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PENSE NISSO:

PENSE NISSO:

sábado, 27 de setembro de 2014

Como era um campo de extermínio?

Como era um campo de extermínio?
por Roberto Navarro | Edição 46
Era uma verdadeira usina da morte, montada pelos nazistas durante a Segunda Guerra para promover a aniquilação em massa de pessoas indesejáveis na Alemanha e nos territórios invadidos. A função básica desses lugares era o assassinato coletivo de judeus e outros grupos considerados "anti-sociais" - ciganos, dissidentes políticos, prisioneiros de guerra, homossexuais, deficientes físicos e mentais, andarilhos e mendigos. Sabe-se que a matança em massa de judeus começou em 1941. "A morte era sempre por gás venenoso. Em Chelmno, o primeiro dos campos de extermínio, havia furgões adaptados, em que o monóxido de carbono do escapamento entrava no interior do veículo e matava seus ocupantes", afirma o historiador Ney Vilela, da Unesp de Bauru. Quase todos os campos de extermínio foram construídos na Polônia. O maior deles, o de Auschwitz (que serviu de inspiração para o infográfico destas páginas), nasceu em 1940 em uma região rural no sul do país. Ocupando uma área de 40 km2, Auschwitz era um misto de campo de concentração - que servia de prisão para inimigos dos nazistas -, campo de trabalho escravo e campo de extermínio. O total de mortos nesses lugares é incerto, mas pode ter chegado a 3,8 milhões de pessoas, 1,1 milhão em Auschwitz. Os assassinatos coletivos só acabaram com a derrocada alemã, em 1945. Calcula-se que 80% das pessoas envolvidas nesses crimes escaparam de qualquer punição.
Arquitetura da destruição
TERMINAL DA MORTE

A estação de trem era a porta de entrada para Auschwitz, misto de campo de concentração, de extermínio e de trabalhos forçados. Os passageiros chegavam em vagões de carga superlotados, sem água, nem comida e em condições precárias de higiene - um balde em cada vagão servia de latrina
MORTOS-VIVOS
valentimeccel.no.comunidades.net
Depois de desembarcar, os prisioneiros tinham seus bens confiscados e eram examinados por médicos. Os mais fortes iam para a área de trabalhadores escravos. Mas entre 70% e 75% dos recém-chegados eram mandados direto para a morte nas câmaras de gás
CASA DO DESESPERO

A maioria dos prisioneiros de Auschwitz ficava em um dos 300 prédios de "moradia" do complexo. Infestados de ratos e vermes, esses ambientes abafados e sem água corrente abrigavam até mil presos cada um, que dormiam de lado para caber em camas coletivas de madeira para dez pessoas
DE VOLTA AO PÓ

Depois da asfixia, os corpos dos mortos seguiam para a cremação em fornalhas. A fumaça da queima deixava o complexo com um cheiro de carne queimada, enquanto as cinzas eram pulverizadas ou usadas em plantações. Estima-se que 4 700 pessoas podiam ser cremadas por dia em Auschwitz
GÁS FATAL
A morte acontecia em 4 câmaras de gás subterrâneas - as vítimas eram mandadas prá lá com a desculpa de que iam tomar um banho de desinfecção. De chuveiros falsos no teto saía o gás venenoso zyklon B, usado como inseticida. A asfixia durava de 3 a 20 minutos e podia matar até 2 mil pessoas por câmara
valentimeccel.no.comunidades.net
DÁ CÁ O TEU

Numa área junto ao campo principal de Auschwitz ficava um depósito onde se armazenavam os bens confiscados dos prisioneiros - sapatos, roupas, jóias, dinheiro, óculos ou qualquer objeto de valor. A maioria dessas coisas era mandada para os nazistas na Alemanha

MEDICINA MACABRA
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Vários tipos de barbaridades médicas rolaram em Auschwitz. Prisioneiros foram infectados com doenças contagiosas, grávidas tiveram o útero destruído, crianças receberam produtos químicos nos olhos (aparentemente para mudar sua cor) e cadáveres foram dissecados para testes genéticos

JÁ PRO PAREDÃO

Nos barracões conhecidos como "quarteirão da morte" ficavam detidas as pessoas que perturbassem a ordem em Auschwitz. Lá dentro, os prisioneiros eram torturados e submetidos a julgamentos sumários. Depois, eram fuzilados no muro de execução, uma parede perto dos barracões

VELÓRIO ROUBADO

Quando todas as vítimas estavam mortas, alguns dos próprios prisioneiros entravam na câmara usando roupas especiais para retirar os mortos. Em seguida, usavam-se maçaricos para derreter o ouro das obturações de dentes dos mortos, produzindo de 5 a 10 quilos do metal por dia

http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-era-um-campo-de-exterminio

Por que os padres não podem se casar?

Por que os padres não podem se casar?
por Artur Louback Lopes | Edição 48
A princípio, padres não se casavam por opção, para dedicar 100% do tempo e das energias à oração e à pregação - da mesma forma que Jesus Cristo. Em 1139, ao final do Concílio de Latrão, contudo, o matrimônio foi proibido oficialmente a membros da Igreja. Embora a decisão tenha se apoiado em passagens bíblicas - como "É bom para o homem abster-se da mulher" (presente na primeira carta aos Coríntios) -, uma das razões mais fortes para a transformação do celibato (como é conhecida a proibição do casamento) em regra foi o que, já naquela época, ditava as regras da humanidade. Fé? Nada disso. Grana! Na Idade Média (do século 5 ao 15), a Igreja Católica alcançou o auge do seu poder, acumulando muitas riquezas, principalmente em terras. Para não correr o risco de perder bens para os herdeiros dos membros do clero, o melhor mesmo era impedir que esses herdeiros existissem. Isso não fez muita diferença para os monges, que, por opção, já viviam isolados em mosteiros, mas em algumas paróquias a proibição gerou discórdia. A maior delas ocorreu no começo do século 16 e foi uma das razões pelas quais o cristianismo passou pelo seu maior racha: Martinho Lutero rompeu com o papa e criou a Igreja Luterana, que permitia o casamento dos seus pastores - e permite até hoje (veja o quadro abaixo). Depois da Reforma Protestante, a Igreja Católica reafirmou o celibato, definindo no Concílio de Trento, em 1563, que quem o rompesse seria expulso do clero. A regra se manteve até 1965, quando o papa Paulo VI permitiu que padres se casassem e continuassem freqüentando a Igreja (sem a função de padres, claro). Para conseguir essa liberação, o padre noivo precisa enviar um pedido ao Vaticano e esperar a autorização, que pode demorar até dez anos. "João Paulo II tornou o processo mais demorado, mas Bento XVI está limpando a mesa", diz o teólogo Afonso Soares, professor da PUC-SP. Além de promover a tal limpeza, o novo papa surpreendeu, em agosto do ano passado, ao aceitar que o ex-pastor anglicano David Gliwitzki, casado e pai de duas filhas, e tornasse padre.
Mulher do padreVeja como outras religiões tratam a vida amorosa de seus sacerdotes

Judaísmo

Rabinos podem ter relacionamentos e se casar. A única recomendação é que a esposa seja judia

Budismo

Não reconhece nenhum ser superior capaz de dar ordens de conduta, mas monges e monjas vêem a abstinência sexual como algo que eles devem se esforçar a aprender

Cristianismo protestante

Pastores (batistas, metodistas, da Assembléia de Deus ou de qualquer outra corrente) podem se casar. Entre os luteranos, há grupos de monges que, por opção, adotam o celibato

Cristianismo Ortodoxo

Homens casados podem virar padres, mas dificilmente serão promovidos a bispos. A regra é a mesma em correntes católicas orientais, como a maronita e a ucraniana

Islamismo

Qualquer homem (no islamismo, não há sacerdotes como no catolicismo) não só pode como deve ter quatro esposas, se puder sustentá-las, é claro. As mulheres, por outro lado, só podem ter um marido

http://mundoestranho.abril.com.br/materia/por-que-os-padres-nao-podem-se-casar

Por que uma lesão na coluna deixa alguém paraplégico?

Por que uma lesão na coluna deixa alguém paraplégico?
por Julia Moióli | Edição 153
Porque ela pode cortar, comprimir ou danificar a medula espinhal, uma massa de tecido nervoso que conecta o cérebro ao corpo e vai da base do crânio até a segunda vértebra lombar. Todos os nossos movimentos e sensações se originam de impulsos nervosos que partem do cérebro, são conduzidos pela medula e estimulam os músculos, conectados aos ossos e outros órgãos. No caso de uma lesão, uma ou muitas dessas funções podem ficar comprometidas. Mas é preciso um trauma de alta energia para que toda a proteção de musculatura, ligamentos e ossos seja rompida. Isso acontece com mais frequência em casos de acidentes de carro, ferimentos com armas de fogo, quedas de grandes alturas ou mergulhos em água rasa. Depois que a medula é afetada, pode levar vários meses para que se possa dizer se a lesão foi completa (com perda de movimentos e sensações abaixo do nível do trauma) ou incompleta (com preservação de certas funções motoras e sensações).

DE COSTA A COSTA

A coluna é formada por 33 vértebras e dividida em cinco partes: coluna cervical (sete vértebras), coluna torácica (12 vértebras), coluna lombar (cinco vértebras), coluna sacral (cinco vértebras) e coluna coccígea (quatro ou cinco vértebras)

QUESTÃO DE ALTURA

Quanto mais alta a lesão, maior a gravidade, porque o sinal do cérebro deixa de ser enviado para os nervos das vértebras abaixo da que foi lesionada. "A medula é como um cabo de eletricidade que está levando luz para várias casas em uma rua", afirma Luciano Miller Reis Rodrigues, ortopedista e chefe do grupo de coluna da Faculdade de Medicina do ABC. "Se romper o cabo na primeira casa, todas serão desligadas, mas se romper no meio da rua somente as do meio para o final ficarão apagadas"

Corpo fechado

Os tipos de paralisia causados por lesões sérias na coluna

PARAPLEGIA

Exige uma lesão completa a partir da sétima vértebra cervical. O paciente perde os movimentos e a sensibilidade nos membros inferiores

TETRAPLEGIA

Acontece no caso de lesão completa até a C6. O paciente tem os quatro membros paralisados. Vale dizer que danos à C5 ou C6 (lesão incompleta) podem permitir certos movimentos dos braços

CONSULTORIA Luciano Miller Reis Rodrigues, chefe do grupo de coluna da Faculdade de Medicina do ABC, e Rodrigo Faleiro, coordenador do Departamento de Trauma da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e do Hospital João XXIII, de Belo Horizonte

FONTES apresentação Trauma Raquimedular, do dr. Antonio Eulalio, e cartilha Diretrizes de Atenção à Pessoa com Lesão Medular, do Ministério da Saúde

Por que a aids não é transmitida pela picada de insetos?

