O sedã mais vendido do País muda para sustentar a liderança
Acuados em volta de mesas de reunião, funcionários de grandes corporações costumam ouvir, dia sim e outro também, as metas ditadas por chefes de olhares inquisidores. Não há trégua porque, uma vez cumpridas, elas deixam de ser metas. Tornam-se obrigação e para realizá-las é preciso se reinventar sempre.
Foi o que a General Motors fez com o Chevrolet Prisma. Para começo de conversa, ele abandonou o posto de configuração sedã do Celta, que estava prestes a desaparecer, para colar sua imagem em um projeto vencedor – no caso, o Onix, o carro mais vendido do Brasil. A estratégia deu certo: no ano passado, o Prisma encabeçou o ranking de vendas dos sedãs compactos, desbancando o Fiat Siena/Grand Siena, com 70.336 carros.
Tudo maravilhoso, não fosse o fato que, com a meta da liderança alcançada, o Prisma agora tem o dever de sustentá-la. Para isso, a marca se mexeu. No embalo da reestilização do Onix, também fez mudanças no três-volumes para mantê-lo no topo. De janeiro a agosto, ele vendeu quase 43 mil unidades, respondendo por 22,6% da participação do segmento, deixando para trás Hyundai HB20S, com 36.638 (16,1%).
Todo mundo já está cansado de ouvir que a família HB20 tem um design bem moderno. O Prisma tentou se equiparar, com minúcias na carroceria. O capô ganhou cinco vincos, mas é difícil acreditar que eles tenham outra função a não ser puramente estética. São dois bem pronunciados nas laterais, mais dois na região intermediária da superfície e um bem no centro, que se estende até o logotipo Chevrolet.
Os faróis foram esticados e ganharam iluminação de LED. Na traseira, as lanternas invadem as laterais sem exageros e a parte superior do porta-malas tem um ressalto que faz as vezes de aerofólio. De perfil, destacam-se as novas
rodas de 15 polegadas com cinco raios, usinadas com fundo cinza metálico.
Mais conectado
Aquela história de sempre se reinventar é vista também na cabine. A posição de dirigir é a mesma de sempre, mas os instrumentos foram reposicionados – como puxadores e controles dos vidros – deixando-o mais ergonômico. Se o motorista tiver mais de 1,80 m, porém, as pernas do ocupante que sentar atrás dele ficarão terão vida dura. Isso poderia ser tema para estabelecer a próxima meta: melhorar o espaço interno disponível no entre-eixos de 2,52 m
Aos poucos, a Chevrolet vai ampliando a conectividade em seus carros. Depois de S10, Cruze, Cobalt, Trailblazer e Onix, chega a vez do Prisma receber a central multimídia My Link de segunda geração compatível com Android Auto e Apple Car Play. Também traz o sistema OnStar, o dispositivo de mil e uma funções, como serviços de monitoramento do carro, emergência, segurança e concierge.
Para quem ainda não tem familiaridade com o OnStar, uma sugestão: não saia da concessionária com o carro sem que o vendedor explique, tintim por tintim, como trabalha tanta interatividade. Ou então estude as seis páginas do manual do proprietário destinadas ao assunto. Antes de não querer mais viver sem ele, o OnStar é uma daqueles funcionalidades que merecem ser exploradas a fundo.
O que não precisa de cartilha de instruções é o motor 1.4. A potência (106 cv a 6.000 rpm) e o torque (13,9 mkgf a 4.800 rpm) não mudaram, mas basta você dirigir para sentir os reflexos da evolução da nova geração do SPE/4 Eco. Segundo a GM, ele teve pistões, bielas e anéis redesenhados e mais de 100 componentes retrabalhados.
Aço de alta resistência foi usado sem parcimônia em painéis e pontos de reforço. Com isso, o Prisma emagreceu 33 kg, o que contribui para deixá-lo 22% mais econômico no consumo, diz a marca.
A transmissão automática de seis marchas GF6 também é nova, está em sua terceira geração. As trocas são feitas com suavidade, sem nenhum tipo de tranco, outro aprimoramento em comparação à versão anterior, que tinha lá seus solavancos. Com as mudanças, o Prisma renova suas armas. A obrigação, agora, é pensar em novas soluções para não perder tão cedo a liderança de mercado.
https://carrosdoalvaro.blogspot.com.br/2016/10/avaliacao-novo-chevrolet-prisma-ltz-2017.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário