Cérgio morava em União da Vitória e era proprietário da empresa Costa & Mar Turismo
Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal
Cérgio Antônio da Costa dirigia o veículo que caiu na Serra Dona Francisca, causando 51 mortes, incluindo a dele e do filho de 16 anos
Um homem simples e cheio de amigos onde morava, em União da Vitória, interior do Paraná. Assim é lembrado por vizinhos o motorista Cérgio Antônio da Costa, 47, proprietário da Costa & Mar Turismo, empresa que tinha quatro ônibus cadastrados no Departamento de Estradas e Rodagem do Paraná (DER-PR) para transporte turístico.
Nenhum deles era o Scania de placa GVJ-9509, que ele guiava quando despencou na Serra Dona Francisca, em Joinville, na tarde de sábado, provocando a própria morte e de outras 50 pessoas. Cérgio respondia a dois processos criminais por delitos de trânsito, em Santa Catarina e no Paraná. Este por homicídio, ocorrido em 2012.
Um ano depois, ele chegou a ser preso em flagrante por dirigir embriagado no município de Porto União, no Norte catarinense. Apesar de responder aos dois processos, o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) informou que a carteira de habilitação do motorista estava regular.
De acordo com a 2ª vara criminal da comarca de União da Vitória, município paranaense onde morava a maior parte das vítimas do acidente na Serra Dona Francisca, Cérgio respondia a um processo por homicídio culposo - quando não há intenção de matar -, após ter atropelado Size Brittes, de 81 anos, no dia 3 de abril de 2012.
Ele dirigia uma caminhonete no Centro da cidade, por volta das 20h, quando deu ré no veículo e atingiu a idosa. Size chegou a ser levada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu. De acordo com os autos, Cérgio não estava embriagado e prestou socorro à vitima.
No ano seguinte, no dia 17 de dezembro, Cérgio foi abordado por policiais militares após fazer uma manobra irregular com um carro no bairro São Francisco, em Porto União, às 4h20min. Na abordagem foi verificado que ele havia ingerido bebida alcoólica.
Ele foi preso em flagrante e chegou a ter a carteira de habilitação apreendida administrativamente por alguns dias. O ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) entrou com uma ação e pediu a suspensão cautelar da carteira de motorista de Cérgio, mas o juiz do caso indeferiu o pedido em março do ano passado.
Os corpos de Cérgio e do filho Mateus Gaias da Costa, 16 - que também morreu no acidente -, foram velados e enterrados na segunda-feira de manhã na cidade de Cruz Machado, a 54 quilômetros de União da Vitória. Os dois processos continuam em andamento. Como Cérgio também faleceu no acidente na Serra Dona Francisca, os dois casos devem ser arquivados.
Outro lado
A equipe do DC tentou contato por telefone, celular e fixo do escritório de advocacia, e e-mail com os advogados Marcos Berejuck e Felipe Scaramella, que aparecem como defensores de Cérgio nos processos digitais nas páginas dos tribunais de Justiça de Santa Catarina e do Paraná, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. A reportagem também telefonou para os números disponíveis nos autos do processos parar conversar com algum familiar de Cérgio, mas ninguém atendeu as ligações.
DC
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