Por que a aids não é transmitida pela picada de insetos?


por Anna Carolina Rodrigues | Edição 152
Pergunta do leitor - Gonzalo Javier Olivares Flores,

Curitiba, PR

Por dois motivos. O primeiro é que a quantidade de sangue que o inseto suga de uma pessoa é muito pequena, assim como a concentração de partículas virais. A maioria dos infectados com HIV não possui níveis detectáveis de vírus no sangue (o que não é o caso de pessoas contaminadas com dengue, por exemplo). E os que possuem ainda assim têm níveis muito baixos - bem abaixo do necessário para transmissão de outras doenças virais. O outro motivo é que o HIV, diferentemente do vírus da malária e da febre amarela, por exemplo, não se multiplica dentro dos insetos - pelo contrário, é destruído.

Mesmo que carregassem quantidade suficiente de vírus, mosquitos não são como seringas: a regurgitação de saliva ocorre por uma passagem e a ingestão de sangue por outra

Esmagá-lo no braço também não transmite a doença, porque a concentração viral é pequena



FONTES Princeton University

CONSULTORIA Paulo Feijó Barroso, professor do Departamento de Medicina Preventiva do HUCFF da Faculdade de Medicina da UFRJ

Como funciona um míssil?

Como funciona um míssil?
por Tiago Cordeiro |


Pergunta do leitor - Pedro Bueno,

Paty do Alferes, RJ

Um míssil é, resumidamente, um conjunto de explosivos embutidos em um veículo motorizado e controlável. O nome vem do verbo latim mittere, que significa "enviar". O primeiro modelo usado em larga escala foi o V-1 da Alemanha nazista. Mas foi durante a Guerra Fria que eles se popularizaram. Chegaram às décadas de 80 e 90 como as armas mais importantes, por causa da relativa precisão com que podiam acertar um alvo específico a milhares de quilômetros. Entre eles, estava o modelo Tomahawk, famoso na primeira Guerra do Golfo (1990-1991), muito utilizado até hoje e base do infográfico abaixo.



Missão: destruir Conheça os principais componentes do Tomahawk

Total flex

Quanto mais longe viaja um míssil, mais rápido ele deve ser. Logo, mais potente o motor, e mais combustível ele usa - só o tanque cheio responde por 89% do peso total do Tomahawk. O motor a jato usa combustível líquido, o TH-dimer, mas seu sistema de propulsão precisa de combustível sólido, como o usado nos antigos ônibus espaciais da Nasa

Motorista eletrônico

Para viajar em baixas altitudes rumo ao alvo, a arma é equipada com um sistema de direção que inclui um altímetro e um GPS. Um software de análise de terreno trabalha em tempo real para cruzar essas informações com o mapa tridimensional do trajeto, produzido com antecedência (aliás, um dos problemas desse modelo é ele precisar de dados prévios)

A hora do bum

A razão de existir da arma é a ogiva. Os explosivos de um míssil de cruzeiro podem ser químicos, biológicos, nucleares ou incendiários. No Tomahawk, são as duas últimas opções. Eles ficam localizados na extremidade, com uma camada de titânio que impede que explodam antes da hora. Há também uma cobertura de cerâmica para driblar radares

Endereço marcado

Ao se aproximar do objetivo final, o sistema de mira DSMAC (Digital Scene Matching Area Correlation) é acionado. Ele compara os objetos do solo com imagens extremamente detalhadas do local em seu banco de memória. Assim, realiza os últimos ajustes na rota, garantindo uma precisão incrível: um míssil desse modelo pode acertar um alvo fixo do tamanho de uma casa

Vira, vira, vira... virou!

Para dar sustentação e precisão ao trajeto, o Tomahawk tem duas asas, que se abrem após o lançamento. Diferentemente de um avião comum, o sistema de voo usa todas as suas superfícies para fazer ajustes na rota: ele pode, por exemplo, girar em torno do próprio eixo. As correções podem ser exigidas por um técnico em terra ou até pelo piloto automático

Além dos mísseis balísticos, que traçam uma parábola rumo ao alvo, há os de cruzeiro, que voam paralelamente ao solo

Origem - EUA 1983

Tipo - Mar-terra

Velocidade - 880 km/h

Carga de explosivos - 450 kg

Alcance máximo - 2.500 km

Preço - US$ 800 mil

Comprimento - 6,25 m


O espaço é o limite

Os três estágios do lançamento de um míssil balístico intercontinental, como o soviético R-7

1. Lançamento

Ocorre a partir de locais fixos no chão ou em aeronaves, navios ou submarinos. É dessa base que ele é monitorado

2. Voo livre

Em forma de parábola, pode alcançar até 1.200 km acima do solo. Representa boa parte do tempo de voo

3. Reentrada

A arma volta à superfície com velocidade crescente. Após poucos segundos, rola a explosão

FONTES Livros The Evolution of the Cruise Missile, de Kenneth P. Werrel, e The Tomahawk Cruise Missile, de Matthew Pitt, e site Raytheon

Como foi construído o Eurotúnel?

Como foi construído o Eurotúnel?
por Yuri Vasconcelos |
Com furadeiras gigantes que escavaram a terra abaixo do leito marítimo. Inaugurado em 4 de maio de 1994, o túnel liga Folkestone, no sul da Inglaterra, a Coquelles, no norte da França, passando por baixo do Canal da Mancha. Possui 50,5 km de extensão, dos quais 37,9 estão abaixo do mar - seu ponto mais baixo fica a 75 m de profundidade. A megaobra empregou 13 mil trabalhadores e levou seis anos para ficar pronta - tempo relativamente curto para um trabalho tão grande. O projeto já era pensado desde 1802, quando o engenheiro francês Albert Mathieu propôs a construção de um túnel para carruagens com uma ilha no meio para troca dos animais. A ideia de uma ligação entre os países foi descartada pela Inglaterra na época, que temia ficar vulnerável à invasão de inimigos.


Elo de ferro

Túnel tem o mais longo trecho submerso do mundo

1. Antes da escavação, os projetistas utilizaram sonares, radares e explosões de dinamite para definir o ponto do subsolo onde os túneis seriam construídos. Optaram por uma faixa de rocha calcária porosa e macia conhecida como greda. Já o trajeto, escolhido com base no nível de segurança, foi definido por 94 perfurações realizadas entre 1958 e 1987

2. Decidiu-se que seriam três túneis. Os dois externos, com 7,6 m de diâmetro cada um, abrigariam os ramais ferroviários, fazendo a viagem Inglaterra-França e vice-versa. O do meio, com 4,8 m e distante em 15 m dos outros dois, destinaria-se a serviços de manutenção e à saída de emergência. Onze escavadeiras tipo "tatuzão" foram empregadas, partindo, simultaneamente, de Coquelles e Folkestone

3. O tatuzão trabalhava num ciclo de escavação e revestimento, dois processos que não ocorriam ao mesmo tempo. Primeiro, a parte frontal girava para perfurar a terra. A lama e as pedras escavadas eram lançadas numa esteira instalada dentro da própria máquina, pela qual eram carregadas até a outra ponta. Depois, eram levadas à superfície por bombas, vagões e tratores

4. Depois, vem o revestimento: cada aro do túnel é formado por seis segmentos de concreto, fabricados nos canteiros de obras e levados por vagões até a parte da frente dos tatuzões. Ao chegar ali, o segmento era agarrado a vácuo por um sistema giratório, operado por um funcionário. Cada um dos seis segmentos era colocado em seu lugar, completando o aro de 1,5 m de largura

5. A furadeira se movia para a frente por meio de cilindros hidráulicos, que utilizavam os aros como apoio para impulsionar a máquina adiante. Quando era hora de fixar um novo aro, os cilindros se retraíam, abrindo espaço para cada segmento. Após o segmento ser posicionado, os cilindros avançavam novamente, encostando no novo apoio. A máquina avançava a um ritmo de 76 m por dia

6. Bombas de drenagem foram instaladas para retirar água vinda de infiltrações. Pequenos dutos ligando a parte superior dos três túneis foram instalados a cada 250 m para aliviar a pressão do ar produzida pelo deslocamento dos trens. Outros dutos, de água fria, foram fixados nas paredes para garantir a refrigeração, controlando o calor gerado pelo atrito

7. Em dois pontos do trajeto, enormes cavernas de intersecção foram montadas para permitir que os trens mudem de um túnel externo para outro. E, a cada 375 m, foram construídas passagens conectando esses dois túneis ao de manutenção. A colocação dos trilhos e a montagem dos sistemas elétricos, de iluminação e de comunicação foram feitas após a finalização do revestimento

1 milhão de cães e gatos já viajaram pelo túnel. É cobrada uma taxa de £ 15 (R$ 56) por animal, que não pode sair do carro durante a travessia

Conhecidas pela sigla TBM (de "tunnel boring machines", em inglês), as máquinas pesavam 1.100 toneladas e tinham 200 m de comprimento

Os segmentos de concreto tinham um esqueleto de aço para resistir à incrível pressão de 12 atm
Tome seu rumo

Viagem no túnel dura 35 minutos e pode ser feita pelo Eurostar ou pelo Le Shuttle

Eurostar

TRANSPORTA - Passageiros

CAPACIDADE - 750 pessoas

TÍQUETE - A partir de £ 39 (cerca de R$ 150)

COMPRIMENTO - 394 m

VELOCIDADE - 160 km/h

Le Shuttle

TRANSPORTA - Carros, motos, ônibus e caminhões

CAPACIDADE - 120 carros e 12 ônibus

TÍQUETE - A partir de £ 23 (cerca de R$ 90)

COMPRIMENTO - 775 m

VELOCIDADE - 140 km/h

FONTES Documentário Super Structures: Eurotunnel, sites Eurotunnel.com, Eurotunnel Group, Eurostar e Visit Britain

Como ocorre a ferrugem?

Como ocorre a ferrugem?
por Diego Meneghetti | Edição 149


Pergunta da leitora - Karina Jacobsen, ES

Com a combinação química de ferro (Fe) com oxigênio (O2). A umidade do ar também é importante, já que é por meio da água (H2O) que os elétrons são transferidos na reação. Da mistura de Fe, O2 e H2O resulta o óxido de ferro, nome da popular ferrugem. O processo é acelerado nas regiões litorâneas, devido ao sal da maresia, que facilita a migração de elétrons de um elemento para o outro.


Toma lá, dá cá

A oxidação do ferro é um processo natural, mas que pode ser impedido

CHEIO DE ENERGIA

Para extrair o ferro da hematita (seu estado mineral natural), a indústria metalúrgica emprega muita energia. Quando o metal é exposto ao ambiente, já na forma de peças, tende a voltar à sua forma estrutural mais estável e, portanto, menos energética. Para isso, cede facilmente os elétrons da última camada de seus átomos

QUE DEGRADANTE...

