Santa Catarina terá um aumento de 24,8% na conta de luz. A alta passa a valer a partir do próximo mês. A autorização foi dada nesta sexta-feira pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão federal que controla as alterações tarifárias da distribuição de eletricidade. À mudança, ainda se soma uma elevação média de 13% a 14%, de acordo com a Celesc, com os novos valores das bandeiras tarifárias.
A diretoria da Aneel se reuniu nesta sexta-feira, em encontro iniciado às 14h30 e encerrado por volta das 17h, para deliberar sobre um aumento extraordinário nas contas de luz de todo o país, além de ratificar as mudanças do chamado sistema de bandeiras tarifárias. Eram duas audiências públicas que estavam abertas para sugestões e que agora tem o resultado ratificado.
A reunião foi realizada no edifício sede da Aneel, em Brasília, e seus efeitos eram aguardados já para o início do mês de março. A expectativa se confirmou e agora as distribuidoras de eletricidade de todo o país, entre elas a Celesc, estão liberadas para aplicarem os aumentos já nas contas do próximo mês.
A alte de agora, no entanto, não impedirá a revisão anual das contas da Celesc, realizada tradicionalmente em agosto. Seu único impacto, que pode se confirmar ou não, é o próximo aumento ser pequeno devido a essa revisão deste mês, que não estava no calendário oficial da agência.
A Aneel também aprovou nessa sexta-feira o sistema de bandeiras tarifárias. A partir de março, em Santa Catarina, isso elevará o custo de energia em R$ 5,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos. Isso ocorre porque a região Sul está sob a bandeira de custo mais alto, a vermelha.
De acordo com o presidente da Celesc, Cleverson Siewert, apenas com esse novo mecanismo deve ocorrer uma aumento médio de 13% a 14% nas contas de luz dos catarinenses. Os valores entram em vigor a partir do dia 2 de março e será aplicada uma bandeira tarifária única para todo o país.
O sistema funciona da seguinte maneira: a bandeira verde indica condições favoráveis de geração de energia e, nesse caso, a tarifa não sofre acréscimo. Na bandeira amarela, as condições de geração são menos favoráveis e, por isso, a tarifa tem acréscimo de R$ 2,50 (sem impostos) para cada 100 kWh consumidos (e suas frações).
Se houver condições mais custosas de geração, a vermelha é acionada é há um acréscimo de R$ 5,50 (sem impostos) para cada 100 kWh consumidos – e suas frações. Nessa última bandeira, apenas levando em conta o valor da cobrança, ocorreu um aumento de 83%, diante do custo de R$ 3 reais que estava vigorando desde o início do ano.
A bandeira amarela teve uma alta de 66%. Mas todas as regiões do país estão atualmente na bandeira vermelha. E a região Sul nunca registrou uma bandeira verde desde o início de testes do sistema.
O aumento no custo da energia tem impactos não só na casa das pessoas, mas que também pesam no bolso da população. É o chamado efeito indireto nos preços. A alta na conta de luz afeta também lojas, fábricas e todos os outros tipos de negócio. E a solução deles aparentemente vai ser uma: repassar o custo no preço dos produtos.
— Cada um vai ter que acrescer na sua tabela de custo e vai ter que repassar. Não tem outro jeito. Não tem milagre — disse o presidente da Fecomércio-SC, Bruno Breithaupt.
Ele afirma que é muito difícil cortar esse tipo de custo no comércio. Em meio ao verão, por exemplo, os estabelecimentos não podem desligar o ar condicionado, o que prejudicaria o conforto dos clientes.
O indicativo das indústrias catarinenses é o mesmo. Devem acrescentar no cálculo do custo de produção esse aumento vender mais caro o produto para os seus clientes.
— Não existem espaços para compensar isso com economia. Existe apenas a possibilidade de modernização — diz o presidente da Câmara de Energia da Fiesc-SC, Otmar Müller, destacando que é possível trocar motores antigos por outros mais modernos e econômicos, por exemplo. Mas seria um custo a mais.
Fonte: DIÁRIO CATARINENSE
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