quarta-feira, 3 de junho de 2015

Veja 20 dicas para escolher bem carros usados





Texto e fotos de Júlio Max


Atualmente, comprar um carro zero-quilômetro está pouco interessante: preços reajustados com as elevações nas alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), juros mais altos, quantidade reduzida de parcelas nos financiamentos (com valor de entrada relativamente alto), gastos maiores com equipamentos, IPVA, emplacamento... é nessas horas que se começa a olhar com mais carinho para os seminovos, com desvalorização amortizada, boa relação custo-benefício e muitas vezes de mecânica consagrada e quase iguais aos que estão tinindo de novos nas concessionárias. 



Agora, as empresas que comercializam automóveis devem informar ao comprador o valor dos tributos incidentes sobre a venda e a situação de regularidade do veículo quanto a furto, multas, taxas anuais, débitos de impostos, alienação ou outros registros que limitem ou impeçam a circulação. Assim, oAutoREALIDADE elenca 20 conselhos para as pessoas que estão procurando modelos usados e querem ter a segurança de levar um carro de boa procedência para a garagem.




#1 - Compare detalhadamente o automóvel usado com seu equivalente zero-quilômetro - caso o carro ainda esteja em produção, é importante ter conhecimento do que mudou e do que será preciso abrir mão no veículo de segunda mão. Se possível, analise também mais de um usado, para ter uma ideia dos diferentes desgastes que as unidades sofreram.




#2 - Confira o estado da carroceria em um ambiente iluminado e com o carro limpo: evite dias de chuva, sol forte, neblina ou a noite para atestar o estado geral do carro, condições que podem esconder algumas imperfeições, ainda mais se a cor do carro for escura. É verdade que alguns automóveis possuem qualidade de construção mais desleixada, porém uma diferença excessiva de tamanho entre os vãos das peças pode indicar que o carro foi batido. Na falta de um paquímetro, encoste o dedo entre as frestas para saber se elas são uniformes.




#3 - Amassados leves e raspadas nas rodas e para-choques são aceitáveis. É mais prudente levar um carro com "marcas de uso" do que um modelo visualmente íntegro, porém já reparado. Mas dependendo da dimensão das imperfeições (um risco muito profundo, uma roda sem calota, um para-choque descascado), peça descontos.




#4 - Verifique se as numerações de chassi (nos vidros, no batente das portas e no cofre do motor) são iguais às presentes no Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV). Se em algum destes pontos não houver marcação, é alta a possibilidade da área ter sido reparada. Se o código não bater, o carro pode ter sido "clonado" (um veículo usa documentos pertencentes a outro de mesmo modelo e cor).




#5 - Desconfie da quilometragem do hodômetro, seja analógico ou digital, caso os itens que têm contato direto com o motorista (aro do volante, pedais, maçanetas, alavanca de câmbio e estofado dos bancos) estejam muito desgastados. Confira também se os carimbos no manual do proprietário e os selos de revisão e troca de óleo são compatíveis com a marcação do carro.




#6 - Ao girar a chave no contato, atente às luzes no painel de instrumentos, que podem indicar anomalias. As luzes do airbag, da injeção eletrônica, da bateria, do superaquecimento de óleo e do reservatório de óleo do freio são algumas indicadoras de problemas caso permaneçam ligadas após a partida. Recomenda-se a leitura do manual do proprietário para conhecer todas as luzes que possam acender no carro.



#7 - Se os logotipos e adesivos estiverem colados errados (ou faltando), pode ser indício de que houve reparos naquela área da carroceria. É verdade que há quem retire por gosto pessoal (por exemplo, o logotipo "2.0 FlexOne" do Civic, o "Lollapalooza" do Onix ou as bandeiras do Brasil nos Fiat Uno e Palio Rua), mas convém procurar imagens do modelo quando novo e conferir se há algo diferente.




#8 - Geralmente na base da porta frontal direita há uma plaqueta com o ano de fabricação do carro, então confirme com o ano que consta no documento e analise se o valor pedido está compatível com a Tabela FIPE. Consulte os preços médios: http://www2.fipe.org.br/pt-br/indices/veiculos/




#9 - Ao abrir a tampa do porta-malas, cheque o estado do estepe e sua base: ferrugem e amassados podem indicar um reparo mal-feito de uma colisão traseira ou a infiltração de água. 



#10 - Nas portas, atrás das borrachas de vedação desencaixáveis, há pontos de solda que, em reparos, podem "sumir", ou as próprias oficinas podem colar as borrachas para encobrir o conserto.





