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sábado, 5 de setembro de 2015

Brasileiro gasta em média R$ 78 por compra no cartão de crédito em 2015

Tíquete médio recua porque consumidor "compra até picolé na praia" com o meio de pagamento; setor cresce 10,2% no ano

Com uma movimentação de R$ 509 bilhões em compras com cartões de crédito e débito no primeiro semestre, o consumidor elevou o crescimento desse setor em 10,2% na comparação com o mesmo período de 2014. Segundo estimativa da Abecs (entidade que representa as empresas de meios de pagamento eletrônicos), o faturamento deve fechar 2015 perto de R$ 1,07 trilhão, leve redução da previsão setorial feita no começo do ano, de R$ 1,1 trilhão.
Para Marcelo Noronha, diretor presidente da Abecs, os dados positivos, dentro de um cenário ruim para diversos setores, são explicados por três fatores: 1) o fenômeno da migração dos meios de pagamentos - as pessoas compram cada vez menos com cheque e dinheiro; 2) bancos emissores mantêm limites de crédito para esses pagamentos eletrônicos em cerca de R$ 400 bilhões; 3) infraestrutura criada nos últimos anos.
"Hoje o brasileiro compra até picolé na praia com cartão de crédito e débito. Graças a isso, você estimula o conforto do consumidor e, conseqüentemente, o movimento do setor. Esses três fatores explicam nosso crescimento," explica Noronha.
Pixabay/Creative Commons
"Hoje o brasileiro compra até picolé na praia com cartão de crédito e débito", diz chefe da Abecs
A expectativa da entidade é de que em outubro deste ano 200 mil pontos de vendas estejam aptos a utilizar todas as bandeiras que atuam no País.
No semestre, o parcelamento sem juros do cartão de crédito foi o responsável por 50,1% dos pagamentos por meios eletrônicos, financiando o consumo de produtos e serviços. A fatia representa R$ 169,3 bilhões. Os cartões respondem por 28,1% do consumo das famílias.
A concessão do crédito rotativo, com os maiores juros praticados, caiu de R$ 29,1 bilhões, em janeiro, para R$ 25,4 bilhões em julho.
Cerca de 200 mil pontos de venda devem aceitar todas as bandeiras neste ano
LaTunya Howard / Creative Commons
Cerca de 200 mil pontos de venda devem aceitar todas as bandeiras neste ano
"O consumidor brasileiro tem fugido do rotativo e isso é um bom sinal. Em média, ele utiliza o rotativo por 18 dias. Temos visto crescimento importante na utilização do parcelamento sem juros. Achar que temos uma crise de endividamento no Brasil não é correto", avalia.
As compras com cartão de crédito somaram R$ 324 bilhões (alta de 10,1%) e as com cartões de débito chegaram a R$ 185 bilhões (alta de 10,5%), segundo o balanço da Abecs. Juntas, as duas modalidades registraram 5,5 bilhões de transações no período, alta de 10,4% ante o 2014.
Uso constante, mas com tíquete médio em queda gradual
O tíquete médio das compras com cartões vem caindo, em decorrência da inclusão financeira e da substituição de dinheiro e cheque pelos meios eletrônicos. "O consumidor tem comprado tudo por esses meios, feito pequenas compras, dando preferência aos pagamentos à vista, que crescem muito acima dos parcelados", ressalta Noronha.
No período, o gasto médio foi de R$ 39,70, no débito, e de R$ 77,90 no crédito. Em 2008, esses valores eram de R$ 46,80 e R$ 89,80, respectivamente.
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