terça-feira, 21 de abril de 2015

Dependência Química -- Dependência química, o que fazer?

Norma Emiliano 

É comum a preocupação dos pais com a influência do álcool e das drogas sobre o desenvolvimento dos seus filhos. O uso das drogas é uma realidade dura e difícil de ser confrontada. Mas elas estão cada dia mais acessíveis e disponíveis às crianças e adolescentes. Contudo, a disponibilidade não é a maior questão, mas sim o desejo.

Por que os jovens usam drogas? Grande parte da atração vem naturalmente das questões relativas à identidade pessoal, ao social e à amizade. Há a vontade de pertencer ao grupo, de ser aceito, de fazer programas sociais. A aceitação num grupo dá a sensação inicial de intimidade. Por outro lado, sob o efeito das drogas eles se sentem mais espontâneos. Apesar de ser uma forma real de intimidade, os seus meios são artificiais. Entretanto, essa idéia é difícil de ser compreendida pela maioria deles. Além disso, eles ficam menos autoconscientes favorecendo que algumas dificuldades pessoais, familiares e desafios do crescimento sejam encobertos. Muitos deles afirmam que a droga os ajuda a lidar com a raiva, o tédio, a ansiedade e as pressões. O inicio da puberdade e de suas correspondentes mudanças físicas e cognitivas provocam grande instabilidade. Além disso, soma-se a esses fatores a necessidade de distanciarem-se dos pais. Na busca da autonomia pessoal, confrontam-se com os valores paternos.

Em meio a esse contexto, nem todo jovem que faz uso de drogas e álcool se torna dependente, mas esse uso acaba aumentando os riscos pessoais, como por exemplo, os acidentes automobilísticos. De acordo com alguns estudiosos do assunto, o uso moderado não é bom, mas não é necessariamente um sinal de crise psicológica profunda. Contudo, há pesquisas que mostram que o uso menos casual de drogas e álcool pode estar disfarçando graves problemas.

Quais são os indícios do uso de drogas? Alguns comportamentos são sintomáticos: os olhos avermelhados, dificuldade de lembrar fatos recentes, sonolência, mudanças de atitudes, como irritabilidade, fadiga, deteriorização dos relacionamentos com amigos e familiares.

O papel exercido pelo ambiente e meio familiar é muito significativo, principalmente para os jovens. Assim sendo, é importante começar a refletir sobre os exemplos paternos. È importante uma definição deles próprios em relação ao álcool e drogas de forma coerente. De outra forma, são também medidas preventivas: uma família com laços afetivos profundos; conversar abertamente e sem preconceitos; dar informações sobre os perigos; saber ouvir; reconhecer a realidade do mundo adolescente; conhecer os amigos; estabelecer regras precisas, como por exemplo, horários de retorno, não usar carro quando beber, informar aonde vai, etc. e manter os corretivos, caso as regras sejam quebradas.

Apesar de muitos fatores contribuírem para o desenvolvimento da dependência química, a organização familiar mantém uma posição de relevância em seu desenvolvimento e prognóstico. Neste sentido, quando a situação sai do controle da família, faz-se necessário ajuda profissional. 


Norma Emiliano é Terapeuta de Família e Assistente Social, e mantém a homepage Pensando em Família

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