INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA E CRÔNICA --
CAUSAS, CONSEQUÊNCIAS E CONTROLE DA INSUFICIÊNCIA RENAL
O que leva uma pessoa a sofrer de insuficiência renal? Qual a diferença entre a insuficiência renal crônica e a aguda?
A diferença fundamental está no que se refere ao prognóstico, isto é, ao futuro. A insuficiência renal aguda é uma doença reversível. O paciente pode ficar até dois meses sem urinar, ou urinando cerca de 50 a 60 ml por dia, que é considerado pouco, mas o quadro reverte e os rins voltam a funcionar.
As causas da insuficiência renal aguda são múltiplas. As mais frequentes atualmente no Brasil, são as drogas e os antibióticos nefrotóxicos (tóxicos para os rins) — em sua maioria os aminoglicosídeos (observar na bula dos remédios), utilizados para combater infecções e que estejam sendo administrados de forma inadequada ao paciente.
A insuficiência renal aguda também pode acontecer pela ingestão de drogas na tentativa de suicídio e por picadas de animais peçonhentos. É muito comum a picada de cascavel, de jararaca e até de aranha "viúva negra" provocar uma parada temporária dos rins. Ultimamente, com a importação das abelhas africanas, aumentaram os casos de indivíduos que têm seus rins paralisados por várias semanas em decorrência das picadas dessas abelhas. O rim é um órgão muito sensível e, em certas condições, ele para de urinar.
Outra causa muito frequente hoje em dia é a síndrome do esmagamento. Em geral, ocorre por choque infeccioso e traumatismos graves, como no exemplo da pessoa que em um desastre esmaga uma perna, membro que possui a maior quantidade de músculos. Isso porque existe uma substância nos músculos (a mioglobulina), que em um esmagamento é liberada, e provoca lesões nos rins. Durante a Segunda Guerra Mundial, a insuficiência renal foi um fato muito comum, principalmente no bombardeamento de Londres.
Concluindo, são várias as causas que desencadeiam a insuficiência renal aguda, mas todas são sempre reversíveis, desde que se trate o paciente. Pode até haver a necessidade de um período de diálise, mas depois o rim volta a funcionar normalmente.
Já a insuficiência renal crônica é uma doença evolutiva; ela é lenta, vagarosa. São as glomerulonefrites que vão lesando o rim progressivamente. Depois de 10 ou 15 anos ele para de funcionar caracterizando um processo irreversível. Por isso, o paciente com insuficiência renal crônica evolutiva tem de ser acompanhado desde o início. A doença não tem cura e vai destruindo o rim bem devagar, até chegar ao ponto em que o paciente fica em estado de insuficiência renal terminal.
Outras causas da insuficiência renal crônica são derivadas de doenças congênitas. É o caso, por exemplo, do rim policístico (com múltiplos cistos), que é um defeito genético. O rim se torna grande, cheio de cistos e, geralmente, entre 40 e 45 anos de idade, o paciente já está com seu rim destruído. Não existe tratamento para orim policístico.
Quanto ao paciente que é diabético desde jovem, aparentemente, ele tem uma vida normal. Mas, a partir do momento em que apresenta uma pequena perda de albumina na urina, no prazo de cinco anos ele apresentará quadro de insuficiência renal crônica. Todos os especialistas sabem como será o futuro dessas pessoas com uma grande antecedência.
Quando o paciente entra na fase da insuficiência renal crônica é porque o rim funciona precariamente. Na fase final, chamada pré-dialítica, ele "não tem mais rim". Doentes com esse quadro têm somente duas opções: ahemodiálise, para tentar substituir o rim que não funciona bem, ou o transplante. Caso contrário, o paciente morre.
Existe uma dieta adequada para quem sofre de insuficiência renal?
Existe uma dieta recomendada na fase anterior à terminal, no sentido de diminuir a velocidade da evolução. Fazendo um quadro comparativo, imagine uma mesa e uma bolinha de vidro. A doença renal crônica seria a mesa. Ao se inclinar essa mesa, a bolinha vai correr, e a velocidade em que ela corre depende da inclinação da mesa. Se a mesa estiver em uma inclinação bem pequena, a bolinha correrá devagar. A mesa na horizontal seria o equivalente à cura da doença de base, o que ainda não se tem. É como no caso da hipertensão, que não tem cura, mas pode ser mantida normal pelo controle da pressão arterial.
O controle da insuficiência renal consiste, basicamente, em eliminar toda proteína animal da dieta, porque elas dão muito trabalho para os rins. A dieta apropriada seria a vegetariana, com ingestão de carboidratos, verduras e doces. Devem-se eliminar totalmente ovos, queijos, leite e carne de todos os tipos, inclusive de frango e peixe.
Conheça um pouco mais sobre a especialidade médica que cuida de pacientes com insuficiência renal.
Nefrologista é o médico com formação clínica, cuja área de atuação envolve todas as doenças do tecido renal, nas quais se incluem as nefrites. É o especialista que cuida dos pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica e é responsável pela condução dos processos dialíticos (métodos que filtram o sangue, utilizados em pacientes com insuficiência renal) e dos aspectos clínicos e imunológicos que envolvem o transplantado renal. O nefrologista também está envolvido no diagnóstico e tratamento da hipertensão arterial, doença que, com frequência, tem origem nos rins ou age sobre eles.
Conteúdo do livro Medicina Mitos e Verdades (Carla Leonel) - Capítulo de Nefrologia. Médico responsável Prof. Dr. Emil Sabbaga. Proibida reprodução total ou parcial sem citar a fonte.
http://www.medicinamitoseverdades.com.br/blog/insuficiencia-renal-aguda-e-cronica
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