No que é provavelmente o primeiro levantamento do gênero nos Estados Unidos, pesquisadores da Universidade de Nova York descobriram que 6% dos adultos tatuados experimentam alguma forma de erupção cutânea, coceira intensa ou inchaço relacionado à arte. Em alguns casos, elas duram mais de quatro meses, em outros, muitos anos.
“Ficamos alarmados com a elevada taxa de complicações crônicas vinculadas a fazer uma tatuagem”, disse a principal pesquisadora do estudo, a dermatologista Marie Leger. “Dada a crescente popularidade das tattoos, médicos, funcionários da saúde pública e consumidores precisam estar cientes dos riscos envolvidos”.
Falta de informações
Os resultados do estudo, derivados de entrevistas com cerca de 300 adultos de Nova York feitas em junho de 2013, espelham os resultados de outras pesquisas realizadas em países europeus, que só recentemente começaram a monitorar as complicações médicas associadas com tatuagens.
Algumas reações adversas cutâneas observadas podem ser tratadas com medicamentos anti-inflamatórios, mas outras podem exigir cirurgia a laser. Às vezes, é necessário remover as áreas tatuadas, tecido cicatricial construído ou lesões granulares, que podem subir vários milímetros na pele e causar coceira e sofrimento emocional.
Leger afirma que a composição química das tintas coloridas usadas no processo é mal compreendida e não padronizada entre os fabricantes de corantes. “Ainda não se sabe se as reações observadas são devido aos produtos químicos na própria tinta ou a outros produtos, como conservantes ou branqueadores, adicionados a elas, ou ainda do processamento dos produtos químicos ao longo do tempo”, sugere. “A falta de dados ou exigências regulatórias dificulta o monitoramento confiável”.
A dermatologista explica que a pele é um órgão altamente sensível, e as consequências a longo prazo de testar repetidamente o sistema imunológico do corpo injetando corantes e tintas não são claros.
Tipos de complicações
Complicações de curto prazo, incluindo cicatrização retardada, dor, inchaço e infecção, ocorrem em até 10% das pessoas. Além disso, os dados mostram que apenas um terço dos que experimentam uma reação adversa procuram ajuda médica. Em vez disso, muitos se voltam para o estúdio de tatuagem para conselho.
A maioria das complicações de longa duração ocorreram em regiões de pele injetadas com duas cores de tinta, vermelha e preta. Quase metade (44%) das reações crônicas aconteceram em tattoos com tinta vermelha, embora somente 36% dos entrevistados tivessem arte com essa cor.
Um terço dos casos crônicos envolveram tinta preta, enquanto mais de 90% das tatuagens tinham essa coloração. O braço era o local mais popular para tatuagens; pelo menos 67% dos entrevistados tinham desenhos ali.
O próximo passo da pesquisa é determinar que tintas e possíveis componentes delas são mais intimamente ligadas a reações adversas, e se há fatores que colocam as pessoas em maior risco de sofrer complicações crônicas. [MedicalXpress]
Nenhum comentário:
Postar um comentário