domingo, 9 de outubro de 2016

Comer Ovo Todo Dia Faz Mal?

Ovos

Comer Ovo Todo Dia Faz Mal?

Uma unidade grande de ovo inteiro – com a clara e a gema – é composta por 74 calorias e é dotada de nutrientes como carboidratos, proteínas, potássio, gorduras, vitamina A, vitamina B2, vitamina B5, vitamina B6, vitamina B9, vitamina B12, vitamina D, vitamina E, vitamina K, ferro, cálcio, fósforo, selênio, zinco e magnésio.
O alimento, que já foi considerado o vilão da saúde, porém, foi inocentado do título pela comunidade médica nos últimos anos, está associado a benefícios como a melhoria dos níveis de HDL – o colesterol do bem – em pessoas com risco de desenvolver doenças cardiovasculares.
Os ovos também são fontes dos antioxidantes luteína e zeaxantina, que são importantes para a saúde dos olhos e previnem problemas como a degeneração macular e a catarata, fornecem todos os aminoácidos essenciais em proporções ideais para o corpo humano e promovem a sensação de saciedade no organismo.
No caso dos ovos de galinhas criadas no pasto e/ou que se alimentaram com ração enriquecida com ômega 3, existe ainda o benefício da diminuição dos níveis de triglicerídeos no sangue, que é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças no coração.

Comer ovo todo dia faz mal?

Com toda essa quantidade de benefícios que o ovo traz e a facilidade de adquirir e preparar o alimento, algumas pessoas podem pensar em consumi-lo diariamente, no café da manhã, por exemplo. No entanto, será que ele pode ser ingerido dia após dia, ou comer ovo todo dia faz mal?
Acredita-se que a maioria das pessoas saudáveis possa consumir sete ovos por semana sem sofrer interferência nos riscos de desenvolvimento de doenças no coração. E existem pesquisas que sustentam esse ponto de vista.
Uma pesquisa da Universidade de Harvard, realizada no ano de 1999, identificou que o consumo de um ovo por dia não causa o aumento dos níveis de colesterol no sangue. O estudo analisou 115 mil pessoas ao longo de um período de 10 anos.
Além disso, uma pesquisa publicada no American Journal of Clinical Nutrition (Jornal Americano de Nutrição Clínica, tradução livre) identificou que o consumo de um ovo por dia não está associado ao aumento do risco de aparecimento de doenças cardíacas.
No mesmo sentido, um estudo de 2003 publicado no British Medical Journal (Jornal Médico Britânico, tradução livre) concluiu que ingerir um ovo a cada dia não aumenta as possibilidades de desenvolver a doença arterial coronariana e derrame. O trabalho em questão avaliou 115 mil pessoas durante 14 anos.
Outras duas pesquisas – uma divulgada no European Journal of Nutrition (Jornal Europeu de Nutrição, tradução livre) em 2013 e a segunda publicada no ano de 2011 no Journal of Food Science Nutrition (Jornal de Ciência da Alimentação e Nutrição, tradução livre) – apontaram para o fato de que refeições em que o ovo está incluído promovem maior saciedade.
De acordo com informações do National Health Service (Serviço Nacional de Saúde, NHS, sigla em inglês) do Reino Unido, apesar de possuir colesterol em sua composição, os ovos não afetam tanto os níveis de colesterol no organismo. O índice é mais afetado pela quantidade total de gorduras saturadas que são consumidas na dieta.
Em relação à ideia de que comer ovo todo dia faz mal ou não, a instituição alega que não existe uma quantidade limite do alimento que uma pessoa deva comer, porém, ressalta a importância de incluir os ovos dentro de uma dieta equilibrada.
A NSH também afirma que as pessoas que seguem uma alimentação equilibrada precisam diminuir a quantia de ovos que consomem apenas se receberem uma indicação de seus médicos.

Por outro lado

Pessoas diagnosticadas com diabetes devem tomar certo cuidado em relação à ingestão de ovos. Isso porque segundo informou o site Authority Nutrition, pesquisas já apontaram que o consumo do alimento pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças no coração em diabéticos.
Entretanto, tais estudos mostram somente uma associação estatística entre o alimento e o risco e não provam que os ovos realmente são a causa do problema.
Por outro lado, a Mayo Clinic, uma organização da área de serviços médicos e pesquisas médico-hospitalares dos Estados Unidos, informa em seu site que consumir sete ovos por semana aumenta significativamente os riscos de aparecimento de doenças cardíacas em pessoas diagnosticadas com diabetes.
Assim, ao receber a indicação de dieta do médico e/ou nutricionista, o ideal é que o paciente diabético questione os profissionais a respeito da quantidade e frequência em que o ovo pode ser consumido em sua alimentação.
A nutricionista Margareth Brown, da Mayo Clinic, afirma que para as pessoas que já sofrem com níveis elevados de colesterol sanguíneo, o ideal é limitar o consumo de ovo para dois ou três dias por semana.
Também é importante ter cautela em relação ao consumo do ovo devido ao fato do alimento ser fonte de gorduras saturadas. Um ovo grande contém 1,6 g do componente, que está associado à elevação dos níveis do colesterol ruim – LDL – e das taxas totais de colesterol, fatores de risco para o aparecimento de doenças cardíacas.
A recomendação consiste em não ingerir mais de 22,2 g de gorduras saturadas por dia para uma pessoa que ingere 2 mil calorias diariamente. Assim, o impacto do consumo de ovo nesse sentido poderá variar de acordo com a ingestão total da substância que a dieta diária abrange.
Outra recomendação é de não abusar no consumo das claras de ovos. Isso porque essa parte do alimento é composta por uma proteína capaz de causar alergias alimentares.

As formas mais saudáveis de consumir o ovo

Fritar o ovo aumenta em 50% as suas gorduras, portanto, não é modo de preparo tão recomendado. A NHS recomenda consumir o alimento bem cozido ou escalfado, sem adicionar sal ou mexido, sem acrescentar manteiga à receita.
É importante ter cuidado com o modo de preparar os ovos e não consumi-los crus ou mal cozidos. Isso porque existe o risco da contaminação por salmonela, uma bactéria que está presente na composição do alimento.
A salmonela causa a salmonelose, uma doença que traz consigo problemas como diarreia, febre muito forte e vômitos, além de poder matar crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas.

Revisão Geral pela Dra. Patrícia Leite - (no G+)

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