#11 - Verifique em órgãos de trânsito se o carro foi roubado ou possui multas e pendências judiciais. Uma das ferramentas que utilizamos é o Sinesp Cidadão (https://www.sinesp.gov.br/sinesp-cidadao), que é gratuito (basta informar a placa do automóvel e digitar um código gerado a cada acesso) para saber mais detalhes.




#12 - Se o carro for pintado em uma cor berrante e pouco valorizada, a menos que você seja simpatizante do visual, tente pedir descontos, pois este ainda é um dos fatores que mais desestimula vendas. Nos modelos aventureiros e esportivos, estes tons podem ser mais aceitos, mas as cores de preferência nacional são prata, preto, branco e tons discretos de vermelho, cinza e azul.




#13 - Verifique se o carro ainda possui garantia (atualmente o normal é que sejam 3 anos, mas há montadoras como Hyundai, Kia e JAC que oferecem 5 e até 6 anos de cobertura), o que pode minimizar dores-de-cabeça decorrentes de problemas de fabricação e dar continuidade ao plano de manutenção adequado; confira também a presença de itens como extintor de incêndio, triângulo, macaco, estepe, e se todas as lâmpadas funcionam.




#14 - Peça para dar uma volta com o carro, oportunidade em que se pode atentar a ruídos, desalinhamento do volante, trepidações, operação do escape e do motor, funcionamento correto do ar-condicionado, dos vidros elétricos, do rádio, dos faróis, das luzes de seta, além de analisar na prática o desgaste de alguns componentes. Argumente que dirigir e formar as opiniões é muito importante para quem está disposto a gastar vários milhares de reais em um automóvel.




#15 - Uma saída pode ser os carros das locadoras de veículos, que possuem descontos mais generosos e estado de conservação relativamente bom. Em algumas locadoras, o interessado pode avaliar o carro por alguns dias (uma ajuda e tanto para avaliar as reais condições do veículo, que passou por diversas mãos) e, caso feche a compra, não precisa pagar as diárias. Mas mantenha a atenção, pois vez ou outra vemos carros de frota que sofreram acidentes fortes (com capotamento ou acionamento dos airbags) e são reparados como se nada tivesse acontecido.




#16 - Ao buscar carros usados, dê preferência às concessionárias da marca do veículo desejado, ou do mesmo grupo comercial (ex.: busque um Fiesta seminovo em uma autorizada Ford), pois geralmente os usados foram dados em troca de carros zero-quilômetro e foram criteriosamente revisados - e por isto, tendem a ser mais caros. Além disso, nestas lojas também é possível encontrar carros de test-drive, quase novos porém a preços bem menores, já que foram usados por dezenas de pessoas.




#17 - Se na locadora ou nas lojas de usados você não encontrar o carro desejado, tente participar de grupos de vendas nas redes sociais ou conferir sites que reúnem anúncios de particulares. Não se assuste com os preços declarados e tente negociar (pessoalmente ou por telefone) valores mais justos, mas redobre a atenção, já que diferente das lojas físicas, não há sequer a garantia de 90 dias para motor e câmbio exigida pelo Código de Defesa do Consumidor. Nunca pague antecipadamente, pode ser um golpe. Uma opção muito recomendável é buscar os carros dos amigos mais sinceros, pois estes terão franqueza em citar as qualidades e os defeitos do automóvel.




#18 - Não se deixe seduzir somente pelo preço de compra e pelo desejo de ter o seminovo: é preciso cotar o seguro, analisar o preço e disponibilidade de peças e manutenção, calcular os custos com combustível, depreciação, revisões, entre outros. Pensando racionalmente, você consegue evitar endividamentos.




#19 - Evite carros modificados, seja no motor, suspensão ou carroceria. É verdade que tem quem aprecie o carro mexido, só que, feitas sem critério, as alterações podem render problemas em blitz e vistorias, além de acelerar o desgaste de componentes e comprometer o conforto, o desempenho e o consumo de combustível. Tenha atenção até mesmo à instalação de sistemas de som, xenônio e centrais multimídia feitas sem respeitar o conjunto elétrico original do carro.




#20 - Chame a família e os amigos entendidos de carros para ajudar: se o modelo em questão for usado para viagens ou por mais de um familiar, é melhor que todos tenham condições de conhecê-lo melhor e dar opiniões; além disso, mecânicos de confiança e colegas automobilistas têm experiências e condições de avaliar se determinado modelo é boa compra, se está perto de sair de linha ou quais são outras opções de automóveis na faixa de preço desejada.

Uma ótima compra para você!

http://autorealidade.blogspot.com.br/2015/05/veja-20-dicas-para-escolher-bem-carros.html

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