O ferro oxidado tem cor alaranjada e densidade reduzida, deixando o metal mais fraco. Isso porque, ao se formar, a ferrugem se esfarela facilmente e deixa a parte debaixo do ferro sujeita a nova oxidação. Essa corrosão é constante e pode consumir o metal todo, se nada for feito para impedir

GHEGA MAIS

Nesse processo, chamado de oxidação, os elétrons livres do ferro são "puxados para fora" por meio da água e se combinam a elementos oxidantes do ar. A reação que ocorre do lado do oxigênio, a chamada redução, acontece assim: ele recebe os elétrons livres e se liga ao ferro, gerando um terceiro elemento, o óxido de ferro

PROTEÇÃO FERRADA

O jeito mais simples de bloquear a reação é proteger o metal do contato com o ar e água, por meio de tintas ou óleos. Outra opção é cobrir o ferro com uma camada de algum metal de "sacrifício", como o zinco, que tem maior predisposição de perder elétrons. Esse processo é conhecido como galvanização

LIMPANDO A ÁREA

Embora seja possível lixar a ferrugem, é mais fácil usar a química. Produtos com ácido fosfórico e álcool etílico neutralizam a ferrugem em fosfato ferroso, que protege contra nova oxidação. Uma saída caseira é usar limão. O suco ácido "rouba" as moléculas de O2 da ferrugem, gerando H2O e um composto de Fe, C (carbono) e H2 (hidrogênio) solúvel em água



Fama injusta

Tétano não é causado pela ferrugem em si

A ferrugem é associada ao tétano, uma doença infecciosa grave, mas não é a responsável por ela. O óxido de ferro é apenas um habitat propício para a bactéria Clostridium tetani se alocar. Quando esporos dessa bactéria entram no organismo humano, por meio de cortes ou ingestão, soltam uma toxina que pode ser letal. A única prevenção é por meio de vacinas

Fontes Sites bio.fiocruz.br, portal.saude.gov.br; drauziovarella.com.br

Consultoria João Luís Segala Borin, professor de química e técnico de laboratório da USP

O que é obsolescência programada?

O que é obsolescência programada?
por Diego Garcia |

Pergunta do leitor - Pedro Carvalho Couto Amorim,

Montes Claros, MG

Trata-se de uma estratégia de empresas que programam o tempo de vida útil de seus produtos para que durem menos do que a tecnologia permite. Assim, eles se tornam ultrapassados em pouco tempo, motivando o consumidor a comprar um novo modelo. Os casos mais comuns ocorrem com eletrônicos, eletrodomésticos e automóveis. É algo relativamente novo: até a década de 20, as empresas desenhavam seus produtos para que durassem o máximo possível. A crise econômica de 1929 e a explosão do consumo em massa nos anos 50 mudaram a mentalidade e consagraram essa tática.

Comprou, jogou fora

Estratégia "secreta" dos fabricantes estimula consumo desenfreado

Vida breve

Atualmente, a principal justificativa das empresas para criar novos modelos de um produto é o avanço da tecnologia. Mas há quem duvide dessa explicação. O iPad 4 foi lançado apenas sete meses após o 3, por exemplo. Será que houve mesmo tantos progressos em tão pouco tempo? Uma ONG brasileira ligada aos direitos do consumidor chegou a processar a Apple

Impacto ambiental

A troca regular de produtos aumenta a produção de lixo. E o lixo eletrônico contém metais pesados que podem contaminar o ambiente. Além disso, a obsolescência programada estimula a produção, o que gera mais gastos de energia e de matérias-primas, além da emissão de poluentes. Antes de trocar seu celular, pense bem: você realmente precisa de outro, só porque é novo?

Na pista pra negócio

Hoje, há duas versões do fenômeno. Uma delas é a obsolescência percebida: o consumidor considera o produto que tem em casa "velho" porque novos modelos são lançados a toda hora. Você notou que, mesmo no início de 2013, já era possível comprar um carro versão 2014? Isso desvaloriza modelos anteriores e estimula a troca, mesmo que o veículo de 2013 ainda funcione bem

Uma ideia "brilhante"

O primeiro caso de obsolescência programada registrado é da década de 1920, quando fabricantes de lâmpadas da Europa e dos EUA decidiram, em comum acordo, diminuir a durabilidade de seus produtos de 2,5 mil horas de uso para apenas mil. Assim, as pessoas seriam forçadas a comprar o triplo de quantidade de lâmpadas para suprir a mesma necessidade de luz

Contagem regressiva

Outro tipo atual de obsolescência, a funcional, ocorre quando o produto tem sua vida útil abreviada de propósito. O documentário The Light Bulb Conspiracy traz o exemplo de um consumidor dosEUA cuja impressora parou de funcionar - e consertá-la sairia mais caro que comprar uma nova. Ele descobriu que o fabricante incluía um chip que causava a pane após certo número de impressões

Um designer holandês planeja lançar um celular modular: você só troca as partes que precisam ser atualizadas. Confira em phonebloks.com

Teoria da conspiração?

Para alguns, fenômeno não existe

Alguns especialistas refutam a existência da obsolescência programada. Para eles, os bens de consumo se tornam ultrapassados rapidamente pelo avanço da tecnologia - que dá saltos cada vez maiores. "Foi o caso dos primeiros computadores fabricados em grande escala. Os modelos 1.86 nem chegaram a existir, pois já estava em produção o modelo 2.86", afirma o doutor em marketing Marcos Cortez Campomar, da USP

Consultoria João Paulo Amaral, pesquisador do Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor (Idec), Gisele da Silva Bonfim, bióloga, e Claudia Marques Rosa, bióloga
http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-e-obsolescencia-programada

Quais as máquinas mais potentes do mundo?

Quais as máquinas mais potentes do mundo?
por Júnior Bellé | Edição 153
CARRO


O Koenigsegg One:1 gera 1.359 cavalos de potência com seu motor 5.0 biturbo. O resultado é impressionante: 400 km/h em 20 segundos. A tecnologia de fabricação é tanta que algumas peças do possante foram feitas com uma impressora 3D. Por enquanto, a previsão de produção é de apenas seis veículos, cujo preço unitário ainda nem foi revelado
AVIÃO

CARGUEIRO


O maior, mais largo e potente do mundo é o ucraniano Antonov An-225 Mriya, com 18 m de altura, 84 m de comprimento e asas que cobrem uma área de 905 m2. Sua velocidade máxima é de 850 km/h e a capacidade de carga chega a 640 toneladas

DE PASSAGEIROS

Com capacidade para até 845 pessoas, o francês Airbus A380 é o maior e mais potente avião comercial. Atinge 970 km/h e tem uma envergadura de quase 80 m

TELESCÓPIO


DO MUNDO

É o VLT, gerenciado pelo Observatório Europeu do Sul, mas situado no Deserto do Atacama, no Chile. Ele é formado por quatro telescópios ópticos (Antu, Kueyen, Melipal e Yepun) de 8,2 m, cada um com capacidade 4 bilhões de vezes maior que a do olho humano

MICROSCÓPIO

DO MUNDO


Com 7 toneladas e 4,5 m de altura, o STEHM foi desenvolvido pela Universidade de Vitória, no Canadá, ao custo de US$ 9,2 milhões. Sua resolução é de 35 picômetros, o que significa que é cerca de 20 milhões de vezes mais potente que o olho humano

DO MERCADO


O Delta Vision OMX Blaze serve para observar objetos de até 100 nanômetros (1 nanômetro equivale a 1 bilionésimo de metro). Essa medida é mais ou menos mil vezes mais fino que a espessura de um fio de cabelo

COMPUTADOR


DO MUNDO

A China detém o Tianhe-2, desenvolvido por um time de 1.300 cientistas e engenheiros da Universidade Nacional de Defesa Tecnológica mas instalado na Universidade Sun Yat-sen. A velocidade de processamento é de 33,85 petaflops (quase 34 milhões de gigaflops) e a memória é de cerca de 1.500 terabytes. O custo foi de US$ 390 milhões

DO MERCADO

O computador pessoal mais potente é o Mac Pro, da Apple, lançado em 2013. O cilindro pode abrigar um processador de até 40 GB/s e até 64 GB de memória. O preço da versão mais básica é de US$ 3 mil, mas pode chegar a até US$ 12 mil, dependendo da turbinada

CÂMERA DIGITAL


DO MUNDO

Projetada para registrar as profundezas do Universo com exposições muito longas, a DECam tira fotos com 570 megapixels e tem 74 CCDs (dispositivo que converte fótons em informação digital). Está localizada no Observatório Interamericano Cerro Tololo, nas montanhas dos Andes, no Chile. O Brasil é um dos apoiadores do projeto

DO MERCADO

A Lumix FZ72, lançada em 2013 pela Panasonic, é uma câmera com lentes capazes de ampliar um objeto em 60 vezes - digitalmente, o zoom pode chegar a 120 vezes. Se o critério for quantidade de megapixels, vence a Mamiya Leaf Aptus II, com 80 MP



Fontes INFO, Forbes, space.com, Digital Trends, QUATRO RODAS, CNN, BBC, Folha de S.Paulo e Auto Esporte

Consultoria Filipe de Almeida Garrett, jornalista especializado em tecnologia da RPC, e Zeca Chaves, redator-chefe de QUATRO RODAS

