País vê as exportações mexicanas como grande ameaça à indústria.
Valor da cota e outros detalhes serão divulgados nesta segunda-feira (9).
O governo negociou a renovação de seu tratado de cota de automóveis com o México, informou o Ministério das Relações Exteriores neste domingo (8), em acordo que visa proteger o setor automotivo brasileiro.
O tratado original de 2012 impôs tarifas de até 35% das exportações acima de um limite anual de cerca de US$ 1,5 bilhão, com o livre comércio de veículos autorizado após seu término, em 19 de março deste ano.
Os dois países acordaram agora em renovar o tratado por quatro anos, disse um porta-voz do Itamaraty, acrescentando que o valor da cota e outros detalhes serão divulgados em uma coletiva de imprensa com autoridades de ambos os países na segunda-feira.
Com a queda nas vendas de automóveis, o Brasil pediu ao México para estender o acordo que alivia o problema de uma indústria que demitiu centenas de trabalhadores nos últimos meses. O México, por sua vez, queria o livre comércio para impulsionar seu próprio setor automotivo, que está em boa fase.
O Brasil vê as exportações mexicanas como uma grande ameaça à indústria automobilística nacional, já que um carro vendido no México pode custar metade do preço de varejo no Brasil, onde os impostos altos, gargalos de transporte e sindicatos poderosos prejudicam a competitividade.
O Brasil foi ultrapassado pelo México no ano passado como o maior produtor de automóveis da América Latina. O Brasil registrou seu primeiro déficit comercial anual em 14 anos em 2014.
Entenda o acordo
No atual acordo, que vigora até 19 de março, há uma cota de venda de carros entre os dois países. Pelo formato atual, a limitação tanto de importação quanto de exportação de carros é de US$ 1,64 bilhão por um período de doze meses.
Pelas regras do acordo, os veículos vindos do México, dentro da cota, ficam isentos da taxa de importação de 35% no Brasil e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) determinada no passado pelo governo federal aos carros importados. Nas vendas acima da cota, porém, incide a tributação de 35%.
Os mexicanos, que preenchem toda a sua cota de exportações para o Brasil, têm defendido abertamente a liberalização de comércio de veículos após o fim do acordo, em março. O Brasil, porém, não tem exportado integralmente sua cota para o México.
Segundo informou o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, as exportações para o México não estão completando a cota a que o Brasil tem direito, dentro do acordo, por problemas de competitividade. Ele defendeu a manutenção da atual cota na renovação do acordo automotivo com o México.
Fonte: G1
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