AGRADEÇO AO MEU DEUS
Agradeço ao meu Deus
Por minha mulher dizer
Meu querido no jantar
Pouco temos pra comer
Eu olho pra ela e digo
Só em você está comigo
Muito tenho a agradecer
Agradeço ao meu Deus
Por minha filha falar
Não quero lavar a louça
Nem a roupa engomar
Isto me deixa contente
Pois a filha adolescente
Ao meu lado sempre está
Agradeço ao meu Deus
Pelas broncas do gerente
A maioria das vezes
Magoa demais a gente
Isso é coisa do passado
Ainda estou empregado
De Deus isto é um presente
Agradeço ao meu Deus
Pelo estrago que ficou
Depois daquela festinha
Que muito me alegrou
Pois sei que estou rodeado
De amigo por todo lado
Honras que Deus ofertou
Agradeço ao meu Deus
Por muito ter engordado
Porque isto quer dizer
Que estou bem alimentado
Não me falta suprimento
Isto é um lenimento
Neste mundo flagelado
Agradeço ao meu Deus
Por ser justo e fiel
E por ter o meu espaço
Nesta torre de Babel
Louvo-te de coração
Por me dar a permissão
De fazer este cordel.
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Dalinha Catunda no palco da Estação Cordel na FLIT
DEU SAUDADE DE REPENTE
*
Lembro-me dos belos dias
Tão repletos de alegrias
Onde as velhas cantorias
Encantavam meu rincão.
Com jeitinho de repente
Eu revivo no presente
Este canto absorvente
Nos oito pés a quadrão.
*
Gostava da brincadeira
De pegar numa peixeira
E descascar macaxeira
Pras bandas do meu sertão
Porém minha realidade,
Residindo na cidade
É matar minha saudade
Nos oito pés a quadrão.
*
Morando na minha oca,
Descascava a mandioca
Para fazer tapioca
Naqueles tempos de então
Depois deitava na rede
Tacava o pé na parede
Hoje mato minha sede
Nos oito pés a quadrão
*
O rádio eu sempre ligava
Quando a aurora raiava,
E cantando acompanhava
O canto do Gonzagão.
Nosso bom cabra da peste,
O rei caboclo do agreste
E que já cantou o Nordeste
Nos oito pés a quadrão.
*
Sei que não sou repentista,
Porém vou seguindo a pista
Sem baixar a minha crista
Sem ter medo de esporão.
Eu gosto de versejar
Não importa o lugar
Mas você vai me escutar
Nos oito pés a quadrão.
*
Isto é canto de mulher
Que vai metendo a colher
E como quem nada quer
Na cumbuca mete a mão.
De lá tira agulha e linha
Não dá nó nem desalinha
Pois é canto de Dalinha
Nos oito pés a quadrão.
*
Foto do acervo de Dalinha Catunda[
Texto de Dalinha Catunda
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