, instalou-a no tapete e começou: “Era uma vez um mágico muito malvado...”. Furioso, Shariar se esforçou ao máximo para impedir a narrativa; resmungou, bufou, tossiu, porém as duas irmãs o ignoraram. Vendo que de nada adiantava sua estratégia, ele ficou quieto e se pôs a ouvir o relato de Sherazade, meio distraído no início, profundamente interessado após alguns instantes. A pequena Duniazade adormeceu, embalada pela voz suave da rainha. O soberano permaneceu atento, visualizando mentalmente as cenas de aventura e romance descritas pela esposa. De repente, no momento mais empolgante, Sherazade silenciou. “Continue!”, Shariar ordenou. “Mas o dia está amanhecendo, Majestade! Já ouço o carrasco afiar a espada!” “Ele que espere”, declarou o rei. Shariar se deitou e logo dormiu profundamente. Despertou ao anoitecer e ordenou à esposa que concluísse o relato, mas não se deu por satisfeito. “Conte-me outra!”,
Sherazade com sua voz melodiosa começou a contar histórias de aventuras de reis, de viagens fantásticas de heróis e de mistérios. Contava uma história após a outra, deixando o Sultão maravilhado.
Sem que Sheramin percebesse, as horas passaram e o sol nasceu. Sherazade interrompeu uma história na melhor parte e disse:
- Já é de manhã, meu senhor!
O rei interessado na história, deixou Sherazade no palácio para mais uma noite.
E assim Sherazade fez o mesmo naquela noite, contou-lhe mais histórias e deixou a última por terminar. Sempre alegre, ora contava um drama, ora contava uma aventura, às vezes um enigma, em outras uma história real.
Dessa forma se passaram dias, semanas, meses, anos. E coisas estranhas aconteceram. Sherazade engordou e de repente recuperou seu corpo esguio. Por duas vezes ela desapareceu durante várias noites e retornou sem dar explicação, e o rei tampouco lhe perguntou nada.
Certa manhã ela terminou uma história ao surgir do sol e falou: “Agora não tenho mais nada para lhe contar. Você percebeu que estamos casados há exatamente mil e uma noites?” Um ruído lhe chamou a atenção e, após uma breve pausa, ela prosseguiu; “Estão batendo na porta! Deve ser o carrasco. Finalmente você pode me mandar para a morte!”.
Quem entrou nos aposentos reais foi, porém, Duniazade, que ao longo daqueles anos se transformara numa linda jovem. Trazia dois gêmeos nos braços, e um bebê a acompanhava, engatinhando. “Meu amado esposo, antes de ordenar minha execução, você precisa conhecer meus filhos”, disse Sherazade. “Aliás, nossos filhos. Pois desde que nos casamos eu lhe dei três varões, mas você estava tão encantado com as minhas histórias que nem percebeu nada...” Só então Shariar constatou que sua amargura desaparecera. Olhando para as crianças, sentiu o amor lhe inundar o coração como um raio de luz. Contemplando a esposa, descobriu que jamais poderia matá-la, pois não conseguiria viver sem ela.
Assim, escreveu a seu irmão e lhe propondo que se casasse com Duniazade. O casamento se realizou numa dupla cerimônia, pois Shariar esposou Sherazade pela segunda vez, e os dois reis reinaram felizes até o fim de seus dias.
autora:Lariça Betfuer 






Era uma vez, na época em que os animais falavam, três porquinhos que viviam felizes e despreocupados na casa da mãe. A mãe era ótima, cozinhava, passava e fazia tudo pelos filhos. Porém, dois dos filhos não a ajudavam em nada e o terceiro sofria em ver sua mãe trabalhando sem parar. Certo dia, a mãe chamou os porquinhos e disse: __Queridos filhos, vocês já estão bem crescidos. Já é hora de terem mais responsabilidades para isso, é bom morarem sozinhos.A mãe então preparou um lanche reforçado para seus filhos e dividiu entre os três suas economias para que pudessem comprar material e construírem uma casa.Estava um bonito dia, ensolarado e brilhante. A mãe porca despediu-se dos seus filhos: __Cuidem-se! Sejam sempre unidos! - desejou a mãe. Os três porquinhos, então, partiram pela floresta em busca de um bom lugar para construírem a casa. Porém, no caminho começaram a discordar com relação ao material que usariam para construir o novo lar. Cada porquinho queria usar um material diferente. O primeiro porquinho, um dos preguiçosos foi logo dizendo: __ Não quero ter muito trabalho! Dá para construir uma boa casa com um monte de palha e ainda sobra dinheiro para comprar outras coisas. O porquinho mais sábio advertiu: __ Uma casa de palha não é nada segura. O outro porquinho preguiçoso, o irmão do meio, também deu seu palpite: __ Prefiro uma casa de madeira, é mais resistente e muito prática. Quero ter muito tempo para descansar e brincar. __ Uma casa toda de madeira também não é segura - comentou o mais velho- Como você vai se proteger do frio? E se um lobo aparecer, como vai se proteger? __ Eu nunca vi um lobo por essas bandas e, se fizer frio, acendo uma fogueira para me aquecer! - respondeu o irmão do meio- E você, o que pretende fazer, vai brincar conosco depois da construção da casa? Já que cada um vai fazer uma casa, eu farei uma casa de tijolos, que é resistente. Só quando acabar é que poderei brincar. – Respondeu o mais velho. O porquinho mais velho, o trabalhador, pensava na segurança e no conforto do novo lar. Os irmãos mais novos preocupavam-se em não gastar tempo trabalhando. __Não vamos enfrentar nenhum perigo para ter a necessidade de construir uma casa resistente. - Disse um dos preguiçosos. Cada porquinho escolheu um canto da floresta para construir as respectivas casas. Contudo, as casas seriam próximas. O Porquinho da casa de palha, comprou a palha e em poucos minutos construiu sua morada. Já estava descansando quando o irmão do meio, que havia construído a casa de madeira chegou chamando-o para ir ver a sua casa. Ainda era manhã quando os dois porquinhos se dirigiram para a casa do porquinho mais velho, que construía com tijolos sua morada. __Nossa! Você ainda não acabou! Não está nem na metade! Nós agora vamos almoçar e depois brincar. – disse irônico, o porquinho do meio. O porquinho mais velho porém não ligou para os comentários, nem par a as risadinhas, continuou a trabalhar, preparava o cimento e montava as paredes de tijolos. Após três dias de trabalho intenso, a casa de tijolos estava pronta, e era linda! Os dias foram passando, até que um lobo percebeu que havia porquinhos morando naquela parte da floresta. O Lobo sentiu sua barriga roncar de fome, só pensava em comer os porquinhos. Foi então bater na porta do porquinho mais novo, o da casa de palha. O porquinho antes de abrir a porta olhou pela janela e avistando o lobo começou a tremer de medo. O Lobo bateu mais uma vez, o porquinho então, resolveu tentar intimidar o lobo: __ Vá embora! Só abrirei a porta para o meu pai, o grande leão!- mentiu o porquinho cheio de medo. __ Leão é? Não sabia que leão era pai de porquinho. Abra já essa porta. – Disse o lobo com um grito assustador. O porquinho continuou quieto, tremendo de medo. __Se você não abrir por bem, abrirei à força. Eu ou soprar, vou soprar muito forte e sua casa irá voar. O porquinho ficou desesperado, mas continuou resistindo. Até que o lobo soprou um a vez e nada aconteceu, soprou novamente e da palha da casinha nada restou, a casa voou pelos ares. O porquinho desesperado correu em direção à casinha de madeira do seu irmão. O lobo correu atrás. Chagando lá, o irmão do meio estava sentado na varanda da casinha. __Corre, corre entra dentro da casa! O lobo vem vindo! – gritou desesperado, correndo o porquinho mais novo. Os dois porquinhos entraram bem a tempo na casa, o lobo chegou logo atrás batendo com força na porta.Os porquinhos tremiam de medo. O lobo então bateu na porta dizendo: __Porquinhos, deixem eu entrar só um pouquinho! __ De forma alguma Seu Lobo, vá embora e nos deixe em paz.- disseram os porquinhos.__ Então eu vou soprar e soprar e farei a casinha voar. O lobo então furioso e esfomeado, encheu o peito de ar e soprou forte a casinha de madeira que não agüentou e caiu. Os porquinhos aproveitaram a falta de fôlego do lobo e correram para a casinha do irmão mais velho. Chegando lá pediram ajuda ao mesmo.__Entrem, deixem esse lobo comigo!- disse confiante o porquinho mais velho. Logo o lobo chegou e tornou a atormentá-los: __ Porquinhos, porquinhos, deixem-me entrar, é só um pouquinho! __Pode esperar sentado seu lobo mentiroso.- respondeu o porquinho mais velho. __ Já que é assim, preparem-se para correr. Essa casa em poucos minutos irá voar! O lobo encheu seus pulmões de ar e soprou a casinha de tijolos que nada sofreu. Soprou novamente mais forte e nada. Resolveu então se jogar contra a casa na tentativa de derrubá-la. Mas nada abalava a sólida casa. O lobo resolveu então voltar para a sua toca e descansar até o dia seguinte. Os porquinhos assistiram a tudo pela janela do andar superior da casa. Os dois mais novos comemoraram quando perceberam que o lobo foi embora. __ Calma , não comemorem ainda! Esse lobo é muito esperto, ele não desistirá antes de aprende ruma lição.- Advertiu o porquinho mais velho. No dia seguinte bem cedo o lobo estava de volta à casa de tijolos. Disfarçado de vendedor de frutas. __ Quem quer comprar frutas fresquinhas?- gritava o lobo se aproximando da casa de tijolos. Os dois porquinhos mais novos ficaram com muita vontade de comer maçãs e iam abrir a porta quando o irmão mais velho entrou na frente deles e disse: -__ Nunca passou ninguém vendendo nada por aqui antes, não é suspeito que na manhã seguinte do aparecimento do lobo, surja um vendedor? Os irmãos acreditaram que era realmente um vendedor, mas resolveram esperar mais um pouco. O lobo disfarçado bateu novamente na porta e perguntou: __ Frutas fresquinhas, quem vai querer?Os porquinhos responderam: __ Não, obrigado. O lobo insistiu: Tome peguem três sem pagar nada, é um presente. __ Muito obrigado, mas não queremos, temos muitas frutas aqui. O lobo furioso se revelou:__ Abram logo, poupo um de vocês! Os porquinhos nada responderam e ficaram aliviados por não terem caído na mentira do falso vendedor. De repente ouviram um barulho no teto. O lobo havia encostado uma escada e estava subindo no telhado.Imediatamente o porquinho mais velho aumentou o fogo da lareira, na qual cozinhavam uma sopa de legumes. O lobo se jogou dentro da chaminé, na intenção de surpreender os porquinho entrando pela lareira. Foi quando ele caiu bem dentro do caldeirão de sopa fervendo. ___AUUUUUUU!- Uivou o lobo de dor, saiu correndo em disparada em direção à porta e nunca mais foi visto por aquelas terras. Os três porquinhos, pois, decidiram morar juntos daquele dia em diante. Os mais novos concordaram que precisavam trabalhar além de descansar e brincar.Pouco tempo depois, a mãe dos porquinhos não agüentando as saudades, foi morar com os filhos.Todos viveram felizes e em harmonia na linda casinha de tijolos. 
Author: Lariça Betfuer 




