domingo, 13 de abril de 2014

Maçã catarinense é a mais valorizada no mercado nacional.


Os produtores de São Joaquim batalham por uma certificação geográfica que fará a maçã ser reconhecida mundialmente. A discussão está apenas no começo, uma iniciativa da Associação dos produtores de maçã e pêra de Santa Catarina (Amap) e Epagri para se conseguir o Índice Geográfico de Proteção (IGP), classificação atribuída a produtos gastronômicos ou agrícolas tradicionalmente produzidos numa região. Na prática essa valorização já é uma realidade de mercado e a maçã catarinense custa mais caro. Segundo o presidente da Amap, Salvio Rodrigues Proença, o IGP deve sair em até dois anos.

— Para os comerciantes atacadistas que atuam aqui no entreposto, a maçã Fuji de São Joaquim é mais valorizada. Dependendo da época, qualidade e volume ofertado, o mesmo acontece com a maçã Gala. Os compradores a preferem em razão da qualidade — afirma Flavio Godas, da Seção e Economia e Desenvolvimento da Ceagesp, em São Paulo, uma das principais empresas estatais brasileiras de abastecimento e comercialização de produtos agrícolas.

No ano passado, por exemplo, as maçãs catarinenses tiveram o maior preço da história, com média de R$ 1,40 / kg pago ao produtor - para o consumidor final equivale a até R$ 7 / Kg. E a estimativa da Amap é que o valor suba ainda mais este ano em razão da safra menor - adversidades climáticas como geadas no final do ano e o calor intenso seguido de estiagem em janeiro jogaram a previsão de safra para baixo, estimada em 553 mil toneladas, segundo o IBGE.

Na última Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina, publicada em 2013 pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) do Estado e Epagri, na safra de 2011/ 2012 Santa Catarina produziu 659,7 mil toneladas, responsável por 49,4% da produção nacional, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 46,5%, e Paraná, com 3,8%.

— De 2006 até 2011 foi um período de reorganização do setor. Produtores de Fraiburgo viram que grandes propriedades não adiantavam — afirma Marcio Beckhauer, engenheiro agrônomo da Cooperserra, coopertativa mais antiga de São Joaquim.

Por isso muitas empresas e produtores estão migrando para São Joaquim aos poucos, um ponto a favor para a região.

— Apenas 40% da maçã fica em São Joaquim, o restante vai para outros centros compradores - Vacaria e Fraiburgo. Com o IGP, as maçãs obrigatoriamente precisarão ser embaladas aqui — afirma Názaro Vivencio Lima, gerente regional da Epagri em São Joaquim.



Fonte: Diário Catarinense

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