Site Grom Social permite que os pais acompanhem as atividades dos filhos na internet.
Idealizado por um menino de 11 anos, o site Grom Social, espécie de Facebook em versão mais segura para crianças e adolescentes, está chegando agora ao país com conteúdo em português. Lançada no Brasil no final de abril, a rede social tem cerca de 70 mil usuários entre os 1,1 milhão de inscritos no mundo todo.
O americano Zach Marks, hoje com 14 anos, passou uma semana no Brasil, neste mês, divulgando o projeto. A iniciativa começou a ser concebida quando o pai do garoto o proibiu de acessar e manter perfis no Facebook, temendo o contato com desconhecidos e conteúdo inadequado. Inconformado com a limitação, Zach resolveu, com a ajuda dos irmãos e de amigos, criar um espaço onde pudesse interagir com crianças da mesma idade. Tudo pode ser acompanhado de perto pela família.
Com uma senha própria, os responsáveis (o pai, a mãe ou um professor) acessam os perfis, além de receber um relatório mensal com a descrição das atividades realizadas online. As solicitações de amizade também precisam ser aprovadas pelos adultos.
Saiba o que fazer quando seu filho pedir para ter acesso a redes sociais
— As crianças precisam de ajuda com as redes sociais. Quanto mais os pais tornarem divertida a experiência das redes para elas, melhor as crianças vão entender como navegá-las durante o período de crescimento — afirma Zach.
O público-alvo está na faixa etária entre cinco e 16 anos. O Grom Social permite que o usuário crie um avatar, escolhendo o penteado, a cor da pele e as roupas, para participar de chats, postar vídeos e fotos e acompanhar entrevistas com celebridades. Filtros bloqueiam impropriedades, como palavrões, e uma equipe de monitores controla o fluxo de informações, podendo inclusive abordar o internauta com propósitos educativos.
Por exemplo, se um dos educadores de plantão constatar que uma criança divulgou o endereço de casa, existe um canal disponível para alertá-la sobre o risco que essa atitude representa para sua segurança. Ainda há ajustes sendo feitos nesta fase inicial de operações do Grom Social em território brasileiro, principalmente na tradução do inglês para o português.
Werner Macedo, representante da rede social no Brasil, admite que é impossível construir um site 100% seguro, mas salienta que um acompanhamento próximo e atento por parte dos pais é capaz de reduzir enormemente os riscos. Um eventual desconhecido que solicite contato, portanto, pode ser barrado, não obtendo acesso às informações pessoais do cadastro.
— Nós estamos ensinando as crianças a se comportarem na internet. Queremos educar — comenta Macedo.
"As crianças precisam de ajuda com as redes sociais"
Executivo precoce, Zach Marks, americano de 14 anos que adora surfar e pescar, é educado em casa, no sistema de homeschooling, o que lhe permite conciliar os estudos com o trabalho e as viagens pelo mundo. Vivendo entre a Flórida e a Califórnia, Zach passou uma semana no Brasil com a família no início deste mês. Confira trechos da entrevista concedida via e-mail.
Com mais de 1 milhão de usuários registrados, que lições você já conseguiu tirar dessa iniciativa?
Aprendi muito nessa jornada com o Grom Social, principalmente sobre o quão importante é para os pais saber que as crianças precisam de ajuda com as redes sociais. Quanto mais os pais tornarem divertida a experiência, melhor as crianças vão entender como navegar durante o período de crescimento. A ideia colou porque representou a solução para um problema que muitos pais e muitas crianças estão enfrentando hoje. Estamos ensinando de uma maneira divertida, para formar bons cidadãos digitais, socialmente responsáveis.
Você já é um executivo com um grande projeto realizado aos 14 anos. O que planeja para o futuro?
Quero cursar Ciência da Computação na faculdade e aprender muito sobre o meu negócio para que eu possa me tornar CEO de muitas novas empresas. Quero estar em um espaço criativo e ajudar crianças, mesmo quando eu estiver muito "velho" para o Grom Social. Pretendo iniciar novos negócios, mas ainda não posso falar sobre isso. Será uma surpresa.
Um empreendedor mirim corre o risco de deixar de ser criança? Que cuidados sua família teve para que você não antecipasse etapas demais?
Meus pais fizeram um excelente trabalho equilibrando minha vida. Trabalho e viajo muito, falo com adultos sobre negócios, mas também passo muito tempo sendo criança. Adoro pescar e surfar. Sou o segundo mais velho de seis irmãos, então, sempre tem muita diversão e muitas maluquices rolando. Ainda me divirto sendo criança.
Fonte: DIÁRIO CATARINENSE
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