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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Teste com terceira porta, Strada se reinventa mais uma vez.


Fiat Strada Trekking 3p Carplace (2)

Fiat Strada Trekking 3p Carplace (4)
A liderança folgada da Strada entre os comerciais leves tem muito a ver com a importância que a Fiat dá para o segmento. Vejamos: a picape da marca italiana oferece três opções de motor (1.4, 1.6 e 1.8), três de roupagem (Working, Trekking e Adventure) e três de cabine (simples, estendida e dupla). Dentro destas configurações, a Strada também se destaca pelo pioneirismo. Ela foi a primeira a ter versão aventureira, cabine estendida, bloqueio de diferencial, cabine dupla e, agora, a terceira porta neste último modelo. Enquanto isso, a principal rival, VW Saveiro, tem apenas um motor (1.6) e cabine simples ou estendida. A Chevrolet Montana existe somente com motor 1.4 e cabine “quase” estendida. Por fim, a Ford abandonou a categoria ao deixar de produzir a Courier e a Peugeot atualmente só oferece a Hoggar como veículo de trabalho.
Fiat Strada Trekking 3p Carplace (5)
Fiat Strada Trekking 3p Carplace (6)

Para este teste, escolhemos a nova versão intermediária Trekking cabine dupla com motor 1.6 16V. Primeiro, a gente quis saber se o extensor de caçamba que a Fiat lançou junto com a linha 2014 faria a picapinha levar uma moto na (curta) caçamba.
Fiat Strada Trekking 3p Carplace (16)
Fiat Strada Trekking 3p Carplace (25)
Nas ruas, a Strada causa um pouco de “efeito Veloster”: as pessoas ficam incrivelmente interessadas na terceira porta, certamente porque não é comum vê-la num veículo assim. Mas, caso das picapes, a ideia nem é inédita. A Ford oferece recurso semelhante na Ranger cabine estendida desde os anos 1990 – só que são duas portas atrás, totalizando quatro. A ideia, na Ranger, era facilitar o acesso e retirada de bagagens. Na Fiat, a intenção é evitar que o passageiro de trás faça contorcionismos ao entrar e sair. Mas, espere aí, passageiro atrás em picape pequena?

Fiat Strada Trekking 3p Carplace (32)
Fiat Strada Trekking 3p Carplace (33)

Sim, e para entender melhor vamos voltar até onde essa história começou. Quando a Fiat lançou a Strada com cabine estendida, muita gente começou a usar o vão traseiro como “banco”, levando gente atrás em caronas rápidas. Houve até oficina que chegou a instalar banquinhos laterais ali, tamanha a procura. A marca italiana então enxergou uma nova oportunidade de negócio e esticou um pouco mais o “puxadinho”, criando a cabine dupla.


Quando vi a Strada CD pela primeira vez, achei a solução um tanto controversa: o espaço atrás era apertado e a caçamba, pequena. Mas o fato é que 50% das vendas se concentraram nesta configuração. E agora veio a portinha auxiliar, acompanhada de uma propaganda com música grudenta que não sai da cabeça. Sério, cheguei a ouvir “um, dois, três” de passageiros do carro do lado ao parar no semáforo. Além da terceira porta, a Strada ganhou “paredes” mais altas na caçamba, ampliando o volume em 100 litros.

O acesso foi facilitado? Sem dúvidas. A solução de abir a porta somente com a do motorista aberta evita acidentes e, de quebra, cria um interessante vão na cabine, já que a coluna central passou a ser incorporada pela terceira porta. Mas, na prática, o espaço para os joelhos no banco de trás não mudou e o encosto é um tanto vertical para proporcionar conforto. Até mesmo a filhinha de três anos do nosso diretor Fábio Trindade reclamou, do alto de sua cadeirinha: “papai, tá apertado”, disse ela ao tentar esticar as perninhas e batê-las no encosto do banco da frente. Outro inconveniente é o cinto de segurança do carona dianteiro que corre na frente da passagem dos passageiros traseiros. Aliás, já houve um recall envolvendo este cinto .


Visualmente, a terceira porta ficou harmônica e eliminou aquele aplique plástico que havia embaixo da janela traseira da cabine dupla. A traseira também melhorou bem com as novas lanternas, que finalmente foram posicionadas no alto da carroceria, e com desenho voltado para cima – as anteriores, para baixo, eram tímidas e davam impressão de “bunda caída”. Já a dianteira poderia ter mudado para acompanhar, mas talvez a Fiat tenha achado melhor não intervir numa frente que já foi redesenhada “N” vezes desde o primeiro Palio, de 1996.