Curiosidades
O desenho feito pelos estúdios Disney ajudaram a tornar a história ainda mais popular. Veja a música do desenho:
Quem tem medo do Lobo Mau
(Desenho do Walt Disney)
Com palha eu faço a casa
Pra não me esforçar
Na minha casinha
Eu toca a flautinha
Eu gosto é de brincar!
De vara é minha casa
É onde eu vou morar
Mas eu não me amofino
Vou tocando violino
O que eu gosto é de dançar!
Eu faço a minha casa
Com pedra e com tijolo
Pra trabalhar não sei dançar
Pois não sou nenhum tolo
Ele não sabe brincar, nem cantar, nem dançar
Só o que sabe é trabalhar
Podem rir, dançar e brincar
Que não vou me aborrecer
Mas não vai ser brincadeira
Quando o lobo aparecer
Quem tem medo do Lobo mau,
Lobo mau, Lobo mau------------ Bis
Dou um soco no nariz
Eu dou-lhe um bofetão Eu dou-lhe um pontapé
Derrubo ele no chão
Quem tem medo do Lobo mau,
Lobo mau, Lobo mau------------ Bis


fonte:qdivertido.com.br



Todas as crianças crescem. Peter Pan não.
Ele mora na Terra do Nunca e junto com
a fada Sininho foi visitar seus amigos:




Wendy, João e Miguel.
e Naná.


Peter levou-os para conhecer a Terra do Nunca.




Com a mágica de sininho eles saíram voando.





Avistaram o barco pirata, a aldeia dos índios e a morada dos meninos perdidos.


O Capitão Gancho viu Peter Pan
e seus amigos voando e resolveu atacá-los.
Peter Pan salvou Wendy antes que ela caísse no chão.




Os meninos perdidos moravam dentro de uma árvore oca.


Wendy contou lindas histórias.

Ela gostou muito dos meninos.
Um dia o Capitão Gancho raptou a Princesa dos índios.






Mas Peter Pan apareceu para libertá-la.




O Capitão Gancho fugiu e o crocodilo Tic-Tac quase o engoliu.






Mas ele


escapou.


Mas o Capitão Gancho não desistiu. Desta vez capturou os meninos perdidos.


Levou-os para o barco pirata, de lá eles seriam jogados no mar.








Mas Peter Pan veio salvou seus amigos. Lutou com Gancho e o derrubou.



De volta ao lar, Wendy pediu que Peter Pan ficasse com eles.


Peter Pan disse não, ele preferiu a Terra do Nunca, assim ele nunca cresceria e poderia brincar com todas as crianças sempre.


Author: Lariça Betfuer
fonte: contandohistoria.com/peterpan.htm



Num dia muito frio, uma bela rainha estava sentada perto da janela,bordando um lençol denenê. Sem querer, ele espetou o dedo na agulha e caíram três gotas de sangue. Então a rainha olhou para fora e fez um pedido:
- Quero ter uma filha de pele branca como a neve que está caindo, cabelos pretos como a madeira desta janela e boca vermelha como o sangue que saiu do meu dedo.
Alguns meses depois, a rainha deu à luz uma menina do jeitinho que tinha pedido.
E resolveu chamá-la de Branca de Neve.
Dia e noite ela ficava do lado da filha, cuidando dela com muito amor e carinho.
Mas a rainha morreu antes de criar a filha como queria.
O rei chorou durante meses, até que conheceu uma princesa lindíssima e se casou com ela. A princesa só tinha beleza, porque o resto nela era só vaidade, orgulho e malvadeza. O dia todo ficava na frente do espelho, perguntando:
- Espelho, espelho meu, existe no mundo mulher mais bonita do que eu?



E o espelho, que era mágico, dizia:
- Não, rainha, você é a mais linda.
Enquanto a rainha conversava com o espelho,

Branca de Neve crescia bonita


como ela só, era de uma formosura que não tinha igual no planeta inteiro.
Tanto assim que um dia a rainha ouviu do espelho uma resposta que não esperava:


- Sim, existe outra muito mais bonita que você.
- E quem é essa atrevida? - perguntou ela.
- Branca de Neve!


