terça-feira, 30 de junho de 2015

Universidade mexicana cria sensor para detectar câncer de mama com saliva

Universidade mexicana cria sensor para detectar câncer de mama com saliva

 
Pesquisadores da Universidade Autônoma Metropolitana (UAM) do México desenvolveram um nanobiosensor para o diagnóstico antecipado de câncer de mama por meio de um papel cromatográfico e uma amostra de saliva, informou nesta segunda-feira o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (Conacyt).

Ximena Estefanía Olvera Rocha, bolsista de mestrado em Engenharia Biomédica do Conacyt, desenvolveu como projeto de tese a pesquisa intitulada "Dispositivo analítico em papel, baseado em um sensor químico enzimático óptico para a detecção antecipada de câncer de mama e monitoração de estado pós-operatório".

Nikola Batina, pesquisador do Laboratório de Nanotecnologia e Engenharia Molecular da UAM, que assessorou Olvera em seu projeto junto com o professor Miguel Cadena, explicou que escolheram a saliva porque sua retirada não machuca o paciente, não é invasiva e é mais fácil de obter.

"Além disso, é possível encontrar o marcador específico na saliva", disse o doutor em Química pela Universidade de Zagreb, Croácia, citado em comunicado do Conacyt.

Batina comentou que uma das fases mais difíceis da pesquisa foi o design do sensor.

"Foi difícil encontrar o procedimento para gerar um padrão em um design tridimensional dentro do papel, que permitisse o fluido autônomo e uniforme da saliva para determinar se o paciente tem ou não câncer", detalhou.

"Queríamos um nanobiosensor que a pessoa possa usar a cada seis meses para estar tranquila. Uma gota de saliva pode ser a diferença entre dormir tranquilo ou não", acrescentou.

Uma das maiores vantagens potenciais deste dispositivo é que o teste demora não mais de 10 minutos e pode ser feito em casa.

"Nossa filosofia é que seja acessível. Não são necessários aparatos clínicos especiais, e a resposta 'sim' ou 'não' com base na cor que aparecer", explicou.

Batina salientou que este sensor também é crucial para aqueles pacientes em período pós-operatório após um tratamento de metástases, pois permitirá saber se o câncer retornou ou não.

O projeto começará a realizar testes clínicos em pacientes e está protegido sob direitos de propriedade industrial no México, com solicitação de patente.

O Conacyt indicou que o projeto pode constituir-se em uma alternativa aos métodos mais utilizados para a detecção do câncer de mama: a mamografia e o autoexame.

No entanto, o equipamento empregado na mamografia é custoso e, portanto, poucas pessoas podem realizá-lo. No caso do autoexame, é necessária uma educação em saúde para que as pessoas aprendam a realizar o procedimento.  


EFE / TERRA

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