O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), disse que o ex-ministro da Educação Cid Gomes teve o destino que queria ao ser demitido. No mesmo tom ácido das discussões que ocorreram no Congresso Nacional, Cunha afirmou nesta sexta-feira (20), em Curitiba, que Gomes é “um desqualificado”.
O presidente da Câmara esteve na capital paranaense para o lançamento do programa “Câmara Itinerante”, que tem o intuito de provocar o debate de temas nacionais e regionais, com troca de informações e sugestões para a reforma política. Ele também falou sobre o diálogo entre o Executivo e a base de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT).
“O ex-ministro Cid Gomes é um desqualificado, teve o destino que ele queria ter ao ser demitido. A Câmara o está processando, e eu não vou bater boca com aquele que se acha inimputável, ele se acha um indígena. Então, efetivamente, ali, é um caso judicial”, declarou o peemedebista.
Cid Gomes estava à frente do Ministério da Educação havia 76 dias, quando foi convocado pelos deputados federais para explicar declaração que deu no último dia 27, durante palestra a estudantes da Universidade Federal do Pará.
Na ocasião, o agora ex-ministro afirmou que a Câmara tem de 300 a 400 parlamentares que "achacam".
Em meio à sessão de quarta-feira (18) na Câmara, Cid Gomes fez um apelo, na tribuna da Casa, aos deputados "oportunistas" que detêm cargos na administração federal, mas não dão apoio ao governo no Congresso, para que "larguem o osso, saiam do governo".
Ele justificou afirmando que era uma posição "pessoal" e que não a manifestou como ministro de Estado. De acordo com o ministro, os "400 ou 300" são os que apostam no "quanto pior, melhor", mas ele pediu "perdão aos que não agem desse jeito".
A declaração gerou indignação entre deputados da base aliada e da oposição, que passaram a cobrar sua demissão, afirmando que ele havia perdido as condições de se manter no comando do Ministério da Educação.
Depois de discutir com os deputados no plenário e abandonar o recinto da Câmara em meio à sessão, Cid foi ao Palácio do Planalto e pediu demissão à presidente da República, que aceitou. A exoneração já foi publicada no "Diário Oficial da União".
Questionado se o episódio agravaria ainda mais o relacionamento entre a base aliada e o governo, Eduardo Cunha afirmou que existe uma crise política que está sendo superada.
“Nós vivemos um período de crise politica que efetivamente será superado à medida que o diálogo, a forma de fazer articulação política seja feita pelo governo realmente buscando uma aproximação, uma reaproximação com a sua base e isso estará ocorrendo. Então, vamos dar um tempo para que o governo se reorganize na sua articulação política e possa retomar a agenda do Poder Legislativo”.
Cunha evitou falar em um possível reforma ministerial. “Isso cabe ao Poder Executivo. Ele que diz o que tem ou não a fazer com o seu governo”.
Fonte: G1
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