E aí chegamos ao ponto mais delicado da Strada – a idade do projeto. Picapes pequenas são como jabuticabas, só se dão bem no Brasil. Portanto, estão fora de projetos globais que dominam o “manual das montadoras” atualmente. Daí que desenvolver um modelo totalmente novo, com plataforma inédita, sai caro demais para um modelo que vai atuar apenas no mercado local. É por isso que ainda não existe uma Strada do novo Palio, por exemplo. Enquanto o hatch e o Siena se “pagam” por venderem em outros países, a Strada não compensaria, ainda que seja sucesso por aqui. Tanto é que, futuramente, ela pode ser substituída por dois modelos: uma versão da nova Fiorino sem o baú (uma vez que a estrutura para aguentar carga está pronta e a suspensão traseira deriva da própria Strada), e uma picape de porte maior derivada do SUV que a Fiat está projetando para produção na fábrica de Goiana (PE) a partir de 2015.


Do jeito que está, a Strada de hoje mantém algumas falhas do modelo original de 1998: pedais muito próximos, por conta da caixa de roda saliente na parte interna, e o painel antigo com saídas de ar mal localizadas (muito baixas). A posição de dirigir também não é das melhores, com o volante cobrindo parte do quadro de instrumentos mesmo na regulagem mínima de altura. Ao menos o volante é novo (com melhor pegada) e sistema de som ganhou outro layout, além dos instrumentos terem grafismo inédito.


O projeto maduro da picape, entretanto, também traz suas vantagens: a suspensão está mais do que testada, se mostrando robusta e macia na absorção de buracos e pedriscos das estradinhas vicinais, garantindo conforto aos ocupantes. Na mesma linha, a altura do solo é boa e os pneus de uso misto ajudam a absorver os impactos com suas laterais borrachudas, além de oferecerem boa aderência na terra e lama leve. Como opcional, esta versão Trekking pode vir com o diferencial blocante Locker, que amplia a mobilidade da picape em erosões, onde uma das rodas dianteiras pode ficar no ar ou patinando. Neste caso, o bloqueio transfere mais força para a roda oposta, com melhor tração.


É a primeira vez que este sistema está disponível na Strada com motor 1.6 16V – antes somente na Adventure 1.8 16V. Por falar em motor, o E-TorQ de menor cilindrada caiu bem na picape. Com 117 cv e 16,8 kgfm de torque, permite boas respostas mesmo em baixos giros e oferece um roquinho até divertido em altas rotações. A aceleração de 0 a 100 km/h em 11,7 s poderia ter sido melhor não fosse a terceira marcha que teimava em enroscar nas trocas mais rápidas (um problema da unidade testada, pois não percebemos isso em outras Strada que já dirigimos), mas as retomadas foram convincentes. O consumo, por sua vez, agradou na estrada (11,2 km/l com etanol) e foi apenas razoável na cidade, com 6,8 km/l também bebendo combustível vegetal.


No fim, tem a questão do preço. Equipada com direção hidráulica, ar-condicionado, travas e vidros elétricos, faróis de neblina e rodas de liga, a Trekking é oferecida somente com cabine dupla por R$ 48.360. Acrescentando os opcionais Locker, sistema de som com comandos no volante e Bluetooth, retrovisores elétricos e capota marítima, a conta supera os R$ 50 mil com facilidade. Não é nada barato, mas também não existe nada parecido na concorrência. E assim a Strada vai mantendo a liderança.




Por Daniel Messeder
Fotos Rafael Munhoz

Ficha Técnica – Fiat Strada 1.6 16V Trekking CD

Motor: dianteiro, transversal, quatro cilindros, 16 válvulas, 1.598 cm3, flex; Potência: 115/117 cv a 5.500 rpm; Torque: 16,2/16,8 kgfm a 4.500 rpm; Transmissão: manual de cinco marchas, tração dianteira com bloqueio de diferencial; Direção: hidráulica; Suspensão: independente McPherson na dianteira e eixo rígido com mola semi-elíptica na traseira; Freios: discos ventilados na dianteira e tambores na traseira, com ABS; Rodas: aro 14 e pneus 175/70 R14; Peso: 1.216 kg; Caçamba: 680 litros;Capacidade de carga: 650 kg, tanque 58 litros; Dimensões: comprimento 4.440 mm, largura 1.664 mm, altura 1.580 mm, entre-eixos 2.718 mm

Medições CARPLACE

Aceleração
0 a 60 km/h: 5,0 s
0 a 80 km/h: 8,1 s
0 a 100 km/h: 11,7 s

Retomada
40 a 100 km/h em 3a: 11,0 s
80 a 120 km/h em 4a: 12,4 s

Frenagem
100 km/h a 0: 43,0 m
80 km/h a 0: 26,7 m
60 km/h a 0: 14,9 m

Consumo
Ciclo cidade: 6,8 km/l
Ciclo estrada: 11,2 km/l

Números do fabricante
Aceleração 0 a 100 km/h: 9,7 s
Consumo cidade: -
Consumo estrada: -
Velocidade máxima: 178 km/h
FONTE:
CARPLACE

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