Fiat Fiorino ganha base do Uno para encarar a nova legislação de segurança.
As questões que envolvem um veículo como a Fiat Fiorino costumam ser puramente racionais. E foi exatamente com essa orientação que a nova geração do modelo chega ao mercado. Um exemplo disso é a adoção da estrutura do Uno. Essa mudança é uma consequência natural da decisão da marca italiana, que retirou de linha o velho Mille – que até aqui era o modelo-base. Para manter o velho compacto e a antiga Fiorino em produção seria necessário investir alto para adaptá-los à nova legislação de segurança, que exige airbags e ABS de série já em janeiro. Além de ganhar a cara, o furgão leve herdou a motorização 1.4 Fire no Uno, que substitui a 1.3 do antigo modelo. Com isso, a potência subiu de 70/71 cv para 85/88 cv e o torque pulou de 11,4/11,6 kgfm para 12,4/12,5 kgfm, com gasolina e etanol. Só que agora os pontos máximos ocorrem em giros maiores: 5.750 para a potência e 3.500 para o torque – eram a 5.500 e a 2.500.
Parte desse ganho vai para compensar o aumento de peso do veículo. Ele agora tem 1.118 kg, ou 118 kg a mais que o antigo. Em compensação, a nova estrutura tem uma rigidez torcional 27% maior, que se traduz em melhor dirigibilidade. Por conta da nova suspensão, houve uma elevação na capacidade de carga de 620 para 650 kg. Por outro lado, o novo design acabou por retirar um pouco da capacidade volumétrica do compartimento de carga, que caiu de 3.200 para 3.100 litros. Os números da antiga Fiorino eram extamente iguais aos da Fiat Doblò furgão. Agora, a nova Fiorino aguenta mais peso e oferece um volume ligeiramente menor – o que pode ajudar a vocacionar os modelos para funções um pouco diferentes. Mesmo com chassi e motorização novos, a marca garante que o ganho em aerodinâmica com o desenho no estilo Round Square, do Uno, redunda em uma economia combustível de 4% em média.
As mudanças no pequeno furgão prometem impactar bastante o mercado de comerciais leves. E não só no Brasil, já que historicamente 40% da produção da Fiorino é exportada. Por aqui, o modelo abocanha quase 50% do segmento – outros 20% são do Doblò furgão. Só que a Fiat deposita grandes esperanças de crescimento do segmento em geral e do seu modelo especificamente – o fim da produção da Volkswagen Kombi ajuda nessa espectativa. A empresa espera emplacar em 2014 nada menos que 24 mil unidades – quase a totalidade do nicho de furgões leve deste ano e 70% mais que as 14 mil unidades na Fiorino em 2013. Para facilitar esta função, a marca italiana tratou de manter basicamente os mesmos preços da geração anterior – o aumento médio foi de R$ 500. A Fiorino começa em R$ 38.540 e com todos os equipamentos de conforto disponíveis – como ar, direção, vidros, etc – chega a R$ 44.684.
Primeiras impressões
Casa nas costas
São Paulo/SP – A vida não costuma ser muito gentil com quem dirige um furgão. O sujeito que fica ao volante de um veículo desses não está lá por opção, mas por necessidade e é, em 99% das vezes, alguém da base da “cadeia alimentar social”. A Fiat, no entanto, foi democrática nessa nova geração da Fiorino. Acabamento, bancos e nível de conforto são idênticos ao do carro-base, o Uno. Obviamente, não se configura um tratamento de luxo, pois o próprio Uno é bastante despojado, mas oferece condições de trabalho em um nível bem razoável. Apenas o conforto acústico fica um pouco comprometido. Mas isso é quase inevitável com uma caixa de reverberação de 3.100 litros nas costas.
O que também foi mantido em relação ao Uno é a boa ergonomia. Os comandos ficam todos em locais lógicos e alcançáveis com certa facilidade. O espaço interno é também o possível em um veículo com essa proposta – embora a antiga Fiorino fosse um pouquinho mais generosa nesse aspecto. Mas em todos os demais quesitos houve incrementos importantes. O equilíbrio dinâmico está mais apurado. Houve um bom trabalho na suspensão traseira e a motorização se mostrou bastante suficiente – embora no test-drive estivesse sem carga. O visual não tem a pretensão de impressionar quem quer que seja. Mas, com certeza, ganhou muito em simpatia.
Ficha técnica
Fiat Fiorino 1.4
Motor: A gasolina e etanol, dianteiro, transversal, 1.368 cm³, com quatro cilindros em linha, duas válvulas por cilindro e comando simples no cabeçote. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio automático de quatro marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira.
Potência máxima: 85 cv com gasolina e 88 cv com etanol a 5.750 mil rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 12,4 s com gasolina e 11,9 s com etanol.
Velocidade máxima: 157 km/h com gasolina e 158 km/h com etanol.
Torque máximo: 12,4 kgfm com gasolina e 12,5 kgfm com etanol a 3.500 rpm.
Diâmetro e curso: 72,0 mm X 84,0 mm. Taxa de compressão: 12,3:1.
Transmissão: Câmbio manual com cinco marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração.
Suspensão: Dianteira do tipo McPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores transversais e barra estabilizadora Traseira com eixo rígido tipo Ômega.
Freios: Discos na frente e tambor atrás. ABS de série.
Carroceria: Furgão em monobloco com duas portas e dois lugares. Com 4,38 metros de comprimento, 1,64 m de largura, 1,90 m de altura e 2,71 m de distância entre-eixos. Oferece airbag duplo de série.
Peso: 1.118 kg.
Pneus: 175/70 R14.
Capacidade do baú: 3.100 litros.
Capacidade de carga: 650 kg
Tanque de combustível: 58 litros.
Produção: Betim, Minas Gerais.
Itens de série: Airbags frontais, freios ABS, ganchos de fixação de carga, porta-objetos no teto, portas traseiras assimétricas, iluminação e cobertura do assolho do compartimento de carga.
Opcionais: Ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas, computador de bordo, calotas, faróis de neblina, conta-giros, banco do motorista com regulagem de altura, portas traseiras com vidros, retrovisores externos com comando interno, sensores de estacionamento, rádio USB/MP3, parachoques na cor do carro, volante com regulagem de altura e pintura metálica.
Preço básico: R$ 38.540.
Preço completo: R$ 44.684.
Texto e fotos: Eduardo Rocha / Auto Press / Carta Z Notícias /
fonte: MotorDream
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