O aumento na população do número de javalis está preocupando produtores rurais e ambientalistas em toda a região. Os animais, que não são nativos e vieram de regiões da Argentina e Uruguai são calculados atualmente em uma população que passa dos 3 mil exemplares livres na natureza. Uma das alternativas para resolver o problema é a caça, que pode auxiliar no controle populacional. Mas é importante ficar atento, já que para caçar é preciso estar devidamente legalizado.
As imagens que ilustram esta reportagem, feitas por produtores rurais que tem a licença para caçar o javali, mostram os animais em uma área de fazendas na região de Irani. É possível perceber filhotes da espécie, eles se juntam em um local onde foi colocada alimentação e feita o que os caçadores chama de seva, para atrair principalmente os maiores. Fotos captadas durante a noite em locais de área fechada também mostram os animais, que costumam andar em bandos. Os javalis, trazidos da Europa entre 1904 e 1906, foram primeiro introduzidos na Argentina e de lá ganharam territórios, até chegar ao Brasil e a nossa região, onde se multiplicaram também pela cruza com porcos do mato. Atualmente a presença dos javalis causa desequilíbrio entre as espécies, já que eles não têm predadores e, além disso, prejuízos aos agricultores.
Em Jaborá, por exemplo, onde até então não se verificava a presença da espécie, eles já estão aparecendo. Rodrigo Masson, que é caçador legalizado da espécie, comenta que desde o ano passado já abateu 4 animais em sua propriedade, mas que o número é bem maior que esse, já que vários filhotes nascem por cria. Segundo ele, a existência dos animais é nociva para as lavouras. “Aqui na minha propriedade eles tacaram o milho, mas em outros locais em Água Doce e Ponte Serrada o prejuízo foi bem maior, amigos relataram que até metade das lavouras foram destruídas”.
Para tentar resolver o problema, Rodrigo conta que buscou o registro que lhe permitisse a caça dos javalis. Mas muitas pessoas ainda não tem a mesma consciência e caçam a margem da lei. “Essas pessoas acabam prejudicando a gente, que busca estar legalizado”. Revela.
Na região a Polícia Militar Ambiental é o órgão responsável por dar a liberação para a caça do javali. No ano passado foram efetuadas 29 autorizações, contra 18 em 2013, mostrando que o problema da presença dos animais só aumenta.
A maior incidência dos animais, segundo os números recebidos pela PM Ambiental, está no município de Ponte Serrada, onde foram abatidos 119 javalis desde 2011. Abates também aconteceram em Passos Maia, Água Doce e Jaborá. Pelos números foram 183 no total desde 2011. Estima-se quo abate tenha sido maior, mas nem todos os caçadores legalizados repassam as informações. Com tantos javalis muita gente se aventura na caça, mas a PM Ambiental alerta que para receber a autorização uma série de requisitos são necessários.
“A Polícia Militar Ambiental, através de uma portaria, autoriza o abate. O proprietário vem até a nossa sede com todos os documentos e sai uma licença para ele fazer este abate. A cada 6 meses ele tem que prestar informações de quantos animais foram abatidos e a licença então é renovada”. Explica o tenente Cabral, comandante da PM Ambiental na região.
Quanto ao armamento que será utilizado, o tenente informa que este é um processo que é feito pelo exército. “Por ser de calibres não tradicionais a pessoa tem que procurar junto ao exército a licença para ter uma arma dessas”.
Outra orientação é que por questões sanitárias o animal abatido não pode ser transportado e nem mesmo a carne comercializada.
Fonte: ÉDER LUIZ
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