Agentes Modificadores do Relevo
Os agentes modificadores são os que ocorrem na superfície do globo e estão profundamente ligados às condições climáticas regionais. A água de chuva, o mar, os rios, os ventos e as geleiras estão continuamente modificando ou esculpindo o relevo terrestre, num incessante trabalho de destruição e construção.
É importante sempre considerar as diferentes estruturas das rochas que sofrem essa ação da natureza pois, dependendo de sua resistência e do agente modificador, a forma do relevo terá feições particulares. Nas regiões tropicais, por exemplo, com abundante pluviosidade, a água da chuva age como um importante modificador. A lógica da ação erosiva é a do arredondamento das montanhas, com preenchimento dos vales pelos sedimentos que são transportados. Na Região Sudeste do Brasil, essa ação deu origem aos chamados “Mares de Morros em Meia-Laranja”.
Nas orlas marítimas, o mar desgasta as costas altas formando falésias e sedimenta as costas baixas formando praias, restingas, tômbolos, etc. As falésias são paredões abruptos que sofrem ataque contínuo das ondas. Nas costas baixas, o mar faz o trabalho de compensação, aumentando o continente.
Os rios, dependendo das estruturas rochosas por onde passam e dos climas locais, modelam vales de diferentes tipos: normal, em calha, em garganta e assimétricos. As quedas d’água ou cachoeiras, são produtos de estruturas rochosas mais resistentes que existem no percurso dos rios, o que facilita a construção de usinas hidrelétricas.
Os ventos transportam continuamente partículas de sedimentos expostos na superfície, formando dunas, num trabalho de varredura denominado deflação. A ação dos ventos, também chamada eólica, é típica das regiões desérticas e litorâneas. Às vezes, ao encontrar barreiras, os ventos esculpem as montanhas polindo-as com as partículas que transportam, num trabalho de arrasamento denominado corrasão. Daí surgem formas muito curiosas que dependem da direção e intensidade do vento, além da resistência das rochas. É o caso das figuras em forma de taça.
A erosão eólica manifesta-se principalmente pelo transporte de material fino, por exemplo, areia e partículas argilosas dos desertos. O vento carregado de areia pode esculpir em rochas sedimentares menos resistentes interessantes e variadas configurações.
As geleiras, ao desmoronarem nos períodos de degelo, formam geralmente vales em calha, pela particularidade do peso e da distribuição do material transportado. Nas regiões litorâneas, antigos vales glaciários podem ser invadidos pelo mar, dando origem aos fiordes. Os mais expressivos fiordes estão localizados na Noruega.
Agentes da dinâmica interna | Agentes da dinâmica externa |
Tectonismo | Intemperismo |
Terremoto ou abalo sísmico | Agentes modificadores do relevo |
Vulcanismo |
Os agentes da dinâmica externa ocorrem na natureza de forma integrada. Enquanto o intemperismo está acontecendo continuamente, num trabalho de desintegração das rochas, em paralelo ocorre a ação modificadora da superfície, tanto de arrasamento como de sedimentação. De certa forma, o intemperismo prepara a rocha para o trabalho que virá a seguir, “amolecendo-a”. Daí surgem as camadas superficiais da crosta, os solos, tão importantes para a sobrevivência das espécies vegetais e animais.
Por outro lado, esse trabalho, associado à ação modeladora do relevo, modifica as rochas, formando um ciclo de vida. As rochas, originariamente de um tipo, dão origem a outras, que por sua vez também se modificam. E, assim, aquilo que aparentemente parecia tão estático e parado no tempo, se apresenta carregado de mutações.
Agora, se pensarmos nos agentes da dinâmica interna e externa, interligando-os, veremos que todos eles se associam. Agem de forma variada em relação ao tempo de suas ações, porém, trabalham juntos para dar origem às feições do relevo do nosso planeta, que também está em transformação constante.
Por: Renan Bardine
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