O WhatsApp anunciou nesta quinta-feira sua primeira mudança em quatro anos dos seus termos de serviço e política de privacidade. A principal alteração é que a partir de agora o serviço de mensagens vai compartilhar o número do telefone e outras informações dos usuários com o Facebook. Contudo, a companhia promete que o conteúdo das mensagens continuará protegido pela criptografia ponta a ponta, e não poderá ser acessado pelas duas companhias.
O objetivo da “colaboração”, informa o WhatsApp em comunicado, é “obter métricas precisas em relação a com que frequência as pessoas usam nosso aplicativo e também conseguiremos ser mais eficazes no combate ao spam no WhatsApp. Outro fato importante é que ao conectar o seu número de telefone com os sistemas do Facebook, você terá melhores sugestões de amizade e anúncios mais relevantes caso você tenha algum tipo de conta com estas empresas”.
“Mesmo que estejamos trabalhando em colaboração com o Facebook, suas mensagens criptografadas permanecerão privadas e ninguém mais poderá lê-las”, afirma o WhatsApp. “Nós, o Facebook ou qualquer outra pessoa estarão impossibilitados de ler as suas mensagens. Nós não iremos publicar ou compartilhar seu número de telefone com terceiros”.
Em 2014, o Facebook adquiriu o WhatsApp por US$ 22 bilhões. Nos últimos dois anos, analistas questionavam como a plataforma seria monetizada. Apesar de possuir mais de um bilhão de usuários em todo o mundo, o aplicativo de mensagens não possuía fontes claras de renda, já que o serviço é gratuito e, ao menos oficialmente, os dados pessoais e o conteúdo das mensagens eram protegidos e privados.
Na nova política de privacidade o WhatsApp afirma que os dados dos usuários “são compartilhados à medida que você utiliza e se comunica usando nossos serviços”. A quantidade de informações coletadas inclui os dados da conta (número do telefone, agenda de contatos, nome e foto do perfil e mensagem de status); de registro (informações sobre o uso do aplicativo); de transações (caso pagamentos sejam feitos pela plataforma, o que abre espaço para o comércio eletrônico pela plataforma); de dispositivos e conexões (modelo do celular, sistema operacional, navegador, endereço IP); de localização; e de status (quando o serviço foi utilizado).
Criptografia ponta a ponta
As mensagens continuam protegidas pela criptografia ponta a ponta implementada em abril deste ano, e elas são excluídas dos servidores após serem entregues. Caso elas não possam ser entregues imediatamente, elas ficam armazenadas por até 30 dias, antes de serem apagadas. Contudo, em outra parte do documento, o WhatsApp abre brecha para que as mensagens sejam compartilhadas com o Facebook.
“No entanto, suas mensagens do WhatsApp permanecem privadas e não serão compartilhadas no Facebook para que outros vejam”, diz a nova política de privacidade. “Na verdade, o Facebook não usará suas mensagens do WhatsApp por qualquer motivo que não seja nos auxiliar na operação e na execução dos Serviços”.
Controle das configurações
Para os mais preocupados com a privacidade, o WhatsApp oferece a opção de não compartilhar os dados com o Facebook, acessando as configurações da conta.
Além dessa alteração, as novas políticas de privacidade e termos de serviço abrem espaço para a plataforma de mensagens oferecer a companhias serviço de contato direto com os consumidores. O comunicado não explica muito bem quais informações dos usuários serão compartilhadas com as empresas, nem como o serviço irá funcionar, mas dá exemplos e promete que a plataforma não terá anúncios ou spams.
“Como comunicamos no começo do ano, nós iremos explorar maneiras para facilitar a sua comunicação com os estabelecimentos comerciais de sua preferência, sem a exibição de anúncios ou spam”, diz o WhatsApp. “Muitos de nós recebemos mensagens de texto ou ligações de nosso banco para nos avisar sobre uma possível fraude em nossa conta, ou até mesmo um alerta sobre o atraso de um voo. E por isso, gostaríamos de testar estes recursos ao longo dos próximos meses, porém, é necessário atualizar nossos termos de serviço e política de privacidade antes de começarmos”.
Fonte: O Globo
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