segunda-feira, 25 de maio de 2015

Justiça nega pedido de afastamento de juiz do caso Bernardo


Defesa da madrasta do menino diz que magistrado privilegia a acusação. 
Com a decisão, interrogatório dos réus está mantido para quarta-feira (27). 

O juiz Marcos Luís Agostini, da comarca de Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul, negou o pedido da defesa de Graciele Ugulini, madrasta do menino Bernardo, para afastamento do juiz do caso. Com isso, segue mantido o interrogatório dos réus, marcado para esta quarta-feira (27). Agora, a solicitação será apreciada pelo Tribunal de Justiça (TJ-RS), que confirmará ou não a decisão de primeiro grau. 

Segundo o TJ-RS, a defesa de Graciele alega que está sendo "desprestigiada" pelo magistrado na condução do processo e que há tratamento diferenciado entre as partes, com "privilégio" à acusação em detrimento da defesa, além de contestar um mandado de busca e apreensão dos autos do processo no escritório do advogado. 

Também considera que o magistrado contribui para espetacularização do fato na imprensa, ao permitir que as audiências sejam acompanhadas por repórteres. Alega, portanto, que o juiz não teria imparcialidade para prosseguir exercendo suas funções no processo. 

Ao analisar o pedido, o juiz Marcos Agostini considerou que não há dispositivos legais para configuração de impedimento ou suspeição. 

Relembre o caso 
- Bernardo Boldrini foi visto vivo pela última vez no dia 4 de abril de 2014 por um policial rodoviário. No início da tarde daquele sábado, Graciele foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. A mulher trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino. 

- Um vídeo divulgado em maio do ano passado mostra os últimos momentos de Bernardo. Ele aparece deixando a caminhonete da madrasta e saindo com ela e com a assistente social Edelvânia Wirganovicz. Horas depois, as duas retornam sem Bernardo para o mesmo local. 

- O corpo de Bernardo foi encontrado no dia 14 de abril de 2014, enterrado em um matagal na área rural de Frederico Westphalen, no Norte do estado, a 80 km de onde ele morava com a família. 

- Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem do sedativo midazolan. Graciele e Edelvânia teriam dado o remédio que causou a morte do garoto e depois teriam recebido a ajuda de Evandro para enterrar o corpo. A denúncia do Ministério Público apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita. A defesa do pai nega. 

- O irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz é acusado de homicídio simples e ocultação de cadáver. Ele seria o responsável por cavar a cova onde o menino foi enterrado. 

- Em vídeo divulgado pela defesa de Edelvânia, ela muda sua versão sobre o crime. Nas imagens, ela aparece ao lado do advogado e diz que a criança morreu por causa do excesso de medicamentos dados pela madrasta. Na época em que ocorreram as prisões, Edelvânia havia dito à polícia que a morte se deu por uma injeção letal e que, em seguida, ela e a amiga Graciele jogaram soda cáustica sobre o corpo. A mulher ainda diz que o irmão, Evandro, é inocente.

Fonte: G1

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