segunda-feira, 18 de maio de 2015

Dilma se reúne por quatro horas para discutir ajustes com ministros -- Encontro terminou sem pronunciamentos oficiais no Palácio da Alvorada


Encontro terminou sem pronunciamentos oficiais no Palácio da Alvorada 


Foto: Mauro Schaefer/CP Memória



A presidente Dilma Roussef se reuniu neste domingo, por quatro horas com os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa. Após o encontro, no Palácio da Alvorada, não foi feito um pronunciamento oficial sobre a pauta de discussões. Antes, Levy defendeu um corte mais profundo no orçamento diante da dificuldade em aprovar as medidas de ajuste fiscal no Congresso do tamanho esperado. Ele estimou o corte em torno de R$ 78 bilhões, para dar sinais de que o governo está de fato comprometido com as contas públicas. Também esteve na reunião o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. 

Tecnicamente chamado contingenciamento, o corte deve ser anunciado até a próxima sexta-feira, 30 dias corridos após a sanção pela presidente do Orçamento aprovado no Congresso. O corte consiste em retardar ou “inexecutar”, em função da insuficiência de receitas, parte da programação de despesas prevista na Lei Orçamentária. Ao longo das últimas semanas, Dilma tem se reunido com o vice-presidente Michel Temer e ministros das mais diversas áreas para discutir os cortes.

No sábado, em Florianópolis (SC), Levy defendeu o ajuste fiscal e pediu o apoio do setor privado na tentativa de retomar o crescimento da economia. “Este ano a gente tem feito ajustes. A presidente Dilma tomou esta agenda, que eu acho que envolve certa coragem”, disse à plateia de cerca de 400 pessoas, formada basicamente por empresários e lideranças estaduais.

Como tem feito ultimamente, Levy explicou que as transformações ocorridas na economia global nos últimos anos – que envolvem a herança do colapso internacional de 2008 e o fim do superciclo das commodities – levaram a uma situação “em que era necessário mudar”. Ele ponderou, no entanto, que muitos governos esperam uma crise para mudar e que o Brasil fez uma opção diferente. “Aqui a gente preferiu fazer o ajuste para não ter uma ruptura”, garantiu.

Segundo ele, o governo decidiu “recalibrar”, principalmente na área fiscal, porque começou a ver “o espectro de uma deterioração muito significativa”, o que gerou um risco dedowngrade por parte de agências de classificação de risco e teve efeitos sobre a taxa de juros, travando investimentos. Ele lembrou que as políticas anticíclicas adotadas pelo governo em anos anteriores se mostraram insustentáveis.






C do Povo

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