ENSINO FUNDAMENTAL: Ciclo da Água

Ciclo da Água

Pode admitir-se que a quantidade total de água existente na Terra, nas suas três fases, sólida, líquida e gasosa, se tem mantido constante, desde o aparecimento do Homem.
A água da Terra - que constitui a hidrosfera - distribui-se por três reservatórios principais, os oceanos, os continentes e a atmosfera, entre os quais existe uma circulação perpétua - ciclo da água ou ciclo hidrológico. O movimento da água no ciclo hidrológico é mantido pela energia radiante de origem solar e pela atração gravítica.
Pode definir-se ciclo hidrológico como a seqüência fechada de fenômenos pelos quais a água passa do globo terrestre para a atmosfera, na fase de vapor, e regressa àquele, nas fases líquida e sólida. A transferência de água da superfície do Globo para a atmosfera, sob a forma de vapor, dá-se por evaporação direta, por transpiração das plantas e dos animais e por sublimação (passagem direta da água da fase sólida para a de vapor).
A quantidade da água mobilizada pela sublimação no ciclo hidrológico é insignificante perante a que é envolvida na evaporação e na transpiração, cujo processo conjunto se designa por evapotranspiração.
O vapor de água é transportado pela circulação atmosférica e condensa-se após percursos muito variáveis, que podem ultrapassar 1000 km. A água condensada dá lugar à formação de nevoeiros e nuvens e a precipitação a partir de ambos.
A precipitação pode ocorrer na fase líquida (chuva ou chuvisco) ou na fase sólida (neve, granizo ou saraiva).
A água precipitada na fase sólida apresenta-se com estrutura cristalina no caso da neve e com estrutura granular, regular em camadas, no caso do granizo, e irregular, por vezes em agregados de nódulos, que podem atingir a dimensão de uma bola de tênis, no caso da saraiva.
A precipitação inclui também a água que passa da atmosfera para o globo terrestre por condensação do vapor de água (orvalho) ou por congelação daquele vapor (geada) e por intercepção das gotas de água dos nevoeiros (nuvens que tocam no solo ou no mar).
A água que precipita nos continentes pode tomar vários destinos. Uma parte é devolvida diretamente à atmosfera por evaporação; a outra origina escoamento à superfície do terreno, escoamento superficial, que se concentra em sulcos, cuja reunião dá lugar aos cursos de água. A parte restante infiltra-se, isto é, penetra no interior do solo, subdividindo-se numa parcela que se acumula na sua parte superior e pode voltar à atmosfera por evapotranspiração e noutra que caminha em profundidade até atingir os lençóis aqüíferos (ou simplesmente aqüíferos) e vai constituir o escoamento subterrâneo.
Tanto o escoamento superficial como o escoamento subterrâneo vão alimentar os cursos de água que desaguam nos lagos e nos oceanos, ou vão alimentar diretamente estes últimos.
O escoamento superficial constitui uma resposta rápida à precipitação e cessa pouco tempo depois dela. Por seu turno, o escoamento subterrâneo, em especial quando se dá através de meios porosos, ocorre com grande lentidão e continua a alimentar os cursos de água longo tempo após ter terminado a precipitação que o originou.
Assim, os cursos de água alimentados por aqüíferos apresentam regimes de caudal mais regulares.
Ciclo da Água
Ciclo da água
Os processos do ciclo hidrológico decorrem, como se descreveu, na atmosfera e no globo terrestre, pelo que se pode admitir dividido o ciclo da água em dois ramos: aéreo e terrestre.
A água que precipita nos continentes vai, assim, repartir-se em três parcelas: uma que é reenviada para a atmosfera por evapotranspiração e duas que produzem escoamento superficial e subterrâneo.
Esta repartição é condicionada por fatores vários, uns de ordem climática e outros respeitantes às características físicas do local onde incide a precipitação: pendente, tipo de solo, seu uso e estado, e subsolo.
Assim, a precipitação, ao incidir numa zona impermeável, origina escoamento superficial e evaporação direta da água que se acumula e fica disponível à superfície. Incidindo num solo permeável, pouco espesso, assente numa formação geológica impermeável, produz escoamento superficial (e, eventualmente, uma forma de escoamento intermédia - escoamento subsuperficial), evaporação da água disponível à superfície e ainda evapotranspiração da água que foi retida pela camada do solo de onde pode passar à atmosfera. Em ambos os casos não há escoamento subterrâneo; este ocorre no caso de a formação geológica subjacente ao solo ser permeável e espessa.
A energia solar é a fonte da energia térmica necessária para a passagem da água das fases líquida e sólida para a fase do vapor; é também a origem das circulações atmosféricas que transportam vapor de água e deslocam as nuvens.
A atração gravitica dá lugar à precipitação e ao escoamento. O ciclo hidrológico é uma realidade essencial do ambiente. É também um agente modelador da crosta terrestre devido à erosão e ao transporte e deposição de sedimentos por via hidráulica. Condiciona a cobertura vegetal e, de modo mais genérico, a vida na Terra.
ciclo hidrológico à escala planetária pode ser encarado como um sistema de destilação gigantesco, estendido a todo o Globo. O aquecimento das regiões tropicais devido à radiação solar provoca a evaporação contínua da água dos oceanos, que é transportada sob a forma de vapor pela circulação geral da atmosfera, para outras regiões. Durante a transferência, parte do vapor de água condensa-se devido ao arrefecimento e forma nuvens que originam a precipitação. O retorno às regiões de origem resulta da cação combinada do escoamento proveniente dos rios e das correntes marítimas.
Fonte: www.geocities.com
Ciclo da Água
Ciclo da Água é o fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solar associada à gravidade e à rotação terrestre.
O conceito de ciclo hidrológico está ligado ao movimento e à troca de água nos seus diferentes estados físicos, que ocorre na Hidrosfera, entre os oceanos, as calotes de gelo, as águas superficiais, as águas subterrâneas e a atmosfera. Este movimento permanente deve-se ao Sol, que fornece a energia para elevar a água da superfície terrestre para a atmosfera (evaporação), e à gravidade, que faz com que a água condensada caia (precipitação) e que, uma vez na superfície, circule através de linhas de água que se reúnem em rios até atingir os oceanos (escoamento superficial) ou se infiltre nos solos e nas rochas, através dos seus poros, fissuras e fraturas (escoamento subterrâneo).
Nem toda a água precipitada alcança a superfície terrestre, já que uma parte, na sua queda, volta a evaporar-se.
A água que se infiltra no solo é sujeita a evaporação direta para a atmosfera e é retida pela vegetação, que através da transpiração, a devolve à atmosfera. Este processo chamado evapotranspiração ocorre no topo da zona não saturada, ou seja, na zona onde os espaços entre as partículas de solo contêm tanto ar como água.
A água que continua a infiltrar-se e atinge a zona saturada das rochas, entra na circulação subterrânea e contribui para um aumento da água armazenada (recarga dos aquíferos).
Na Figura abaixo observa-se que na zona saturada (aquífero) os poros ou fraturas das formações rochosas estão completamente preenchidos por água (saturados). O topo da zona saturada corresponde ao nível freático.
A água subterrânea pode ressurgir à superfície (nascentes) e alimentar as linhas de água ou ser descarregada diretamente no oceano.
A quantidade de água e a velocidade a que esta circula nas diferentes etapas do ciclo hidrológico são influenciadas por diversos fatores como, por exemplo, o coberto vegetal, altitude, topografia, temperatura, tipo de solo e geologia.
Ciclo da Água
Componentes do ciclo hidrológico
Ciclo da Água
Movimentação de água no perfil do solo
Resumo do ciclo hidrológico:
a) circulação da água, do oceano, atravé s da atmosfera, para o continente, retorno, após a detenção em vários pontos, para o oceano, através de escoamentos superficiais ou subterr âneos e, em parte pela própria atmosfera; e
b)
 curtos-circuitos que excluem segmentos diversos do ciclo completo, como por exemplo a movimentação da água do solo e da superfície terrestre para a atmosfera, sem passar pelo oceano.
Daniel Fonseca de Carvalho
Leonardo Duarte Batista da Silva
Fonte: www.ufrrj.br
Ciclo da Água
Um dos ciclos básicos para a vida na Terra, o ciclo da água tem seu início com a evaporação das águas dos oceanos, lagos e rios. Essa evaporação se dá por causa do calor provocado pelo Sol e pela ação dos ventos, transformando a água do estado líquido para o estado gasoso.
O vapor de água, por ser mais leve que o ar, sobe na atmosfera formando nuvens.
Quando as nuvens são atingidas por temperaturas mais baixas, o vapor de água se condensa e se transforma em gotículas que se precipitam de volta à superfície em forma de chuva.
Nas regiões muito frias, essas gotículas se transformam em flocos de neve ao se precipitarem.
As águas da chuva ficam retidas no solo nas áreas onde há vegetação. Essa água é usada pelas plantas. Outra parte da água acaba indo para os rios e lagos.
A água não utilizada pelas plantas passa através de pedras permeáveis e acaba se dirigindo para grandes reservatórios no subterrâneo, formando os chamados lençóis de água, que fluem de volta para os oceanos.
A evaporação das águas da superfície terrestre é constante e novos ciclos se formam a todo instante.
O homem, os animais e as plantas também contribuem para a formação de vapor de água, por expiração durante o processo de respiração.
Fonte: www.escolavesper.com.br
Ciclo da Água
Pode admitir-se que a quantidade total de água existente na Terra, nas suas três fases, sólida, líquida e gasosa, se tem mantido constante, desde o aparecimento do Homem.
A água da Terra - que constitui a hidrosfera - distribui-se por três reservatórios principais, os oceanos, os continentes e a atmosfera, entre os quais existe uma circulação perpétua - ciclo da água ou ciclo hidrológico. O movimento da água no ciclo hidrológico é mantido pela energia radiante de origem solar e pela atração gravítica.
Pode definir-se ciclo hidrológico como a sequência fechada de fenómenos pelos quais a água passa do globo terrestre para a atmosfera, na fase de vapor, e regressa àquele, nas fases líquida e sólida.
A transferência de água da superfície do Globo para a atmosfera, sob a forma de vapor, dá-se por evaporação direta, por transpiração das plantas e dos animais e por sublimação (passagem direta da água da fase sólida para a de vapor).
A quantidade da água mobilizada pela sublimação no ciclo hidrológico é insignificante perante a que é envolvida na evaporação e na transpiração, cujo processo conjunto se designa por evapotranspiração.
O vapor de água é transportado pela circulação atmosférica e condensa-se após percursos muito variáveis, que podem ultrapassar 1000 km. A água condensada dá lugar à formação de nevoeiros e nuvens e a precipitação a partir de ambos.
A precipitação pode ocorrer na fase líquida (chuva ou chuvisco) ou na fase sólida (neve, granizo ou saraiva). As designações de chuva ou de chuvisco aplicam-se consoante o diâmetro das gotas e superior ou inferior a 0,5 mm. A água precipitada na fase sólida apresenta-se com estrutura cristalina no caso da neve e com estrutura granular, regular em camadas, no caso do granizo, e irregular, por vezes em agregados de nódulos, que podem atingir a dimensão de uma bola de ténis, no caso da saraiva.
A precipitação inclui também a água que passa da atmosfera para o globo terrestre por condensação do vapor de água (orvalho) ou por congelação daquele vapor (geada) e por intercepção das gotas de água dos nevoeiros (nuvens que tocam no solo ou no mar).
A água que precipita nos continentes pode tomar vários destinos. Uma parte é devolvida diretamente à atmosfera por evaporação; a outra origina escoamento à superfície do terreno, escoamento superficial, que se concentra em sulcos, cuja reunião da lugar aos cursos de água. A parte restante infiltra-se, isto é, penetra no interior do solo, subdividindo-se numa parcela que se acumula na sua parte superior e pode voltar à atmosfera por evapotranspiração e noutra que caminha em profundidade ate atingir os lençóis aquíferos (ou simplesmente aquíferos) e vai constituir o escoamento subterrâneo.
Tanto o escoamento superficial como o escoamento subterrâneo vão alimentar os cursos de água que desaguam nos lagos e nos oceanos, ou vão alimentar diretamente estes últimos.
O escoamento superficial constitui uma resposta rápida à precipitação e cessa pouco tempo depois dela. Por seu turno, o escoamento subterrâneo, em especial quando se dá através de meios porosos, ocorre com grande lentidão e continua a alimentar os cursos de água longo tempo após ter terminado a precipitação que o originou.
Assim, os cursos de água alimentados por aquíferos apresentam regimes de caudal mais regulares.
Os processos do ciclo hidrológico decorrem, como se descreveu, na atmosfera e no globo terrestre, pelo que se pode admitir dividido o ciclo da água em dois ramos: aéreo e terrestre.
A água que precipita nos continentes vai, assim, repartir-se em três parcelas: uma que é reenviada para a atmosfera por evapotranspiração e duas que produzem escoamento superficial e subterrâneo.
Esta repartição é condicionada por fatores vários, uns de ordem climática e outros respeitantes às características físicas do local onde incide a precipitação: pendente, tipo de solo, seu uso e estado, e subsolo.
Assim, a precipitação, ao incidir numa zona impermeável, origina escoamento superficial e evaporação direta da água que se acumula e fica disponível à superfície. Incidindo num solo permeável, pouco espesso, assente numa formação geológica impermeável, produz escoamento superficial (e, eventualmente, uma forma de escoamento intermédia — escoamento sub superficial), evaporação da água disponível à superfície e ainda evapotranspiração da água que foi retida pela camada do solo de onde pode passar a atmosfera. Em ambos os casos não há escoamento subterrâneo; este ocorre no caso de a formação geológica subjacente ao solo ser permeável e espessa.
A energia solar é a fonte da energia térmica necessária para a passagem da água das fases líquida e sólida para a fase do vapor; é também a origem das circulações atmosféricas que transportam vapor de água e deslocam as nuvens.
A atração gravítica dá lugar à precipitação e ao escoamento. O ciclo hidrológico é uma realidade essencial do ambiente. É também um agente modelador da crosta terrestre devido à erosão e ao transporte e deposição de sedimentos por via hidráulica. Condiciona a cobertura vegetal e, de modo mais genérico, a vida na Terra.
O ciclo hidrológico a escala planetária pode ser encarado como um sistema de destilação gigantesco, estendido a todo o Globo. O aquecimento das regiões tropicais devido à radiação solar provoca a evaporação contínua da água dos oceanos, que é transportada sob a forma de vapor pela circulação geral da atmosfera, para outras regiões. Durante a transferência, parte do vapor de água condensa-se devido ao arrefecimento e forma nuvens que originam a precipitação. O retorno às regiões de origem resulta da ação combinada do escoamento proveniente dos rios e das correntes marítimas.
Fonte: snirh.inag.pt
Ciclo da Água
A contínua circulação da água na natureza constitui o chamado ciclo da água, que se relaciona ao conjunto das mudanças de lugar e de estado físico da água ao longo do tempo.
Considerando-se todo o planeta, descrevemos resumidamente as etapas desse ciclo:
1. Sob a ação dos ventos e dos raios solares, a água dos rios, lagos e oceanos evapora. O vapor de água sobe e, ao encontrar as camadas mais frias da atmosfera, condensa-se e forma nuvens. As nuvens são compostas de uma grande quantidade de gotículas de água; 
2.
 A água presente nas nuvens precipita-se sobre a superfície na forma de chuva, neve ou granizo (chuva de pedras); 
3.
 Parte da água que cai no solo torna a evaporar. Outra parte escorre pela superfície, atingindo rios e mares. Uma certa quantidade de água se infiltra na terra e forma os lençóis de água subterrâneos. Estes, por sua vez, acabam abastecendo rios, mares, lagos e fontes, fechando assim o ciclo.
Ciclo da Água
Ciclo da água
Os seres vivos também participam do ciclo da água, pois os vegetais e os animais absorvem continuamente água do ambiente e a devolvem ao meio de diversas maneiras. Os vegetais a devolvem pela transpiração; os animais, também pela transpiração, pelas fezes e principalmente pela urina. Na transpiração a água é perdida sob a forma de vapor.
Fonte: www.editorasaraiva.com.br
Ciclo da Água
A água desenvolve um ciclo. O chamado ciclo da água é o caminho que ela percorre. A chuva, basicamente, é o resultado da água que evapora dos lagos, rios e oceanos, formando as nuvens. Quando as nuvens estão carregadas, soltam a água na terra. Ela penetra o solo e vai alimentar as nascentes dos rios e os reservatórios subterrâneos. Se cai nos oceanos, mistura-se às águas salgadas e volta a evaporar, chove e cai na terra.
A quantidade de água existente no planeta não aumenta nem diminui. A abundância de água é relativa. É preciso levar em conta os volumes estimados de água acumulados e o tempo médio que ela permanece nos ambientes terrestres.
Por exemplo: nos rios o volume estimado de água é de 1700 quilômetros cúbicos e o tempo de permanência no leito é de duas semanas. As geleiras e a neve têm 30 milhões de quilômetros cúbicos e a água deve ficar congelada por milhares de anos. A água atmosférica tem o volume de 113 mil quilômetros cúbicos e permanece por 8 a 10 dias no ar.
Acredita-se que a quantidade atual de água seja praticamente a mesma de há 3 bilhões de anos. Isto porque o ciclo da água se sucede infinitamente. Não seria engraçado se o alimento que comemos ontem tivesse sido preparado com as águas que, tempos atrás, foram utilizadas pelos romanos em seus famosos banhos coletivos?