Desde então a rainha que era má, começou ameaçá-la.

Branca de Neve com medo foi se refugiar na floresta,na casa dos sete anões.


Foi muito bem aceita pelos anões,
pois ela cozinhava, lavava e passava para os sete anõezinhos.



Todos eram felizes naquela casa.
Todos os dias como de costume os anões saíam para trabalhar e deixavamBranca de Neve cuidando da casa.

Enquanto isso a rainha preparava um plano mirabolante,


transforma-se na bruxa mais horripilante e má. . . .




De repente surpreendentemente aparece na janela uma velhinha pedindo água à Branca de Neve.
Ela muito boa recebe a velha e esta em agradecimento oferece à Branca de Neve uma maçã, e pede a ela que dê uma mordida e faça um pedido.

Mal sabia ela que aquela velha era a rainha, sua madrasta,aplicando-lhe o golpe fatal.

Infelizmente Branca de Neve não resistiu e caiu no sono da morte.




O anões chegaram logo após, mas não conseguiram impedir que mordesse a maçã, mas conseguiram finalmente acabar com a bruxa, perseguiram-na até que despencou de um penhasco, morrendo em seguida.





A tristeza toma conta dos anõezinhos.

Quando de repente um jovem aproxima-se de Branca de Neve, naquele sono profundo e lhe dá um beijo apaixonado.




Imediatamente Branca de Neve desperta do sono da morte e vai embora com seu príncipe, agradecendo aos anões por tudo que fizeram por ela.

Author: Lariça Betfuer





Era uma vez, há muito tempo, um rei e uma rainha jovens, poderosos e ricos, mas pouco felizes, porque não tinham concretizado maior sonho deles: terem filhos. — Se pudéssemos ter um filho! — suspirava o rei. — E se Deus quisesse, que nascesse uma menina! —animava-se a rainha. — E por que não gêmeos? — acrescentava o rei.Mas os filhos não chegavam, e o casal real ficava cada vez mais triste. Não se alegravam nem com os bailes da corte, nem com as caçadas, nem com os gracejos dos bufões, e em todo o castelo reinava uma grande melancolia. Mas, numa tarde de verão, a rainha foi banhar-se no riacho que passava no fundo do parque real. E, de repente, pulou para fora da água uma rãzinha. — Majestade, não fique triste, o seu desejo se realizará logo: Antes que passe um ano a senhora dará à luz uma menina. E a profecia da rã se concretizou, e meses depois a rainha deu a luz a uma linda menina. O rei, que estava tão feliz, deu uma grande festa de batizado para a pequena princesa que se chamava Aurora. Convidou uma multidão de súditos: parentes, amigos, nobres do reino e, como convidadas de honra, as treze fadas que viviam nos confins do reino. Mas, quando os mensageiros iam saindo com os convites, o camareiro-mor correu até o rei, preocupadíssimo. — Majestade, as fadas são treze, e nós só temos doze pratos de ouro. O que faremos? A fada que tiver de comer no prato de prata, como os outros convidados, poderá se ofender. E uma fada ofendida… O rei refletiu longamente e decidiu: — Não convidaremos a décima terceira fada — disse, resoluto. — Talvez nem saiba que nasceu a nossa filha e que daremos uma festa. Assim, não teremos complicações. Partiram somente doze mensageiros, com convites para doze fadas, conforme o rei resolvera. No dia da festa, cada uma das fadas chegou perto do berço em que dormia a princesa Aurora e ofereceu à recém-nascida um presente maravilhoso. — Será a mais bela moça do reino — disse a primeira fada, debruçando-se sobre o berço. — E a de caráter mais justo — acrescentou a segunda. — Terá riquezas a perder de vista — proclamou a terceira. — Ninguém terá o coração mais caridoso que o seu — afirmou a quarta. — A sua inteligência brilhará como um sol — comentou a quinta. Onze fadas já tinham passado em frente ao berço e dado a pequena princesa um dom; faltava somente uma (entretida em tirar uma mancha do vestido, no qual um garçom desajeitado tinha virado uma taça de sorvete) quando chegou a décima terceira, aquela que não tinha sido convidada por falta de pratos de ouro. Estava com a expressão muito sombria e ameaçadora, terrivelmente ofendida por ter sido excluída. Lançou um olhar maldoso para a princesa Aurora, que dormia tranquila, e disse: — Aos quinze anos a princesa vai se ferir com o fuso de uma roca e morrerá. E foi embora, deixando um silêncio desanimador e os pais desesperados. Então aproximou-se a décima segunda fada, que devia ainda oferecer seu presente. — Não posso cancelar a maldição que agora atingiu a princesa. Tenho poderes só para modificá-la um pouco. Por isso, Aurora não morrerá; dormirá por cem anos, até a chegada de um príncipe que a acordará com um beijo. Passados os primeiros momentos de espanto e temor, o rei, decidiu tomar providências, mandou queimar todas as rocas do reino. E, daquele dia em diante, ninguém mais fiava, nem linho, nem algodão, nem lã. Ninguém além da torre do castelo. Aurora crescia, e os presentes das fadas, apesar da maldição, estavam dando resultados. Era bonita, boa, gentil e caridosa, os súditos a adoravam. No dia em que completou quinze anos, o rei e a rainha estavam ausentes, ocupados numa partida de caça. Talvez, quem sabe, em todo esse tempo tivessem até esquecido a profecia da fada malvada. A princesa Aurora, porém, estava se aborrecendo por estar sozinha e começou a andar pelas salas do castelo. Chegando perto de um portãozinho de ferro que dava acesso à parte de cima de uma velha torre, abriu-o, subiu a longa escada e chegou, enfim, ao quartinho. Ao lado da janela estava uma velhinha de cabelos brancos, fiando com o fuso uma meada de linho. A garota olhou, maravilhada. Nunca tinha visto um fuso. — Bom dia, vovozinha. — Bom dia a você, linda garota. — O que está fazendo? Que instrumento é esse?Sem levantar os olhos do seu trabalho, a velhinha respondeu com ar bonachão: — Não está vendo? Estou fiando! A princesa, fascinada, olhava o fuso que girava rapidamente entre os dedos da velhinha. — Parecemesmo divertido esse estranho pedaço de madeira que gira assim rápido. Posso experimentá-lo também? Sem esperar resposta, pegou o fuso. E, naquele instante, cumpriu-se o feitiço. Aurora furou o dedo e sentiu um grande sono. Deu tempo apenas para deitar-se na cama que havia no aposento, e seus olhos se fecharam. Na mesma hora, aquele sono estranho se difundiu por todo o palácio. Adormeceram no trono o rei e a rainha, recém-chegados da partida de caça. Adormeceram os cavalos na estrebaria, as galinhas no galinheiro, os cães no pátio e os pássaros no telhado. Adormeceu o cozinheiro que assava a carne e o servente que lavava as louças; adormeceram os cavaleiros com as espadas na mão e as damas que enrolavam seus cabelos. Também o fogo que ardia nos braseiros e nas lareiras parou de queimar, parou também o vento que assobiava na floresta. Nada e ninguém se mexia no palácio, mergulhado em profundo silêncio. Em volta do castelo surgiu rapidamente uma extensa mata. Tão extensa que, após alguns anos, o castelo ficou oculto.Nem os muros apareciam, nem a ponte levadiça, nem as torres, nem a bandeira hasteada que pendia na torre mais alta. Nas aldeias vizinhas, passava de pai para filho a história da princesa Aurora, a bela adormecida que descansava, protegida pelo bosque cerrado. A princesa Aurora, a mais bela, a mais doce das princesas, injustamente castigada por um destino cruel.Alguns cavalheiros, mais audaciosos, tentaram sem êxito chegar ao castelo. A grande barreira de mato e espinheiros, cerrada e impenetrável, parecia animada por vontade própria: os galhos avançavam para cima dos coitados que tentavam passar: seguravam-nos, arranhavam-nos até fazê-los sangrar, e fechavam as mínimas frestas. Aqueles que tinham sorte conseguiam escapar, voltando em condições lastimáveis, machucados e sangrando. Outros, mais teimosos, sacrificavam a própria vida. Um dia, chegou nas redondezas um jovem príncipe, bonito e corajoso. Soube pelo bisavô a história da bela adormecida que, desde muitos anos, tantos jovens a procuravam em vão alcançar. — Quero tentar também — disse o príncipe aos habitantes de uma aldeia pouco distante do castelo.Aconselharam-no a não ir. — Ninguém nunca conseguiu! — Outros jovens, fortes e corajosos como você, falharam… — Alguns morreram entre os espinheiros… — Desista! Muitos foram, os que tentarem desanimá-lo. No dia em que o príncipe decidiu satisfazer a sua vontade se completavam justamente os cem anos da festa do batizado e das predições das fadas. Chegara, finalmente, o dia em que a bela adormecida poderia despertar. Quando o príncipe se encaminhou para o castelo viu que, no lugar das árvores e galhos cheios de espinhos, se estendiam aos milhares, bem espessas, enormes carreiras de flores perfumadas. E mais, aquela mata de flores cheirosas se abriu diante dele, como para encorajá-lo a prosseguir; e voltou a se fechar logo, após sua passagem. O príncipe chegou em frente ao castelo. A ponte elevadiça estava abaixada e dois guardas dormiam ao lado do portão, apoiados nas armas. No pátio havia um grande número de cães, alguns deitados no chão, outros encostados nos cantos; os cavalos que ocupavam as estrebarias dormiam em pé. Nas grandes salas do castelo reinava um silêncio tão profundo que o príncipe ouvia sua própria respiração, um pouco ofegante, ressoando naquela quietude. A cada passo do príncipe se levantavam nuvens de poeira. Salões, escadarias, corredores, cozinha… Por toda parte, o mesmo espetáculo: gente que dormia nas mais estranhas posições. O príncipe perambulou por longo tempo no castelo. Enfim, achou o portãozinho de ferro que levava à torre, subiu a escada e chegou ao quartinho em que dormia A princesa Aurora. A princesa estava tão bela, com os cabelos soltos, espalhados nos travesseiros, o rosto rosado e risonho. O príncipe ficou deslumbrado. Logo que se recobrou se inclinou e deu-lhe um beijo. Imediatamente, Aurora despertou, olhou par ao príncipe e sorriu. Todo o reino também despertara naquele instante.Acordou também o cozinheiro que assava a carne; o servente, bocejando, continuou lavando as louças, enquanto as damas da corte voltavam a enrolar seus cabelos. O fogo das lareiras e dos braseiros subiu alto pelas chaminés, e o vento fazia murmurar as folhas das árvores. A vida voltara ao normal. Logo, o rei e a rainha correram à procura da filha e, ao encontrá-la, chorando, agradeceram ao príncipe por tê-la despertado do longo sono de cem anos. O príncipe, então, pediu a mão da linda princesa em casamento que, por sua vez, já estava apaixonada pelo seu valente salvador. Eles, então, se casaram e viveram felizes para sempre!
Author: Lariça Betfuer 





