Desenhos surgem ao tomar sol com protetor de pele em apenas algumas áreas ou ao bloquear os raios com moldes
Já ouviu falar na sunburn art? É a nova moda no verão do Hemisfério Norte, que se propaga pelas redes sociais com a hashtag #sunburnart. A ideia é exibir uma espécie de tatuagem criada pelo bronzeado do sol, em que os desenhos surgem ao se passar protetor solar em apenas algumas áreas ou ao bloquear os raios com moldes. Dermatologistas alertam para o perigo da prática, que pode favorecer o envelhecimento precoce e o câncer de pele.
“Aqui é onde a cultura popular se choca com os avisos da medicina. É óbvio que queimaduras de sol têm dois efeitos sobre você: dão rugas e sardas, e também causam câncer de pele, principalmente melanoma”, disse o dermatologista Barney Kenet à ABC News. O médico acrescentou que a tendência é ainda mais perigosa pelo fato de fazer com que as pessoas permaneçam mais tempo sob o sol para que a “tatuagem” fique mais visível.
De acordo com a dermatologista Carla Albuquerque, não é possível fazer “sunburn art” de maneira segura. “Não existe bronzeado saudável, mesmo que a vermelhidão da pele não seja evidente. O bronzeado nada mais é que uma reação da pele que, para se proteger dos danos causados pela radiação ultravioleta, produz mais melanina. À medida que esse bronzeado se estabelece para fazer essas ‘tatuagens’, o dano à pele já ocorreu. Vale lembrar que os efeitos são cumulativos. Portanto, a pele tem memória para essas queimaduras/bronzeados e os efeitos negativos podem vir com o tempo”, alertou.
A “sunburn art” também pode trazer consequências em curto prazo, como ardor, vermelhidão, mudança da textura da pele e até bolhas. “Penso que, quando somos jovens, não pensamos que um dia iremos envelhecer e que teremos de cuidar das consequências do que ‘plantamos’ no passado. Colocar a saúde da pele em risco seja em curto, médio e longo prazo por conta de uma ‘moda’ é, ao meu ver, dispensável”, finalizou Carla.
TERRA
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