O que é Água

A água é um líquido incolor e inodoro, como todas as substâncias é formada por partículas minúsculas chamadas átomos, que agrupados formam moléculas. A molécula de água é formada por dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio - h2O.
O CONAMA pela resolução 20/86, classifica as águas no Brasil de acordo com a sua salinidade. Salinidade inferior ou igual a 0,5% é água doce, com salinidade entre 0,5% e 30% é água salobra e com salinidade superior a 30% é água salina.
A água pode apresentar-se sob três aspectos: sólido, líquido e gasoso; essas diferentes fases de agregação molecular dependem de condições ambientais, como pressão e temperatura.

Aspectos Físicos e Químicos da Água

São quatro as mudanças de estado físico da água: Fusão, Vaporização, Condensação e Solidificação.
Fusão: É a passagem do estado sólido para o líquido. Um exemplo de fusão é o gelo se derretendo, quando a temperatura da água aumenta acima de 0oC; também pode ocorrer fusão da água quando há diminuição da pressão. 
Vaporização
 : É a passagem do estado líquido para o gasoso, pode se dar por Evaporação e Ebulição. Dizemos que a água se evapora quando passa do estado líquido para o gasoso lentamente e à temperatura ambiente. Quanto maior a superfície da água em contato com o ar, quanto maior a temperatura do ambiente e quanto maior a ventilação, mais rápida será a evaporação da água. A ebulição ocorre quando a água passa do líquido para o gasoso rapidamente, por aumento súbito da temperatura; por exemplo a água que ferve numa chaleira à 100 oC. 
Condensação ou Liquefação : 
É a passagem da água do estado gasoso para o estado líquido. As nuvens, por exemplo, são formadas por gotículas de água, quando a temperatura diminui ou a pressão atmosférica aumenta, o vapor se transforma em líquido, isto é, se condensa, formando as nuvens e, posteriormente cai em forma de chuva. A neblina e o sereno são outros exemplos de condensação. 
Solidificação : 
É a passagem da água do estado líquido para o sólido, e para que isso ocorra é necessário que haja diminuição da temperatura ou aumento da pressão. O volume da água diminui e a densidade aumenta quando a temperatura passa de 0oC para 4oC, depois volta a aumentar, por isso o gelo flutua.
O ciclo hidrológico caracteriza o comportamento natural da água: sua origem, sua forma, transformações e relações com os seres vivos
Sob efeito do aquecimento solar, a evaporação de toda a água na Terra com a evapo-transpiração das plantas e animais, sobem para atmosfera e formam as nuvens, que de acordo com a pressão e temperatura, adquirem características de cirrus (nuvens altas), altocumulos (nuvens médias) e stratocumulus (nuvens baixas). Ao alcançarem as regiões mais frias e ficarem cada vez mais cheias de vapor d'água, as nuvens condensam-se, tornam-se pesadas e caem em forma de chuva, granizo ou neve. Assim a água retorna aos oceanos, lagos, rios e ao solo; parte da água que caiu pode se infiltrar no solo e formar os lençóis freáticos, aqüífero artesiano ou simplesmente as águas subterrâneas.
A água é necessária não somente como um suporte pontual para a vida da fauna e a flora, mas também como motor de um conjunto de movimentos cíclicos de renovação e transformação que conformam o chamado ciclo da água ou ciclo hidrológico.
A água tem como característica interessante seu extraordinário grau de mobilidade: passa do estado líquido ao estado gasoso, retorna ao estado líquido, pode passar novamente ao estado sólido e continua assim em um processo permanente de mudanças que se relaciona com a energia.
A água é a mestra do reciclado, da autoconversão e da autopurificação. Vejamos como ocorre o processo. As águas oceânicas ou continentais passam ao estado gasoso mediante a evaporação, graças à energia que recebem do sol. Os níveis de evaporação dependem da temperatura e da quantidade de vapor ou umidade que se encontre no ar circundante. Também existe uma importante evaporação que provém das plantas, que neste caso se denomina transpiração.
O processo inverso à evaporação é a condensação. O vapor volta a se converter em água quando o ar saturado com umidade absorve mais umidade por parte de outras substâncias ou quando há uma gota na temperatura do ar saturada com umidade. O vapor se condensa no ar e forma minúsculas gotas de água; estas por sua vez formam as nuvens. O ar que contém vapor ou nuvens é transportado pelo vento de um lugar a outro, por este motivo, o vento desempenha um papel importante na possibilidade de que chova ou não em um lugar.
Como as minúsculas gotas que constituem as nuvens não têm possibilidade de cair na terra por seu pequeno tamanho, é possível que se convertam de novo em vapor. Se calcula que cada milhão dessas minúsculas gotinhas podem formar tão somente uma gota de chuva. Estas gotas grandes são as que caem na superfície terrestre em forma de precipitação. De acordo com as condições climáticas, as gotas se unem, às vezes, com cristais de gelo e formam flocos de neve que podem se converter em água à medida que caem na terra ou se precipitam em forma de granizo.
Quando chove, a água não desliza pela superfície unicamente, mas parte dela é absorvida pela terra. A possibilidade de que o solo absorva a água depende de diversas circunstâncias, entre elas, o grau de porosidade do solo, a vegetação existente e as camadas que resultam impenetráveis. Por exemplo, nas cidades, o asfalto não permite que a água seja absorvida pelo solo. Em todo este processo existe também a possibilidade de que sejam criadas fontes naturais de água, particularmente quando a chuva é retida nas camadas rochosas.
A água superficial é aquela que flui sobre a superfície da terra, como os rios, ou que se encontra em um lugar concreto, como os lagos ou áreas úmidas.
Assim, o ciclo da água transcorre em diversas etapas: a evaporação ou transpiração, a condensação, o transporte, as precipitações, a infiltração e o movimento de águas superficiais ou subterrâneas. Em cada um destes momentos, a água representa um grande valor ecológico, uma vez que estabelece as bases para que os diversos ecossistemas, sejam eles aquáticos ou terrestres, tenham possibilidades de vida.
Vejamos alguns detalhes:
Quando as águas oceânicas evaporam, os vapores resultantes já não têm sal, de maneira que nesse momento se realiza uma valiosa transformação da água salgada em água doce, a qual é transportada posteriormente para as superfícies continentais.
Os ecossistemas dependentes de fluxos de energias e de ciclos de nutrientes essenciais, são providos pela água graças a sua capacidade de dissolvê-los e transportá-los.
Sem a água não funcionariam os ciclos biológicos, geológicos, nem químicos que permitem a vida.
A presença da água equilibra o calor do nosso planeta ao transportar calor de umas a outras latitudes e consegue que as variações térmicas sejam menores.
Tudo isto destaca a enorme importância de manter um bom equilíbrio global da água, já que todos os processos mencionados têm uma permanente interação e uma decisiva influência mútua. Por exemplo, de nada serviria fazer a gestão dos recursos hídricos em uma pequena localidade, de maneira isolada, se no seu entorno as atividades estão desequilibradas.
Por este motivo, é preciso que se respeite e cuide o ciclo da água em todo o planeta Terra e que se considerem os elementos de suas diversas etapas para conseguir que continue sendo o valioso motor e base da vida.
Fonte: www.agua.bio.br
Ciclo da Água
Reciclagem significa, segundo o Dicionário da Real Academia submeter repetidamente uma matéria a um mesmo ciclo para cumprir o incrementar os efeitos deste (Dicionário de a Real Academia, XX Edição, 1984, Madrid). Nada se ajusta melhor a esta definição que o ciclo HIDROLOGICO ou da água. O ciclo hidrológico é um movimento continuo, um processo natural de reciclagem de moléculas de água da terra ao ar e de regresso a terra.
A energia solar esquenta a água dos oceanos, mares e massas terrestres, transferindo-as atmosfera como vapor de água. Uma vez na atmosfera, o vapor forma as nuvens. As nuvens são transportadas por patrões da clima, que recebe influência da topografia do terreno. Às vezes o vapor se condensa em forma de neblina ou nuvens e eventualmente desce à Terra como precipitação, acumulando-se em águas superficiais e sob o terreno. Ato contínuo, o processo de reciclagem, com o regresso da água para a atmosfera, continua.
Os processos chave do ciclo hidrológico são: evaporação, transpiração, precipitação e a infiltração. Outros processos são a respiração e a combustão.
Para seguir o movimento da água através deste ciclo, comecemos pelo lado direito do desenho, onde a energia do sol está evaporando a água do mar até a atmosfera. Enquanto o vapor ascende dos oceanos e do terreno, deixa atrás de si minerais, tais como sais, que podem converter em inóspita a terra. Mas nos oceanos, este é só uma parte de um processo natural, que não tem efeito daninho na vida marinha.
O vapor de água invisível se une então a procissão de moléculas de água numa viajem que o levará de regresso ao solo ou à água, em forma de precipitação. A precipitação pode tomar uma das varias formas possíveis, mas sempre começará como água congelada.
As moléculas de água se juntam e se lançam até a superfície da Terra. Assim, a água termina como gota de chuva, cristal de neve ou granizo, o que depende da estação da ano, da localização e do clima.
Nem toda a água chegará a Terra. Alguma se evaporará no caminho entre as nuvens e a terra e então regressará a atmosfera para iniciar de novo o ciclo.
Quando chegar a Terra, correrá sobre a superfície da terreno, se infiltrará (enchendo os espaços porosos que existem entre as partículas que compõem o solo), ou cairá num corpo de água (riacho, rio ou lago).
Este caminho pode ser interceptado mediante práticas de conservação, como são a construção de pequenas represas, platôs, e canais revestidos de grama. Estas práticas permitem que a água se infiltre e se detenha como água superficial. (Ver informação adicional sobre Conservação)
Pequenas quantidades de água são retidas e mantidas por plantas, edifícios, automóveis, maquinaria e outras estruturas até que se evaporam e regressam atmosfera.
A medida que os motores fazem seu trabalho de gerar potência aos veículos, parte de seu descarte consiste de vapor de água que são lançados à atmosfera através do processo de combustão e queima. E os animais inalam vapor de água quando respiram
A maior parte de água se infiltra no terreno. Parte de água será absolvida pelas raízes das plantas, para logo ser transpiradas ou expulsas ao ar através de suas folhas em forma de vapor de água. Outra porção de água se moverá lentamente até os aqüíferos subterrâneos, percolando através do solo até chegar ao leito de rocha. Eventualmente, por médio de poços ou drenagem, a água subterrânea pode ser extraída e usada.
Outra parte da água ascendera lentamente através do solo e do leito de rocha até chegar a superfície em forma de mananciais ou de poços artesianos.
O excesso de água correrá sobre a superfície do terreno até os corpos de água, arrastando terra valiosa e todo o que se adere às partículas de terra. Então, o processo de evaporação, assim como o da transpiração, respiração e combustão, começa de novo. E a interminável reciclagem da água continua.

