Uma biografia de Lampião foi proibida por um juiz de Aracaju-SE porque defende a tese que o rei do cangaço era homossexual e dividia com a mulher, Maria Bonita, o também cangaceiro Luiz Pedro. A ação na Justiça foi movida por Expedita Ferreira Nunes, filha de Lampião e Maria Bonita, hoje com 79 anos.
Em seu despacho, o juiz alegou que a decisão foi tomada para "proteger a honra e a intimidade da requerente e seus genitores". O autor do livro, Pedro de Morais aprofundou suas pesquisas quando trabalhou como juiz em Poço Redondo (SE), cidade na qual Lampião morreu em 1938. "Ex-cangaceiros me falaram que Lampião tinha encontros amorosos com Luiz Pedro. São histórias comuns na região."
O autor também questiona Lampião ser o verdadeiro pai de Expedita, porque ele ficou incapacitado de procriar após ser atingido por um tiro na genitália, em 1922. "A família ficou incomodada, mas meu livro é sério e embasado . Tenho certeza que vamos cassar a liminar."
Lampião e seu bando foram dizimados no dia 27 de julho de 1938, na fazenda Angicos, no sertão de Sergipe. Foram surpreendidos ainda dormindo, chovia e não perceberam a aparoximação da "volante", com metralhadoras. Houve traição.
Dos trinta e quatro cangaceiros presentes, onze morreram ali mesmo e Lampião foi um dos primeiros. Maria Bonita foi gravemente ferida. Seguindo os costumes da época, deceparam as cabeças. Maria Bonita ainda estava viva, apesar de bastante ferida, quando foi degolada. O mesmo ocorreu com os jagunços com Quinta-Feira, Mergulhão (esses dois também tiveram suas cabeças arrancadas em vida), Elétrico, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela. E aindaLuiz Pedro, que seria amante de Lampião, também decepado.
Salgadas e transportadas em latas de quer osene, as cabeças foram expostas em vários locais, atraindo uma multidão de pessoas. Primeiro, estiveram em Piranhas, cidade visinha, onde foram arrumadas cuidadosamente na escadaria da igreja, junto com armas e apetrechos dos cangaceiros, e fotografadas. Depois, foram levadas a Maceió e ao sul do Brasil.
Do sul do País, as cabeças seguiram para Salvador, onde permaneceram por seis anos na Faculdade de Odontologia da UFBA. Lá, tornaram a ser medidas, pesadas e estudadas, na tentativa de se descobrir alguma patologia. Acreditava-se haver peculiaridades no corpo de alguém que fosse cangaceiro, mas nada foi evidenciado. Posteriormente, ficaram expostas no Museu Antropológico Estácio de Lima em S alvador, por mais de três décadas.
Fonte: Taiadablogsa
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