Os índios Carajás, no princípio do mundo, viviam dentro do furo das pedras. Não conheciam a Terra. Eram felizes e tinham a eternidade, vivendo até avançada velhice, só morrendo quando ficavam cansados de viver.
Um dia, os Carajás decidiram abandonar o furo das pedras, na esperança de descobrir os mistérios da Terra. Apenas um deles, por ser muito gordo, não conseguiu passar pelo furo da pedra, ficando nele entalado.
Na Terra, que trazia uma escuridão sem fim, os índios percorreram todos os lugares. Descobriram frutos e comidas. Compadecidos do companheiro que ficara entalado no furo da pedra, levaram-lhe os mais saborosos frutos e um galho seco. Ao ver aquele galho seco, o índio entalado observou:
“O lugar por onde vocês andam não é bom. As coisas envelhecem e morrem. Veja este galho, envelheceu. Não quero ir para um lugar onde tudo envelhece. Vou voltar. E vocês deviam fazer o mesmo!”
E robusto carajá voltou para dentro da pedra. Os outros continuaram a percorrer a Terra, que se encontrava nas trevas. Um menino carajá, junto com a amada, percorria a Terra em busca de alimentos. Como não havia luz, a amada sangrou as mãos nos espinhos, quando colhia frutos. O menino, na escuridão, comeu mandioca brava. Envenenado pela raiz, o menino carajá deitou-se de costas, a passar mal. Vários urubus começaram a andar em volta do seu corpo. Um dos urubus disse:
“Ele não está morto, ainda move o corpo.”
Outro urubu replicou:
“Não, ele está morto.”
Todos os urubus opinavam, uns achavam que o menino estava morto, outros achavam que não. Para que a dúvida fosse esclarecida, foi chamado o urubu-rei, com o seu bico vermelho e penugem rala na cabeça. Considerado o mais sábio dos urubus, a ave imponente declarou:
“Ele está morto.”
E foi pousar na barriga do menino. Inesperadamente, o menino carajá, que se fingia de morto, pegou o urubu-rei pelas pernas e o prendeu nas mãos. A ave esperneou, debateu-se, mas não se libertou das mãos do menino.
“Quero os mais belos enfeites.” Disse o menino ao urubu-rei.
A ave, para ser libertada, trouxe as estrelas no céu como enfeites aos olhos do menino. As estrelas eram belas, mas o mundo continuava escuro.
“Quero outro enfeite.”
O urubu-rei trouxe a lua. E a Terra continuava escura.
“Ainda é noite. Quero outro enfeite, este também não serve.”
Então o urubu-rei trouxe o sol. E o mundo ficou cheio de luz.
O urubu-rei ensinou ao pequeno índio a utilidade de todas as coisas do mundo. Feliz, o menino soltou a sábia ave. Só então o carajá se lembrou de perguntar ao urubu-rei o segredo da juventude eterna. No alto do céu, a ave contou-lhe aquele segredo, mas voava tão alto, que todos ouviram a resposta, as árvores, os animais, menos o menino. E por não ter ouvido o urubu-rei, todos os homens envelhecem e morrem.