A RESPEITO DA ÁGUA

Ainda que a água que se encontra em nosso redor seja em forma visível ou invisível, de alguma maneira continuamos considerando-a um mistério, já que é um dos recursos dos quais menos se conhece.
Todos temos contato direto com a água; diariamente, a cada minuto. Quando respiramos, inalamos e exalamos, estamos respirando material de despejo, incluindo vapor de água. Esse vapor de água provém da água que bebemos, dos alimentos que comemos e do ar que respiramos.
A água nos rodeia. Está no ar como chuva, gelo, vapor ou neblina. Está nos lagos, nas correntes, nos rios, nos mares e nas calotas polares. É a maior componente do volume das plantas e animais, incluindo os humanos. Os humanos estão compostos de aproximadamente 65% de água. No sangue contém aproximadamente entre 80 e 90% de água, e nos músculos são compostos de, aproximadamente, 75% de água. Para manter o corpo funcionando necessitamos de 2,6 a 2,8 litros de água diariamente. Ainda que a uma pessoa lhe bastaria para subsistir 3,75 litros de água ao dia para tomar, cozinhar e lavar, isto raramente ocorre. Uma pessoa dos países europeus usa entre 300 e 380 litros de água ao dia. Isto é muito diferente em comparação com os 10,8 a 15 litros ao dia que usava uma pessoa nos tempos medievais, ou os 150 a 200 litros diários que consumimos em Alagoas.
Quando vamos à fonte para tomar um gole de água fresca e limpa, essa água é nova para nós. Mas realmente não é água nova. Essa água tem sido reciclada uma e outra vez desde o começo do universo, por diversas formas de vida, como um dinossauro, um coelho, um lagartixa e até por nossos antepassados. Um fato muito importante para recordar é que, a cada momento, temos toda a água que teremos ou que já tivemos. Não se está produzindo água nova.
O que é exatamente a água? Em termos simples, a água é um composto de dois átomos de hidrogênio atraídos e unidos a um átomo de oxigênio. Os átomos de hidrogênio permitem alcançar as baixas temperaturas de congelação e as altas temperaturas de ebulição.
Ainda que a superfície da terra seja composta por aproximadamente 75% de água, só uns 3% é de água doce; dessa parcela, cerca de 75% se encontra em forma congelada nas capas de gêlo polares, tornando seu uso econômico praticamente impossível, Consequentemente, a quantidade de água disponível aos humanos é relativamente grande, mas pode estar limitada, dependendo de onde se vive.

ÁGUA E CONSERVAÇÃO

Ainda que exista pouco controle sobre ciclo hidrólogo e o fornecimento primário seja fixo, usualmente a água pode ser administrada e conservada, desde que disponível devido à precipitação.
A administração da água começa com o manejo do solo. Já que o abastecimento de água chega a nós em forma de precipitação que cai sobre terra, o destino de cada gota de chuva, floco de neve ou de granizo, depende principalmente de onde caem, do tipo de solo e da cobertura do mesmo.
A erosão do solo começa com uma gota de água explorando as partículas de solo como uma pequena bomba. O solo começa a mover-se e se formam pequenos riachos pelos quais a água encontra seu caminho através da superfície terrestre. Se não são tomadas providências, se formará uma grande garganta. Num período de vários milhões de anos, essa garganta pode converter-se quase literalmente em um Grande Canyon como o que se encontra à sudoeste dos Estados Unidos da América do Norte.
Outra forma de erosão é a Erosão Laminar a qual, como seu nome indica, move a superfície do solo em lâminas extensas mas delgadas, que usualmente são quase imperceptíveis.
A erosão ocorre onde houver solo desprotegido: nas estradas, nas fazendas, nos pátios das escolas, em novas construções, nas casas, nos parques e nos bosques.
Uma tempestade ou uma chuva forte descarrega milhões de toneladas de água sobre a terra. A força dessa água pode afetar severamente a paisagem se não se toma as precauções adequadas. Gota a gota a água golpeia o solo, aflorando suas partículas e deslocando-as por distâncias curtas ou pode transportá-las até lugares muito distantes. Desta forma, a erosão do solo pela água, é um evento natural.
A erosão é a fonte dos sedimentos que enchem as barragens, lagos e correntes com contaminantes potenciais que podem matar a vida aquática. O sedimento pode encurtar a vida útil de represas e barragens, obstruir os canais de navegação e afetar a quantidade e qualidade da água servida a povoados e cidades.
A água e o solo descobertos e desprotegidos, representam um problema de erosão que pode controla-se mediante práticas de conservação vegetativas. A idéia é interceptar e reduzir o impacto da caída ou escoamento da água, permitindo-lhe empapar o solo para o uso das plantas ou escorrer de uma maneira segura e controlada.
Os ramos e as folhas de árvores e arbustos, a grama, o mato e até as ervas daninhas ajudam a diminuir a força de arrasto da chuva e a manter o solo em seu lugar. É possível proteger o solo desprovido de vegetação por meio de camadas de palha e gravetos.
As pequenas represas nos riachos situados acima da bacia hidrológica, ajudam a controlar o fluxo de água e a proteger as consequências decorrentes de uma erosão acelerada.
Algumas das práticas de conservação de solos que detêm a água e protegem da erosão lugares onde há terrenos arados, consistem em arar a terra mantendo a curva de nível, construir terraços, assim como canais revestidos de grama para transportar o excesso de água.
Em cidades e subúrbios, onde a maior parte do terreno se utiliza para ruas, edifícios, centros comerciais, aeroportos e áreas industriais, a precipitação determina uma correnteza no solo 10 vezes mais rápida que em terrenos não pavimentados. E como esta água não pode penetrar no solo, seu volume aumenta, na medida em que recebe as águas vindas dos sistemas de drenagem e esgotamento sanitário. Ao movesse com tal velocidade e volume, arrastará o lixo e outros contaminantes sedimentados nestas tubulações e os arrastará aos rios e riachos.
Nas áreas urbanas, se aplicam os mesmos princípios de conservação e administração: interceptar a força da corrente de água, detê-la, controlá-la e reduzir a quantidade de água que corre pela superfície do terreno.
Na medida em que a população, cresce a demanda de água para consumo humano. De seu lado, a quantidade de água disponível não aumenta. O uso da água em países industrializados continua incrementando-se. A administração adequada da água disponível afeta a qualidade e a quantidade de água necessária para suprir as necessidades da crescente população, freqüentemente em locais que tem pouca disponibilidade de água.
Fonte: www.casal-al.com.br
Ciclo da Água

