Nenhum político foi condenado após dois anos de Operação Lava Jato, completados no último domingo (28). Ainda em fase inicial de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), apenas dois parlamentares, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o deputado Nelson Meurer (PP-RR), tornaram-se réus em ações penais.
O juiz federal responsável pelas ações de primeira instância, Sérgio Moro, decidiu por 106 condenações. Seis meses antes de ser julgada pelo STF, a Lava Jato começou a operar em março de 2014.
Moro expediu sentença em 21 casos, respondendo as 45 acusações criminais do Ministério Público Federal contra 226 pessoas.
Há dois anos, o ex-diretor da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, levantou suspeitas sobre mais de 20 parlamentares, em depoimento a Procuradoria Geral da República (PGR). E o doleiro Alberto Youssef fechou sua delação premiada no STF em dezembro de 2014.
Em março de 2015, o relator da Lava Jato no STF, Teori Zavascki, recebeu da PGR a primeira lista de políticos suspeitos da Operação. Ao todo, Zavascki expediu 162 mandados de busca e apreensão.
Toda a investigação gerou 81 inquéritos, envolvendo 364 pessoas com ou sem foro privilegiado; 54 parlamentares, ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) e a ex-presidente Dilma Rousseff.
Dentre as 14 denúncias entregues pela PGR, somente três foram acolhidas pelo STF: duas contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e uma contra o deputado Nelson Meurer (PP-PR).
Demora
No último dia 20 de agosto, completou um ano em que a denúncia da PGR contra o ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL) foi feita, ainda sem virar ação penal.
Teori Zavascki justifica que a demora do Supremo se deve à complexidade de uma legislação específica e pelo fato do STF se tratar de uma instância única de julgamento, com poucas possibilidades de recursos. Ele aponta, também, diferenças entre a vara federal de Moro e o gabinete do ministro do Supremo.
Fonte: Diário do Nordeste (Com informações da Folha de S.Paulo)
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