Author: Lariça Betfuer

fontevirtualia.blogs.sapo.pt


O SAPO E A BORBOLETA
ESTA É A HISTÓRIA DE PRISCILA BUTERFLY QUE NASCEU E VIVEU NA FLORESTA DE FLORZI JUNTO AO MAR E AO LAGO VERDE-MUSGO.
NÃO, ELA NÃO ERA BONITA QUANDO NASCEU. ELA ERA MUITO FEIA. O SEU CABELO QUEBRA PENTE ERA AMARELO E MARROM MISTURADO E SEUS DENTES ERAM MUITO DENTRO DA BOCA, FAZENDO PARECER RINDO TODO TEMPO. RAPOSAS, COELHOS E JACARÉS TINHAM MEDO DELA.
ELA VIVIA PELA FLORESTA COLHENDO LENHA PARA O FOGÃO DA MÃE. NUNCA NINGUÉM BRINCAVA COM ELA, PORQUE ELA NÃO TINHA TEMPO. QUANDO NÃO APANHAVA LENHA, ENTÃO CARREGAVA ÁGUA OU ENTÃO CUIDAVA DOS IRMÃOS MENORES.
NÃO PODIA IR ATÉ O MAR, ONDE A FLORESTA TERMINAVA, PORQUE OS MENINOS ATIRAVAM PEDRAS NELA, ENTÃO CORRIA PARA DENTRO DA FLORESTA E SE ESCONDIA.
AOS TREZE ANOS LEVOU UM GRANDE SUSTO. QUANDO OLHOU PARA DENTRO DO LAGO VERDE-MUSGO, ELA VIU UM ROSTO REFLETIDO NA ÁGUA. DESCOBRIU QUE O ROSTO ERA O SEU. ENTÃO ELA PERCEBEU QUE OS MENINOS TINHAM RAZÃO PARA ENXOTÁ-LA. E ELA FOI RECLAMAR COM A SUA MÃE E SUA MÃE LEVOU-A ATÉ O QUINTAL. OLHANDO BASTANTE PARA AS FOLHAS CONSEGUIU ACHAR UMA LAGARTA. A MÃE EXPLICOU QUE AQUELA LAGARTA HORRÍVEL AO SAIR DO CASULO SERIA ENTÃO UMA LINDA BORBOLETA. E DISSE PARA PRISCILA QUE ELA FICARIA TÃO LINDA QUANTO UMA BORBOLETA. “NÓS PODEMOS SER FEIOS, MAS DEPOIS FICAMOS LINDOS”. PRISCILA SORRIU E SE SENTIU FELIZ ESPERANDO QUE O TEMPO AO PASSAR A FIZESSE BONITA COMO AS OUTRAS MENINAS. MAS ELA NÃO OLHAVA MAIS PARA DENTRO DO LAGO VERDE MUSGO.
UM DIA AO APANHAR LENHA NA FLORESTA, VIU UM MENINO OLHANDO PARA O LAGO VERDE-MUSGO. ELA QUIS SABER DELE, O POR QUÊ DE OLHAR TANTO PARA AQUELE LAGO. AO CHEGAR PERTO DO MENINO, DESCOBRIU QUE ELE ERA UM DOS QUATRO QUE SEMPRE LHE JOGAVA PEDRAS. ENTÃO ELA CORREU E SE ESCONDEU ATRÁS DAS ÁRVORES. QUANDO O MENINO ESCUTOU O BARULHO DE FOLHAS SE MOVENDO, OLHOU PARA TRÁS E CONSEGUIU VER PARTE DO VESTIDO ROXO LISTRADO DE BRANCO DE PRISCILA. ENTÃO ELA NOTOU QUE ELE NÃO OLHAVA MAIS PARA O LAGO. ELE OLHAVA SEMPRE PARA O LOCAL EM QUE ELA ESTAVA ESCONDIDA. ENTÃO NÃO QUIS MAIS SAIR DE TRÁS DA ÁRVORE, PORQUE ELE NÃO MAIS DESVIAVA OS OLHOS DALI. MAS ELA VIU QUE ELE ESTAVA SÓ E POR ISSO PERDEU O MEDO. OS OUTROS MENINOS MALVADOS NÃO ESTAVAM ALI. MESMO ASSIM ELA ACHOU MELHOR NÃO SAIR DALI. MAS LEMBROU QUE A MÃE A ESPERAVA COM O FEIXE DE LENHAS PARA FAZER A JANTA. MESMO ASSIM, NÃO CONSEGUIA SAIR DALI. "E SE OS MENINOS MALVADOS APARECEREM?" – PENSAVA ELA.
- PRISCILA! - GRITOU O MENINO.
ELA LEVOU UM GRANDE SUSTO PORQUE NUNCA HAVIA OUVIDO ALGUÉM GRITAR SEU NOME, EXCETO SUA MÃE. O PAI ELA NÃO CONHECEU, HAVIA SIDO MORTO POR UM LEÃO.
- PRISCILA BUTERFLY! - GRITOU MAIS UMA VEZ O MENINO.
AGORA O SUSTO FOI MAIOR, PORQUE NEM MESMO SUA MÃE GRITAVA SEU NOME ASSIM. ELE ESTAVA AGORA EM PÉ E DE COSTAS PARA O LAGO. ELA RESOLVEU APARECER. GRITOU:
- O QUE VOCÊ QUER?
ELE LEVOU TEMPO PARA RESPONDER. QUASE UM MINUTO PARA RESPONDER.
- PRECISO FALAR COM VOCÊ!
ELA SAIU LENTAMENTE POR DETRÁS DAS ÁRVORES. NESTE MOMENTO ELA LEVA OUTRO SUSTO. UMA BORBOLETA AZUL POUSA RAPIDAMENTE EM SEU NARIZ. QUANDO ELA LEVANTA AS MÃOS, A BORBOLETA VOA E SOME NO MEIO DAS ÁRVORES. ELA, PRISCILA, ANDA BEM DEVAGAR EM DIREÇÃO AO MENINO, MAS PÁRA A CINCO METROS DE DISTÂNCIA. E DIZ:
- O QUE VOCÊ QUER?
- O QUE VOCÊ ACHA DE MIM?
– UM SAPO!!!
ELE ABAIXA A CABEÇA TRISTEMENTE.
- EU DISSE UM SAPO! – GRITA ELA, - TEM UM ATRÁS DE VOCÊ!
ELE PULA PARA O LADO. O SAPO SE ASSUSTA E PULA NO LAGO. ELE LEVANTA A CABEÇA E DIZ:
– PENSEI QUE O SAPO ERA EU...
- E O QUE VOCÊ ACHA DE MIM? - PERGUNTA PRISCILA.
– MUITO LINDA! - DIZ ELE.
– MENTIRA! EU NÃO SOU LINDA!- RETRUCA PRISCILA.
ELE APONTA PARA A BORBOLETA AZUL VOANDO ATRÁS DELA.
- TENHO DE IR, MINHA MÃE ME ESPERA COM A LENHA! – DIZ ELA.
ELE SE ABAIXA PARA APANHAR A LENHA E SE OFERECE PARA LEVAR. CARREGA A LENHA NO OMBRO PELA TRILHA DA FLORESTA. ENQUANTO ANDAM PELA FLORESTA, ELE A CONVIDA.
–VAMOS AO MAR?
– SOU MUITO NOVA PARA AMAR!
– EU DISSE VAMOS AO MAR!
- ELA ENTENDE E DIZ – MINHA MÃE É QUEM SABE!
O DIA AMANHECEU LINDO COM O SOL VERMELHO POR TRÁS DAS SERRAS E UM CÉU COR DE ANIL, AZUL BEM ESCURO. ALGUMAS NUVENS BEM BRANCAS ESPALHADAS PELO CÉU AZUL. TODAS AS CRIANÇAS, SEUS IRMÃOS PEQUENOS ESTAVAM PRONTOS PARA O PASSEIO. ATÉ A MÃE DE PRISCILA TAMBÉM QUERIA VER O MAR. FINALMENTE ELA IRIA ESQUECER UM POUCO O FOGÃO DE LENHA E A CHOUPANA NO MEIO DA FLORESTA. QUANDO CHEGARAM FINALMENTE AO FIM DA TRILHA, COM O FINAL DA TRILHA SURGE O MAR.
AS CRIANÇAS PEQUENAS FICARAM ENCANTADAS COM O MAR E UMA DELAS CORREU EM DIREÇÃO A ELE. OUTRA FICOU AGARRADA A SAIA DA MÃE RINDO MUITO DE ALEGRIA. E O MENORZINHO CHOROU, MAS ERA UM CHORO DE ALEGRIA. PORQUE ENQUANTO CHORAVA TAMBÉM SORRIA. A MÃE DE PRISCILA VIU QUANDO OS QUATRO MENINOS APARECERAM E DISSE.
– LÁ VEM OS QUATRO MENINOS MALVADOS!
PRISCILA RESPONDE:
– NÃO MÃE, AGORA SÓ TRÊS SÃO MALVADOS, O MAIS LINDO É MUITO BOM!
OS QUATROS CHEGARAM DEVAGAR... QUANDO UM DELES SE APROXIMA DE PRISCILA BATERFLY, ENTÃO A OLHA POR UM MINUTO E DÁ UM SORRISO E ELA TAMBÉM SORRI PARA ELE. OS OUTROS TRÊS FICAM DE LONGE OBSERVANDO SEM NADA ENTENDER. NÃO QUISERAM MAIS A AMIZADE DAQUELE QUE SE APROXIMOU DE PRISCILA.
POR ALGUM TEMPO FICARAM ALI PRÓXIMO AO MAR MAS DEPOIS FORAM EMBORA. PRISCILA CORREU NA BEIRA DO MAR E TAMBÉM FEZ UM LANCHE JUNTO DOS SEUS IRMÃOS E DO NOVO AMIGO. AO JOGAR PARA ELA UMA BOLA FEITA COM PANO E FOLHAS ELE LHE DIZ:
- ONTEM VOCÊ NÃO ME CHAMOU DE SAPO, CERTO?
– MAS SE EU TE DER UM BEIJO VOCÊ SE TORNA UM PRÍNCIPE! E... DAQUELE DIA EM DIANTE, REALMENTE ELA O VIU COMO UM PRÍNCIPE. MAS AGORA ELA SE VIA SEMPRE NO LAGO E NO MAR E, QUANDO SE VIA NO ESPELHO DA ÁGUA, SE VIA CADA VEZ MAIS LINDA E AGORA TINHA A COMPANHIA DE RAPOSAS, COELHOS E JACARÉS.
COM QUINZE ANOS ELA VIA O PRÍNCIPE COMO UM SAPO NOVAMENTE E VIVIA CONVERSANDO COM OS TRÊS MALVADOS QUE COMO RAPOSAS, COELHOS E JACARÉS TINHAM A SUA COMPANHIA.
TODOS OS MENINOS GOSTAVAM DELA. TODAS AS MENINAS ESTIVERAM EM SUA FESTA. CADA UM DELES LEVOU UM PRESENTE PARA ELA. ELA ERA ODIADA PELAS MENINAS POR SER A MAIS BONITA DA FLORESTA.
O SAPO JÁ NÃO APARECIA POR UM BOM TEMPO. POR POUCO TEMPO ELE FOI UM PRÍNCIPE PARA ELA. MAS ELA PREFERIU A AMIZADE DE TODOS EM VEZ DO AMOR DELE SOMENTE. QUANDO LEMBRAVA DELE SÓ LEMBRAVA DO LAGO VERDE-MUSGO. DOS OUTROS MENINOS MALVADOS LEMBRAVA O MAR DE FLORZI.
ESTA FOI A HISTORIA DE PRISCILA BUTERFLY QUE NASCEU E VIVEU NA FLORESTA DE FLORZI. MORREU COM FEBRE AOS TRINTA ANOS NUMA CASA ABANDONADA. SEUS IRMÃOS NÃO QUISERAM SABER DELA PORQUE A CONSIDERAVAM INGRATA.
SUA MÃE HAVIA SIDO MORTA POR JACARÉS. PRISCILA BATERFLY MORREU MUITO FEIA E POR ISSO OS MENINOS MALVADOS NÃO QUISERAM VÊ-LA MAIS. 
RIBEIRO BRAZ


A CHUVA DE PEIXES
MOÇAMBIQUE É CONHECIDO POR SER UM PAÍS DE EXCESSIVOS FENÔMENOS NATURAIS. POR EXEMPLO, UMA TROVOADA, SOBRETUDO NO ÚLTIMO TERÇO TERRITORIAL AO SUL, NÃO É UMA TROVOADA TAL COMO NORMALMENTE A IMAGINAMOS. É UMA DESCARGA BRUTAL DE ENERGIA ELÉTRICA, QUER ATRAVÉS DE ENORMES E RIBOMBANTES RAIOS, QUER ATRAVÉS DE LONGOS PERÍODOS DE CONTINUADAS DESCARGAS SEGUIDAS QUE PODEM ILUMINAR A NOITE DURANTE VÁRIOS MINUTOS SEM INTERRUPÇÃO. AS CHUVAS PODEM SER TORRENCIAIS E INUNDAR A PARTE BAIXA DE MAPUTO EM POUCO MAIS DE UMA HORA, O GRANIZO PODE TER A DIMENSÃO DE TANGERINAS (NÃO ME CONTARAM, EU VI E O MEU CARRO SENTIU...), E UM DIA DE SOL E MAR CALMO NO PERÍODO DA MANHÃ PODE TRANSFORMAR-SE NUMA TARDE DE VENTOS DE 100 KM HORÁRIOS VINDOS DO SUL, PROVOCANDO VAGAS DE TRÊS OU QUATRO METROS. TUDO SEM AVISAR.
É UMA TERRA BRUTA, VIOLENTA E NÃO SÃO RAROS OS FENÔMENOS NATURAIS DE CONSEQÜÊNCIAS FREQÜENTEMENTE TRÁGICAS PARA AS POPULAÇÕES. DE TAL FORMA QUE O GOVERNO TINHA, PELO MENOS ATÉ HÁ POUCOS ANOS, UM DEPARTAMENTO ESPECIAL DE COMBATE E PREVENÇÃO ÀS CALAMIDADES NATURAIS.
QUANDO LÁ VIVI, HABITUEI-ME A ESTE TIPO DE OCORRÊNCIAS. MAS UM DIA SAÍ DE CASA, METI-ME NO CARRO E, A CAMINHO DO TRABALHO, VI AS RUAS PEJADAS DE GENTE, SOBRETUDO MULHERES E CRIANÇAS QUE, COM SACOS E AVENTAIS, APANHAVAM QUALQUER COISA DOS CANAIS. INTRIGADO, PAREI O CARRO E VI... QUE ERA PEIXE. SIM, PEIXE. PEIXE MIÚDO, COM NÃO MAIS QUE UM CENTÍMETRO DE COMPRIMENTO E QUE VIRTUALMENTE COBRIA A RUA ONDE EU PASSAVA. AS GENTES IAM APANHANDO O PEIXE NO MEIO DA MAIOR CONFUSÃO E RISADAS DE CONTENTAMENTO. PENSANDO QUE ALGUM CAMINHÃO TERIA PERDIDO A SUA CARGA E QUE OS POPULARES ALI ESTAVAM A RECOLHÊ-LA, SEGUI CAMINHO. MAS REPAREI QUE A "INUNDAÇÃO DE PEIXE" CONTINUAVA AO LONGO DE TODA A JULIUS NYERERE. ERAM MILHARES (MILHÕES?) DE PEIXES MINÚSCULOS AO LONGO DAS BERMAS E FIQUEI VERDADEIRAMENTE SURPREENDIDO SOBRE O QUE SE ESTARIA A PASSAR. DECIDI ENTÃO PERGUNTAR A UMA MULHER O QUE TINHA ACONTECIDO...
- CHOVEU PEIXE ESTA NOITE - RESPONDEU-ME ELA.
JÁ VI MUITAS COISAS NA VIDA E SABIA QUE UM ÁRBITRO PORTUGUÊS ATÉ JÁ TINHA VISTO UM PORCO A ANDAR DE BICICLETA. MAS... CHOVER PEIXE? INSISTI NA PERGUNTA E A RESPOSTA VEIO DE MAIS PESSOAS. "CHOVEU PEIXE". PRONTO, PENSEI, FICAMOS ASSIM. TINHA CHOVIDO PEIXE E EU SEGUI PARA O ESCRITÓRIO A PENSAR QUE TIPO DE HERANÇA TERIA AQUELE POVO HERDADO DE NÓS PARA ME DIZEREM, COM A MAIOR NATURALIDADE QUE TINHA "CHOVIDO PEIXE".
POUCAS HORAS DEPOIS, A RÁDIO TRANSMITIA A NOTÍCIA DE QUE TINHA HAVIDO DURANTE A NOITE UMA TROMBA D'ÁGUA A CERCA DE SESSENTA MILHAS DA COSTA (CEM QUILÔMETROS), EM RESULTADO DA QUAL TONELADAS DE PEIXE MIÚDO TERIAM SIDO ELEVADAS PELO REMOINHO ASCENDENTE A MUITAS CENTENAS DE METROS E ARRASTADAS PELO VENTO PARA AS RUAS DE MAPUTO.
A MAIORIA DAQUELA GENTE QUE EU VIRA A APANHAR PEIXE NÃO SABIA O QUE SERIA UMA TROMBA D'ÁGUA. TINHA "CHOVIDO PEIXE" EM MAPUTO E ISSO ERA QUANTO BASTAVA SABER. HAVIA APENAS QUE LEVAR O PEIXE PARA CASA...
NELSON REPREZAS - CASCAIS, PORTUGA