O que é

É o fenômeno global de circulação fechada da água entre a superfície terrestre e a atmosfera, impulsionado fundamentalmente pela energia solar associada gravidade e à rotação terrestre.
O conceito de ciclo hidrológico está ligado ao movimento e à troca de água nos seus diferentes estados físicos, que ocorre na Hidrosfera, entre os oceanos, as calotes de gelo, as águas superficiais, as águas subterrâneas e a atmosfera. Este movimento permanente deve-se ao Sol, que fornece a energia para elevar a água da superfície terrestre para a atmosfera (evaporação), e à gravidade, que faz com que a água condensada se caia (precipitação) e que, uma vez na superfície, circule através de linhas de água que se reúnem em rios até atingir os oceanos (escoamento superficial) ou se infiltre nos solos e nas rochas, através dos seus poros, fissuras e fraturas (escoamento subterrâneo). Nem toda a água precipitada alcança a superfície terrestre, já que uma parte, na sua queda, pode ser interceptada pela vegetação e volta a evaporar-se.
A água que se infiltra no solo é sujeita a evaporação direta para a atmosfera e é absorvida pela vegetação, que através da transpiração, a devolve à atmosfera. Este processo chamado evapotranspiração ocorre no topo da zona não saturada, ou seja, na zona onde os espaços entre as partículas de solo contêm tanto ar como água.
A água que continua a infiltrar-se e atinge a zona saturada, entra na circulação subterrânea e contribui para um aumento da água armazenada (recarga dos aquíferos). Na Figura observa-se que, na zona saturada (aquífero), os poros ou fraturas das formações rochosas estão completamente preenchidos por água (saturados). O topo da zona saturada corresponde ao nível freático. No entanto, a água subterrânea pode ressurgir à superfície (nascentes) e alimentar as linhas de água ou ser descarregada diretamente no oceano.
A quantidade de água e a velocidade com que ela circula nas diferentes fases do ciclo hidrológico são influenciadas por diversos fatores como, por exemplo, a cobertura vegetal, altitude, topografia, temperatura, tipo de solo e geologia.

Resumo do ciclo hidrológico

a) circulação da água, do oceano, através da atmosfera, para o continente, retorno, após a detenção em vários pontos, para o oceano, através de escoamentos superficiais ou subterrâneos e, em parte pela própria atmosfera.
b) curtos-circuitos que excluem segmentos diversos do ciclo completo, como por exemplo a movimentação da água do solo e da superfície terrestre para a atmosfera, sem passar pelo oceano.

Equação Hidrológica

I - O = deltaS

I = (entradas) incluindo todo o escoamento superficial por meio de canais e sobre a superfície do solo, o escoamento subterrâneo, ou seja, a entrada de água através dos limites subterrâneos do volume de controle, devido ao movimento lateral da água do subsolo, e a precipitação sobre a superfície do solo
O = saídas de água do volume de controle, devido ao escoamento superficial, ao escoamento subterrâneo, à evaporação e à transpiração das plantas
deltaS = variação no armazenamento nas várias formas de retenção, no volume de controle.
Apesar dessa simplificação, o ciclo hidrológico é um meio conveniente de apresentar os fenômenos hidrológicos, servindo também para dar ênfase às quatro fases básicas de interesse do engenheiro, que são:
Precipitação
Evaporação e transpiração
Escoamento superficial
Escoamento subterrâneo
Embora possa parecer um mecanismo contínuo, com a água se movendo de uma forma permanente e com uma taxa constante, é na realidade bastante diferente, pois o movimento da água em cada uma das fases do ciclo é feito de um modo bastante aleatório, variando tanto no espaço como no tempo.
Em determinadas ocasiões, a natureza parece trabalhar em excesso, quando provoca chuvas torrenciais que ultrapassam a capacidade dos cursos d’água provocando inundações. Em outras ocasiões parece que todo o mecanismo do ciclo parou completamente e com ele a precipitação e o escoamento superficial. E são precisamente estes extremos de enchente e de seca que mais interessam aos engenheiros, pois muitos dos projetos de Engenharia Hidráulica são realizados com a finalidade de proteção contra estes mesmos extremos.
Fonte: www.cetesb.sp.gov.br
Ciclo da Água

Essencial à Vida

As mais bonitas imagens da Terra, aquelas que são agradáveis aos olhos, à imaginação, as que são um convite ao relaxamento, sempre têm a água em sua composição: as ondas do mar, as cachoeiras, um riacho cristalino, a neve sobre as montanhas, os lagos espelhados, a chuva caindo sobre as plantas, o orvalho...
A ciência tem demonstrado que a vida se originou na água e que ela constitui a matéria predominante nos organismos vivos.
É impossível imaginar um tipo de vida em sociedade que dispense o uso da água: água para beber e cozinhar; para a higiene pessoal e do lugar onde vivemos; para uso industrial; para irrigação das plantações; para geração de energia; e para navegação.
A água é um elemento essencial à vida. Mas, a água potável não estará disponível infinitamente. Ela é um recurso limitado. Parece inacreditável, já que existe tanta água no planeta!

Quantidade e Composição

A água ocupa 70% da superfície da Terra. A maior parte, 97%, é salgada. Apenas 3% do total é água doce e, desses, 0,01% vai para os rios, ficando disponível para uso. O restante está em geleiras, icebergs e em subsolos muito profundos. Ou seja, o que pode ser potencialmente consumido é uma pequena fração.
Há muita coisa a saber a respeito da água. Ela está presente nos menores movimentos do nosso corpo, como no piscar de olhos. Afinal, somos compostos basicamente de água.
Esse líquido precioso está nas células, nos vasos sangüíneos e nos tecidos de sustentação. Nossas funções orgânicas necessitam da água para o seu bom funcionamento. Em média, um homem tem aproximadamente 47 litros de água em seu corpo. Diariamente, ele deve repor cerca de 2 litros e meio. Todo o nosso corpo depende da água, por isso, é preciso haver equilíbrio entre a água que perdemos e a água que repomos.
Quando o corpo perde líquido, aumenta a concentração de sódio que se encontra dissolvido na água. Ao perceber esse aumento, o cérebro coordena a produção de hormônios que provocam a sede. Se não beber água, o ser humano entra em processo de desidratação e pode morrer de sede em cerca de dois dias.
A água é composta por dois elementos químicos: Hidrogênio e Oxigênio, representados pela fórmula h2O. Como substância, a água pura é incolor, não tem sabor nem cheiro.
Quimicamente, nada se compara à água. É um composto de grande estabilidade, um solvente universal e uma fonte poderosa de energia química. A água é capaz de absorver e liberar mais calor que todas as demais substâncias comuns.
Quando congelada, ao invés de se retrair, como acontece com a maioria das substâncias, a água se expande e, assim, flutua sobre a parte líquida, por ter se tornado "mais leve". De acordo com leis da física, isso não deveria acontecer. Por causa dessa propriedade incomum da água é que os rios, lagos e oceanos, ao congelarem, formam uma camada de gelo na superfície enquanto o fundo permanece líquido. No que diz respeito a uma série de propriedades físicas e químicas, a água é uma verdadeira exceção à regra.
A Terra está a uma distância do sol que permite a existência dos três estados da água: sólido, líquido e gasoso.

O Ciclo da Água

A água desenvolve um ciclo. O chamado ciclo da água é o caminho que ela percorre. A chuva, basicamente, é o resultado da água que evapora dos lagos, rios e oceanos, formando as nuvens. Quando as nuvens estão carregadas, soltam a água na terra. Ela penetra o solo e vai alimentar as nascentes dos rios e os reservatórios subterrâneos. Se cai nos oceanos, mistura-se às águas salgadas e volta a evaporar, chove e cai na terra.
A quantidade de água existente no planeta não aumenta nem diminui. A abundância de água é relativa. É preciso levar em conta os volumes estimados de água acumulados e o tempo médio que ela permanece nos ambientes terrestres
Por exemplo: nos rios o volume estimado de água é de 1700 quilômetros cúbicos e o tempo de permanência no leito é de duas semanas. As geleiras e a neve têm 30 milhões de quilômetros cúbicos e a água deve ficar congelada por milhares de anos. A água atmosférica tem o volume de 113 mil quilômetros cúbicos e permanece por 8 a 10 dias no ar.
Acredita-se que a quantidade atual de água seja praticamente a mesma de há 3 bilhões de anos. Isto porque o ciclo da água se sucede infinitamente. Não seria engraçado se o alimento que comemos ontem tivesse sido preparado com as águas que, tempos atrás, foram utilizadas pelos romanos em seus famosos banhos coletivos?

Qualidade da Água

A água pode ser saudável ou nociva. Na natureza não existe água pura, devido sua capacidade de dissolver quase todos os elementos e compostos químicos. A água que encontramos nos rios ou em poços profundos contém várias substâncias dissolvidas, como o zinco, o magnésio, o cálcio e elementos radioativos.
Dependendo do grau de concentração desses elementos, a água pode ou não ser nociva.
Para ser saudável, a água não pode conter substâncias tóxicas, vírus, bactérias, parasitos.
Quando não tratada, a água é um importante veículo de transmissão de doenças, principalmente as do aparelho intestinal, como a cólera, a amebíase e a disenteria bacilar, além da esquistossomose.
Essas são as mais comuns. Mas existem outras, como a febre tifóide, as cáries dentárias, a hepatite infecciosa.
"O consumo de uma água saudável é fundamental à manutenção de um bom estado de saúde. Existem estimativas da Organização Mundial de Saúde de que cerca de 5 milhões de crianças morrem todos os anos por diarréia, e estas crianças habitam de modo geral os países do Terceiro Mundo. Existem alguns cuidados que são fundamentais. O acesso à água tratada nem sempre existe na nossa população - principalmente na população de periferia. Deve-se tomar muito cuidado porque a contaminação dessa água nem sempre é visível. A água de poço e a água de bica devem ser usadas com um cuidado muito especial, porque muitas vezes estão contaminadas por microrganismos que não são visíveis a olho nu.
Mesmo com a água tratada deve-se ter alguma cautela, porque muitas vezes há contaminação na sua utilização: recipientes que são utilizados com falta de higiene, mãos que não são suficientemente bem lavadas... Todos esses fatores podem estar interferindo num caso de diarréia. Muitas outras doenças importantes também podem ser causadas pela água contaminada".
A água também se encontra ameçada pela poluição, pela contaminação e pelas alterações climáticas que o ser humano vem provocando. Além do perigo que representa para a saúde e bem-estar do homem, a degradação ambiental é apontada pela Organização Mundial de Saúde como uma importante ameaça ao desenvolvimento econômico. Em geral, uma pessoa só toma consciência da importância da água quando ela lhe falta...

