Design renovado, boa oferta de itens de conforto e preço atraente são os predicados para o modelo brigar pela quarta colocação no segmento dos sedãs médios
Especial para o Autos Segredos
Ao avaliar o Nissan Sentra 2014, impossível não vir à cabeça o tema de seu antigo reclame: “não tem cara de tiozão”. Claro que esse apelo nunca colou. Se o modelo antigo não tinha linhas tradicionais, tampouco entregava a principal característica que um sedã médio deve ter para se dar bem no nosso mercado: dar status a seu proprietário. Engraçado que, no mercado americano, este segmento é focado nas classes menos abastadas, modelo de entrada mesmo. Mas por aqui este tipo de carro é motivo de orgulho para quarentões e cinquentões relativamente bem sucedidos, chegando a agregar um efeito ativo capaz de aliviar até mesmo os sintomas de uma crise de meia-idade.
Como carro foi feito para rodar, vamos às impressões ao volante. Equipado com sistema de chave presencial, basta que ela esteja no bolso para adentrar o sedã e dar a partida apertando o botão. Se o sistema é prático no uso cotidiano, é bom ficar ligado para não esquecê-lo no bolso ao deixar o veículo num estacionamento ou ao passá-lo para outra pessoa. A “conversa” entre o motor e câmbio é afinada. No uso urbano sobra fôlego ao sedã, mesmo com a atuação suave do câmbio CVT. Na estrada, em ultrapassagens e retomadas, a resposta do câmbio é boa, mas demanda um pouco mais de espaço em relação a um veículo automático com um câmbio mais afiado.
Mas isto não é defeito, mas uma característica deste câmbio CVT, que prima pela suavidade. A suspensão está muito bem acertada, oferecendo conforto e boa estabilidade. Para o que se propõe, o novo Sentra mostra um desempenho muito satisfatório. É por isto que o veículo não precisa ser penalizado pela ausência de trocas manuais, presente em alguns CVTs mais sofisticados. Vale destacar a atuação da direção elétrica com assistência variável, que mantém o peso certo em todo tipo de situação. O over drive, opção do câmbio CVT que mantém os giros mais baixos, não surtiu o efeito esperado quanto à redução do consumo: média de 10km/l em circuito misto usando gasolina. A nota negativa é o forte ruído do motor, bem acima da média.
A ergonomia é um ponto forte, principalmente para o motorista, que, além de todos os instrumentos ao alcance, encontra neste modelo banco com regulagem (manual) de altura e o volante igualmente regulável em altura e profundidade. O espaço interno é um dos destaques deste modelo. Com 2,70 metros de entre-eixos, um dos melhores do segmento, sobra espaço nos bancos da frente e atrás. Só o passageiro do meio é que fica um pouco prejudicado pelo túnel central que passa sob seus pés. O porta-malas é gigante. Parece que tem mais volume que os 503 litros declarados pela Nissan. Mesmo com a dobradiça, que toma algum espaço quando o porta-malas é fechado, é possível colocar muita bagagem ali.
BRIGA DE FOICE A lista de concorrentes do Sentra é gigante. Os dois modelos que lideram o segmento são o Honda Civic (27,05%) e o Toyota Corolla (23,69%), responsável por metade desse bolo. Depois vem o Chevrolet Cruze (12,39%) e depois o Volkswagen Jetta (6,71%). O desejo da Nissan é ocupar esta quarta colocação. A estratégia para este embate continua sendo o custo-benefício. A boa oferta de itens de conforto, combinada a um preço atraente, será a arma da Nissan para levar seu sedã médio à quarta colocação do segmento.
O Sentra 2014, em sua versão topo de linha, tem de série: teto solar, tela de 4.3 polegadas que agrega todo o sistema multimídia (telefonia, Bluetooth, CD player, rádio, MP3 e USB), sistema de navegação (GPS), ar-condicionado digital com duas zonas, retrovisores dobráveis eletricamente, acendimento automático dos faróis e sensor de estacionamento traseiro. Repare que, mesmo tendo os principais itens que equipam as versões de topo do Civic e do Corolla, o Sentra SL é mais barata que suas versões intermediárias.
AVALIAÇÃO Pedro Marlos
Desempenho (acelerações e retomadas) 7 8
Consumo (cidade e estrada) 6 7
Estabilidade 8 6
Freios 9 9
Posição de dirigir/ergonomia 9 8
Espaço interno 9 9
Porta-malas (espaço, acessibilidade e versatilidade) 8 7
Acabamento 8 9
Itens de segurança (de série e opcionais) 8 8
Itens de conveniência (de série e opcionais) 8 8
Conjunto mecânico (acerto de motor, câmbio, suspensão e direção) 8 9
Relação custo/benefício 8 8
FICHA TÉCNICA
» MOTOR
Dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 1.997cm³ de cilindrada, 16 válvulas, que desenvolve potência máxima de 140cv (gasolina/etanol) a 5.100rpm e torque máximo de 20kgfm (gasolina/etanol) a 4.800rpm
» TRANSMISSÃO
Tração dianteira e câmbio automático Xtronic CVT
» SUSPENSÃO/RODAS/PNEUS
Dianteira, independente, tipo McPherson e barra estabilizadora; e traseira com eixo de torção e barra estabilizadora integrada / 6,5 x 16 polegadas de liga leve/ 205/55 R16
» DIREÇÃO
Do tipo pinhão e cremalheira, com assistência elétrica variável
» FREIOS
Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira, com ABS e EBD
» CAPACIDADES
Do tanque, 52 litros; e de carga (ocupantes e bagagem), 437 quilos
Fotos | Marlos Ney Vidal/Autos Segredos
Autor: Redação
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