COMO OS CÃES
- NÃO É POSSÍVEL, SENHORA! - DIZIA O COMENDADOR À ESPOSA - NÃO É POSSÍVEL!
- MAS SE EU LHE DIGO QUE É CERTO, SEU LUCAS! - INSISTIA A D. TERESA - POIS É MESMO A NOSSA FILHA QUEM M’O DISSE!
O COMENDADOR LUCAS, ATÔNITO, COÇOU A CABEÇA:
- OH! SENHORA!, MAS ISSO É GRAVE! ENTÃO O RAPAZ JÁ ESTÁ CASADO COM A MENINA HÁ DOIS MESES E AINDA...
- AINDA NADA, SEU LUCAS, ABSOLUTAMENTE NADA!
- VALHA-ME DEUS! ENFIM, EU BEM SEI QUE O RAPAZ, ANTES DE CASAR, NUNCA TINHA ANDADO PELO MUNDO... SEMPRE AGARRADO ÀS SAIAS DA TIA... SEMPRE METIDO PELAS IGREJAS.
- MAS - QUE DIABO! - COMO É QUE, EM DOIS MESES, AINDA O INSTINTO NÃO LHE DEU AQUILO QUE A EXPERIÊNCIA JÁ LHE DEVIA TER DADO?! ENFIM, VOU EU MESMO FALAR-LHE! VALHA-ME DEUS!
E, NESSA MESMA NOITE, O COMENDADOR, DEPOIS DO JANTAR, CHAMOU À FALA O GENRO, UM MOÇO LOURO E BONITO, DONO DE UNS OLHOS CÂNDIDOS...
- ENTÃO, COMO É ISSO, RAPAZ? TU NÃO GOSTAS DE TUA MULHER?
- COMO NÃO GOSTO? MAS GOSTO MUITO!
- TÁ, TÁ, TÁ... VEM CÁ!QQUE É QUE TU LHE TENS FEITO, NESTES DOIS MESES?
- MAS... TENHO FEITO TUDO! CONVERSO COM ELA, BEIJO-A, TRAGO-LHE FRUTAS, LEVO-A AO TEATRO... TENHO FEITO TUDO...
- NÃO É ISTO, RAPAZ, NÃO É SOMENTE ISSO! O CASAMENTO É MAIS QUE ALGUMA COUSA! TU TENS DE FAZER O QUE TODOS FAZEM, CARAMBA!
- MAS... NÃO ENTENDO...
- Ó HOMEM! TU PRECISAS... SER MARIDO DE TUA MULHER!
- ... NÃO COMPREENDO...
- VALHA-ME DEUS! TU NÃO VÊS COMO OS CÃES FAZEM NA RUA?
- COMO OS CÃES? ... COMO OS CÃES?... SIM... PARECE-ME QUE SIM...
- POIS, ENTÃO? FAZE COMO OS CÃES, PEDAÇO DE MOLEIRÃO, FAZE COMO OS CÃES! E NÃO TE DIGO MAIS NADA! FAZE COMO OS CÃES...!
- E, AO DEITAR-SE, O COMENDADOR DISSE À ESPOSA, COM UM RISINHO BREJEIRO:
- PARECE QUE O RAPAZ COMPREENDEU, SENHORA! - E AGORA É QUE A MENINA VAI VER O BOM E O BONITO...
UMA SEMANA DEPOIS, A ROSINHA, MUITO CORADA, ESTÁ DIANTE DO PAI, QUE A INTERROGA. O COMENDADOR TEM OS OLHOS ESBUGALHADOS DE ESPANTO:
- QUE, RAPARIGA? POIS ENTÃO, O MESMO?
- O MESMO... AH! É VERDADE! HOUVE UMA COISA QUE ATÉ ME ESPANTOU... IA-ME ESQUECENDO... HOUVE UMA COUSA... ESQUISITA...
- QUE FOI? QUE FOI? - EXCLAMOU O COMENDADOR - QUE FOI?... EU LOGO VI QUE DEVIA HAVER ALGUMA COUSA!
- FOI UMA COUSA ESQUISITA... ELE ME PEDIU QUE FICASSE... ASSIM... ASSIM... COMO UM BICHO... E...
- E DEPOIS? E DEPOIS?
- E DEPOIS... DEPOIS... LAMBEU-ME TODA... E...
- ... E?
- ... E DORMIU!
OLAVO BILAC
(FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL - DEPARTAMENTO NACIONAL DO LIVRO)


