Fotos | Rafael Susae
O ano automobilístico de 2014 realmente não deixará saudades em razão da queda de vendas no mercado interno em torno de estimados 10%. Mesmo que seja ligeiramente menos, se somada ao encolhimento de 0,9% em 2013, significará que em relação ao ano recorde de 2012 os brasileiros terão comprado 10% menos. Este ano tão difícil não estava no radar dos analistas em dezembro de 2013. Até a Anfavea, que costuma acertar previsões, fez inesperadas revisões para baixo ao longo dos meses. E o que esperar para 2015? Que passe o mais rápido possível, segundo os mais pessimistas?
Na indústria automobilística a maioria das previsões aponta para crescimento nulo por razões tangíveis ou mesmo medo de errar: subida de impostos, inflação alta, PIB de novo perto de zero, aperto nos gastos públicos, balança comercial deficitária. Bem poucos apostam em alguma alta por outros fatores: base comparativa baixa sobre 2014, possível expansão de crédito (por retomada do veículo facilitada em caso de inadimplência) e reação nas exportações se o real continuar em desvalorização com tendência do dólar a R$ 2,80. A Coluna aposta em 2 a 3% de aumento nas vendas.
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Quanto à oferta de novos produtos, 2015 será uma festa e olhe que ninguém pôde reclamar de 2014. Afinal este ano foram mais de 50 lançamentos entre nacionais e importados, de subcompactos a modelos grandes, de automóveis a comerciais leves, de reestilizações a novas gerações (Corolla e Fit/City), sem contar modelos inteiramente novos (Ka e up!) e importados a serem nacionalizados (A3 sedã e Classe C). Até novo carro elétrico, BMW i3, fez sua estreia.
Para o próximo ano o ritmo esperado é o mesmo e os SUVs terão relevância como nunca. De produção local serão três produtos inteiramente novos: Honda HR-V, Jeep Renegade (volta da marca americana à produção nacional e arquitetura inédita no Brasil) e Peugeot 2008. O Renault Duster receberá reestilização. Utilitários esportivos importados também se destacarão com a chegada do novo ix35 (a nacionalizar em 2016), do JAC T6 e do Suzuki S-Cross, entre outros.
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Comerciais leves terão um ano importante, no segundo semestre. Fiat lançará sua primeira picape média para uma tonelada de capacidade, inédita estrutura monobloco no segmento, cabine dupla de quatro portas e motorização flex e diesel. Renault contará com a Duster Oroch, primeira picape compacta (anabolizada em dimensões) a oferecer cabine dupla e quatro portas. GM planeja nova geração da Montana construída na mesma plataforma de Onix/Prisma/Cobalt, inclusive cabine dupla, mas talvez a produção não se inicie em 2015. VW partirá para um furgão leve, baseado na Saveiro, na mesma faixa de mercado do Fiorino.
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Também haverá novidades entre os automóveis, a começar pelo Focus argentino alinhado ao europeu. Além do Golf nacionalizado, sua versão sedã, o Jetta, terá operação de montagem embora com poucas peças brasileiras. A Volkswagen já decidiu produzir o crossover derivado do Golf (em 2016), mas o Taigun, com base no up!, ainda carece de confirmação. Fiat apresentará reformulação de meia geração do Palio e leves reformas no Punto e Bravo. Seu novo subcompacto é para 2016. No próximo ano a GM entra na reta final para o substituto do Celta, que estará mais para Ka do que para up!, e incluiria também sedã e SUV compactos. Chery terá seu segundo produto nacional, o subcompacto QQ em nova geração.
RODA VIVA
AGITAÇÃO em 2015 graças à nova leva de motores turboflex de última geração. VW terá o de 1,4 litro (Golf, Jetta e A3 sedã); Ford, o EcoBoost de 1 litro 3-cilindros (EcoSport e Fiesta); Honda, o de 1,5 litro (City, Civic e HR-V). Se somarão aos da BMW e da Citroën. A GM igualmente produzirá na Argentina motores turboflex para o Cruze, mas só a partir de 2016.
TEREMOS final de ano emocionante para as lideranças, ambas envolvendo a VW. No plano mundial, talvez ultrapasse o Grupo Toyota pela primeira vez, embora resultados de vendas nos EUA e no Brasil tenham puxado para baixo o desempenho do grupo alemão. E aqui há a disputa roda a roda entre Gol e Palio (mais Palio Fire), depois de o compacto da VW estar à frente por 27 anos. A diferença entre os dois produtos será mínima no fechamento do ano.
SANDERO Stepway demonstra que superar buracos, quebra-molas e valetas é com ele mesmo. Sem grande prejuízo para estabilidade direcional e em curvas, cumpre seu papel em ótimo acerto da engenharia brasileira da Renault. Direção e comando do câmbio deixam algo a desejar. Mas a decoração aventureira não está exagerada e no interior há retoques discretos e válidos nesta versão.
NOVA carteira nacional de habilitação será adotada em junho de 2015. Vem em boa hora porque terá elementos adicionais de segurança e se tornará até mais confiável do que cédulas de identidade tradicionais. Placas de veículos com quatro letras e três algarismos, unificadas no Mercosul, estão previstas para 2016, embora já em 1º de janeiro próximo estreiem em carros novos na Argentina.
http://autorealidade.blogspot.com.br/2014/12/o-que-nos-espera-em-2015-alta-roda.html