Uma matéria da BBC informa sobre três estudos abordando o fenômeno ao redor do vestido azul ou dourado ocorrido na Internet em Fevereiro e algumas conclusões vindas de campos como a neurologia, psicologia e comportamento são bastante interessantes.
O primeiro desses estudos trabalhou a questão da percepção das cores pelas pessoas e classificou o evento como “o maior registro de diferenças de percepção de cores já documentado”. Segundo uma das neurocientistas, Bevil Conway, a histeria aconteceu porque as “cores não davam as respostas que se esperava delas”, e isso as levou a uma reação exagerada.
No seu estudo, entre as 1400 pessoas entrevistadas, cerca de 300 não tinham visto o vestido que gerou a polêmica e foi possível notar uma grande diferença de percepção entre elas. Além disso, os cientistas conseguiram identificar três - e não dois - grupos de cores “vistas” pelos entrevistados: azul e preto, branco e dourado e um grupo menor tendo visto azul e marrom.
Em outro desses estudos, os acadêmicos analisam a razão pela qual a ambiguidade da palavra “blue” (que em inglês designa tanto “azul” quanto “tristeza” ) poderia ter contribuído para o debate e questionam se a polêmica teria sido a mesma com hashtags como #greenandblack (“#verdeepreto”) ou #orangeandblack (“#laranja e preto”).
O burburinho causado pelo vestido gerou até uma campanha de violência contra a mulher na África do Sul. Na campanha, uma mulher com um vestido branco e dourado aparece, cheia de hematomas, perguntando: “Por que é tão difícil ver o preto e azul”?
A explicação do incidente é que o olho humano foi adaptado para enxergar com a luz natural. E nós estamos o tempo todo “descontando” a variação de cor da luz solar, do alaranjado pela manhã, ao dourado do meio-dia, ao azulado-lilás de tardinha, para tentar formar algo próximo da cor real. “Então as pessoas ou tentam descontar o lado azul, o que no caso faz elas perceberem o vestido como branco e dourado, ou descontar o lado dourado, o que no caso faz você chegar ao azul e preto”, disse Bevil Conway, neuroscientista da Wellesley College nos EUA, que estuda a visão, à Wired.
YAHOO
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