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terça-feira, 28 de abril de 2015

Movimentos sociais "descomemoram" 50 anos da Rede Globo

Organizações sociais como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Fórum Nacional Pela Democratização da Comunicação (FNDC), entre outros, promoveram neste domingo (26) atos para "descomemorar" os 50 anos da Rede Globo.

"A Globo é um império constituído a partir da relação com a ditadura", afirma ao iG Adriana Oliveira Magalhães, dirigente da CUT de São Paulo.

Os atos foram realizados em cidades como São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília.

Há alguns dias, a Rede Globo vem comemorando o meio século de vida com quadros especiais no Jornal Nacional. No sábado (25), logo depois da novela "Babilônia", vai exibir um show gravado nesta quinta-feira (23) no ginásio do Maracanãzinho (no Rio de Janeiro), que teve participação de Tony Ramos, Renato Aragão, Angélica, Gustavo Lima, Michel Teló e Anitta.

O MTST vai levar ao protesto todos os que estão na Ocupação Vila Nova Palestina –cerca de 5 mil famílias, segundo Ana Paula Ribeiro, coordenadora nacional do movimento.

"A Globo é o filtro de boa parte dos brasileiros, e não retrata de fato a realidade. O MTST fez parte de notícias da Globo, mas em apenas poucos segundos, enquanto o parto da Xuxa [hoje na concorrente Record] ganha o jornal inteiro. É desigual."

Adriana Magalhães, da CUT, afirma que "existe uma luta de pelo menos 20 anos para que no nosso país tenhamos uma nova lei para a concessão pública de rádio e TV, como se tem nos EUA, Argentina, Reino Unido. Existe um monopólio nos meios de comunicação do Brasil que não dá voz para todos os setores organizados da sociedade".

As entidades divulgaram o manifesto "50 Anos da TV Globo: Vamos descomemorar", que diz, entre outras coisas, que a "revolta contra a Globo que ganha corpo está ligada também à postura sempre autoritária diante dos movimentos sociais brasileiros. As lutas dos trabalhadores ou não são notícia na telinha ou são duramente criminalizadas. A emissora nunca escondeu o seu ódio ao sindicalismo, às lutas da juventude, aos movimentos dos sem-terra e dos sem-teto".

Procurada pelo iG, a Rede Globo disse, por meio da assessoria de imprensa: "Não comentamos eventos que ainda não aconteceram".

Fonte: Último Segundo

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