O PASSARO MAVIOSO
ERA UMA VEZ UM REI MUITO RICO E PODEROSO QUE TINHA UM FILHO MUITO ACANHADO. O RAPAZ FICAVA ENVERGONHADO POR QUALQUER MOTIVO E, POR ISSO, TODO MUNDO O JULGAVA UM GRANDE TOLO. RESOLVEU, ENTÃO, SEU PAI MANDÁ-LO VISITAR OUTROS PAÍSES, NA ESPERANÇA DE TORNÁ-LO MAIS DESEMBARAÇADO. DEU-LHE BASTANTE DINHEIRO E ORDENOU QUE FIZESSE UMA LONGA VIAGEM.
DEPOIS DE PERCORRER VÁRIOS PAÍSES, O PRÍNCIPE CHEGOU A UMA CIDADE, ONDE SE REALIZAVA O LEILÃO DE UM PÁSSARO. HAVIA MUITA GENTE INTERESSADA EM COMPRÁ-LO E, POR ISSO, AS QUANTIAS OFERECIDAS JÁ ERAM MUITO GRANDES. O RAPAZ FICOU CURIOSO PARA SABER O MOTIVO PELO QUAL TODO MUNDO DESEJAVA ADQUIRIR O PÁSSARO. FOI, ENTÃO, INFORMADO DE QUE O MESMO TINHA UM CANTO TÃO BELO E MAVIOSO QUE FAZIA DORMIR A TODOS QUE O OUVISSEM. O PRÍNCIPE OFERECEU UMA GRANDE QUANTIA E CONSEGUIU COMPRAR O MARAVILHOSO PÁSSARO.
CONTINUOU SUA VIAGEM E, MAIS ADIANTE, ENCONTROU OUTRA CIDADE, ONDE ESTAVA SENDO VENDIDO, TAMBÉM EM LEILÃO, UM PEQUENO BESOURO. FICOU ADMIRADO AO VERIFICAR QUE MUITA GENTE QUERIA ADQUIRIR O ANIMALZINHO. SOUBE QUE O BESOURO ERA MÁGICO E CAPAZ DE FAZER TUDO O QUE LHE FOSSE ORDENADO, SEM SER VISTO. PODIA ATÉ ARROMBAR UMA PORTA. COMO TIVESSE AINDA MUITO DINHEIRO, NÃO FOI DIFÍCIL AO PRÍNCIPE COMPRAR O BESOURO.
PROSSEGUIU O RAPAZ NA SUA VIAGEM E, POUCO TEMPO DEPOIS, QUAL NÃO FOI SUA SURPRESA AO DEPARAR, EM OUTRA CIDADE, COM O LEILÃO DE UM RATO. HAVIA UMA MULTIDÃO QUERENDO ADQUIRIR O ANIMAL. O PRÍNCIPE FOI INFORMADO DE QUE ESSE RATO ERA CAPAZ DE FAZER TUDO O QUE LHE FOSSE ORDENADO. TINHA DENTES MÁGICOS, DE MODO QUE PODIA ROER UM CASTELO INTEIRO EM POUCAS HORAS. DIANTE DISSO, O RAPAZ COMPROU O RATO E CONTINUOU SUA JORNADA.
DEPOIS DE VISITAR MUITOS PAÍSES, CHEGOU O PRÍNCIPE A UMA CIDADE ONDE PRESENCIOU UM ESTRANHO ESPETÁCULO. DIANTE DE UM PALÁCIO, EM CUJA PORTA SE ACHAVA UMA LINDA MOÇA, UMA ENORME MULTIDÃO FAZIA TODA SORTE DE CARETAS. PROCUROU SABER A RAZÃO DAQUELA CENA ESQUISITA, E FOI INFORMADO DE QUE A MOÇA ERA A FILHA ÚNICA DO REI DAQUELE PAÍS. A PRINCESA, DESDE QUE NASCERA, JAMAIS HAVIA SORRIDO. POR ISSO, SEU PAI OFERECERA SUA MÃO EM CASAMENTO ÀQUELE QUE A FIZESSE DAR, PELO MENOS, UM SORRISO. EIS PORQUE TODA AQUELA GENTE ESTAVA DIANTE DO PALÁCIO FAZENDO CARETAS, NA ESPERANÇA DE PROVOCAR RISO NA PRINCESA.
OUVINDO ISSO, O RAPAZ, SEM SE IMPORTAR COM A MULTIDÃO, APROXIMOU-SE DO PALÁCIO, DESCEU DO CAVALO E DEPENDUROU A GAIOLA NUMA ÁRVORE QUE ALI HAVIA. DEPOIS, SENTOU-SE CALMAMENTE PARA DESCANSAR E ORDENOU: — MESTRE RATO, VÁ BUSCAR ÁGUA PARA O CAVALO E MESTRE BESOURO VÁ BUSCAR CAPIM. OS DOIS BICHINHOS SAÍRAM LOGO PARA CUMPRIR AS ORDENS DO SEU DONO. QUANDO A PRINCESA VIU O RATO CARREGANDO ÁGUA E O BESOURO TRAZENDO CAPIM, ACHOU TANTA GRAÇA QUE SOLTOU UMA GOSTOSA GARGALHADA. OS QUE ESTAVAM DIANTE DO PALÁCIO FICARAM MUITO ALEGRES, CADA QUAL PENSANDO TER SIDO O AUTOR DO RISO DA PRINCESA. O REI, CHEIO DE SATISFAÇÃO, PERGUNTOU À FILHA QUEM LHE HAVIA FEITO SOLTAR AQUELA GARGALHADA. A PRINCESA APONTOU COM O DEDO O RAPAZ QUE DESCANSAVA À SOMBRA DA ÁRVORE. IMEDIATAMENTE, O REI MANDOU CHAMAR O MOÇO À SUA PRESENÇA E COMUNICOU-LHE QUE DEVIA CASAR COM A PRINCESA.
O RAPAZ, QUE ERA MUITO ACANHADO E QUE NÃO ESPERAVA PELO ACONTECIMENTO, QUASE DESMAIOU DE SUSTO. MAS, COMO PALAVRA DE REI NÃO VOLTA ATRÁS, TEVE DE SE CASAR COM A PRINCESA. NA NOITE DO CASAMENTO, MOSTROU-SE, PORÉM, TÃO EMBARAÇADO QUE A PRINCESA JULGOU QUE ELE NÃO GOSTASSE DELA. NO DIA SEGUINTE, DISSE AO PAI QUE SE HAVIA ENGANADO, POIS HAVIA SIDO OUTRO O AUTOR DA SUA GARGALHADA. O CASAMENTO FOI ENTÃO ANULADO, REALIZANDO-SE O ENLACE DA PRINCESA COM O FILHO DO REI DE UM PAÍS VIZINHO.
O RAPAZ FICOU MUITO TRISTE, MAS RESOLVEU LUTAR PARA REAVER A PRINCESA. AO CAIR DA NOITE, FOI PARA DEBAIXO DA ÁRVORE E, NA HORA DE OS NOIVOS SE RECOLHEREM AOS SEUS APOSENTOS, ORDENOU AO PÁSSARO: — CANTA, MAVIOSO! O PÁSSARO COMEÇOU A CANTAR E TODO MUNDO, PRINCESA, NOIVO, REI, GUARDAS DO PALÁCIO, CONVIDADOS, CAÍRAM EM SONO PROFUNDO.
O JOVEM PRÍNCIPE DISSE ENTÃO: — AGORA, BESOURO, VÁ AO QUARTO DOS NOIVOS E DESARRUME TUDO O QUE LÁ ENCONTRAR. O BESOURO CUMPRIU A ORDEM E OS APOSENTOS DOS NOIVOS FICARAM COMO SE TIVESSEM SOFRIDO UM TERREMOTO. OS MÓVEIS FORAM QUEBRADOS, AS ROUPAS RASGADAS, O TETO E O ASSOALHO DO QUARTO DESPEDAÇADOS. QUANDO A PRINCESA ACORDOU E VIU A DESORDEM, FICOU DESESPERADA. O REI FICOU MUITO ABORRECIDO COM O CASO E PROMETEU À FILHA MANDAR PÔR TUDO NOS SEUS LUGARES.
NA NOITE SEGUINTE, O PÁSSARO CANTOU NOVAMENTE E TODOS ADORMECERAM. O RATO FOI ENTÃO ENVIADO PARA DESARRUMAR O QUARTO DOS NOIVOS. SE O BESOURO FÊZ BEM, O RATO AINDA FEZ MELHOR. UM FURACÃO NÃO TERIA FEITO MAIOR ESTRAGO NOS APOSENTOS DA PRINCESA. QUANDO ESTA ACORDOU, NÃO TEVE MAIS DÚVIDAS. ADMIROU O PODER DO SEU PRIMEIRO NOIVO E VIU QUE ESTAVA APAIXONADA POR ÊLE. MANDOU O SEGUNDO NOIVO EMBORA E CONTOU TUDO AO PAI. O RAPAZ FOI ENTÃO CHAMADO ÀS PRESSAS E REALIZOU-SE, NOVAMENTE, O SEU CASAMENTO COM A PRINCESA. DAÍ POR DIANTE, ÊLE PERDEU O ACANHAMENTO E VIVEU FELIZ E CONTENTE AO LADO DA SUA BELA ESPOSA
FONTE : CONTOS MARAVILHOSOS – THEOBALDO MIRANDA SANTOS
CIA ED. NACIONAL

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