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sábado, 15 de fevereiro de 2014

Medicamento inova no combate ao câncer de mama.



Droga foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e deve entrar no mercado brasileiro em abril

Cláudio Rabin
— Ainda não é a cura. Mas este é o caminho.
O assunto é o câncer de mama. A declaração é de José Luiz Pedrini, médico do Hospital Conceição e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia.
Pedrini refere-se a um novo medicamento já aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que deve entrar no mercado brasileiro em abril. De acordo com o médico, a grande inovação da droga é que ela atua como um cavalo de tróia dentro da célula cancerígena:
— O medicamento é um anticorpo que se fixa na célula, penetra na célula e libera o quimioterápico. 
Por agir de maneira tão específica, as toxinas não circulam por toda a corrente sanguínea e evita ou diminui a necessidade de procedimentos mais agressivos como a quimioterapia. A aplicação é para um tipo de câncer de mama chamado Her2+, responsável por 20 a 25% dos casos. O remédio ainda não tem um valor definido, mas Pedrini estima que não deve ficar abaixo de R$ 10 mil por aplicação, sendo necessária uma aplicação a cada 21 dias. Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Kadcyla deve estar disponível em 2015.
Quando precisou de um medicamento de ponta para tratar um agressivo câncer de mama, a farmacêutica e voluntária do Imama, Rita Mascarenhas, 41 anos, precisou recorrer à Justiça. Nem estava disponível por seu plano de saúde nem pelo SUS. A solução foi enfrentar a burocracia para ter o direito de fazer um tratamento com um custo de R$ 14 mil por mês. 
— As pessoas têm falta de informação sobre como se proteger em um momento de grande desgaste emocional — observa Rita.
O câncer de mama é maior causa de morte entre mulheres no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Rio Grande do Sul é segundo Estado brasileiro com maior incidência da doença. A projeção é de 87,22 casos a cada 100 mil mulheres no decorrer do ano. O INCA estima que, no Brasil, serão 56 novos casos da doença a cada 100 mil brasileiras ao longo dos próximos meses de 2014. O índice de mortalidade é de 1,1 mil vítimas por ano. Pedrini alerta que o crescimento do câncer de mama tem sido maior que os demais tipos da doença.


ZERO HORA

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