Enchentes

Enchente não é, necessariamente, sinônimo de catástrofe. É apenas um fenômeno natural dos regimes dos rios. Não existe rio sem enchente. Por outro lado, todo e qualquer rio tem sua área natural de inundação. As inundações passam a ser um problema para o homem quando ele deixa de respeitar esses limites naturais dos rios. Por exemplo, quando remove as várzeas e quando se instala junto às margens. Ou então quando altera o ambiente de modo a modificar a magnitude e o regime das enchentes, quando desmata, remove a vegetação e impermeabiliza o solo.
"As alterações que o homem provoca na bacia hidrográfica, alterando suas características físicas, também aumentam o prejuízo dessas enchentes. Como o homem altera as características da bacia?
De diversas formas. A primeira, ou a mais importante, é quando ele suprime a cobertura vegetal e introduz obras com características de impermeabilização do solo, como construção de casas, telhados, pavimentação de ruas, quintais etc.
Perdemos a capacidade de retenção da água através da vegetação e perdemos também a capacidade de infiltração dessa água no solo. Por conseguinte, os volumes de água que chegarão nos rios serão sempre maiores. E, portanto, os prejuízos das inundações também serão maiores.
A pergunta que fica é: como podemos enfrentar o problema dos prejuízos decorrentes das inundações?
Existem basicamente três formas: a primeira é não ocupar as áreas de inundação; a segunda é não alterar - ou alterar o menos possível - as características físicas da bacia hidrográfica. E, por último, através da implantação de obras de contenção de cheias, como a construção de barragens, reservatórios, construção de diques para proteção de áreas de riscos altos de inundação, enfim, outras obras de engenharia, do tipo desassoreamento de rios e ampliação de seus leitos.
Todas essas obras têm uma característica comum: são extremamente caras e onerosas para a sociedade. Conquanto tenha um certo grau de eficiência, nós podemos dizer que elas não são absolutamente eficazes porque, mesmo contando com essas obras, sempre haverá um evento de chuva, um evento de cheia que provocará uma inundação maior do que aquelas para as quais essas obras foram projetadas".

A Água no Mundo

A água tem se tornado um elemento de disputa entre nações. Um relatório do Banco Mundial, datado de 1995, alerta para o fato de que "as guerras do próximo século serão por causa de água, não por causa do petróleo ou política".
Hoje, cerca de 250 milhões de pessoas, distribuídos em 26 países, já enfrentam escassez crônica de água.
Em 30 anos, o número de pessoas saltará para 3 bilhões em 52 países. Nesse período, a quantidade de água disponível por pessoa em países do Oriente Médio e do norte da África estará reduzida em 80 por cento. A projeção que se faz é que, nesse período, 8 bilhões de pessoas habitarão a terra, em sua maioria concentradas nas grandes cidades. Daí, será necessário produzir mais comida e mais energia, aumentando o consumo doméstico e industrial de água. Essas perspectivas fazem crescer o risco de guerras, porque a questão das águas torna-se internacional.
Em 1967, um dos motivos da guerra entre Israel e seus vizinhos foi justamente a ameça, por parte dos árabes, de desviar o fluxo do rio Jordão, cuja nascente fica nas montanhas no sul do Líbano. O rio Jordão e seus afluentes fornecem 60 por cento da água necessária à Jordânia. A Síria também depende desse rio.
A populosa China também sofre com o problema. O grande crescimento populacional e a demanda agroindustrial estão esgotando o suprimento de água. Das 500 cidades que existem no país, 300 sofrem com a escassez de água. Mais de 80 milhões de chineses andam mais de um quilômetro e meio por dia para conseguir água, e assim acontece com inúmeras nações.
Um levantamento da ONU aponta duas sugestões básicas para diminuir a escassez de água: aumentar a sua disponibilidade e utilizá-la mais eficazmente. Para aumentar a disponibilidade, uma das alternativas seria o aproveitamento das geleiras; a outra seria a dessalinização da água do mar.
Esses processos são muito caros e tornam-se inviáveis para a maioria dos países que sofrem com a escassez. É possível, ainda, intensificar o uso dos estoques subterrâneos profundos, o que implica utilizar tecnologias de alto custo e o rebaixamento do lençol freático.

A Água no Brasil

O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade de água. Sua distribuição, porém, não é uniforme em todo o território nacional.
A Amazônia, por exemplo, é uma região que detém a maior bacia fluvial do mundo. O volume d'água do rio Amazonas é o maior do globo, sendo considerado um rio essencial para o planeta. Essa é, também, uma das regiões menos habitadas do Brasil.
Em contrapartida, as maiores concentrações populacionais do país encontram-se nas capitais, distantes dos grandes rios brasileiros, como o Amazonas, o São Francisco e o Paraná. E há ainda o Nordeste, onde a falta d'água por longos períodos tem contribuído para o abandono das terras e para a migração aos centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, agravando ainda mais o problema da escassez de água nessas cidades.
Além disso, os rios e lagos brasileiros vêm sendo comprometidos pela queda de qualidade da água disponível para captação e tratamento.
Na região amazônica e no Pantanal, por exemplo, rios como o Madeira, o Cuiabá e o Paraguai já apresentam contaminação pelo mercúrio, metal utilizado no garimpo clandestino. E nas grandes cidades esse comprometimento da qualidade é causado principalmente por despejos domésticos e industriais.
"Se a bacia é ocupada por florestas nas condições naturais, essa água vai ter uma boa qualidade porque vai receber apenas folhas, alguns resíduos de decomposição de vegetais.
Uma condição perfeitamente natural. Mas, se essa bacia começar a ser utilizada para a construção de casas, para implantação de indústrias, para plantações, então a água começará a receber outras substâncias além daquelas naturais, como, por exemplo o esgoto das casas e os resíduos tóxicos das indústrias e das substâncias químicas aplicadas nas plantações. Isso vai contribuir para que a água vá piorando de qualidade. Por isso ela deve ser protegida na fonte, na bacia. Essa água, depois, vai ser submetida a um tratamento para ser usada pela população. Mas, mesmo a estação de tratamento tem suas limitações.
Ela retira com facilidade os produtos de uma floresta, de uma condição natural. Mas esgotos pioram muito, e a presença de substâncias tóxicas vai tornando esse tratamento cada vez mais caro. Acima de um certo limite, o tratamento nem mais é possível, porque existe uma limitação para a capacidade depuradora de uma estação de tratamento. Então, a água se torna totalmente imprestável".
Esses problemas atingem também os principais rios e represas das cidades brasileiras, onde hoje vivem 75% da população.
Em Porto Alegre, o rio Guaíba está comprometido pelo lançamento de resíduos domésticos e industriais, além de sofrer as conseqüências do uso inadequado de agrotóxicos e fertilizantes.
Brasília, além de enfrentar a escassez de água, tem problemas com a poluição do lago Paranoá.
A ocupação urbana das áreas de mananciais do Alto Iguaçu compromete a qualidade das águas para abastecimento de Curitiba.
O rio Paraíba do Sul, além de abastecer a região metropolitana do Rio de Janeiro, é manancial de outras importantes cidades de São Paulo e Minas Gerais, onde são graves os problemas devido ao garimpo, à erosão, aos desmatamentos e aos esgotos.
Belo Horizonte já perdeu um manancial para abastecimento - a lagoa da Pampulha - que precisou ser substituído pelos rios Serra Azul e Manso, mais distantes do centro de consumo. Também no rio Doce, que atravessa os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, a extração de ouro, o desmatamento e o mau uso do solo agrícola provocam prejuízos enormes à qualidade de suas águas.
O Estado de São Paulo sofre com a escassez de água e com problemas decorrentes de poluição em diversas regiões: no Alto Tietê junto à região metropolitana; no rio Turvo; no rio Sorocaba, entre outros.
"Em seu processo de crescimento, a cidade foi invadindo os mananciais que outrora eram isolados , estavam distantes da ocupação urbana. E também é muito importante frisar que toda ação que ocorre numa bacia hidrográfica vai afetar a qualidade da água desse manancial. Não é simplesmente a ação em torno do espelho d'água que faz com que você degrade mais ou menos.
Muito pelo contrário: pode ocorrer o surgimento de uma área industrial distante desse espelho d'água principal, mas com grande capacidade de poluição e, portanto, com possibilidade de degradar totalmente esse manancial.
Os corpos d'água são entes vivos. Eles conseguem se recuperar, mas possuem um limite. Portanto, é muito importante que a população esteja consciente de que é preciso disciplinar todo tipo de uso e ocupação do solo das bacias hidrográficas, principalmente das bacias cujos cursos d'água formam os mananciais que abastecem a população".

A Água e seu Consumo

A proteção dos mananciais que ainda estão conservados e a recuperação daqueles que já estão prejudicados são modos de conservar a água que ainda temos.
Mas isso apenas não basta. É preciso fazer muito mais para alcançarmos esse objetivo de modo que o uso se torne cada vez mais eficaz.
Mas, o que fazer? Qual o papel de cada cidadão? Cada um de nós deve usar a água com mais economia.
Na agricultura, por exemplo, o desperdício de água é muito grande. Apenas 40% da água desviada é efetivamente utilizada na irrigação. Os outros 60 por cento são desperdiçados, porque se aplica água em excesso, se aplica fora do período de necessidade da planta, em horários de maior evaporação do dia, pelo uso de técnicas de irrigação inadequadas ou, ainda, pela falta de manutenção nesses sistemas de irrigação.
Na indústria é possível desenvolver formas mais econômicas de utilização da água através da recirculação ou reuso, que significa usar a água mais do que uma vez. Por exemplo, na refrigeração de equipamentos, na limpeza das instalações etc. Essa água reciclada pode ser usada na produção primária de metal, nos curtumes, nas indústrias têxteis, químicas e de papel.
Nos sistemas de abastecimento de água uma quantidade significativa da água tratada - 15 % ou mais - é perdida devido a vazamentos nas canalizações, assim como dentro de nossas casas.
É fácil observar como a população colabora na conservação da água em cidades que têm problemas de abastecimento ou onde existe pouca água. Ou, ainda, onde a água é cara. Nessas cidades, as pessoas costumam usar a mesma água para diferentes finalidades. Por exemplo, a água usada para lavar roupa é depois usada para lavar quintal. As pessoas ainda mudam seus hábitos para usar a água na hora em que ela está disponível; evitam vazamentos; só regam jardins e plantas na parte da manhã ou no final da tarde; lavam seus carros apenas eventualmente; não lavam calçadas, apenas varrem; não instalam válvulas de descarga nos vasos sanitários e sim caixas de descarga, que são mais econômicas e produzem o mesmo resultado e conforto.
O crescente agravamento da falta de água tem levado as pessoas a estabelecer uma nova forma de pensar e agir, inclusive mudando seus hábitos, usos e costumes. Essa forma de pensar e agir visa o crescimento econômico respeitando a capacidade dos recursos do meio ambiente, sobretudo a água.
A conscientização e a educação do povo, do consumidor, são fundamentais.
Racionalizar o uso da água não siginifica ficar sem ela periodicamente. Significa usá-la sem desperdício, considerá-la uma prioridade social e ambiental, para que a água tratada, saudável, nunca falte em nossas torneiras.
Carmem Unglert
Constante Bombonatto
Samuel Murgel Branco
Paulo Massato Yoshimoto
Fonte: www2.tvcultura.com.br