Talvez você devesse dar uma boa olhada nos dedos do seu parceiro antes de colocar um anel em um deles. Homens com dedos indicadores curtos e dedos anulares longos são, em média, melhores em relação às mulheres.
Um novo estudo da Universidade McGill, do Canadá, diz que esse fenômeno inesperado deriva dos hormônios a que estes homens foram expostos no ventre de sua mãe, e pode ajudar a explicar por que esses homens tendem a ter mais filhos. A pesquisa, que mostra uma ligação entre um evento biológico na vida fetal e o comportamento do adulto, foi publicada na revista “Personality and Individual Differences”.
Os dedos indicadores dos homens são geralmente mais curtos do que os seus dedos anelares; a diferença é menos pronunciada em mulheres. Pesquisas anteriores sugeriam que a razão do dígito – definido como o comprimento do segundo dígito dividido pelo comprimento do quarto dígito – é uma indicação da quantidade de hormônios masculinos, principalmente a testosterona, a que alguém foi exposto quando era um feto: quanto menor for a razão, mais hormônios masculinos. O estudo da McGill sugere que isto tem um impacto na forma como os homens se comportam quando adultos, especialmente com as mulheres.
“É fascinante ver que variações moderadas de hormônios antes do nascimento podem realmente influenciar o comportamento de adultos de forma seletiva”, diz Simon Young, professor emérito da McGill em Psiquiatria e coautor do estudo.
Sorrisos e elogios
Vários estudos foram realizados anteriormente para tentar avaliar o impacto da taxa de dígitos sobre o comportamento adulto. Este é o primeiro a destacar como o comprimento dos dedos afeta o comportamento de forma diferente dependendo do sexo da pessoa que você está interagindo.
“Quando estavam com mulheres, os homens com taxas menores eram mais propensos a ouvir atentamente, sorrir e rir, se comprometer ou cumprimentar a outra pessoa”, explica Debbie Moskowitz, principal autora e professora de psicologia na instituição.
Eles agiram dessa forma nas relações amorosas, mas também com amigas ou colegas. Esses homens também eram menos briguentos com mulheres do que com homens, enquanto que os homens com maiores razões eram igualmente briguentos com ambos. Para as mulheres, porém, a variação da razão não parece prever como se comportam.
Crianças e a razão de dígitos
Durante 20 dias, 155 participantes do estudo preencheram formulários para cada interação social que participaram, que duravam 5 minutos ou mais. Baseado no trabalho anterior, os cientistas classificaram os comportamentos como agradável ou conflituoso.
Homens com pequenas razões relataram aproximadamente um terço a mais de comportamentos agradáveis e cerca de um terço a menos de comportamentos conflituosos do que os homens com grandes razões de dígito.
Um estudo anterior descobriu que homens com taxas menores têm mais filhos. “Nossa pesquisa sugere que eles têm relações mais harmoniosas com as mulheres; estes comportamentos apoiam a formação e manutenção de relacionamentos”, conta Moskowitz, acrescentando que isso pode explicar por que, em média, eles procriam mais.
Os pesquisadores ficaram surpresos ao encontrar nenhuma ligação estatisticamente relevante entre comportamentos dominantes e os dedos dos homens. Eles sugerem que pesquisas futuras poderiam estudar situações específicas em que a dominação masculina varia – tais como situações de competição com outros homens – para ver se a correlação pode ser estabelecida.
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